A traição sempre foi algo que esteve presente em mim, e em meus relacionamentos. Eu devo admitir que traí a Camille quando comecei a ficar com meninos, traí o Luke inúmeras vezes, traí o Carlos... e bem, eu sempre traí. Talvez por puro instinto carnal, ou talvez por puro mal-caratismo da minha parte. Afinal, em todas as vezes que eu traí, eu não fui obrigado. Se eu traí foi porque eu quis.
Mas existe uma diferença brutal entre ser o traidor e ser o traído. Uma diferença que corta a alma como uma lâmina afiada, deixando cicatrizes que nunca se curam completamente. Eu tinha 18 anos quando vi aquela cena do Carlos e do Raul conversando. Claro que um filme passou pela minha cabeça – não um filme qualquer, mas aqueles dramas onde o protagonista descobre que sua vida toda era uma mentira. Apesar de eu ser novo, como já disse, eu já havia traído diversas vezes. Só que o que acontecia era que o namoro que eu vinha construindo com o Carlos era algo diferente. Era algo que, pela primeira vez depois de todos os meus namoros e casos sérios, me fazia ter olhos apenas para uma pessoa. Eu finalmente só queria o Carlos. Não queria outra pessoa.
E claro, eu tive algumas oportunidades durante nosso relacionamento – sempre há oportunidades quando você é jovem, bonito, gostoso modéstia parte, sempre temos uma certa facilidade com as pessoas. Mas pela primeira vez na minha vida, eu não queria aproveitá-las. Era como se algo dentro de mim tivesse mudado, como se eu finalmente tivesse encontrado alguém que valia a pena “ser fiel”.
Você que está lendo isso pode estar pensando: "Que ironia cruel do destino". E tem razão. A vida tem uma forma peculiar de nos ensinar lições através da dor. Às vezes, precisamos sentir na pele o que fizemos com outros para verdadeiramente compreender a extensão do nosso dano.
O ciúme é um sentimento que devora por dentro. É diferente da raiva, diferente da tristeza. O ciúme é um monstro que se alimenta das nossas inseguranças mais profundas, que sussurra em nossos ouvidos todas as nossas inadequações, todos os nossos medos de não sermos suficientes. Quando você trai, você não pensa no ciúme da outra pessoa. Você pensa apenas no seu prazer momentâneo, na sua satisfação imediata. Mas quando você é traído... ah, quando você é traído, o mundo desaba.
Naquele momento, vendo Carlos e Raul juntos, senti como se todas as vezes que eu havia traído voltassem para me assombrar. Era como se o universo estivesse cobrando uma dívida que eu nem sabia que tinha contraído. Cada beijo que dei escondido, cada mentira que contei, cada "não aconteceu nada" que falei – tudo voltou como um tsunami de karma.
E aqui, caro leitor, preciso fazer uma pausa para falar diretamente com você. Talvez você já tenha traído alguém. Talvez você tenha olhado para essa pessoa que confiava em você e pensado: "Ela nunca vai descobrir". Ou talvez você seja como eu era – alguém que justifica a traição como se fosse algo natural, inevitável. Deixe-me te contar algo que só aprendi depois: não existe traição pequena. Não existe "só um beijo", "só uma conversa", "só uma vez". Cada traição é uma pequena morte da confiança, um tijolo retirado da fundação de um relacionamento.
Obviamente eu não me considerava a pessoa mais monogâmica do planeta. Eu tinha os meus defeitos, eu tinha também as minhas qualidades. Mesmo que vocês que estão lendo me achem um mal-caráter, um narcisista, ou que, embora muitas vezes eu não seja o mocinho e às vezes aja como o vilão, esta história é sobre como eu construí a minha personalidade, e como a vida me fez enxergar e me tornar o homem que eu viria a ser. E claro que para isso eu precisaria apanhar, e muito.
Mas nada me preparou para a sensação de ter o coração despedaçado pela mesma arma que eu havia usado tantas vezes contra outros. Era como se eu estivesse olhando no espelho e vendo todos os rostos das pessoas que eu havia machucado ao longo dos anos. Camille chorando no banheiro depois de descobrir sobre uma prima que eu havia ficado. Luke me confrontando quando me viu transando com o Carlos. E agora eu estava do outro lado, sentindo na pele o que significa ter alguém que você ama olhando para outro com desejo.
O ciúme não é apenas sobre o ato físico da traição. É sobre a intimidade roubada, sobre os sorrisos compartilhados em segredo, sobre a sensação de que você se tornou irrelevante na vida de quem mais importa para você. É sobre perceber que enquanto você estava construindo castelos no ar, a pessoa ao seu lado estava construindo pontes para outros lugares.
Talvez você esteja se perguntando se eu merecida. E essa é uma pergunta que me atormentou por muito tempo. Será que existe alguma justiça cósmica que nos faz pagar pelos nossos erros da forma mais dolorosa possível? Será que o sofrimento que sentimos é proporcional ao sofrimento que causamos? Não sei. O que sei é que dor não é matemática. Ela não segue regras de equivalência.
A traição é um ato egoísta disfarçado de inevitabilidade. Nós, traidores, somos mestres em criar narrativas que justifiquem nossos atos. "Não foi planejado", "aconteceu sem querer", "não significa nada". Mas mentimos para nós mesmos tanto quanto mentimos para quem amamos. Porque no fundo, muito no fundo, sabemos exatamente o que estamos fazendo quando escolhemos trair.
E você, que está lendo isso – se já traiu, pare um momento e pense: como se sentiria se fosse traído da mesma forma? Se já foi traído, saiba que a dor que sente é real e válida, independente dos seus próprios erros do passado. E se nunca passou por nenhuma das duas situações, considere-se sortudo, mas não se julgue imune. A vida tem uma forma de nos surpreender quando menos esperamos.
O que aprendi naquela noite, é que nossa capacidade de machucar outros é diretamente proporcional à nossa capacidade de sermos machucados. Não somos monstros por trair, nem santos por sermos traídos. Somos apenas humanos navegando pelos labirintos complexos do amor, do desejo e da necessidade de conexão, errando feio no processo.
Carlos e Raul... naquele momento, eles representavam tudo que eu havia feito de errado voltando para me assombrar. Mas também representavam uma oportunidade – dolorosa, terrível, mas uma oportunidade – de finalmente entender o peso real das minhas escolhas.
Esta é a história de como aprendi que o karma não é uma força externa que nos pune. O karma somos nós mesmos, amadurecendo através da dor que causamos e da dor que recebemos, até finalmente compreendermos que o amor verdadeiro não é sobre posse, mas sobre escolha. E escolher trair é sempre uma opção – assim como escolher perdoar, ou escolher partir.
Porque no final das contas, caro leitor, todos nós somos simultaneamente heróis e vilões das nossas próprias histórias. A questão não é evitar o papel de vilão – é aprender com ele quando inevitavelmente o assumimos.
A traição sempre foi algo que esteve presente em mim, e em meus relacionamentos. Eu devo admitir que traí a Camille quando comecei a ficar com meninos, traí o Luke inúmeras vezes, traí o Carlos... e bem, eu sempre traí. Talvez por puro instinto carnal, ou talvez por puro mal-caratismo da minha parte. Afinal, em todas as vezes que eu traí, eu não fui obrigado. Se eu traí foi porque eu quis.
Mas existe uma diferença brutal entre ser o traidor e ser o traído. Uma diferença que corta a alma como uma lâmina afiada, deixando cicatrizes que nunca se curam completamente.
(Porque no final das contas, caro leitor, todos nós somos simultaneamente heróis e vilões das nossas próprias histórias. A questão não é evitar o papel de vilão – é aprender com ele quando inevitavelmente o assumimos.)
E então finalmente havia chegado o momento de tomar uma decisão. Confrontar? Ou continuar observando para entender melhor o que estava acontecendo?
Aquele momento suspenso no tempo, onde todas as possibilidades se abrem diante de nós como portas em um corredor infinito, cada uma levando a um futuro diferente. Quantas vezes na vida chegamos a essa encruzilhada? Quantas vezes escolhemos a porta errada porque o medo de enfrentar a verdade é maior que nossa coragem?
Então decidi confrontar. Eu precisava entender, apesar do meu coração bater aceleradamente, e tomei coragem:
— Atrapalho? — falei me aproximando dos dois.
O Carlos me olhou com um olhar um pouco torto já pelas altas doses de bebidas que havíamos tomado, e o Raul me olhou um tanto surpreso. Havia algo no ar – aquela tensão elétrica que antecede uma tempestade, quando você sabe que sua vida está prestes a mudar para sempre.
— Oi amor — disse o Carlos me puxando para um selinho — tava aqui conversando com o Raul, o que você acha de irmos embora? Nós três?
— Como assim nós três? — perguntei sem entender.
E então veio a bomba. Não uma explosão devastadora, mas aquele tipo de bomba que destrói silenciosamente, implodindo tudo por dentro enquanto a estrutura externa permanece intacta.
— Você entendeu Lucas, não será nossa primeira vez fazendo isso, mas olha pro Raul, eu tô sendo sincero com você, eu quero ficar com ele, tô com tesão, mas não quero fazer isso por trás de você, a gente namora, e já fizemos isso com outras pessoas, inclusive com a Chanel que era muito seu amigo.
(Pause aqui por um momento, caro leitor. Já esteve nesta situação? Quando alguém que você ama te apresenta uma "oportunidade" disfarçada de honestidade? Quando eles transformam seu ciúme em insegurança, sua monogamia em caretice? É uma das manipulações mais sofisticadas que existem – fazer você se sentir antiquado por querer exclusividade.)
— Carlos sinceramente acho que não tô afim.
As palavras saíram da minha boca antes mesmo que eu pudesse processá-las completamente. Era meu instinto de autopreservação tentando me proteger, mas já era tarde demais. A conversa havia começado e não havia mais volta.
— Vou deixar vocês terminarem a conversa, vou pegar outra bebida — disse o Raul saindo daquela atmosfera que se formava ali.
Inteligente, o Raul. Ele sabia exatamente o que estava fazendo ao nos deixar sozinhos para "resolver" nossa situação. Como se houvesse algo a resolver quando a decisão já havia sido tomada por Carlos muito antes desta conversa acontecer.
— Lucas por favor, o que tem de mais a gente se divertir? Vai ser legal, nunca mais fizemos algo do tipo, o que custa? — disse o Carlos com aquele olhar de menino pidão que sempre me ganhava.
Ah, aquele olhar, como não dizer não aquele olhar, eu estava completamente apaixonado pelo Carlos, isso sim era um fato.
— Carlos não sei se com o Raul é boa ideia.
— Por que não? Ele é bonito, gostoso, eu quero ficar com ele — disse o Carlos me olhando de forma profunda.
A brutalidade da honestidade às vezes dói mais que qualquer mentira. Ali estava ele, o homem que eu amava, me dizendo na cara que desejava outro homem. E esperava que eu não apenas aceitasse, mas participasse da minha própria humilhação.
— Você prefere ele do que a mim? — questionei Carlos.
A pergunta que não deveria precisar ser feita em um relacionamento monogâmico. A pergunta que revela o quão perdido você está quando precisa competir pela atenção de quem supostamente já escolheu estar com você.
— Eu prefiro você, sempre vou preferir você, mas hoje eu quero você e o Raul, e não tô vendo problema nisso.
— Mas eu tô vendo problema, não quero ter que dividir você com ninguém — falei firme.
(E aqui, querido leitor, está o cerne da questão: quando você ama alguém, você quer ser escolhido todos os dias. Não quer ser uma opção entre muitas, não quer ser o "principal" enquanto outros são os "extras". Você quer ser O único. É pedir demais? Às vezes parece que sim, principalmente quando você se vê nessas situações onde sua necessidade de exclusividade é tratada como insegurança.)
— Lucas por favor deixa de ser careta, essa não é a primeira vez que a gente vai dormir com uma outra pessoa, qual o problema? Quando acabar o Raul vai embora, e a gente volta pro nosso mundo, não tem problema algum nisso.
Careta. A palavra ecoou na minha cabeça como um tapa. Eu era careta por querer meu namorado só para mim? Eu era careta por não querer compartilhar a pessoa que amava como se fosse um brinquedo?
— Tá, tá, tá Carlos, você venceu, não quero discutir.
— Lucas — ele então segurou no meu braço um pouco forte e me pressionou contra a parede — eu não quero que você faça nada forçado, se você não quiser tudo bem eu vou embora sozinho com o Raul, mas eu queria você de corpo e alma comigo nesse fim de festa, o recado está dado.
E então o Carlos me beijou, soltou meu braço e seguiu.
(Você percebe a genialidade cruel desta manipulação? Ele me deu uma "escolha": aceitar dividir ou ficar sozinho enquanto ele ia embora com outro. Não era uma escolha – era um ultimato disfarçado de liberdade. É assim que funciona a chantagem emocional mais sofisticada: você recebe opções, mas todas levam ao mesmo resultado.)
Por um lado ele estava certo, a gente já havia feito com outras pessoas, mas aquela era uma situação diferente. Era uma situação em que eu amava o Carlos, e eu queria ele somente para mim, não queria ter que dividir com ninguém. Mas eu simplesmente não pensei muito – eu deveria ter pensado e analisado melhor.
Mas saber que o Carlos iria embora sozinho com o Raul não era uma opção para mim. Eu iria morrer, iria ficar arrasado. E por outro lado, o Raul era um puto de um gostoso, e pensar nos seus braços, no seu corpo, nos seu pau gigante... claro que isso pesou também.
(Veja como nossa mente trabalha contra nós mesmos às vezes. Quando estamos apaixonados e desesperados, conseguimos racionalizar qualquer coisa. Transformamos nossa dor em desejo, nosso medo em excitação. Porque é mais fácil mentir para nós mesmos do que enfrentar a possibilidade de ficar sozinhos.)
Eu enfim resolvi seguir meus instintos e deixar as coisas acontecerem de forma natural.
Natural. Como se houvesse algo natural em forçar-se a aceitar uma situação que dilacerava sua alma só para não perder alguém que, no fundo, você já havia perdido no momento em que eles preferiram um estranho a preservar sua relação.
Naquela noite, eu não sabia ainda, mas estava prestes a cruzar uma linha que mudaria para sempre minha relação comigo mesmo. Às vezes, as decisões mais importantes da nossa vida são tomadas em segundos, movidas pelo desespero e pelo medo, disfarçadas de espontaneidade.
E assim caminhei em direção ao abismo, convencido de que estava apenas dando um passo.
Estávamos no Uber nós três no banco de trás, o Raul no meio, eu e Carlos em cada ponta. Algumas toques já estavam sendo feitos, estávamos indo para minha casa. E bem, foi nesse momento que eu resolvi voltar a ser o Lucas que eu era, e tudo o que eu falei e fiz vocês questionarem, eu simplesmente joguei fora, porque pensei como o Raul era gostoso e que se eu já estava na chuva era pra me molhar.
(Vocês veem como funcionamos? Como nossa mente encontra formas de justificar o que já decidimos fazer? "Se já estou na chuva, é pra me molhar" - quantas vezes usamos esses mantras para aplacar nossa consciência quando estamos prestes a fazer algo que sabemos que vai nos transformar para sempre?)
Não havia mais nada a ser feito a não ser aproveitar os prazeres da carne. O Carlos era gostoso e o Raul também. Bem, só me restava aceitar e depois eu iria ver como eu iria resolver todos aqueles dilemas que se passavam pela minha cabeça.
A cidade passava pelas janelas do carro em borrões de luz, como se o mundo exterior tivesse perdido a nitidez. Apenas nós três existíamos naquele momento suspenso, naquela bolha de tensão e desejo que crescia a cada toque "acidental", a cada olhar trocado no reflexo do vidro.
A mão do Carlos encontrou a minha, seus dedos entrelaçando-se aos meus com aquela familiaridade íntima de quem já conhece cada linha da sua palma. Mas havia algo diferente ali - uma urgência, uma necessidade que ia além do nosso cotidiano. Era como se ele estivesse me segurando não apenas fisicamente, mas me puxando para dentro de uma experiência que mudaria nossa dinâmica para sempre.
Raul permanecia ali no meio, sua presença magnética impossível de ignorar. Eu podia sentir o calor emanando do seu corpo, o perfume masculino que se misturava com o nosso, criando uma atmosfera intoxicante. Seus olhos encontraram os meus no carro, e por um momento tudo parou. Era como se ele estivesse me perguntando silenciosamente se eu tinha certeza, se eu realmente queria cruzar aquela linha. Chegamos na minha casa e logo o Carlos começou a me beijar.
Foi um beijo diferente - urgente, possessivo, mas ao mesmo tempo como se fosse um pedido de desculpas antecipado. Suas mãos encontraram meu rosto, me puxando para mais perto, como se quisesse me devorar. Eu podia sentir Raul nos observando, e estranhamente isso não me incomodava. Pelo contrário, havia algo profundamente excitante em ser desejado por dois homens ao mesmo tempo.
— Vamos lá pro meu quarto — sussurrei contra os lábios do Carlos, minha voz mais rouca do que o normal.
Uma procissão sensual onde cada degrau parecia aumentar a tensão entre nós. Raul caminhava atrás, e eu podia sentir seus olhos sobre mim, estudando cada movimento do meu corpo. Carlos à minha frente, sua camisa ligeiramente desalinhada, o cabelo bagunçado pelos meus dedos no carro.
(Há momentos na vida em que você sabe que está prestes a cruzar um portal. Não há volta. Não há como desfazer o que está prestes a acontecer. E mesmo sabendo disso, mesmo sentindo aquele frio na barriga que antecede as grandes transformações, você continua caminhando em direção ao desconhecido.)
No meu quarto, a atmosfera mudou completamente. As cortinas fechadas criavam um ambiente íntimo, quase sagrado. Carlos se aproximou de mim novamente, suas mãos encontrando a barra da minha camisa, seus dedos roçando minha pele e provocando arrepios por todo meu corpo.
— Você tem certeza? — ele sussurrou no meu ouvido, sua respiração quente contra meu pescoço.
Antes que eu pudesse responder, senti outras mãos nas minhas costas. Raul havia se aproximado, seu corpo forte pressionado contra as minhas costas, criando um sanduíche de calor e desejo. Era uma sensação completamente nova - estar sendo tocado por dois homens ao mesmo tempo, sentir quatro mãos explorando meu corpo, duas respirações aceleradas ao meu redor.
— Relaxa — a voz profunda do Raul ressoou no meu ouvido direito, enquanto Carlos beijava meu pescoço do lado esquerdo.
E então me entreguei.
Permitir-se ser vulnerável diante de duas pessoas ao mesmo tempo é uma experiência que vai além do físico. É sobre confiança multiplicada, é sobre deixar todas as suas defesas caírem e se permitir ser completamente visto, tocado, adorado. Carlos conhecia meu corpo como ninguém, sabia exatamente onde tocar para me fazer perder o controle. Mas Raul trouxe algo novo - uma descoberta, uma curiosidade saciada.
Quando nossas roupas finalmente foram descartadas, quando os três corpos se encontraram na minha cama, foi como se o tempo tivesse parado completamente. Havia uma coreografia natural acontecendo ali, uma dança íntima onde cada movimento respondia ao anterior, onde o prazer de um se transformava no prazer de todos.
Carlos e eu nos conhecíamos profundamente, mas com Raul ali, era como se estivéssemos nos redescobrindo. Cada toque ganhava uma nova dimensão, cada gemido ecoava diferente no quarto. Havia uma generosidade naquele encontro - não era sobre posse ou ciúme, mas sobre prazer compartilhado, sobre a beleza de três corpos se encontrando em harmonia perfeita.
Éramos três homens gostosos, peladas e de pau duro, eu segurava o pau do outro, ora eu beijava o Raul, ora o Carlos beijava o Raul, ora dávamos um beijo triplo, o Carlos foi o primeiro a ficar de joelhos, ele segurou o pau gigante do Raul com a mão e suspirou, ficou olhando e admirando o tamanho do seu pau, enquanto eu e Raul trocamos um beijo, logo o Carlos começou a chupar o Raul, e alternava entre o pau dele, e o meu pau, e então foi minha vez, me juntei ao Carlos e começamos a chupar aquele pau juntos, ora encostando nossas línguas, ora chupando as bolas, e ele a cabeça do pau do Raul que já brilhava, era uma mistura de baba com saliva, o Carlos ficou em pé e voltou a beijar o Raul e agora era minha vez de alternar, chupava o Raul depois o Carlos, e assim fomos, até que o Raul jogo o Carlos na minha cama, passou cuspe no seu pau, o Carlos estava na ponta da cama com as pernas nos ombros do Raul, chegava finalmente o momento do Carlos sentir o calibre do Raul, eu fiquei em pé na cama com meu pau duro feito aço próximo ao rosto do Raul, e ele foi penetrando o Carlos, que foi gemendo de dor, afinal o Carlos não era acostumado com a grossura daquele pau, mas o Carlos era guerreira e logo se acostumou, e começou a gemer e a pedir mais e mais eu esfregava meu pau no rosto do Raul, fazendo ele chupar enquanto ele metia no meu namorado, ficamos assim por bastante tempo, e logo foi a minha vez, o Raul me puxou para um beijo e me jogou de quatro na cama. ele subiu em cima e começou a macetar meu cú, o Carlos foi para frente me dando seu pau para chupar me impedindo de gemer alto, a dor se transformou em prazer muito rapidamente, eu estava anestesiado, por toda aquela onda de prazer e desejo, éramos três homens safados curtindo um ao outro, o Carlos ficou de quatro ao meu lado, me puxou para um beijo e o Raul alternava as metidas, tanto em mim como no Carlos, e vez ou outra ele dava alguns tapas em nossas bundas, e falava alguma sacanagem. Carlos então se levantou e chamou a gente, e disse que queria um trenzinho, o Raul começou a meter nele, e ele meteu em mim e assim o Raul gozou dentro dele, o Carlos gozou dentro de mim e sentindo aquele jato forte de leite entrando na minha bunda eu gozei como a tempos não havia gozado, e então finalmente caímos exaustos na cama, entrelaçados uns aos outros, havia uma paz profunda pairando no ar. O tipo de paz que vem depois de uma tempestade, quando você percebe que sobreviveu e saiu transformado da experiência.
O Carlos havia adormecido com a cabeça no meu peito, sua respiração já tranquila. Raul permanecia acordado, seus dedos traçando padrões invisíveis na minha pele, como se estivesse tentando memorizar cada centímetro do meu corpo.
— Obrigado — ele sussurrou no escuro.
(Porque às vezes, caro leitor, as experiências mais transformadoras vêm disfarçadas de momentos que inicialmente nos assustam. Às vezes precisamos dizer sim para o desconhecido, mesmo quando nossa mente racional nos grita para fugir.)
Naquela madrugada, abraçado a dois homens que haviam me mostrado dimensões de prazer que eu nem sabia que existiam, eu finalmente compreendi que o amor e o desejo são territórios muito mais vastos e complexos do que qualquer definição que tentemos impor.
E embora eu ainda não soubesse as consequências daquela noite, embora ainda não pudesse imaginar como ela mudaria minha relação com Carlos e comigo mesmo, uma coisa eu tinha certeza: eu havia me entregado completamente. E não havia arrependimento algum nisso, finalmente senti o peso do cansaço e adormeci, dormi por não sei quanto tempo. O tipo de sono profundo que vem depois de uma experiência intensa, quando seu corpo e sua mente precisam processar tudo o que aconteceu. Era como se minha alma tivesse saído do meu corpo e precisasse encontrar o caminho de volta.
Quando acordei, não consegui achar meu celular para ver as horas. A luz que entrava pelas frestas da cortina já era forte, mas que horas exatamente? Minha cabeça ainda estava pesada, uma mistura de ressaca emocional e física, eu notei que a cama estava vazia. Eu estava sozinho, o silêncio do quarto era ensurdecedor. As cobertas amassadas ainda guardavam o calor dos nossos corpos, o perfume masculino ainda impregnava os lençóis, mas eles não estavam mais ali. Carlos e Raul haviam desaparecido, deixando apenas as evidências físicas do que havia acontecido entre nós.
Onde estava o Raul e o Carlos? Foi a primeira coisa que me passou pela cabeça.
Uma pontada de pânico começou a crescer no meu peito. Não era apenas sobre onde eles estavam - era sobre o significado da ausência deles. Será que haviam partido juntos? Será que nossa noite de três havia se transformado em algo entre dois, me excluindo do que eu mesmo havia ajudado a criar?
(É curioso como a insegurança funciona, não é? Um momento você está se sentindo poderoso, desejado, especial. No próximo, você está questionando se foi apenas um meio para um fim, se foi usado para facilitar algo que aconteceria de qualquer forma.)
Então resolvi me levantar. Meus movimentos eram lentos, meu corpo ainda dolorido de uma forma que me lembrava constantemente do que havia acontecido. Cada músculo carregava a memória daquela noite, cada marca na pele contava uma história.
E foi então que ouvi, o barulho do chuveiro, não era apenas o som da água caindo - havia outros sons. Sussurros e gemidos abafados. Meu coração parou. Eu não queria acreditar, mas será que o Carlos seria capaz de ficar com o Raul enquanto eu dormia?
A pergunta ecoava na minha cabeça como um mantra cruel. Todas as inseguranças que eu havia enterrado durante a noite voltaram à superfície como ondas violentas. Será que nossa experiência a três havia sido apenas uma desculpa para Carlos ter acesso ao Raul? Será que eu havia sido manipulado desde o início? Os sons do banheiro continuavam. Cada risada era uma punhalada, cada sussurro uma confirmação dos meus piores medos. Eu estava parado ali, nu e vulnerável, ouvindo o homem que eu amava se divertindo com outro enquanto eu tentava processar se havia sido usado como ponte para algo que sempre foi o objetivo final.
Caminhei lentamente em direção à porta do banheiro, meu coração batendo tão forte que eu tinha certeza de que eles conseguiriam ouvir. Cada passo era uma eternidade. Cada som que vinha de dentro me cortava um pouco mais.
A porta estava entreaberta, uma fresta mínima, mas suficiente para eu ver o Carlos encostado na parede, enquanto o Raul metia nele.