EP3 – A Primeira Noite
A noite parecia interminável.
O calor dos corpos dos cães me esmagava, me prendia. Eu não era acolhida, eu era o colchão deles.
Brutus roncava sobre meu peito, o peso esmagando minhas costelas. Thor estava mais leve, mas sua respiração quente contra o cadeado me lembrava a cada segundo da minha condição. E estranhamente me excitava, seu calor sobre meu clitóris e a baba que escorria sobre ele me deixava molhadinha.
A cada movimento sutil, eles rosnavam baixo. Se eu tentava virar o rosto, Brutus cerrava os dentes. Se puxava o quadril, Thor erguia a cabeça e soltava um som surdo, intimidador, como se dissesse: Fica onde está, cadela.
Senti medo. Não do dono. Da minha raça.
E o tempo passou. O LED vermelho do canto era a única luz. E ali, entre o medo e o suor, a primeira dor real da noite se manifestou: a vontade de urinar.
Ardia. A bexiga pulsava como se exigisse alívio imediato.
Mas o ralo… ficava do outro lado do cômodo.
E o cadeado ainda estava apertado demais. O plug, fixo.
E eu… presa sob dois animais de 50 quilos cada.
Tentei dormir. Pensei em coisas boas. No orgulho que daria para meu pai se voltasse com a minha namorada. No Corolla.
Nada funcionava. No fundo sabia que minha vida seria aquilo agora.
A realidade sempre voltava:
A coleira, o plug, o cheiro deles, o sabor ainda encharcando minha boca, o suor sob meu corpo.
Lá pelas quatro e pouco da manhã, com os primeiros raios escapando por trás da cortina, Brutus mexeu uma das patas e virou de lado, aliviando um pouco o peso. Thor resmungou, mas não se moveu.
Eu vi ali… minha chance.
Fiquei imóvel por mais alguns minutos, certificando-me de que não acordariam.
O peito doía. As pernas dormiam. A bexiga ameaçava explodir.
Com um único impulso, rolei devagar até a beirada da cama.
Thor abriu um olho.
Congelei.
Mas ele logo voltou a fechar. Suspirei, e lentamente desci de costas, até os pés tocarem o chão gelado.
Rastejei. Joelhos no chão. Palmos arrastando.
Me esgueirei como um animal que foge da coleira.
O ralo ficava no canto do canil.
Ao me aproximar, senti o cheiro forte da urina seca dos cachorros. Era amargo, quente, impregnado nas paredes, que imagino eram brancas, mas estavam manchadas de um amarelo vibrante.
Abaixei as mãos para apoiar e senti a baba seca, os pelos presos nas juntas do cadeado.
Mesmo assim, me posicionei ali.
Com muito esforço, empurrei o cadeado, alinhei o canal e relaxei.
Um jato morno saiu de mim com força.
A sensação era de alívio e repulsa ao mesmo tempo.
A urina descia entre minhas pernas e respingava nas canelas.
A parede onde me apoiei estava encharcada e o líquido voltou por entre os dedos dos pés.
Quis chorar. Mas chorar me faria barulho. E barulho traz punição.
Mas algo deu errado.
Thor rosnou atrás de mim.
Quando olhei, ele já estava de pé.
— Não… não… — sussurrei, trêmula.
Ele veio devagar, com orelhas em pé e os olhos fixos nos meus. Aquele era o seu mictório.
E então, com naturalidade, ergueu a perna traseira... e urinou sobre meu ombro.
O líquido quente escorreu pelas minhas costas, respingando em meus cabelos, e caiu direto sobre meu rabo que piscava ao ser molhado por sua urina, e sobre a bexiga que ainda terminava de esvaziar,
Me contorci de nojo e excitação que aquele calor me causava, mas sem gritar. A vergonha me paralisou.
Voltei me arrastando, molhada, encolhida.
O cheiro era insuportável.
Deitei no lado dos cães esticada, rezando para que meu dono pensasse que eles só tinham mijado de cima de mim. E rezando para o xixi secar, e já arrumando desculpas se caso isso não ocorresse.
E naquele instante, tudo fez sentido:
Eu era inferior a eles.
Até o ralo era deles.
Eu estava ali.
Molhada.
Descoberta.
E à espera de uma punição que, agora, eu sabia que merecia.
Como sempre, aceito sugestões de dominadores para melhor leitura, e para seu prazer intenso...