Eu soube antes mesmo de tocar na pele dele.
Antes de qualquer confissão.
Antes de qualquer indício óbvio.
Mezequiel sempre foi fraco quando excitado — e pior ainda quando tentava esconder algo.
Era uma terça-feira à noite quando ele chegou em casa suando, mesmo sem calor. A barba por fazer, os olhos evitando os meus. Cheirava a vinho e perfume barato. E eu soube.
Não me descontrolei. Não chorei.
Não pedi explicações.
Apenas observei, como uma predadora que já conhece o fim da caça.
Demorei alguns dias pra confirmar. O nome? Jéssica.
Minha amiga. Daquelas que ri da tua piada, e depois geme no banco do teu carro.
Uma traidora disfarçada de companhia de bar.
Mas eu não ia terminar com ele.
Nem afastá-la.
Eu ia deixar os dois mergulharem na própria sujeira — e depois sufocá-los com ela.
E foi assim que comecei a montar o jogo.
?? Algumas semanas depois, uma “coincidência” surgiu:
Jéssica estava de volta à cidade. “Queria matar saudades.”
Pediu pra nos visitar.
Fingiu ingenuidade. Fingiu que era só mais uma tarde entre amigos.
E Mezequiel… ah, o idiota ficou tenso como um adolescente.
Mal conseguiu esconder o sorriso quando falei que ela viria.
— Vai ser divertido — comentei, sorrindo enquanto passava batom no espelho.
Ele assentiu, calado, fingindo estar normal.
Como se eu não soubesse que ele sonhava com ela em segredo.
Tudo estava pronto.
E os dois… estavam exatamente onde eu queria.
? 17h15 – Campainha
Jéssica chegou com vestido justo, batom vinho e aquele mesmo sorrisinho disfarçado de inocência.
— Lilith! — disse, me abraçando como se fôssemos irmãs.
— Que saudade, Jéssica — eu retribuí o abraço, longa demais para ser só simpática. — Entra. O Mezequiel já tá em casa.
Ele apareceu no corredor, camisa preta e calça jeans. Os olhos brilharam por um instante.
Se não fosse trancada por dentro, eu teria rido alto.
Conversamos como se nada houvesse.
Vinho foi servido. Músicas suaves no fundo.
Os olhares entre eles cresceram aos poucos — não ousavam se tocar, mas a tensão era quase visível no ar.
Fingiam bem. Mas não melhor do que eu.
Quando a segunda garrafa de vinho foi aberta, Mezequiel se afastou para ir ao banheiro.
Aproveitei a deixa.
— Então… — disse, me aproximando de Jéssica no sofá. — Ele ainda te excita?
Ela congelou. O sorriso murchou.
— Como… como assim?
— Ele te comeu no estacionamento do clube, não foi? No banco de trás? Você com a saia levantada, e ele mal conseguindo meter de tão nervoso.
— Eu vi as mensagens. Ouvi os áudios. Quer mesmo fingir?
Jéssica empalideceu.
— Lilith… eu…
— Não precisa se justificar.
— Mas…
— Eu disse que não precisa.
Levantei devagar, com a taça na mão.
— Só preciso que você fique aqui. Bem quietinha. E assista o espetáculo que preparei.
Antes que ela pudesse se mover, tirei o controle do bolso do robe e pressionei um botão.
Portas trancadas. Travas eletrônicas.
Ela arregalou os olhos.
— Lilith, o que é isso…?
— É o fim da mentira, querida. — sussurrei. — E o começo da sua punição.
Em segundos, a fita de couro já estava em minhas mãos. Peguei de dentro do aparador os panos, os prendedores.
Ela tentou resistir, mas era fraca.
A tensão, o susto e o álcool a deixaram lenta.
E eu? Eu estava sóbria como uma lâmina.
Em poucos minutos, Jéssica estava nua, com os pulsos amarrados atrás da cadeira, pernas abertas, com as coxas expostas, vendada.
— Lilith, por favor… isso é loucura…
— Shhh — sussurrei ao seu ouvido, deslizando o dedo entre suas pernas.
— Isso é justiça, sua puta imunda
[O barulho da descarga ecoou no corredor.]
Mezequiel voltou sorrindo, mas parou no meio da sala ao ver a cena.
Jéssica presa.
Nua.
Assustada.
E eu… sorrindo.
— Lilith…? O que está…?
— Fecha a boca. — eu disse com firmeza.
Ele engoliu em seco.
— O que… o que está acontecendo?
— A verdade, Mezequiel.
Agora vai tirar a roupa.
E vestir o que eu separei pra você.
Apanhei o cabide do quarto.
Vestido de babado, rosa claro.
Calcinha de renda branca.
Meia arrastão.
E um plug anal com rabinho falso.
Ele olhou tudo, tremendo.
— Você vai vestir.
— Vai se ajoelhar.
— Vai rebolar.
— E depois… vai ser arrombado bem aqui, na frente da Jéssica, pra ela ver o homem que ela dividiu comigo virando a minha boneca.
Mezequiel hesitou. Por segundos.
Mas obedeceu.
Tirou a camisa. A calça. A cueca.
E então começou a vestir o que eu mandei.
A saia curta mal cobria a bunda. A calcinha marcava o plug já inserido.
Ele era uma piada do que já foi.
E Jéssica, imobilizada, era obrigada a ver tudo.
Sentei no sofá, cruzei as pernas e disse:
— Agora, Mezequiel… me mostra como você rebola pra mim.
Mostra pra sua amante o que você é de verdade.
Ele começou a rebolar. Devagar. Humilhado.
Eu via nos olhos dele a vergonha. A submissão.
E aquilo só me deixava mais molhada.
Mezequiel estava em pé, de cabeça baixa.
O vestido rosa babava sobre o corpo dele como se zombasse de cada fibra da sua masculinidade.
A calcinha branca enfiada entre as nádegas, apertando o plug que o deixava rebolando involuntariamente a cada passo.
E Jéssica… estava ali.
Nua, amarrada à cadeira.
As pernas afastadas, a venda cobrindo os olhos, mas os ouvidos bem abertos.
Ela ouvia tudo. A respiração dele. Meus passos. E o som metálico do que eu segurava.
— Se ajoelha — eu disse, sem precisar repetir.
Mezequiel ajoelhou, os olhos vidrados em mim.
Eu tirei o robe devagar, mostrando o corpo nu, o harness de couro já preso na cintura, e o strap-on grosso e brilhante apontando pra ele.
— Sabe o que é isso, meu amor? — murmurei, me abaixando e puxando o queixo dele pra cima.
— Isso aqui é o que te faz gemer como uma putinha.
— E hoje, você vai gozar na frente da sua amante. De pau mole.
— Pra ela ver o que eu fiz com o machinho dela.
Ele engoliu em seco.
As bochechas vermelhas. O pau? Já nem reagia.
— Vira. Mostra esse cuzinho.
E empina.
Ele virou. Colocou-se de quatro no tapete. A saia levantou, revelando a calcinha enfiada, o plug aninhado no meio da bunda.
Delicadamente, puxei a peça.
Ela saiu molhada.
— Já tá se abrindo todo, né, sua vadia. Vai implorar por rola no cu igual cachorra.
Lubrifiquei a ponta do strapon. Posicionei contra o cu dele.
E fui empurrando.
Primeiro devagar.
Depois com mais força.
O gemido que ele soltou não era humano. Era de rendição. De quem sente prazer e vergonha ao mesmo tempo.
Atrás de mim, Jéssica arfava, ainda vendada.
— Tá ouvindo, querida?
— Esse é o homem que você deixou entrar em você.
— Agora ele geme por mim. No cuzinho.
Mezequiel tremia, rebolando, tentando manter o equilíbrio.
Cada estocada fazia a bunda dele balançar, a saia subir mais.
— Isso, rebola.
— Mostra pra tua amante que você é minha menininha, fala que ama rola no cu, seu broxa de merda.
Me aproximei do rosto dele, sem parar de estocar.
— Vai gozar só com meu pau enfiado no teu cu?
— Hein?
— Fala.
— S-sim… — ele gemeu. — Eu vou…
— Então goza. Goza de pau mole. Faz essa vadia da Jéssica ver o tipo de homem que você é agora.
Ele gemeu alto.
O corpo inteiro tremendo.
E então aconteceu.
Gozo. Um espasmo longo, molhado, saindo devagar pelo pau mole e pulsando no cuzinho.
A cena era patética. Perfeita.
A definição do que é ser dominado até a essência ser dilacerada.
Jéssica começou a chorar.
— Por favor… para com isso…
— Você calada é bem mais interessante.
— Tá vendo, Jéssica?
— O pau que você adorava tá mole.
— O cu dele é que serve agora, ele não mete mais, querida. Ele senta. Ele geme. Ele suplica.
Tirei o strapon devagar, com estalo molhado. Mezequiel caiu pro lado, exausto, gozo pingando da virilha.
Me levantei, respirei fundo e fui até Jéssica.
Ajoelhei ao lado dela, passei os dedos em sua coxa.
— Quer saber o mais bonito disso tudo?
— Eu não tirei ele de você.
— Eu mostrei quem ele realmente é.
Toquei entre suas pernas — ela estava molhada.
Mesmo chorando.
Mesmo presa.
— Tá com nojo ou com tesão?
Ela não respondeu.
— Tanto faz.
Você vai continuar assistindo.
Porque a noite tá só começando.