Parte 1
O sábado amanheceu chuvoso, o céu encoberto num tom cinza opaco e constante. As gotas batiam nos vidros do pequeno apartamento com uma suavidade hipnótica. Lá dentro, o frio era vencido por um leve aquecedor e o aroma reconfortante de café recém-passado.
Luiza despertou lentamente sob os lençóis, enrolada no cobertor. Estava com sua calcinha de algodão branquinha e um baby doll rosinha de alcinhas finas, já com os mamilos salientes marcando o tecido. Seus cabelos, agora crescendo aos poucos, quase tocavam os ombros. Ela gostava da forma como começavam a emoldurar seu rosto — mais suaves, mais femininos.
Ao levantar, seguiu até o banheiro e sentou-se no vaso como já era seu novo costume. A sensação da calcinha sendo puxada lentamente para baixo, da pele lisinha tocando o assento frio, e do xixi escorrendo silencioso entre as pernas, fazia parte da rotina que, aos poucos, se tornava natural.
Após urinar, olhou-se no espelho por um instante e decidiu que também faria sua chuca — hábito que vinha sendo incentivado discretamente por Aline. Preparou tudo, com calma, e executou o processo com leveza e cuidado. Era mais uma etapa do corpo obedecendo comandos que antes lhe pareceriam impensáveis.
Depois do banho, vestiu-se para cuidar da casa. Escolheu seu shortinho rosa claro, justíssimo, que abraçava suas novas formas ainda discretas, mas cada vez mais delicadas. Por cima, apenas um top branco de malha fina, tão justo que os pequenos volumes em seu peito ficavam evidentes, com os mamilos querendo apontar sob o tecido. A imagem refletida no espelho a fez corar. Uma parte dela odiava aquilo… mas outra já não conseguia deixar de olhar.
Ligou o som com uma playlist suave e sensual e começou a faxina: espanador, pano úmido, produtos com perfume floral. O apartamento tomava cheiro de limpeza e cuidado. O mesmo cuidado que ela passava a ter com os detalhes: dobrava panos com precisão, ajeitava os livros por cor, perfumava o sofá com spray de lavanda.
Entre uma tarefa e outra, pegou o celular e viu duas mensagens de Aline.
Aline:
“Bom dia, florzinha de calcinha.” 🌸
“Dormiu com a bundinha pra cima, foi?”
Luiza:
"Bom dia... tava tão cansada que nem vi a hora de virar de lado."
Aline:
“Não minta pra mim. Aposto que sonhou com aquele pau grosso do Roberto. 😏”
“Te imagino dormindo só de calcinha… toda arrepiadinha. Já sentiu falta de um homem de verdade hoje?”
Luiza leu as mensagens com os olhos arregalados, o coração batendo acelerado. Hesitou… mas respondeu:
Luiza:
“Aline… que horror… ainda nem tomei café…”
"Mas confesso que… sonhei com alguma coisa sim."
Aline:
“‘Alguma coisa’? Hmm... conta. Vai. Só entre meninas…”
Luiza:
"Era algo com mãos grandes... eu meio deitada de lado... acho que me seguravam pelos quadris."
Aline reagiu com emojis de fogo e língua pra fora.
Aline:
“Aff, Lu... assim eu me apaixono por você.”
"Você vai acabar me obrigando a te levar pra minha cama um dia desses…"
Luiza mordeu o lábio e colocou o celular de lado, o rosto corado, as pernas apertadas discretamente uma contra a outra. Respirou fundo e voltou à limpeza, tentando afastar os pensamentos.
Ao final da faxina, sentou-se com um suco e olhou o apartamento limpo, perfumado, acolhedor. Tudo ali parecia mais… feminino. E ela, no centro de tudo, também.
A noite caiu silenciosa e fria. Luiza assistiu a uma comédia romântica antiga, deitada com meias e uma blusinha de manga longa. Já era quase meia-noite quando se deitou por completo.
Acordou no domingo com o mesmo clima chuvoso. Aline e Júlio vieram tomar café da manhã com ela, levando pães, queijo quente e um bolo que Júlio havia feito. Luiza vestia um pijama fofo, com calça e blusa combinando. Aline reparou:
— Rosinha… com coelhinhos? Que perigo, Lu…
Durante o café, entre risos e cafés quentes, Aline soltava provocações leves:
— Qual foi a cor da calcinha de ontem, hein? Aposto que combinava com o humor…
Luiza sorriu envergonhada, mas respondeu:
— Era branca… algodão… mas tava um pouquinho... apertada demais.
— Hmmm, gosto assim. Calcinha cavando… é um sinal de que você está ficando no ponto, fêmea. — murmurou Aline, fazendo Júlio rir com a boca cheia.
Luiza fingiu revirar os olhos, mas por dentro se sentia… desejada. Incluída.
A semana seguinte seguiu a rotina: trabalho, mensagens, treinos.
Segunda e quarta, logo cedo, academia com Vanessa. Ela percebia cada mínimo detalhe:
— Os mamilos estão marcando, princesa… vai ser difícil esconder, viu?
— E esses passinhos curtos… se continuar rebolando assim, vai ter homem se machucando no espelho da musculação.
Luiza ria, tímida, mas fazia de tudo para parecer natural. Quando se abaixava para alongar, Vanessa observava com atenção:
— Tem que se depilar direitinho, tá? Tá chegando a hora de deixar tudo lisinho pra mostrar mais que só a barriguinha…
Quinta-feira, por volta das 16h, Luiza digitou discretamente no chat com Aline:
Luiza:
“Amiga… posso sair um pouco mais cedo hoje?”
“Tenho consulta com a Dra. Helena…”
Aline respondeu em segundos:
Aline:
“Claro que sim. Quero tudo muito bem conversado com ela. Depois me conta, tá?”
Luiza fechou o notebook, arrumou a bolsa e se levantou.
Estava indo ao encontro de sua endocrinologista.
Mas no fundo, sabia que não era apenas uma consulta qualquer…
Era mais um passo.
[ CONTINUA...]
Espero que estejam gostando. Se puder comentem. Bjss.
