Laços Proibidos: As Relações Secretas na Empresa e na Família ( parte 18) continuação!

Um conto erótico de Carlos
Categoria: Heterossexual
Contém 5389 palavras
Data: 13/07/2025 00:32:55
Assuntos: Heterossexual

Ela foi na frente, e eu fui um pouco depois. Quando ela chegou na piscina, vi de longe ela pulando de uma vez, quebrando a superfície azul com um estalo que espalhou respingos por todos os lados. Quando cheguei na piscina, sentei ao lado da Andressa, sentindo depois o azulejo áspero contra a pele úmida da perna. Ela observava tranquilamente. O ar cheirava a cloro e protetor solar, misturado às gargalhadas que ecoavam como um coro leve. Mayara emergiu devagar, erguendo o rosto em meio às ondas que se formaram ao redor dela, e deslizou as mãos pelos cabelos, alisando-os para trás enquanto a água ainda escorria por seus ombros. Vanessa me lançou um sorriso malicioso, com faíscas cúmplices nos olhos, como se adivinhasse exatamente o que eu tinha feito, e Karina, lógico, não deixou passar — seu olhar se acendeu, quase saboreando a cena, pronta para soltar alguma provocação.

— Sabia que vocês estavam aprontando. Falei pras meninas quando vi que tinham sumido.

As três riram.

— Nossa, mas foi rápido, hein? — provocou Vanessa.

— Foi só uma preliminar — disparou Mayara, debochada.

A gargalhada estourou outra vez, mas Andressa pareceu querer desaparecer atrás do próprio cabelo, encolhida, olhando para a água como se quisesse sumir ali. Ainda assim, inclinou-se discretamente na minha direção, baixinho, só pra mim:

— Essa Mayara não presta...

O sorriso dela era diferente: tímido, mas cúmplice, como quem dividia um segredo.

— Tô lascado com ela, né? — falei, num tom brincalhão, pra tentar deixá-la mais à vontade.

Ela respirou fundo, ajeitando o cabelo atrás da orelha, e me olhou de relance, ganhando um pouquinho de coragem:

— Tá, sim. Ela é doida e perigosa — disse, num sussurro quase protetor, como se quisesse me livrar de um tombo.

Dei uma risada leve, meio sem jeito, tentando disfarçar:

— Bom... também não sou lá muito normal. Fico com a sua prima, mesmo sabendo que ela tem noivo..

Andressa ergueu o rosto de novo, e havia algo de verdadeiro no jeito como me olhou.

— Eu achei que você fosse mais esperto — comentou, balançando devagar as pernas na água.

— Esperto como? — perguntei, curioso.

Ela hesitou, mas decidiu falar, confiando em mim:

— Sei lá... da outra vez que você veio, as meninas solteiras comentando de você, todas querendo te conhecer... e você vai se enrolar logo com a Mayara? — Um sorriso sem jeito escapou. — Não sei se você é inocente ou se... gosta de encrenca.

— Não sou inocente — falei, dando de ombros — mas também não sou vilão de novela. Às vezes a gente cai... nas armadilhas certas.

Ela soltou um riso contido, mas havia calor naquele riso.

— Ou nas erradas — completou, com um brilho no olhar que mostrava que ela me entendia de verdade.

Assenti, gostando daquela troca sincera:

— É...

Andressa respirou fundo e ajeitou de novo o cabelo, num gesto de timidez que, de repente, pareceu menos defensivo e mais carinhoso.

— Cuidado com ela — disse, num tom de quem se importa. — A Mayara adora brincar com as pessoas.

Eu senti que aquilo não era fofoca, mas um aviso honesto, quase um cuidado amigo.

— Valeu — falei, sorrindo discreto. — Vou ficar esperto. Mas e você? Costuma ficar sempre quietinha no seu canto ou se joga de vez em quando?

Ela me olhou surpresa, depois abaixou os olhos e mexeu a água com a ponta dos dedos, pensando antes de responder:

— Eu sou de canto. É mais... seguro — confessou, com uma vulnerabilidade que me deu vontade de protegê-la.

— Mas às vezes — falei, num tom calmo, sem forçar — é do canto que a gente entende melhor o que tá acontecendo. Né?

Ela me encarou, os olhos um pouco mais confiantes, como quem agradece por ser vista sem julgamento.

— É... — concordou, num sussurro suave.

— Desculpa — falei, sorrindo de leve — eu tenho mania de querer entender todo mundo. Sou meio curioso.

Andressa sorriu de volta, ainda acanhada, mas havia ali um traço de cumplicidade que não tinha antes.

— Eu também sou — murmurou, como se estivesse admitindo um segredo guardado fazia tempo.

Antes que eu pudesse continuar, a voz da Mayara soou de repente.

— Carloooos !

Troquei um olhar rápido com Andressa, levantando as sobrancelhas, e ela me devolveu um sorriso contido, quase divertido, como se já fôssemos parceiros de confidências.

— Acho que fui convocado — brinquei, e ela balançou a cabeça num gesto cúmplice.

— Boa sorte.

Ela riu baixinho. Levantei e fui até a escada da piscina, entrando devagar, sentindo a água gelada subir pelas pernas.

— Aff, que medo é esse, Carlos? — gritou Mayara, se divertindo. — Parece um tio de quarenta anos!

— Só não quero morrer afogado, tá bom?

Mayara virou pra prima e chamou:

— Anda, Andressa! Vem também! Tá ótimo aqui!

Andressa já estava sentada na beirada, pés dentro d’água, vestindo uma camiseta larga e shorts folgados. Lançou pra prima um olhar atravessado.

— Gente, repara — provocou Mayara. — Essa menina tem um corpo lindo e vive se escondendo debaixo de pano! Parece freira!

Andressa revirou os olhos e respondeu, seca:

— Você queria o quê? Que eu fosse igual a você? Duas do seu tipo na mesma família não ia dar certo.

Mayara arregalou os olhos, fingindo ofensa, mas explodiu em risadas. As outras meninas acompanharam, e Andressa, com um sorriso vitorioso, escorregou devagar pra dentro da água, submergindo até os ombros.

Do meu canto, não consegui segurar um sorriso discreto. Achei engraçado o jeito que ela rebateu, com firmeza, sem frescura.

A tarde seguiu num clima leve. Nós cinco ficamos conversando, brincando, enquanto Karina, Vanessa e Mayara se revezavam entre a piscina e os copos de bebida. Eu e Andressa nos mantivemos mais quieto, até que o entardecer esfriou o vento e resolvemos sair.

Elas foram tomar banho e trocar de roupa, enquanto eu fiquei na varanda mexendo no celular. Respirei fundo e mandei mensagem pra Rafa:

> Eu

Oi... tudo bem? Tá um pouco melhor?

> Rafa

oi... mais ou menos. o escroto do jonathan não para de postar foto com a camile. ele tá me provocando.

> Eu

(demoro a digitar, relendo mil vezes)

Tenta se distrair. Sai um pouco, sei lá…

> Rafa

não dá. só consigo pensar que destruí tudo com a minha melhor amiga.

a camille é... depois dos meus pais, a pessoa que eu mais amo.

> Eu

(a culpa bate como um soco)

Eu sei...

Também me sinto um lixo, Rafa.

A verdade é que eu não paro de pensar nisso.

A gente errou. E feio.

> Rafa

não foi só erro. eu queria. você também.

não foi à toa.

> Eu

(respiro, quase apago, mas envio assim mesmo)

Na hora pareceu certo. Mas agora...

só consigo pensar no estrago.

Pior é sentir que perdi alguém.

Não só a Camile.

Você também.

> Rafa

você não me perdeu.

mas eu não sei mais quem sou, depois disso tudo.

não sei se consigo me olhar no espelho sem lembrar dela.

> Eu

(olho pra tela, pesado)

Rafa... não dá pra voltar atrás.

Mas eu não quero fingir que você não importa.

Mesmo depois de tudo.

Queria que a gente ainda fosse algo bom um pro outro.

> Rafa

mesmo só como amigos?

> Eu

(sorrio de canto, com o peito apertado)

Principalmente como amigos.

Do tipo que sabe o pior um do outro e ainda fica.

Se você quiser isso também.

> Rafa

quero sim.

não quero perder mais ninguém.

> Eu

então é isso.

nada de sumir.

se a gente tiver que encarar as consequências...

que seja junto.

> Rafa

fechado.

obrigada. por não me deixar sozinha.

> Eu

Você também me dá força. Tô aqui pra tudo.

Xau.

> Rafa

xau.

Aquela conversa me mexeu de novo. O arrependimento pesava, de ter machucado a Camille, doía como farpa enterrada.

Fui ajudar meu tio a acender as fogueiras no quintal — uma menor, para carne, outra maior, pra gente se reunir depois. Assim que terminamos, fui tomar banho.

Quando voltei para o quarto para pegar minhas coisas para tomar um banho, reparei no cheiro leve de sabonete e creme corporal, e vi Karina e Andressa dormindo deitadas na cama, enquanto Mayara, no colchão, estava com a minha camiseta, cheirando-a perto do rosto como se buscasse conforto. Peguei a toalha, sentindo o tecido ainda um pouco úmido, e fui para o banheiro.

No banho, a conversa com a Rafa ainda martelava na minha cabeça. A água quente caiu nos meus ombros, aliviando um pouco a tensão. Depois de me lavar, voltei e coloquei a toalha dobrada com cuidado em cima da cômoda, tentando não fazer barulho. Quando eu ia sair, ouvi Mayara sussurrar:

— Ei, gostoso... deita aqui comigo.

— Melhor não... a casa tá cheia.

— Vem logo — insistiu, com aquele sorriso safado que eu já conhecia tão bem.

— Pode entrar alguém — falei, meio desconfiado.

— Ninguém vai entrar — ela garantiu. — A Ka avisou pra mãe dela que ia tirar um cochilo e que era pra não deixar ninguém entrar no quarto. Tá tudo certo.

— Tem certeza? — ainda hesitei. — Se alguém ver a gente junto? O pessoal daqui que te conhece, sabe que você é noiva. Isso pode dar uma merda do caralho.

— Justamente — ela mordeu o canto da boca. — É isso que me dá mais tesão.

Suspirei, derrotado, e me deitei ao lado dela. O beijo chegou quente, língua macia, a respiração dela invadindo a minha, misturada com um cheiro leve de bebida e perfume doce.

— Você é doida — falei, entre um beijo e outro, quase sem fôlego. — Bem que a Andressa falou.

— Esquece a Andressa — rebateu, impaciente. — Aquela ali é santinha demais. Você não vai pegar ela nunca.

— Eu nem quero — respondi, firme. — Só achei legal trocar uma ideia com ela, só isso.

— Então cala a boca — rosnou, agarrando de novo minha boca.

Deitei no colchão de solteiro. Ficamos ali apertadinho, de frente um para o outro, os corpos quase se encaixando no espaço curto. A coxa quente dela roçou contra o meu pau, que endureceu na hora, pulsando contra o tecido do short. A pélvis dela começou a deslizar num vai e vem lento, pressionando e roçando meu corpo, como se testasse o quanto eu aguentava.

Mayara me pegou pela mão e colocou nos seios dela, a pele quente, o mamilo rígido sob a ponta dos meus dedos. Cada toque fazia ela arrepiar, vibrar baixinho, segurando o gemido na garganta. A outra mão dela foi direto para dentro do meu short, o calor dos dedos encontrando meu pau duro, apertando com força, subindo e descendo num ritmo torturante.

Sem dó, empurrou minha outra mão para dentro do short dela, onde o calor úmido já escorria, denso, um cheiro forte de tesão misturado ao perfume do sabonete que ainda grudava na pele. Eu comecei a massagear o clitóris, sentindo o corpo dela reagir na hora, tremendo, a respiração picotada, as coxas apertando minha mão como se não quisessem soltar.

Ela pegou a camiseta e mordeu pra abafar os sons, mas ainda escapavam gemidos abafados, curtos, desesperados. A pélvis dela rebolava na minha mão, buscando mais, como se quisesse ser devorada inteira.

O orgasmo veio rápido — senti o corpo dela travar, depois estremecer violentamente, enquanto um calor intenso se espalhava pelos meus dedos. Ela se contorcia, rangendo os dentes na camiseta, libertando um gemido sufocado e urgente. Ficou arfando, a testa colada no meu peito, até recuperar o fôlego.

Logo depois, arrancou a camiseta da boca e enfiou na minha, me calando, enquanto começou a me masturbar com firmeza, a mão quente e pegajosa apertando meu pau duro, esfregando e acelerando sem parar. Meu corpo se contorceu, a pressão subindo como uma mola comprimida, até que explodi em um jorro quente, forte e descontrolado, espirrando na mão dela.

Mayara nem piscou — lambeu tudo devagar, sem pudor, me encarando intensamente, e depois passou a língua nos dedos como se fosse mel.

Nós dois ficamos deitados, respirando juntos, sentindo o calor e a umidade que ainda pairavam no ar.

Karina estava deitada na cama, olhando por cima da borda, os olhos brilhando com um sorriso meio debochado:

— Vocês dois não têm jeito — murmurou, divertida. — Eu não sei de onde vem tanto fogo assim.

Mayara soltou aquele sorriso safado, enquanto Karina caiu na gargalhada. Andressa, assustada, despertou sem entender nada, o olhar ainda pesado de sono, e lançou um gesto confuso para nós — eu e Mayara com as roupas todas tortas, um dos seios dela quase escapando da blusa, a pele ainda arrepiada do toque que parecia ecoar.

Andressa não disse nada, apenas fitou Mayara e balançou a cabeça em negação, num gesto silencioso de quem já previa confusão.

Nós nos recompusemos, ajeitando as roupas às pressas, e ficamos ali mais um pouco, tentando recuperar o fôlego; o clima era leve, ríamos e trocávamos provocações, enquanto Andressa mantinha um sorriso contido, tímida no canto dela, observando tudo em silêncio.

Depois de alguns minutos, ouvi meu tio bater na porta, a voz grave me chamando para ajudar com a carne — o som trazendo de volta um sopro de realidade no meio daquele quarto cheio de risos e suspiros.

Quando comecei a me levantar, Mayara me puxou pela camiseta de novo e colou a boca na minha, num beijo quente e urgente, como se quisesse gravar o gosto na minha língua antes de me deixar sair.

Me ergui devagar, sentindo o peso do beijo da Mayara ainda grudado na memória, e fui para ajudar meu tio. Elas também se levantaram, ajeitando as roupas com risadinhas baixas e olhares cúmplices. Ao sair do quarto — que dava de frente para o banheiro — notei Vanessa encostada na parede, a toalha levemente escorregada nos ombros, esperando a vez dela entrar no banheiro. Primeiro, ela olhou cuidadosamente para os lados, certificando-se de que ninguém estava vendo. Só então, me deu um selinho rápido e um tapa leve na minha bunda. Com uma piscadinha safada, continuou ali, aguardando alguém sair do banheiro.Saí para o quintal e fui ajudar espetamos as carnes e cravamos no chão em volta da fogueira menor.

O friozinho já tomava conta do ar, aquele frescor que arrepiava a pele de leve. Antes mesmo das meninas saírem, algumas pessoas já iam chegando, trazendo falas altas e risadas para o quintal. Quando elas apareceram lindas — cabelos soltos balançando com a brisa, perfume , sorrisos ansiosos — logo se misturaram no vai e vem do pessoal reunido perto das fogueiras, com um brilho no olhar de quem queria aproveitar cada segundo daquela noite.

Mais gente foi chegando, espalhando energia boa, abraços apertados de reencontro, mãos batendo nos ombros, vozes que falavam ao mesmo tempo. A fogueira maior estalava firme, lançando calor na roda que se formava ao redor, iluminando cada rosto com o balé vivo das chamas, pintando a pele de tons de laranja e ouro, como uma moldura vibrante para aquele momento.

Almofadas e lençóis coloridos cobriam o chão, transformando o canto em um refúgio aconchegante. Alguns se ajeitavam sobre tocos de madeira que serviam de bancos improvisados, outros se espalhavam em grupos de três ou quatro, dividindo cobertas, risadas e histórias, embalados pela melodia suave do violão que vibrava ao fundo, quase como um sopro de calma.

O cheiro da carne assando na fogueira menor se misturava ao perfume rústico da lenha, aguçando a fome e dando ainda mais vontade de ficar ali a noite inteira. Latas de cerveja passavam de mão em mão, garrafas de vinho também, e todo mundo parecia leve, entregue ao clima de luau — o fogo, a brisa, as vozes, tudo pulsando num compasso só, como se fosse um só corpo respirando junto.

Eu estava sentado sobre um lençol estendido perto da fogueira, sentindo o calor das chamas aquecer meu corpo, enquanto o frescor da noite se equilibrava no rosto. O violão seguia dedilhando acordes leves, e as vozes se misturavam numa canção animada que todo mundo parecia conhecer de cor — risadas e palmas embalavam a música, criando uma vibração gostosa no ar.

Foi quando Andressa se aproximou devagar, passos quase silenciosos, como quem não queria espantar a minha atenção, e se acomodou ao meu lado sobre o lençol estendido. Ela permaneceu ali por um instante, calada, os olhos fixos nas labaredas da fogueira, antes de me encarar com aquela expressão suave, um traço de curiosidade misturado a uma preocupação delicada.

Não era exatamente tristeza que passava no meu rosto, mas Andressa reconheceu de cara aquele peso discreto no meu olhar — uma sombra teimosa, difícil de disfarçar. O jeito que meus lábios não se abriam tanto quanto no resto do dia, a contração quase imperceptível na minha testa, tudo entregava o que eu não tinha coragem, ou não estava pronto, para dizer em voz alta.

Ela não disse nada de imediato. Apenas se ajeitou um pouco mais perto de mim, deixando que o calor do fogo e o silêncio confortável falassem por nós. O crepitar das chamas embalava o momento, enquanto a roda ao redor projetava sombras que dançavam em nossos rostos.

Senti o leve tremor do seu corpo ao se aproximar, um gesto quase tímido que trazia uma sensação de calma e proximidade. O espaço entre nós parecia se dissolver, tornando desnecessárias as palavras.

Então, sua voz suave quebrou o silêncio — um sussurro baixo, quase tímido:

— Você tá diferente de mais cedo… Seu olhar tá mais fechado, mais triste.

Os olhos dela, cheios de curiosidade e uma preocupação delicada, me fizeram sentir um aperto no peito, como se ela enxergasse um peso que eu tentava esconder. Aquela pergunta silenciosa pairava no ar, convidando uma resposta que eu ainda não sabia dar.

Eu virei o rosto, forçando um sorriso meio torto, meio sem jeito, numa tentativa de disfarçar o aperto no peito.

— Às vezes a cabeça pesa mais do que o corpo aguenta — soltei num tom calmo, acompanhando com o olhar as chamas que dançavam e estalavam diante de nós.

Ela apenas assentiu, sem precisar dizer nada, um movimento simples que carregava uma compreensão silenciosa. Ficou ali, dividindo aquele instante comigo, enquanto o resto da turma cantava e batia palmas em outro ritmo, distante, como se pertencesse a outra dimensão.

Por um momento, parecia que a gente vivia em mundos paralelos — um universo vivo de música, gargalhadas e luz ao redor, e o nosso cantinho calmo, protegido, onde a conversa ainda tinha muito pra acontecer.

— O que aconteceu? No quarto parecia que você e a Mayara estavam se divertindo.

— Não tem nada a ver com a sua prima. É outra coisa.

Ela inclinou um pouco a cabeça, os olhos fixos nos meus, atentos.

— Quer falar sobre isso? — perguntou com um tom calmo, mas um olhar carregado de cuidado.

— É complicado... Não quero te encher com isso.

Ela não respondeu de imediato. Só se aproximou um pouco mais no lençol e encostou levemente o ombro no meu, como quem queria dizer “tô aqui”.

— Você não tá me enchendo, não — disse com um sorriso quase sussurrado. — Eu sei que a gente não se conhece há muito tempo, mas… pode confiar em mim.

A música ao fundo crescia, palmas e risadas, gente cantando alto. Mesmo assim, eu sentia só a presença dela. O modo como me olhava... tímida, mas com uma atenção silenciosa, delicada.

— Vamos lá na varanda? Aqui tá muito barulho — sugeri.

Ela assentiu. Quando nos levantamos, percebi Mayara do outro lado da roda. Ela nos encarava com uma expressão que misturava desconfiança e irritação, mas não podia dizer nada — todos ali sabiam que ela era noiva.

Na varanda, o ar estava mais fresco, mais quieto. Eu me apoiei no parapeito e comecei a falar.

Falei da Helena. Falei da Camille. Falei da Rafa. Falei como ainda me doía o que tinha acontecido com a Camille, o que eu tinha feito com ela. As palavras vinham atropeladas, como se estivessem presas fazia tempo e agora não cabessem mais dentro de mim.

Ela ficou em silêncio o tempo todo. Ouvia com atenção real — não aquela escuta educada que finge presença. Os olhos dela reagiam a cada parte da história: às vezes arregalados, às vezes com uma sobrancelha arqueada, outras com um brilho triste, com uma ternura contida, como quem entende sem precisar dizer nada. Mas nunca julgamento. Nem uma vírgula de condenação.

Quando mencionei o que me doía de verdade, ela apenas se aproximou mais, quase imperceptível, e aquilo bastou. Era como se dissesse “tô aqui” com o corpo, não com palavras.

Foi aí que me dei conta: as pessoas que estavam comigo há tanto tempo nunca tinham me ouvido assim. Nunca abriram esse espaço.

E ela, que até então era quase uma desconhecida, estava ali, segurando meu desabafo como quem segura algo precioso — com delicadeza, com cuidado, com uma força que não gritava, mas sustentava.

Ficamos ali quase uma hora. Ao fundo, a festa continuava, vozes, gargalhadas, gente batucando copo, assando carne, rindo alto. E eu, ali, me perguntando por que era tão fácil confiar nela.

Quando voltamos pra fogueira, parecia que algo dentro de mim tinha mudado.

Ou talvez só tivesse, enfim, encontrado alguém que me escutasse de verdade.

Estávamos conversando, rindo baixo entre uma música e outra, quando um carro prata entrou pela porteira. Rebaixado, som alto, faróis piscando. Daqueles que anunciam presença antes mesmo de parar. Na hora, percebi: Andressa mudou completamente.

Os olhos dela arregalaram. As bochechas ganharam um tom quente, rosado. E a respiração... mudou. Ficou mais curta, quase trêmula. Ela lançou um olhar rápido na direção do carro — daqueles que vão e voltam num segundo, como se tivesse medo de ser pega no flagrante.

Fingi que não notei. Mas anotei.

A porta do carro se abriu, e de lá saiu um cara alto, magro, com chapéu, cinturão largo e bota de couro. Um cowboy moderno, desses que parecem ter saído direto de um clipe sertanejo. Vi os olhos de Andressa brilharem. Ela tentou disfarçar, virou o rosto, mas eu já tinha flagrado.

Olhei pra ela e deixei escapar uma risadinha.

Ela percebeu e me encarou, curiosa.

— O que foi?

— Quem é ele? — perguntei, mantendo o tom casual.

— É... é o Zeca — disse ela, gaguejando, ainda sem olhar pra mim. — Primo do Lauro.

A noite seguiu, mas o olhar dela não largava o Zeca nem por um segundo. Ele era boa pinta, carismático, e quando chegou, quase todas as meninas gravitaram em volta dele. Até a Karina, que geralmente fazia charme, foi se aproximando, rindo alto demais das piadas dele.

— Tá afim dele, né? — falei, sem rodeios, olhando direto pra ela.

Andressa balançou a cabeça, negando. Mas não precisava de palavras. O corpo dela dizia tudo: o olhar fixo, a postura meio encolhida, o silêncio.

— Pode confiar. Eu confiei em você — disse, tentando quebrar o gelo.

— Não é que eu não confie... — ela murmurou, baixando a cabeça. — É que eu nunca falei disso com ninguém.

Fez uma pausa curta. Respirou fundo.

— Sim. Tô. Mas olha lá... Eu nunca teria chance com ele.

— Vamos lá falar com ele, então.

— Não dá — disse rápido. — As meninas estão tudo em cima dele...

— Tenho um plano — falei, sorrindo de canto.

Me levantei. Ela hesitou, mas veio atrás. Só que, em vez de irmos direto até ele, caminhei até o carro. Fiquei ali, ao lado do possante, fingindo estar mais interessado no carro do que em qualquer outra coisa. Passei a mão pela lataria, observei as rodas larga.

Não demorou.

— E aí, curtiu o possante? — disse ele, vindo até mim com um sorriso largo.

— Cara... demais. O som então, tá absurdo.

Ele abriu o porta-malas, mostrou o sistema de som. Depois me mostrou o interior, falou dos detalhes, das peças que tinha trocado. Conversamos um tempão só sobre carro, como se já nos conhecêssemos. Andressa ficou ali do lado, quieta, um pouco encolhida, mas atenta a cada palavra.

A conversa foi virando. Do carro, passamos pra festas, música, depois infância. Foi aí que puxei Andressa pro papo. Ela entrou tímida, mas bastou uma memória da escola pra que os dois engrenassem numa conversa só deles. Risadas. Histórias. Uma energia boa.

Foi então que inventei uma desculpa qualquer — disse que ia pegar bebida — e deixei os dois lá, sozinhos.

Voltei pra fogueira. Sentei no lençol, quieto, sentindo o calor da chama no rosto e um alívio silencioso no peito. Não sei bem por quê, mas era bom vê-la assim — viva, sorrindo, com os olhos brilhando.

Vanessa apareceu do nada e se sentou ao meu lado.

— Oi, gostoso — sussurrou ela bem pertinho do meu ouvido, com uma voz que arrepiou até a nuca.

Não respondi de cara. Só dei uma piscadinha, deixando que o silêncio falasse por mim.

— Pelo jeito se divertiu com a Mayara... — disse ela, com aquele sorriso sacana e os olhos me analisando de cima a baixo.

— Mas não tanto quanto eu me divirto com você — rebati, com um meio sorriso.

Ela arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços.

— Então você quer me convencer de que uma garota de 19 anos, com tudo em cima, sem filho, pele firme, peito durinho... é menos interessante do que eu? Vai mentir pra quem, Carlinhos? — disse ela, me olhando firme, com aquele sorriso de canto de boca que sabia muito bem o efeito que tinha em mim. E pra completar, ainda me lançou uma piscadinha — dessas que ela soltava quando queria me ver perder o chão por dentro. Funcionava. Sempre funcionava.

Olhei direto nos olhos dela. E respondi, sem desviar:

— Eu não tô mentindo. E você sabe disso.

Ela não sorriu. Mas o olhar entregou. Ela sabia.

Sem chamar atenção, me aproximei um pouco mais — como quem só queria cochichar alguma besteira — e deixei minha mão escorregar de leve pelas costas dela, até parar ali, bem no limite, entre a cintura e o quadril. Pressionei discretamente. Não foi um aperto, foi um aviso. Um gesto pequeno, mas cheio de intenção.

— Ei, cuidado! — disse ela, os olhos arregalados. — Minha irmã tá ali!

Ela lançou um olhar rápido na direção em que minha tia estava.

Fingi um ar inocente, como quem não tinha feito nada demais, mas deixei escapar um sorrisinho de canto.

— Me encontra no estábulo.

— Gatinho, nem pensar. Tem gente demais aqui. Alguém pode ver. E a Mayara não tira o olho de você... Vai perceber na hora.

— Vai primeiro. Passa por dentro da casa e sai pela porta do fundo. Eu vou logo depois.

Ela hesitou por dois segundos, depois mordeu o lábio inferior, olhou em volta e se levantou. Foi até as irmãs, ficou conversando um pouco, rindo alto, como se nada estivesse acontecendo. Depois entrou em casa.

Cinco minutos depois, fiz o mesmo. Atravessei pela cozinha, abri devagar a porta dos fundos e segui na direção do estábulo. Tudo escuro. Peguei o celular e iluminei o caminho com a lanterna, pisando com cuidado na grama úmida.

Ao abrir a porta do estábulo, um cheiro de feno, madeira e calor me envolveu. Lá dentro, no canto mais afastado, ela estava.

Encostada numa das vigas, com os braços cruzados, sorriso no canto da boca e aquele olhar que já dizia tudo.

— Achei que não vinha — disse ela, baixinho.

Dei mais dois passos, sem dizer nada, e fechei a porta atrás de mim.

Fechei a porta devagar, e o silêncio pareceu se aprofundar. Só se ouvia o som abafado das músicas lá longe, da festa. Aqui dentro era outro mundo.

Ela estava encostada numa viga de madeira, braços cruzados, cabelo jogado de lado, como se não estivesse com pressa. Mas os olhos... os olhos denunciavam tudo. Havia desejo ali, e um certo nervosismo escondido atrás do controle forçado.

Dei mais mais alguns passos. Ela me olhou de cima a baixo e mordeu o lábio inferior com força, como se quisesse me provocar — ou evitar sorrir.

— Você é abusado, sabia? — disse ela, quase rindo, com a voz baixa, arranhada.

— E você gosta — respondi, chegando mais perto, até o espaço entre nós desaparecer.

Minhas mãos foram direto pra cintura dela, puxando com calma. Nossos corpos se tocaram e, por um momento, só ficamos ali, respirando um no outro. A pele dela estava quente. A respiração acelerada. O cheiro doce, misturado com suor leve e perfume, me atingia direto — um cheiro que grudava na memória.

— Se alguém entrar aqui... — ela começou a dizer, mas minha boca calou a dela num beijo lento, molhado, com as línguas se encontrando num ritmo que dizia mais que qualquer palavra.

As mãos dela subiram pelo meu peito, pressionaram meus ombros, depois desceram pelas minhas costas. Cada toque dela era firme, cheio de vontade acumulada. Quando minha mão desceu pela curva da bunda, ela gemeu baixinho contra minha boca e puxou meu cabelo com força.

— Você não presta — sussurrou, mordendo meu lábio.

— E mesmo assim tá aqui — falei, sorrindo contra a pele dela.

Ela me empurrou levemente pelo peito, sem dizer nada — virou de costas com naturalidade e foi até a parede de madeira do estábulo. Encostou-se ali, arqueando as costas e me lançando um olhar por cima do ombro, como um convite mudo. Eu entendi.

Com jeitinho, me aproximei por trás. Uma das mãos desceu pela coxa dela até levantar o vestido. Ela apoiou as mãos na madeira, oferecendo o corpo com uma naturalidade que vinha da confiança e da vontade.

Minhas mãos deslizaram por baixo da calcinha, apertando a carne com vontade, sentindo a pele quente, viva. Quando passei os dedos entre suas pernas, senti o quanto ela já estava molhada. Ela mordeu o lábio, tentando conter um gemido.

— Quietinha... — falei baixinho, beijando o pescoço dela.

— Cala a boca e mete — respondeu, num sussurro urgente.

Abaixei só o suficiente a calça, tirei a calcinha dela com uma mão, enfiando-a no bolso com a outra. Me encaixei por trás, roçando a glande na entrada quente e úmida. Ela jogou a cabeça pra trás, o corpo pedindo, sem mais espera.

Entrei devagar, sentindo cada centímetro ser engolido por aquele calor apertado. Ela arfou, o corpo tremendo leve contra o meu. Segurei firme em sua cintura e comecei a bombar num ritmo lento e profundo, fazendo a madeira ranger sob nossas respirações descompassadas.

Ela tentava segurar os gemidos, mas vez ou outra deixava escapar um “ah” abafado, um “assim...”, um “vai...”.

Aumentei o ritmo. O som dos corpos se chocando. As coxas dela tremiam, as mãos escorregavam na parede de tanto suor.

De repente, ela virou o rosto para mim, olhando por cima do ombro com um sorriso safado, suado, cheio de fogo.

— Goza dentro. Quero sentir tudo.

Aquela frase me atravessou. Segurei mais firme, afundei até o limite e gozei com um gemido rouco, contra o pescoço dela, sentindo o corpo inteiro estremecer. Ela também gozou logo em seguida, o corpo travando e depois amolecendo contra o meu, como se tivesse se desfeito ali.

Ficamos abraçados por alguns segundos, ofegantes, corações acelerados. Nenhuma palavra. Só o som dos dois respirando, misturados.

Depois ela se ajeitou, pegou a calcinha do meu bolso e sorriu, enfiando dentro do sutiã.

— Essa fica comigo.

— Abusada — falei, rindo.

Ela saiu primeiro, pela lateral, caminhando com calma como se nada tivesse acontecido. Esperei um pouco, respirei fundo e saí logo depois, com o corpo leve mas a cabeça ainda cabeça cheia.

O ar fresco da noite me atingiu em cheio quando saí do estábulo. Ainda estava com o corpo quente, pele úmida, coração desacelerando aos poucos — mas a mente, essa, seguia acelerada. O som da festa seguia lá no fundo: música animada, risadas altas, vozes se misturando ao cheiro de fumaça e carne assando.

Andei devagar, como quem precisava de tempo pra voltar a ser o que era antes de entrar ali.

Quando olhei de longe, vi Vanessa já no quintal, perto das irmãs. Ria alto de alguma coisa, como se não tivesse acabado de me deixar com as mãos cravadas na cintura dela, com o corpo tremendo. Era boa nisso — em voltar como se nada.

Mas eu conhecia o olhar.

Mesmo de longe, percebi: tinha um brilho diferente. Um traço de prazer mal escondido, o canto da boca ainda torto de quem sabia o que tinha feito. E o jeito como cruzou os braços quando me viu chegando... era uma provocação silenciosa. Nosso código.

Fui até a mesa, peguei um copo qualquer, tomei sem perguntar o que era. Precisava ocupar as mãos. Tentar parecer normal.

Sentei perto da fogueira, respirei fundo. A noite seguia viva ao redor. Mas entre nós dois havia um silêncio carregado. Um pacto mudo.

E o mais louco de tudo era isso: não era a primeira vez. Eu já conhecia o corpo dela. O gosto, o jeito que ela apertava os olhos quando gozava, o modo como ria baixinho depois, com a boca colada no meu ouvido.

Mas, mesmo assim, toda vez parecia nova.

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