O CONDOMÍNIO - MIRELA
Condomínio é um lugar em que vivem muitas pessoas num espaço determinado e seguro, de livre trânsito para os que moram nele, familiares e convidados. Quanto mais pessoas, mais expectativas e objetivos diferentes, maior variação de ideias e ações e uma gama de personalidades e estilos de vida. Assim, encontra-se no condomínio fechado horizontal, uma diversidade cultural de pensamentos e de comportamentos, desde a carolice até a putaria, labutadores e vadios, variadas personalidades. Jovens, idosos, crianças, homens e mulheres disputam seus espaços de vida no condomínio, dividindo-os com seus pets, cães e gatos em sua maioria.
Meu condomínio foi construído na encosta leste de um cerro, frente para o sol da manhã, linda a vista. São poucas casas ao longo de uma ruazinha tortuosa ajardinada, cobrinha, como disse a guria da vidraçaria, e com grandes gramados debruando suas margens. Minha casa não é a mais alta mas tem muitas que estão em um nível inferior. A da minha vizinha da direita é uma delas e dividimos o visual em 3 pontos: o pátio dos fundos, um jardim de inverno na casa dela, ao lado da sala de estar, e o jardim frontal.
A mulher é uma negra alta, corpulenta, feia de rosto mas com belas curvas nos lugares certos. Tem o corpo recheado sem ser gorda; suas roupas justas mostram isso. Reservada, “bom dia, boa tarde”, sempre nos cumprimentava cordialmente mas sem emoção, aparentemente. Um final de tarde, eu estava no terraço com os cachorros e ela me cumprimentou, sorridente, e puxou assunto sobre os animais – ela tinha 3 gatos. Chamou minha atenção a forma como ela se dirigia a mim, diferente dos encontros anteriores quando minha ex-mulher estava junto.
- Preciso ir, disse ela, vou aproveitar o calor e dar banho nos gatinhos. E entrou em sua casa.
Continuei no terraço com os cachorros, brincando e, vez por outra, chegando próximo à mureta em que tinha visão do jardim de inverno da casa vizinha. Numa dessas ocasiões, vi a mulher, que nem sei o nome, passar pela sala de sutiã e calcinha marrons. Parecia estar nua tal era a semelhança das cores com a sua pele; fixei o olhar. Pouco depois, ela passou novamente e, tive a impressão, cuidou se eu estava no terraço. Recolhi o rosto, rapidamente, e dei um jeito de me esgueirar próximo à mureta sem aparecer muito. Funcionou. Ela passou novamente, agora nua de fato, e ficou procurando meu rosto e encontrou apenas o guarda-sol fechado me escondendo. Ficou à vontade, mostrando seu belo corpo afro, suas ancas salientes, peitos pequenos mas bonitos e seu triângulo de Vênus negra com apenas um filete de pelos encaracolados apontando a direção certa. Ela me viu e eu a vi. Mas, fizemos de conta que não. À partir daí, todos os finais de tarde ensolarada eu ia ao terraço com os cachorros e me postava ao lado do guarda-sol para curtir as paisagens: externa, do morro ao longe, e interna, da casa da vizinha onde, com grande frequência, ela aparecia nua em pelo para mostrar seu belo corpo para mim. Como bom voyeur que sou, fingia que não via; ela, como boa propagandista, fazia de conta que não via que eu estava vendo e ficava à disposição para ver e não tocar. Fincamos pé nesse lema tácito: ver e não tocar, fingindo que não viu!
Um dia desses, ela me surpreendeu e me deixou nervoso, sem saber como agir. Bem à tardinha, cheguei no terraço e fui direto para o guarda-sol; olhei para a casa ao lado e a marrom não estava. Na verdade, estava esperando para ver se eu chegava sozinho. Apareceu, sentou-se no sofá, nua como sempre e iniciou uma masturbação. Aos poucos, foi escorregando para o tapete peludo da sala e afastou as pernas para facilitar sua siririca e minha visão. Loucura geral! Manipulava seu grelo róseo com maestria e cada vez mais rápido, dando a impressão de gozo iminente. Não deu outra, estremeceu, sacudindo todo o corpo, e relaxou completamente no tapete. Tive a impressão de ter ouvido um forte gemido, apesar da distância ... Olhou para cima, me viu, e ... sorriu abertamente, gostosamente!
E aí, que faço? Nossa regra tácita era “Olha, mas não toca”. Mas ela nunca tinha se mostrado desse jeito, escancaradamente ... masturbando-se e sorrindo para mim! Será que estava me chamando? Mas, não sei nem o seu nome... o que fazer? Resolvi esperar e não quebrar nosso código de confiança que já durava quase 2 meses.
Nos dias que se seguiram, a diva preta não apareceu nua, apenas vestida e não deu bola para o terraço, nem olhava. Na semana seguinte, porém, ela apareceu na porta do jardim de inverno, vestida, olhou em torno do ambiente, sorriu e voltou para dentro de casa. Minutos depois, voltou, só de calcinha e sutiã, voltou até a porta, olhou para mim, sorriu abertamente e foi para o sofá sentar e se mostrar, como antes. Entendi como um sinal de que meu comportamento foi aprovado e estava de acordo com o que tínhamos combinado, sem ter combinado nada: “Olha, mas não toca”. Por meses, foi essa a nossa relação, exclusivamente visual escondida, como se nenhum de nós visse o outro.
Encontrei a negra no supermercado, fazendo compras, também.
- Boa noite, eu disse.
- Afinal nos encontramos, respondeu ela.
- Muito prazer, sou o Carlos.
- Sou a Mirela, somos vizinhos há tempos e ainda não conversamos.
- Verdade, disse eu, precisamos conversar, afinal, desde que mudei para o condomínio pouco nos encontramos pessoalmente, apenas de longe ...
Ela sorriu, maliciosamente, e continuamos fazendo nossas compras, juntos, agora.
- Porque tu não vais lá em casa tomar um cafezinho, um dia desses?
- Excelente ideia. Tenho uma melhor: ao invés da tua casa, porque não a minha?
- Pois nem na minha nem na tua: será um café à beira do rio, então, longe dos olhos dos curiosos do condomínio, disse Mirela. Dito e feito.
O cafezinho no motel da barra é muito ruim, mas, só o cafezinho! A cama redonda, gigante, rotativa, macia, é deliciosa assim como os seios da Mirela. Durinhos, mamilos pretos como o breu e gostosos como Diamante Negro; suas coxas roliças terminavam em um ângulo “V” com um filete de fios negros encaracolados apontando para a caverna do prazer, o altar do pecado mundano e a catedral erótica dos meus sonhos. Beijamo-nos como se não houvesse amanhã, nos alisamos, esfregamos, masturbamos, chupamos, lambemos e nossas mãos não paravam quietas, nervosas, buscando as cavidades mais recônditas do corpo do parceiro ...Ui! senti uma penetração no meu cu! Meus dedos vingaram minha bunda e cravaram-se, dois juntos, na buceta melada de sucos de prazer. Foi ótimo vê-la arquear os quadris enterrando mais os dedos em sua xoxota, remexendo-se como uma cobra e em busca do prazer iminente. Troquei os dedos pelo cacete duro como rocha e comecei a estocar na buceta, fazendo-a gemer como louca. Quanto mais prazer ela demonstrava, mais prazer eu sentia. A negra urrava como uma leoa, arfava e remexia o corpo como uma sambista na passarela. Até que, em uma arqueada definitiva, gritou e caiu deitada na cama com o corpo tremendo por completo e se esvaindo em gozo. Aí, virei a gigante de ébano de costas e furei sua última defesa, sua retranca definitiva: penetrei seu cu relaxado, fazendo-a gemer ao sentir o caralho lambuzado escorregar pelo reto e se enfiar bunda a dentro e, em duas estocadas, enchê-la de porra quente, o sêmen da imortalidade e da renovação.
- Filho da puta! Comeste meu cu ... era virgem!
Adorei a negra e ela, a mim. Ficamos fregueses dos corpos, um do outro. Cheguei a pensar em visitar a Mirela, de madrugada, para conhecer sua cama em seu território. Depois, pensei que seria muito arriscado, dando mole para as fofoqueiras de plantão e abandonei a ideia. Mas, continuamos com o voyeurismo das tardes ensolaradas e alguns cafezinhos por aí ...
Dias mais tarde, Mirela bateu lá em casa e falou com minha filha que estava me visitando, pedindo ajuda para consertar um aparelho de ginástica que pifara e era indispensável para fisioterapia que ela fazia. Era sexta-feira de noite e a assistência técnica só reabriria na segunda. Fomos até lá, olhei o equipamento e vi que tinha um fiozinho solto na alimentação. Olhei para Mirela que me piscou o olho, disfarçadamente. Olhei, olhei, olhei mais um pouco, tentei ligar, verifiquei a tomada onde estava instalado o equipamento e declarei que precisava de um testador que eu não tinha. Mirela se dispôs a comprar um na manhã seguinte e pediu que eu fosse lá para testar a máquina assim que ela retornasse da ferragem. Ficou assim acertado.
No sábado, bem cedo, tomei a minha ducha matinal e fui para a casa da negra, quase fugido da minha casa onde minha filha e o marido ainda dormiam. Fui recebido pela morena de peito aberto, literalmente, braços abertos, pernas abertas, bunda aberta, boca aberta, enfim, tudo o que pudesse ser penetrado estava aberto, cheiroso e lubrificado, vibrante e esperando a foda. Foi quando conheci a cama da Mirela: menor do que a dos motéis mas muuuiiito mais quente, parecendo que a mulher passou a madrugada inteira se excitando para trepar de manhã. Foi, literalmente, “do caralho”! De quatro, na cama, cheguei ao fundo do seu canal e bati no útero, para o prazer da mulher. No sofá fizemos um 69 intenso, vibrante, lambuzado. Depois, ela sentou no meu colo com as pernas abertas, de frente para mim, cavalgando meu caralho e “peitando” a minha cara. Trepamos até no jardim de inverno, aquele que se enxergava lá de casa, talvez pela excitação da possibilidade de sermos vistos por alguém da rua ou do meu terraço. Ficamos clientes um do outro!
P.S.: Gostei tanto dessa estória que, por vezes, me descubro olhando para a casa da direita, à procura dum jardim de inverno – e de uma mulata – que nunca existiram ...