Depois da nossa última aventura eu e Pedro ficamos alguns dias sem tocar no assunto. Sempre que nos víamos a sombra do que havíamos feito pairava no ar e era inevitável que nossos olhares se demorassem um pouco mais nos corpos um do outro, brilhando com aquela curiosidade de ver de novo o que havíamos visto apenas uma vez. Mas nenhum dos dois tinha coragem para iniciar o assunto.
Era um misto de medo e culpa que carregávamos tanto pelo ideal de masculinidade que havia sido construído internamente em nossas cabeças, quanto pela religião que nos apontava a todos os momentos que o que fizemos e queríamos repetir era errado e nos garantiria um ticket só de ida para o Inferno. Mas a verdade era que uma vez aberta a porta, era quase impossível fechá-la. A companhia do Pedro me dava aquela coceira do tesão. Ficar perto dele me fazia querer explorar, olhar para ele me fazia lembrar de como ele segurava o pau e acariciava o saco enquanto fechava os olhos e se arrepiava de prazer naquela tarde em que compartilhamos nossos corpos nus um com outro. O quarto dele evocava aquilo, as noites que passávamos juntos quase chamavam por uma repetição, isso porque nossos corpos sabiam muito bem que era uma delícia compartilhar prazer com um amigo e, se uma vez já havia sido, gostoso eu ficava imaginando o que outras vezes trariam.
O desejo era tanto que várias vezes fomos enredados pelo retorno das conversas sexuais, dos toques intencionais e da pouca roupa. Nossas ereções eram companheiras constantes nesses momentos e junto delas estava a vontade, nas entrelinhas, de arrancar as cuecas e gozar juntos enquanto falávamos as mais nefastas putarias para apenas nossos ouvidos e os de Deus ouvirem.
Eu me masturbava sozinho pensando em me masturbar com o Pedro. Por mais que ele não fosse o objeto do meu desejo diretamente, ainda sentia muito tesão sabendo que havia compartilhado com ele meus desejos sexuais e tinha dado corpo a eles mesmo que por um só dia. Mas não importava quantas vezes eu gozasse, quantas jatadas eu soltasse, nada substituía a presença do meu amigo enquanto eu vivia aqueles momentos de prazer. A verdade era que o prazer solitário já não tinha mais tanta graça quando eu sabia que ali do lado havia alguém com quem compartilhar aquilo.
Acho que ele se sentiu da mesma forma porque foi ele quem quebrou o gelo e decidiu tomar iniciativa. Da mesma forma que eu arranquei minha roupa primeiro para relevar meu pinto duro no dia em que comparamos nossos tamanhos, ele veio com um convite comum mas que, por algum motivo, eu sabia que escondia um desejo secundário.
— Dorme lá em casa hoje.
Era um convite e também um pedido que eu prontamente aceitei. Sabia que nas palavras dele havia o mesmo desejo que eu tinha e meu tesão já não me deixava em paz há alguns dias. Naquele momento ele era bem maior que o medo ou a vergonha e era hora de satisfazê-lo.
Quando a noite chegou, coloquei um short leve e fui, como sempre, sem cueca para a casa do Pedro. Estava usando uma regata também leve porque sabia que não ia precisar de muita roupa para aquela noite. Quando Pedro atendeu a porta, ele estava do mesmo jeito com exceção da camisa que nele era inexistente. Pedro era o típico cara branco e magrinho que chama atenção por ser caladão e evocar a ideia de mistério. Fora de casa ele raramente tirava a camisa e usava roupas que revelavam pouco do próprio corpo, então havia essa aura de mistério ao redor dele (mistério esse que eu já tinha desvendado).
Naquela noite, porém, caladão não era uma palavra que eu posso usar para descrever ele. Ele estava mais falante que o normal e tinha um sorrisão no rosto quando me recebeu na porta. Me chamou para entrar e já foi tirando das minhas costas a mochila que eu tinha levado com as minhas coisas.
— Minha mãe não tá em casa.
Aquela frase já me contava tudo que eu precisava de saber e eu fui tirando a camisa conforme caminhava para o quarto dele. Mas, ao invés de seguir para o cômodo de costume, Pedro virou no corredor e entrou no quarto da mãe.
— A gente dorme aqui hoje.
O quarto da mãe dele era bem maior, a cama enorme e a televisão era daquelas que ocupa quase a parede toda. Ao entrar no cômodo vi que ele tinha realocado todo o nosso setup de videogame para lá. Por alguns segundos fiquei na dúvida se o código de conduta do quarto dele se aplicava ao quarto da mãe. Ele percebeu e me tranquilizou:
— Fica de boa, mano. Ela não vai saber. Fica à vontade.
Ele deixou minha mochila no canto do quarto e pulou na cama. Segui ele e ficamos os dois jogados na cama, com aquela postura bem displicente, de pernas arreganhadas que eventualmente iam se esfregando de leve uma na outra enquanto a gente conversava e assistia a um filme na TV.
Conversamos sobre os dias anteriores. Eu contei ao Pedro sobre os últimos livros que estava lendo e o que estava jogando. Estávamos jogando o mesmo jogo e ficamos uns minutos conversando sobre ele sem nos mover para de fato jogar no videogame dele. Enquanto isso o filme passava na televisão e nossa atenção passava longe dele.
— Lembra daquela menina que te falei?
— Aquela que vocês ficaram algumas vezes?
— Isso.
Pedro me contou que eles tinham ficado mais duas vezes e fez isso enquanto dava aquela ajeitava marota entre as pernas. Dei uma olhada de canto sabendo que isso era o que ele queria e retribuí o movimento ajeitando o meu pau também. Não foi a menção da ficada que fez com que ele começasse a endurecer, nem mesmo os detalhes que o Pedro deu de como ela tinha passado a mão pelo corpo dele e se esfregado contra ele. Nem mesmo a menção da pegada dela no pau dele enquanto as línguas dos dois se enroscavam foi a responsável. Ok. Talvez tenha sido um pouco sim, mas a visão do meu amigo claramente ficando excitado ao meu lado enquanto eu o acompanhava abrindo mais a perna e ajeitando o pau, agora duro, sem cerimônia foi a maior responsável. Vi os mamilos do Pedro durinhos e ele passando a mão no próprio peito enquanto me descrevia como ela passou a mão nele. Senti meu corpo ficando mais quente enquanto ele acariciava o próprio corpo, descendo pelo torso liso até chegar no meio das pernas.
— Ela apertou sem dó, mano. Esfregou a mão no meu pau e eu já estava todo babado.
— Aposto que queria comer ela lá mesmo.
— Se eu fosse um pouco mais corajoso eu tinha comido.
— Você pegou nela também né?
Ele me disse que apertou a bunda dela e que pegou nos peitos dela. Falou que eram redondinhos e que ele bateu uma pensando em como seria fazer espanhola nela. Demonstrou os movimentos que faria pegando o pau por cima do short com as duas mãos e mexendo o quadril num vai-e-vem safado enquanto mordia o lábio de leve.
— Ia leitar nos peitos e na cara dela.
Pedro sempre falava sobre como queria experimentar espremer seu pau entre um par de seios bem melados e ficava mais empolgado ainda quando dava vazão à imaginação daquela cena. Naquele momento já estávamos os dois batendo punheta por cima do short, completamente sem vergonha e com o cheiro de tesão já inundando o ar.
Pedro levantou da cama, o pau duro apontando para frente, e apagou a luz do quarto. Quando voltou para a cama, veio arrancando o short. Como aquele era o momento pelo qual estávamos esperando eu arranquei meu short também e ficamos ali deitados um ao lado do outro, em cima da cama da mãe do Pedro, pegando nos nossos paus duros. Naquele momento de auge de tesão eu me cheguei mais perto do Pedro e coloquei a perna por cima da perna dele.
— Bota um pornô aí, mano.
Não demorou muito para ele pegar o controle e colocar a senha não tão secreta. Logo tínhamos acesso a um sem fim de filmes pornô com mulheres peitudas e homens com rolas colossais. Em homenagem à nossa conversa, achamos um na qual uma mulher esfregava seus seios brilhantes no pau duro de um ator particularmente grande, tão grande que permitia que ela chupasse a cabeça do pau dele enquanto o masturbava com os seios.
— Puta que pariu. – O Pedro soltou um semi-gemido de prazer.
— Era assim que você ia querer fazer com ela?
— Desse jeitinho.
— Será que ela mama gostoso igual essa aí?
Senti o Pedro se remexendo enquanto batia uma devagar e as nossas coxas se esfregaram. O contato da pele com pele aumentou ainda mais o tesão do momento.
— Com certeza.
A resposta dele veio seguida de outro movimento que esfregou novamente nossas coxas e eu retribuí o mesmo movimento. Com minha coxa por cima não tinha justificativa para o movimento além da vontade de esfregar ela na do meu amigo, ele olhou para mim e continuou o movimento. Alguns segundos se passaram até que se cerimônia ele colocou a mão na minha coxa e começou a acariciar ela no mesmo ritmo em que batia punheta.
Senti o nervosismo subir pelo meu corpo mas naquele momento o que falavam mais alto era o tesão, então me acheguei mais perto dele e passei um braço em volta dos ombros dele. Agora já estava bem perto para ouvir a respiração nervosa dele e ele a minha, sentia o pescoço dele relaxando no meu braço nos momentos que o tesão era particularmente gostoso. Ele apertava minha coxa de vez em quando e eu segurava pequenos gemidos de prazer com medo de virar piada do meu amigo (mal sabia eu que esse não seria o caso).
— Mano, eu tô com muito tesão. – Eu soltei para evitar que um gemido escapasse da minha boca enquanto a mão dele corria pelos cabelos da minha coxa, apressados.
— Isso tá muito gostoso.
E enquanto ouvíamos os gemidos na tela fomos provocando um ao outro. Eu perguntava o que mais ele iria querer fazer com a menina e ele me dava detalhes de como ia chupar a bucetinha dela, dedar, chupar os peitos e deixar ela molhadinha. Eu incentivava com mais provocações, com anuências que validavam o quanto o que ele falava seria gostoso, o quanto ela ia gemer como a atriz no filme que a gente assistia.
O momento era uma experiência sensorial de dentro para fora. Sentia meu coração martelando contra o peito, minha respiração nervosa junto com a do Pedro. Nos remexíamos nos momentos em que o gozo se aproximava e nossas pernas se esfregavam mais. Nossas peles sentiam o toque um do outro, ele na minha coxa e eu apertando o braço dele. Sentia também o peito dele levantando e descendo quando passava os dedos por aquela região de seu corpo. Ambos ofegávamos de prazer e tesão. A luz da tv iluminava nossos corpos completamente nus e revelava para nossos olhos os contornos noturnos do prazer correndo por cada célula nossa. Eu via as pernas de Pedro se remexerem, as pontas dos dedos do pé dele dobrando. Via os músculos das coxas de jogador de futebol dele. Ele, sem vergonha alguma, apreciava meu corpo também e para mim parecia sentir com mais afinco a minha perna mais cabeluda que a dele, chegando com os dedos perigosamente perto dos meus pelos pubianos. Junto aos sons do filme se fundiam os sons das peles dos nossos paus esfregando nas cabeças lustradas que brilhavam à luz da televisão. Aquele som melado de uma punheta em seu auge.
Ali nos entregamos um ao outro de uma forma íntima deliciosa. Nos olhamos com curiosidade e acho que um pouco do desejo que o filme trazia para nossas imaginárias vidas sexuais, vazou para um desejo pelo corpo. O nosso e o do outro. Me senti potente a partir do toque do meu amigo e sabia que ele se sentia da mesma forma. Ter meu tesão compartilhado daquela maneira profunda e ao mesmo tempo completamente carnal era uma delícia que eu não queria mais deixar de experimentar.
E ali no auge do tesão, completamente inundados por ele e despidos de todo bom senso, olhamos um para o outro enquanto respirávamos ofegantes.
— Deixa eu bater para você?
— Mano, só vai.
Abri minhas pernas mais enquanto Pedro levava a mão que antes acarinhava minha coxa para o meu membro completamente duro e melado. Ele não envolveu meu pau de primeira, fez questão de sentir cada centímetro e de passar os dedos pela minha pele. Levou as mãos ao meu saco e o massageou enquanto meu pau pulsava. Eu tirei a mão dos ombros dele e me pus a fazer o mesmo com ele. Queria que o mesmo arrepio que correu pelo meu corpo com o toque íntimo dele corresse pelo dele.
Pedro gemeu. Enquanto eu massageava o saco farto dele e o sentia ocupando toda minha mão ele começou a me masturbar e eu gemi também.
— Puta merda.
Inundei nossos ouvidos com o primeiro de vários palavrões que encheram aquele quarto. Xingamos tudo o que a religião nos ensinava que era errado, enchemos nossas bocas com palavras profanas de sexo e tesão enquanto preenchíamos nossas mãos com os membros um do outro e gemíamos de prazer. Não tive vergonha de contar ao Pedro o quanto aquilo era gostoso e ele confirmava a sensação verbal e fisicamente enquanto movia os quadris para foder minha mão de leve.
— Eu queria fazer isso desde que a gente comparou.
Ele confessou no alto do tesão. Eu aproximei minha boca do ouvido dele de propósito. Queria que ele sentisse ainda mais tesão.
— Eu não quero mais parar de fazer isso não.
— Filho da puta.
Nossos gemidos se juntaram aos da tela e relaxamos no corpo um do outro durante sei lá quanto tempo. Eu senti o membro do Pedro quente e pulsando na minha mão. Era gostoso sentir a masculinidade dele ali ao alcance da minha mão. Passava a mão pela cabeça babada do pau dele apenas para criar pequenos tremeliques pelo corpo dele todo que me indicavam que aquela área era sensível e gostosa. Perdemos a conta do tempo naquela pequena bolha de tesão no espaço-tempo, gememos de prazer, assistimos aos atores, aumentamos e diminuímos o ritmo das nossas punhetas para atrasar o clímax inevitável.
— Não aguento mais.
Eu também não aguentava. Meu saco doía de vontade de gozar e eu já estava tão inundado pelo tesão que faltava pouco para sugerir que quebrássemos uma outra barreira sexual entre nós.
— Bora junto!
O ritmo das nossas mãos aumentou, abrimos as pernas mais e contorcemos corpo e face de prazer. Fechei o olho para sentir apenas o toque íntimo do meu amigo, aquele toque que queria me dar prazer. Ainda assim tentei segurar o máximo que pude e quando vi que seria impossível avisei em meio a um gemido que ia gozar. Quando a primeira jatada veio senti ela sair com tanta força que, menos de um segundo depois, senti o leite no meu rosto. Continuamos nos masturbando e gemendo de tesão enquanto a porra jorrava dos nossos paus.
Mesmo depois de saber que não tinha mais nada para sair dali continuamos batendo de vagar um para o outro. Abri meus olhos para ver meu amigo coberto de porra e, ao olhar para o meu próprio corpo, vi que também estava brilhando com o líquido transparente cobrindo minha pele. Os jatos do Pedro tinham coberto seu peito, barriga e a minha mão. Os meus foram mais generosos e arrancaram uma risada de ambos quando ele viu e eu lembrei que meu rosto estava coberto de porra. Pedro me arremessou a primeira coisa que viu pelo caminho, seu short, e eu me limpei.
— Cara, isso foi muito gostoso.
— Demais!
E daquela vez, ao invés de sermos invadidos pela culpa e medo, continuamos com a reverberação do tesão. Ao invés de nos calarmos, falamos sobre a experiência e sobre como havia sido gostoso. Não afastamos nossos corpos, ficamos ali deitados, coxa sobre coxa, mão melada de sêmen ainda repousada ao lado dos paus moles um do outro. Rimos e deixamos mais pornô na tela até recobrarmos energia suficiente para nos levantarmos e tomarmos banho. Como deixar o outro melado do lado de fora não parecia uma boa opção, nos banhamos juntos. A água lavou a porra mas não lavou a leveza com a qual nos olhamos e nos tocamos naquele chuveiro. Não houve outra punheta, mas o que não faltou foram toques brincalhões e apertos em partes do corpo que agora estavam liberadas para que o outro tocasse. Rimos, brincamos, nos limpamos e voltamos ao quarto que tinha aquele cheiro de porra e safadeza. Abrimos as janelas sem nos preocupar em colocar roupa.
Só então fomos jogar videogame, nos divertindo de outra forma com a cumplicidade da diversão anterior e da nudez agora nos aproximando ainda mais. Quando finalmente dormimos, depois de fechar a janela, o fizemos nus ao lado um do outro sem vergonha do que veríamos ao acordar na manhã seguinte. E, como é de se esperar, acordamos ambos duros e prontos para repetir a dose da noite anterior. E repetimos.
Quando fui embora da casa do Pedro sabia que o que havíamos feito, as barreiras que havíamos cruzado, jamais seriam colocadas de volta no lugar. Tanto era impossível quanto não era o que queríamos. Para onde iríamos depois dali, porém, era uma pergunta que deixaríamos o próximo encontro responder.