Lucas sempre observou Dante à distância.
Era o tipo de homem que parecia inalcançável: hétero, seguro, maduro, com uma presença que impunha respeito. Alto, peludo, braços de trabalhador e aquele jeito que misturava silêncio e autoridade. Lucas nunca ousou imaginar mais do que olhares furtivos, desejos escondidos e sonhos que terminavam antes mesmo de começarem.
Mas naquela noite tudo mudou.
Estavam sozinhos na chácara onde o grupo de amigos fazia encontros de fim de semana. Bebidas, piscina, risadas. Aos poucos os outros foram embora, e Dante ficou. E algo no ar ficou diferente. O silêncio ganhou peso. Dante, sentado de pernas abertas no sofá de couro, com a camisa desabotoada, encarou Lucas como se estivesse vendo algo que até então nunca tinha enxergado.
— Você tá me olhando por quê? — perguntou Dante, direto.
Lucas engoliu seco. Pensou em negar. Mas algo nele disse que não era hora pra máscaras.
— Você é bonito pra caralho. Sempre achei. E o jeito como você… é… me deixa sem saber o que fazer.
Dante ficou em silêncio por um tempo longo o suficiente pra o ar ficar denso. Então se levantou. Passos lentos. Olhos firmes. Parou na frente de Lucas.
— Nunca fiquei com homem. Mas você fala com respeito. E eu percebi. Você me deseja… mas não como se quisesse me ter. Parece que quer me servir. É isso?
Lucas assentiu, sem palavras.
Dante tirou a camisa. O peito peludo, o cheiro masculino, a barriga firme — um corpo real, adulto, vivido. Abriu o zíper da calça, deixando o jeans cair.
Ali estava. O centro do mundo de Lucas. O pau de Dante era grosso, rosado, envolto por pelos densos. Uma presença. Um símbolo.
— Mostra. — disse Dante. — Mostra o que você sabe fazer com essa adoração toda.
Lucas ajoelhou-se sem hesitar. Não era sexo. Era religião. Era devoção. A boca dele não só beijava, ela reverenciava. Língua lenta na base, beijos nos pelos, respiração quente nas coxas. Ele murmurava palavras que nem fazia sentido — palavras de quem estava tomado, entregue.
— Isso, porra… — rosnou Dante. — Isso que você queria esse tempo todo? Ser meu depósito de porra?
Lucas gemeu. Estava de joelhos, olhos fechados, recebendo o peso da virilidade que sempre imaginou intocável. E agora era dele — não por posse, mas por submissão consciente.
Dante segurou a nuca de Lucas. Empurrou fundo. O som molhado, a garganta se ajustando, o corpo aceitando.
— Não vou avisar. — disse. — Você vai engolir. Vai ser meu depósito, entendeu?
Lucas tentou responder, mas a boca estava cheia. E era exatamente onde ele queria estar.
O gozo veio denso, forte, como se Dante despejasse não só prazer, mas também poder, território, domínio. Lucas recebeu tudo. Não cuspiu. Não hesitou. Engoliu cada jato com a devoção de quem entende o próprio lugar.
Quando tudo terminou, Dante ficou ali, respirando fundo. Depois passou a mão na cabeça de Lucas e disse, com voz mais baixa:
— Nunca imaginei isso. Mas tem algo certo aqui. Você respeita. Você merece isso.
Lucas apenas encostou o rosto na coxa dele. Feliz. Cheio. Não de sêmen apenas — mas de sentido.