Capítulo 4
Acordo com o celular despertando, são 7 horas da manhã. Gosto de levantar cedo desde sempre; na minha cabeça, são mais horas para eu fazer algo do que simplesmente dormir. Minha mente ainda está anestesiada com o que aconteceu com o tio Henrique ontem. Em nenhum momento imaginei que aquilo poderia acontecer conosco, mas que bom que aconteceu, porque aquele pau era delicioso. Só estou em dúvida quanto ao tamanho. Será igual a um Rexona? Não, é maior. Maior que o do Artur... se for alguns centímetros, se eu pudesse chutar, seria uns 21 a 22 cm.
— O que está pensando? — pergunta o tio Henrique na porta do meu quarto.
— Quantos centímetros tem seu pau? — pergunto.
Ele sai da porta em um salto, sussurrando para eu falar baixo, pois a tia poderia ouvir. Eu estou sorrindo. É muito bom deixar alguém assustado, ou no limite. Tia Lourdes chama ele, que sai rapidamente do quarto para ver o que ela deseja. Pego minha toalha, minhas roupas e vou tomar um banho matinal.
Antes que eu pudesse entrar no banheiro, tia me para no corredor.
— Bom dia, meu amor. Tome banho mesmo para irmos à igreja. Conversei com seu tio e ele vai também. — diz ela, dando um beijo em minha testa.
O culto! Havia me esquecido completamente dele. Gostaria de ir? Não. Durante essa semana que estou aqui, já dei todas as desculpas possíveis para não ir em compromissos relacionados à igreja. Mas minha caixa de desculpas acabou. Terei que ir. Pelo menos terei o tio Henrique. Qualquer coisa, eu finjo um desmaio e acho que ele entraria nessa.
Tomo um banho calmo, relaxado. Uso um sabonete líquido que Mariana me deu — muito cheiroso, com um aroma de rosas. Assim que saio do banho, lembro de uma coisa: não tenho roupas tão formais para uma igreja. Poderia ir com minhas roupas normais, mas acredito que já chamei atenção demais esses últimos tempos. Assim que entro no quarto novamente, me deparo com uma muda de roupa em cima da cama. A tia realmente pensou em tudo. São roupas sociais que, ao vestir, fazem parecer que serei eu quem irá pregar. Assim que termino de me arrumar, desço. Meus tios estão me esperando na escada para irmos.
— Ficou lindo, meu amor. Sabia que essa roupa do Henrique caberia em você. Vocês têm praticamente a mesma altura. Inclusive, estou sem bíblia sobrando aqui em casa. Irei arrumar uma para você, mas até lá, baixe no celular. — disse ela com um grande sorriso, abrindo a porta e saindo.
— Desculpa por isso. — diz o tio Henrique baixinho.
— Tudo bem! — sussurro de volta.
Quando mamãe era viva, não só íamos para igreja como também participamos fielmente nos afazeres e eventos que tinham ali. Minha mãe era professora da escolinha das crianças, meu pai cantava muito bem — era a voz da igreja. Já eu, era o menino que ficava na porta da igreja para cumprimentos e desejos de boas-vindas, sempre com um bis ou pirulito para quem por ali passasse. Depois que ela morreu, nunca mais fomos. Nem papai, nem eu. Embora a tia Lourdes sempre nos chamasse quando nos encontrávamos, não íamos. Nunca.
Enquanto olho para a entrada do estacionamento da igreja, me deparo com aquele lugar e com o quanto três anos podem mudar tudo o que você conhece, tudo em que acredita, tudo que defende. Saímos do carro após o tio estacionar. Vamos diretamente para a entrada principal da igreja. Assim que olho para a porta, lá está ele: aquele que jurei que nunca mais iria encontrar — pastor Artur. Assim que ele me vê, seu nervosismo é visível, mas ele sabe disfarçar bem.
— Sejam bem-vindos, irmãos. — cumprimenta a tia com um beijo na bochecha, o tio com um aperto de mãos e eu da mesma forma.
— Muito bom te ver, jovem Lucas. Soube que seu pai se internou. Fiquei feliz pelo passo dele e estou orando por vocês. — diz para mim.
— Obrigado, pastor. — agradeço, passando por ele.
Seguimos pelo canto esquerdo da igreja. Tia Lourdes vai na frente, cumprimentando todos que a veem. Ela é visivelmente uma pessoa popular, fala com todos, amiga de todos. Mas acredito que todas as cabeças virando para nos olhar não seja por causa dela, mas sim por minha causa. Justificável olharem: Fiquei falado por beijar quem eu queria, meu pai teve uma overdose, foi internado e agora estou indo à igreja. Querem fofocar, e eu sou muito propício para isso.
A igreja está cheia, tem muita gente. Sentamos na terceira fileira. Uma moça que não conheço está no palco apresentando a próxima pessoa a se apresentar. Diego é o nome dele. Um senhor que, pela aparência, tem uns 45 anos, se levanta da primeira fileira e se direciona até ela, pegando o microfone. O som começa. É uma música conhecida por todos — inclusive por mim. Meu pai cantava muito essa quando vinha. Mas não só aqui: ele cantava em casa, ensaio após ensaio para conseguir chegar no agudo, embora mamãe e eu insistíssemos que já estava perfeito. Ele queria chegar lá, como um gato que faz de tudo para pegar o raio. Ríamos dele. Ele ficava bravo, mas acabava rindo também. Lembranças. Doces, lindas e dolorosas lembranças. Me levanto do assento dizendo que vou ao banheiro. A tia não questiona. Nesses últimos três anos, descobri muito sobre muitas coisas — mas, principalmente, o quanto eu consigo ser forte.
Ao chegar ao banheiro, ligo a torneira da pia e jogo água no rosto. Olho para o pequeno espelho pendurado na parede. Por sorte, o banheiro está vazio, o que é muito bom para meus segundos de invulnerabilidade. Respiro fundo. Já passou alguns minutos comigo aqui. Já estou bem. Olho uma última vez no espelho quando a porta se abre, e o tio Henrique entra.
— Você está bem? — pergunta ele, olhando atento para mim.
— Estou… Só… Só deu saudades do papai. — falo.
Tio Henrique coloca suas mãos na minha nuca. Ele não fala nada, mas é como se estivesse dizendo: vai ficar tudo bem.
Quando viro minha cabeça, o vejo: pastor Artur, pela fresta da porta quase fechada. Sei que disse para mim mesmo que nunca mais iria vê-lo, mas sou hipócrita em algumas ocasiões.
— Você não me respondeu. — olho para o tio Henrique.
— O quê? — pergunta ele, tirando a mão da minha nuca.
— Quantos centímetros tem sua rola? A mesma que chupei gostoso ontem. — pergunto. Olho pelo canto do olho e confirmo: pastor Artur ainda está lá, ouvindo tudo.
Tio Henrique dá um sorriso constrangido, mas seu olhar não mente — ele gosta daquela adrenalina tanto quanto eu.
— 23 centímetros. — diz ele, pegando no próprio pau.
— Nossa, maior do que eu imaginava. Muito grande, como o seu Arturzinho. — falo, virando para a porta.
Tio Henrique vira. Dá pra ver seu nervosismo. Pastor Artur entra claramente tenso. Passo por ele e tranco a porta no trinco, deixando apenas nós três ali dentro. Os dois se entreolham. Dá para ver: eles suam frio.
— Relaxem, amores. Vocês dois são os únicos paus que já chupei na vida. Não tem porque ficarem nervosos. Sou eu. — falo.
Quando se sente na beira de um precipício, por muitos motivos, você tenta por tudo não pular. Melhor voltar no erro e resolvê-lo. Acho que consegui decifrar: às vezes, temos que simplesmente nos jogar. Vou até o tio Henrique e o beijo. Ele está tenso, mas corresponde. Pego Artur pela bainha da calça, fazendo-o se aproximar de nós dois. Passeio minhas mãos pelos seus pênis, que claramente já estão dando o ar da graça. Assim que termino o beijo, vou até Artur. Ele está mais nervoso que o tio, mas... só vou. O beijo. No início ele não corresponde, mas não demora muito até nossas línguas estarem brigando por espaço na boca um do outro. O tio começa a beijar meu pescoço enquanto beijo Artur, que, para minha surpresa, sabe usar a língua muito bem.
Artur interrompe nosso beijo.
— Isso tá errado. Não podemos. É pecado. — diz ele, ofegante.
— O senhor colocou meu sobrinho para chupar seu pau. Isso não foi errado? — pergunta tio Henrique, parando suas carícias em mim e indo até Artur.
— Sim, foi um erro.
— Um erro muito gostoso, por sinal! — digo, fazendo os dois olharem para mim.
— E sabe o que é melhor? Iremos cometer um erro mais pecaminoso, como também mais saboroso. — continuo falando enquanto caminho, me empinando e desabotoando minha calça.
— Melhor que me fazer engasgar no seu pau, Artur... como também melhor que gozar na minha boca, titio… — Os dois se entreolham. Suas ereções são bem visíveis.
Vou tirando a calça, enquanto o ambiente se entorpece por um ar sexual. Sinto aquela adrenalina novamente, mas agora é íntima, minha amiga. Assim que vou tirar tudo, paro. Olho para eles, que estão paralisados.
— É o seguinte… — visto minha calça e vou até eles.
— Vocês vão me passar seus números. Estamos na casa de Deus. Não vamos desrespeitá-Lo mais. Né, Tutu? — lhe dou um selinho, pego meu celular, vou na aba de adicionar novo contato e entrego para Artur. Ele digita com as mãos tremendo e passa para Henrique, que digita rápido.
— Irei fazer um grupo. Lá iremos ver um lugar à vontade, apropriado para algo.
— Que algo? — pergunta Artur.
— No que está pensando, bebê? — questiona tio Henrique. Lhe dou um beijo carinhoso.
— Vocês saberão em breve. — digo, rindo e saindo correndo de dentro daquele banheiro.
Volto para o assento onde a tia se encontra.
— Onde estava, meu amor? — pergunta ela.
— Tive uma dor de estômago... sabe? O tio estava lá esperando, caso eu passasse mal. Ele foi usar o banheiro e já tá vindo. — respondo, imaginando titio e Tutu respirando fundo para seus paus amolecerem.
— Nossa, mas já está bem, né? — questiona ela. Eu balanço a cabeça em afirmação.
Tio Henrique volta ao seu lugar. Ele se senta no meio. Estou à sua direita, e a tia à sua esquerda. A música começa. As pessoas se levantam. Alguns entram pela passarela no meio da igreja — são seis no total — e se acomodam nas cadeiras que ficam no palco, atrás do grande púlpito. Por último, meu pastor entra, calmo, totalmente são. Assim que ele se senta, todos nós também sentamos. Ele se acomoda no centro daquelas pessoas que entraram anteriormente. Uma das irmãs que se senta na última cadeira à esquerda do palco se levanta, vai até o púlpito e inicia a oração. Todos fecham os olhos. Pego meu celular e começo a criar um novo grupo, apenas com Titio, Tutu e eu. Assim que finalizo, sinto o celular do Henrique vibrar ao meu lado. Seus olhos se abrem, já olhando em minha direção. Discretamente, ele destrava o celular e se assusta, dando um riso sonso para mim. Assim que olho para frente, vejo Artur, que está com os olhos fechados. Depois de alguns segundos, ele os abre e nos olha. Assim como o titio, ele pega o celular muito discretamente. Demora um pouco para destravar — deve estar nervoso novamente —, mas assim que o faz, toma um susto, o que faz titio e eu rimos. Ele nos olha novamente, mas dessa vez com um olhar sensual e um sorriso singelo no rosto.
A irmã termina a oração. O meu Tutu se levanta com a bíblia na mão e dá início à sua pregação, pedindo para todos abrirem em 1 João 4:7-8. Abro a bíblia que a tia pediu para eu baixar no celular. Ele começa a ler. Versículo esse que me faz rir — não de deboche, mas sim um sorriso genuíno.
— Meus irmãos, todo amor sincero, independente de qual seja, é válido! — comenta ele, olhando para mim e depois para o titio.
Saio da bíblia e vou até o WhatsApp, abrindo o grupo recém-criado e digito uma mensagem rindo em silêncio:
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VOCÊS VÃO ME COMER GOSTOSO 🍆😍
criado por você às 10:43 a.m
👤 Participantes: Você, Titio, Tutu
Depois dessas palavras @Tutu, irei dar com muito gosto para vocês. 💖😈
Enviado às 10:47
Titio
Não vejo a hora bebê! 😘
Enviado às 10:56
Tutu
Isso é muito errado, mas não posso mentir, muito ansioso de meter em vc @Lulu. 😅
Enviado às 11:48
Tutu
Aliás, tenho 21 centímetros. Kkkkkk
Enviado às 11:57
Titio
Eita pastor, é dos meus então. Kkkkk
Enviado às 11:59
Minha ansiedade não cabe em mim, depois que tivermos mais de boa, debatemos o melhor lugar amores. 💞
Enviado às 12:01
Tutu
Combinado Lulu! E @Henrique é somos do mesmo saco. kkkkkkk
Enviado às 12: 😁 1💖