O CÓDIGO DO PRAZER XII

Um conto erótico de Ryu
Categoria: Heterossexual
Contém 2210 palavras
Data: 07/07/2025 10:51:33
Última revisão: 07/07/2025 22:18:22

12 - Upload de Expectativas

Passei o final de semana inteiro com Simone. Domingo continuamos a arrumar as coisas dela, mas também tiramos um tempo para nós. Simone teve uma excelente ideia para inaugurarmos o apartamento, ela disse que para dar sorte precisávamos fazer sexo em todos os cômodos.

Já tínhamos estreado a sala de estar e um dos quartos. Como o apartamento era enorme, ainda faltavam muitos cômodos.

O retorno com Simone foi o melhor possível, não apenas me aceitou de volta, como me convidou para morar com ela. Faltavam alguns detalhes no apartamento, e pretendia me mudar no mês seguinte, pois no recesso de final de ano era a vez de Mada ficar de plantão, me deixando livre.

Me considerava um homem de sorte em ter Simone de volta, mas ao mesmo tempo a imagem de Camila não sai da cabeça.

Estava me sentindo um lixo. Voltei com a Simone jurando pra mim mesmo que seria diferente dessa vez. Nada de distrações, nada de me perder de novo. Só que ... ficava imaginando a Camila mesmo quando estava com Simone ao meu lado. E isso estava me corroendo

Me questionava: Será que isso é normal? Será que todo mundo sente esse tipo de impulso e só... ignora? Ou será que eu sou só fraco, alguém que não consegue fechar os olhos pro que não devia estar vendo?

Um tipo de traição que só acontece dentro da cabeça. Mas ainda assim... é traição, não é?

E o mais estranho de tudo: quanto mais eu tentava não pensar nela, mais presente ela ficava. Como se o medo de perder a Simone tornasse a Camila ainda mais proibida. E, por isso mesmo, mais irresistível.

Segunda feira cedo voltei ao trabalho, cheio de coisas para resolver, pensei que concentrando no trabalho iria me distrair, e logo um dos primeiros e-mails que recebi vem do puteiro da Dona Ana, com uma atualização do cardápio de putas.

Tinha várias garotas com o mesmo tipo físico que Camila, com as quais eu poderia “me aliviar”. Mas não quero fazer isso com Simone! Eu prometi a ela.

No trabalho ainda tem a Suzy, já que eu ainda estava pagando, poderia chamá-la para me fazer uma massagem ... ou um boquete.

E tem a Mada, fazia quase um ano que a câmera estava lá. Não flagrei ela fazendo nada errado, mas estava viciado em assisti-la se masturbando.

"Tenho que ser forte" - pensei - Tirar de dentro da minha cabeça, antes que escapasse, que criasse raízes. Camila é linda, sim, mas não é sobre isso. É sobre o que eu estava construindo com a Simone. O que eu ainda queria construir.

Simone me abriu as portas da casa dela, da vida dela, de novo. Depois de tudo. Depois das brigas, dos erros, das idas e vindas... ela ainda me escolheu. E isso deveria ser suficiente. Eu só precisava lembrar disso toda vez que minha cabeça tentasse me sabotar.

Meus pensamentos foram interrompidos com o som da notificação de mensagem nova. Olhei no celular e me surpreendi: era o Eduardo.

A mensagem ia direto ao ponto: ele e o filho, Marcos — que é o vice-presidente da empresa — poderiam me receber na quinta-feira, às 9h30 da manhã. No texto, Eduardo foi cordial, mas deixou claro que esse era o único dia e horário disponíveis naquela semana.

Senti uma pontada de empolgação. Era uma ótima oportunidade. Mas, quase ao mesmo tempo, veio a lembrança: eu tinha uma reunião marcada com outros clientes às 10h30 no mesmo dia. Não dava pra desmarcar.

Avisei Madalena e Rui, sobre a situação. Madalena, sempre pronta para agir, disse que poderia ir no meu lugar e levaria a Suzy e o Ribamar com ela. Ribamar era um dos nossos funcionários mais experientes, e Suzy estava indo muito bem, então sabia que estariam em boas mãos.

Combinei, então, que eu iria apenas para a apresentação inicial. Chegaria pontualmente às 9h30, faria as devidas introduções entre eles e o Eduardo e Marcos, e em seguida sairia para a minha outra reunião. Deixaria Madalena e a equipe dando continuidade ao atendimento.

A semana passou num piscar de olhos. Entre os preparativos para a visita à metalúrgica e as tarefas do dia a dia, eu mal percebi o tempo correndo. Ainda assim, estava de bom humor. Além disso, estava aproveitando para me mudar aos poucos para o apartamento da Simone.

Simone estava finalizando a mudança dela e eu quis ajudar como podia. Aproveitei a correria para levar também algumas das minhas coisas para o novo apê. Nada demais — uns livros, algumas roupas, um porta-retratos. Coisas simbólicas, mas que representavam um passo importante. Nosso relacionamento estava ficando mais sério, e isso me deixava feliz.

Na quarta-feira, tirei um tempinho à tarde para resolver uma outra pendência. Passei no apartamento do Marcondes, o atual síndico do condomínio da Simone. Ele já estava me esperando com a ata da última eleição de síndico. Pedi o documento por curiosidade — ou talvez mais que isso. Eu queria entender melhor quem era Camila, uma das candidatas naquela eleição.

O nome completo dela estava lá, junto com CPF, RG e outras informações. Legalmente, tudo estava registrado conforme o regulamento interno exigia.

Guardei o material com cuidado e voltei para o apartamento. Havia algo em Camila que me deixava intrigado. Não era exatamente desconfiança, mas... uma pulga atrás da orelha.

Eu tinha também a imagem do rosto dela salvo nos arquivos do olho mágico eletrônico.

Naquela noite, queria ter iniciado a pesquisa para talvez descobrir por que meu instinto insistia que havia algo estranho nela. Mas Simone me pediu ajuda para organizar uns móveis. Ficou para outro dia.

Quinta-feira, 9h30 em ponto, estacionamos na frente da metalúrgica. Eu, Madalena, Suzy e Ribamar. A fachada da empresa já impressionava — enormes estruturas metálicas, tudo bem cuidado, sinalização impecável, e um movimento constante de caminhões entrando e saindo. Dava pra sentir o peso da operação só de estar ali. Era evidente que estávamos diante de algo grande, e não só em tamanho. A empresa respirava solidez e tradição.

Fomos recebidos pelo próprio Eduardo logo na entrada. Como sempre, cordial e firme, com aquele jeito meio sisudo, mas simpático. Nos cumprimentou com um leve sorriso e um aperto de mão firme, depois nos convidou a entrar.

— Sejam bem-vindos. Obrigado por virem no horário — disse ele, com aquele tom de quem valoriza pontualidade como virtude rara.

Vamos até a sala do Marcos.

Para entrar na sala da vice-presidência — uma situação que considerei exagerada — fomos revistados por três seguranças. Dois homens revistaram a mim e Ribamar, enquanto uma mulher ficou responsável por Suzy e Mada.

— Desculpem o contratempo — disse Eduardo. — Meu filho tem uma certa fixação por segurança. Esse é o procedimento padrão para todos.

O segurança que me revistou se chamava Carlos. Era carrancudo e tinha uma cicatriz no rosto. Já o que revistou Ribamar falava um português carregado de sotaque espanhol — parecia meio paraguaio, meio brasileiro.

Depois de vencermos essa etapa, finalmente entramos.

— Esse aqui é meu filho Marcos, vice-presidente da empresa. Ele vai me substituir algum dia — disse Eduardo, com orgulho – Ele que vai tratar com vocês, é mais jovem e mais antenado nas novas tecnologias.

Estendi a mão, e Marcos a apertou com confiança.

— Depois você me passa o contato da sua empresa de segurança! — disse, brincando.

— Posso passar, sim. Mas, se está se referindo ao Carlos e ao Lopez, eles são meus seguranças particulares, não são de nenhuma empresa — respondeu, sorrindo. — Carlos é ex-militar, e o Lopez era policial no Paraguai antes de eu recrutá-lo.

Fiquei surpreso. Entendo que ele é rico, mas achei tudo um tanto exagerado. Marcos parecia jovem — talvez trinta e cinco anos, no máximo. Estava bem vestido, com olhar atento e postura educada. Não era do tipo que impunha presença com palavras; era mais observador, contido. Notei que ele herdara poucos traços da ascendência japonesa do pai — talvez algo no formato dos olhos, mas bem sutil.

Enquanto fazíamos as apresentações, percebi algo curioso. Quando Marcos apertou a mão da Suzy, o clima mudou por um segundo. Ele demorou um instante a mais no cumprimento, e o olhar dele... bom, ficou claro que ele ficou impactado. Suzy, como sempre, estava impecável — profissional, discreta, mas com aquela elegância natural que ela nem parece perceber. Marcos deu um leve sorriso, quase involuntário, e desviou os olhos com rapidez, tentando disfarçar. Mas vi. Eu vi.

Não comentei nada, claro. Só arquivei mentalmente aquela reação.

Eduardo seguiu conduzindo a conversa enquanto nos guiava pelos corredores da administração, explicando um pouco da história da empresa, os setores, as linhas de produção. Eu sabia que teria pouco tempo ali — minha outra reunião era logo em seguida — mas queria garantir que a equipe estivesse bem encaminhada.

O lugar era impressionante. A estrutura daquela empresa era ainda maior do que eu imaginava. Eduardo falava com autoridade, apontava setores, mencionava processos, explicava os gargalos operacionais. Tudo muito técnico, direto ao ponto — do jeito que eu gosto.

Mas o foco de Marcos, ao contrário, parecia estar em outro lugar.

Eu reparei logo. Primeiro foi um olhar mais demorado. Depois, outro. Em pouco tempo, ele praticamente não tirava os olhos da Suzy. A cada comentário do pai, ele lançava um olhar para ela — disfarçado no início, mas logo ficou evidente. Era insistente, quase desconfortável. A ponto de eu começar a me perguntar se ele ainda estava prestando atenção no que estávamos ali pra fazer.

O mais curioso? Suzy parecia perceber. E, pelo visto, estava gostando. Retribuía com sorrisos contidos, daqueles que dizem mais do que parecem. Ela sempre foi discreta, mas eu a conheço bem o suficiente pra saber quando ela está se divertindo com uma situação. E ali, naquele jogo silencioso de olhares, ela parecia estar achando graça.

Eu olhava aquilo e pensava: rapaz, esse cara tá hipnotizado.

Pouco antes das 10h, chequei o relógio. Estava na hora de ir — minha outra reunião não esperaria.

— Eduardo, Marcos, agradeço muito pela recepção. Infelizmente preciso sair agora, tenho outro compromisso. Mas vou deixar minha equipe aqui — Madalena, Suzy e Ribamar vão continuar com vocês, entender melhor as necessidades da empresa e preparar um diagnóstico inicial, combinado?

Eduardo assentiu, apertou minha mão com firmeza.

— Claro. Fique tranquilo. Estamos em boas mãos, pelo que percebi.

Ao me virar para Madalena, me aproximei um pouco e comentei em voz baixa, o suficiente pra só ela ouvir:

— Acho que o Marcos vai precisar de um babador. Tá quase babando na Suzy.

Madalena deu uma risadinha rápida, baixinha, mas com aquele olhar afiado de quem já tinha notado tudo.

— Pelo visto, a Suzy é quem vai garantir esse contrato — murmurou, piscando um olho, divertida.

Reprimi uma risada e fiz um gesto leve com a cabeça, como quem diz “vou fingir que não ouvi”. Me despedi do trio e saí da empresa com um sentimento de satisfação. O trabalho estava bem encaminhado... e talvez com um empurrãozinho do cupido corporativo.

Me despedi deles e segui para meu outro compromisso. Só consegui voltar à empresa no meio da tarde.

Como o restante do dia estava livre e não havia nada urgente a resolver, aproveitei para pesquisar sobre o Dr. Fernando, o cardiologista que minha esposa tanto admira.

No site do hospital, encontrei uma foto dele acompanhada de um breve currículo. O cara é realmente bom. Formado por uma universidade renomada, com especializações no exterior. O perfil trazia dezenas de elogios de pacientes satisfeitos. Num rápido comparativo, ele parecia ser um dos médicos mais respeitados da instituição.

Além disso, era bonito. Loiro, olhos claros, postura confiante, quase uma figura de galã de novela.

Senti ciúmes dele — não vou negar. Mas, ao mesmo tempo, pensei: se Simone tivesse algo com esse médico, por que voltaria a namorar comigo? Aquela pontada de insegurança parecia mais fruto da minha imaginação do que qualquer outra coisa.

Decidi não alimentar mais aquela preocupação.

Pouco depois, Madalena, Ribamar e Suzy retornaram à empresa. Entraram rindo, animados.

Madalena contou que a visita à metalúrgica havia sido bastante produtiva. Segundo ela, havia inúmeras oportunidades para melhorarmos a estrutura da empresa com nossos serviços de TI. Disse também que o vice-presidente, Marcos, ficou impressionado — tanto com as melhorias que apresentamos quanto com a beleza de Suzy, que aparentemente roubou a cena.

Ela concluiu dizendo que a visita havia sido promissora, e que começaria imediatamente a redigir um relatório detalhado, destacando os benefícios que traríamos à metalúrgica e os custos envolvidos.

Tudo indicava que estávamos prestes a conquistar mais um cliente importante. Já começávamos a falar em contratar mais gente, expandir o escritório — talvez até trocar de sede por um espaço maior. A empresa ia de vento em popa.

Dei os parabéns à equipe e pedi que todos continuássemos dando o máximo para fechar o contrato.

Mais tarde, fui ao apartamento de Simone.

Quando cheguei, tudo já estava no lugar. A mudança havia sido concluída, e a nova empregada dela começara a trabalhar naquele dia. Antes de sair, deixou o jantar pronto.

Jantamos juntos. Contei sobre a visita à metalúrgica e minhas expectativas positivas. Simone compartilhou um pouco sobre seu dia no hospital, as rotinas, os pacientes.

Quando terminamos de comer, ela se levantou e foi ao quarto.

Quando voltou à sala... levei um susto, foi uma surpresa!

Surpresa mesmo, nunca esperava ver Simone daquele jeito!

Fiquei sem palavras!

Continua ...

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Comentários

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Mais um bom capítulo e um bom gancho.

Uma coisa que ainda não comentei é sobre a duração dos capítulos. Geralmente são todos um pouco acima de 2 mil palavras, o que me ajuda a acompanhar a série com certa facilidade. Isso é algo que não tenho conseguido mais fazer.

Tem um detalhe que parece besta, mas que eu errava bastante e, graças ao Leon que sempre me alerta, tenho tentado corrigir: a coerência dos tempos verbais. Se prestar atenção, soa estranho ter um texto todo narrado no passado e, no meio dele, o personagem declarar que vai se mudar no próximo mês. Enfim, detalhes...

Agora, sobre a história, nosso protagonista parece se distrair demais, se esforçar demais por Simone e começo a me perguntar se ele realmente a quer ou só está querendo apagar uma culpa pelos erros do passado...considerando que tudo foi engatilhado pela pressão do amigo.

Que venham os próximos capítulos...

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Obrigado pela leitura atenta e por oferecer uma sugestão técnica relevante.

Na série anterior, Aquele Beijo, a Whisper me deu uma dica: escrever com mais detalhes e com mais capítulos. Achei válido, resolvi encarar o desafio. Na miha visão escrever mais capítulos torna mais complexa a missão de manter o leitor engajado até o fim.

Sou autor amador (como a maioria aqui na CDC) , e tem horas que me sinto como um daqueles artistas de circo que precisam equilibrar vários pratos ao mesmo tempo. São tantos elementos pra pensar: ritmo, personagem, estrutura, coerência, passagens de tempo ... e no meio disso tudo, tentar manter a história viva e interessante.

Mas escrevo isso não como uma reclamação ou queixa, escrever tem sido ótimo e desafiador.

Escrevo nas horas vagas (como quase todos aqui na CDC), e confesso que nessa correria a questão dos tempos verbais acabou passando. Não era algo com qual estava me preocupando.

Sua observação ér bem-vinda e já entrou como item pra revisar os demais capitulos

Sobre o Anderson. A dúvida sobre o real interesse dele por Simone e as interferências do amigo Wilfredo são ´pontos importantes nesta historia e vão ser tratados mais a frente.

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Esse Doutor Fernando deve ter sido muito bem servido pela Simone 🤭😂😂. Ela não esquece ele ,e com certeza deve ter sido um dos motivos do ex namorado dela ter terminado o relacionamento. E por outro lado o Anderson também não está esquecendo a Suzy, embora ainda não tenha traido a Simone mas ao que parece logo isso pode acontecer.

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O Anderson está bem desconfiado de Simone com o dr. Fernando.

Além de Suzy, Camila surge como uma nova tentação para Anderson.

Vamos ver se ele permanece fiel

Obrigado por acompanhar e comentar!

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Madalena e Suzy parecem formar uma dupla perigosa. Marcos com esses dois seguranças parece q não fica muito pra trás. Vamos ver no que vai dar .

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Marcos achou Suzy super interessante, e Marcos tem o perfil exato que Suzy gosta.

Tem tudo para se tornarem um casal, uma união bem interessante.

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