O Sabor De Uma Doce Vingança! Cap.15 Segunda Temporada

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 3061 palavras
Data: 06/07/2025 20:02:38
Assuntos: Gay

Eu ainda sentia o gosto de barro entre os dentes quando me ergui do chão, coberto da cabeça aos pés de um marrom quase uniforme. Sacudi as mãos, soltando pequenas migalhas de terra que viraram poeira no ar da tarde. Arthur se levantou logo depois, igualmente sujo, mas com um detalhe impossível de ignorar: a calça marcava uma ereção tão evidente que quase parecia mais uma ferramenta de jardinagem.

— Nem vem com essa cara, Arthur — resmunguei, apesar de a cena arrancar de mim um sorriso involuntário. — Aqui não vai rolar nada além de terra, adubo e muita enxada. Preciso terminar o jardim antes que o sol se ponha.

Ele limpou o suor da testa com o antebraço, deixando um rastro escuro na pele clara, e deu de ombros.

— Eu só… — aproximou‑se dois passos, como quem calcula bem o espaço entre as mudas recém‑plantadas — …precisava te dar um beijo. E, já que estamos aqui, posso ajudar com as suas covas.

O duplo sentido fez minha barriga vibrar de riso, mas me mantive firme.

— Se o beijo vier acompanhado de trabalho pesado, talvez eu considere o pacote completo. — Apanhei a pá, forçando o metal na terra fofa. — Mas saiba que este jardim é minha prioridade.

Arthur mordeu o lábio, visivelmente tentando conter um comentário sugestivo. Acabou só balançando a cabeça com um sorriso torto.

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Minutos depois, estávamos ombro a ombro, abrindo sulcos compridos onde as mudas de manjericão e alecrim esperavam sua nova casa. O canto dos sabiás soprava um fundo musical suave, misturado ao cheiro adocicado de terra molhada. Arthur se agachou, e eu não pude deixar de notar que a tal “ferramenta” na calça ainda marcava território. Fingia que não via, mas meu rosto esquentava sempre que meus olhos escapavam.

— Sabe — comentou ele, cavando com a enxada como quem confidencia um segredo — você não imagina quantas… hum… sessões particulares eu já fiz pensando em você. Perdi a conta de quantas vezes acabei… fertilizando o lençol, digamos assim.

Quase engasguei com a risada. — Arthur! Você fala assim, de boca cheia? Estamos mexendo com sementes! — Zombei, empurrando‑o de leve com o ombro. A pá saiu de prumo e o buraco que eu fazia ficou meio torto.

Ele deu aquela gargalhada grossa, ao mesmo tempo inocente e safada. — Ora, Pedro, tudo é questão de plantar a ideia certa. E colher o que se semeia, não é?

— Tenta semear menos lençol e mais hortaliça, então — devolvi, mas o riso escapava entre uma fala e outra.

Trabalhamos em silêncio por alguns instantes, mas havia algo docemente confortável naquele silêncio. Como se cada grão de terra que caía fosse uma batida de coração sincronizada. Arthur trouxe um balde com mudas novas, ajoelhando‑se ao meu lado.

— Aqui, segura pra mim — disse, estendendo‑me um ramo de tomateiro ainda frágil. Nossos dedos se tocaram rapidinho, mas a faísca percorreu meu braço inteiro. — Esses aqui precisam de um carinho especial — ele continuou, num tom que me arrepiou até a nuca.

— Fica tranquilo. Carinho é comigo mesmo. — Peguei a muda com cuidado e, enquanto afundava suas raizinhas na cova, senti Arthur se inclinar até seu ombro roçar o meu. O timbre baixo dele vibrou perto da minha orelha:

— Falando em carinho… aquele beijo incluso no pacote ainda tá valendo?

— Só se você regar tudo direito — brinquei, apontando a mangueira deixada de lado — e sem encharcar demais, por favor. Se empolgar não é bom pras raízes.

Arthur esticou o braço, segurou a mangueira e abriu o registro, soltando um jato largo que salpicou nossas roupas já sujas. — Prometo molhar no ponto — disse, piscando. — Nem muito, nem pouco. Só a quantidade exata pra deixar as mudas… bem felizes.

Rebucei uma risada, ajeitando outra muda no solo. — Arthur, você não tem jeito. Tudo vira piada de duplo sentido na sua boca.

— Na minha boca e na sua horta — provocou, e eu tive quase certeza de que as bochechas dele estavam ainda mais rosadas do que o alvorecer que costumava pintar o céu da fazenda.

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Foram quase duas horas de trabalho constante. Entre piadas e risinhos, colocamos cada muda em seu lugar, regamos na medida certa e espalhamos palha para conservar a umidade. Arthur se mostrou um ajudante melhor do que eu esperava. Ele conhecia cada planta pelo nome científico, soltando informações nerds que me faziam admirá‑lo de um jeito novo. E toda vez que parava para explicar a diferença entre alecrim‑verdadeiro e lavanda d’alba, os olhos dele cintilavam.

— Sabe — comentei, depois de plantar a última muda de hortelã — acho que você nunca esteve tão… gentil. Nem quando você fingia ser só o policial durão.

Ele largou a enxada, limpando as mãos nos jeans na altura das coxas fortes. A ereção finalmente dera uma trégua, mas o sorriso permanecia firme ali. — Talvez porque eu esteja beirando a felicidade completa — disse, chegando perto de novo. — Falta só aquele beijo pra fechar o dia perfeito.

Olhei em volta; o jardim já tinha ficado relativamente pronto e a horta agora parecia outro universo, cada fileira de plantas alinhadinha. O céu já virava um mosaico de lilás e dourado. Soltei um suspiro.

— Está bem, beijoqueiro insistente. Um beijo. Mas sem pressa, senão vai afugentar as borboletas.

Ele inclinou o rosto devagar, as mãos pousando leves na curva da minha cintura, sem sujar mais a minha camisa porque, francamente, já não havia lugar limpo. Senti o hálito dele com um leve cheiro de hortelã misturado à doce impaciência. Nossos lábios se tocaram num roçar inicial, como quem testa a temperatura da água antes de mergulhar. Depois mergulhamos de verdade, num beijo manso, quente e cheio de terra na pele, mas de céu na cabeça.

Quando nos afastamos, ele encostou a testa na minha. — Valeu cada pá de terra — sussurrou.

— E cada punheta imaginária? — provoquei.

— Essas ainda vão render teses de mestrado — respondeu, rindo baixinho. — Mas, por ora, posso declarar que beijar o objeto de estudo é muito melhor do que qualquer… experimento solitário.

Escondi o riso num suspiro contente. — Tá, professor safado. — Bati palmas para limpar a poeira. — Agora vamos pra dentro. Tenho chuveiro quente e sabão suficiente pra enxaguar esse barro todo.

Arthur se esticou, alongando as costas como um gato satisfeito. — Promete que, amanhã cedo, a gente volta e checa se nosso “canteiro” tá bem molhado?

— Prometo verificar a umidade do solo com você do lado, se é isso que está querendo dizer — falei, pegando sua mão para guiá‑lo até a porta dos fundos.

Ele entrelaçou os dedos nos meus, sem perder o sorriso. — Esse é o plano, jardineiro‑mor.

Enquanto caminhávamos, sentia a pulsação calma dele viajando pela minha palma, encontrando a minha. E não havia maneira melhor de encerrar aquele trabalho todo: eu, coberto de terra, de risadas e de um afeto surpreendentemente leve!

Saio do banheiro ainda secando o cabelo, pronto para chamar Arthur — e dou de cara com ele vindo na direção oposta, completamente nu, respingos de água descendo pelos ombros largos. Meu cérebro frita como as fatias de banana que ainda vou levar ao fogo, mas reúno dignidade suficiente para buscar o primeiro traje que encontro no armário da lavanderia. Jogo o shorts de moletom na direção dele como quem lança uma bóia de resgate.

— Veste isso antes que eu perca de vez a concentração, por favor. Espero que caiba — digo, tentando parecer casual. O tecido cinza atinge o peito dele com um ploc abafado.

Arthur dá um assobio baixo, pendura a toalha úmida no antebraço e veste o shorts sem pressa nenhuma, puxando o cós sobre as coxas grossas. Satisfeito, passa a mão pelos quadris, testando a elasticidade.

— Serviu — fala, olhando-me com um sorriso que afrouxa qualquer botão imaginário do meu autocontrole. — Confortável, até.

Finjo que é apenas um comentário sobre roupas e sigo correndo para a cozinha. Encho o filtro de papel, despejo a água fervente sobre o pó de café e deixo aquele aroma subir como abraço de manhã preguiçosa. Enquanto a cafeteira respira, bato dois ovos na frigideira, corto bananas em rodelas e as coloco pra cozinhar numa panelinha com um fiapo de canela. Os pães? Saem quentinhos da torradeira, estalam quando os coloco na cesta.

Arthur aparece, cabelos ainda pingando, mas agora cheirando a sabonete neutro e promessa de confusão boa. Senta-se à mesa justo quando termino de arrumar tudo.

— Eu precisava disso — ele suspira diante do café fumegante. — Cheiro de casa.

— E café no ponto — completo, servindo-lhe uma caneca. — Mas me diz: o que você pretende fazer agora? Você chega todo decidido … a não sei o quê, passando a noite aqui, e agora?

Ele gira a caneca entre as mãos, pensativo.

— Pedro, eu simplesmente não sei. O fato de ser delegado não facilita. Perder o cargo significaria largar tudo por que lutei. Não é só questão de assumir ou não… é que a delegacia é minha vida desde sempre.

Dou de ombros, mordendo a ponta do pão pra ganhar tempo.

— Não vou te forçar a nada. Mas também não fico em relacionamento escondido, vivendo migalhas de carinho nos bastidores. Ou enfrentamos a plateia juntos ou… ficamos numa amizade colorida, sem expectativas. — Digo isso tentando soar firme, ainda que a frase me rasgue um pouco por dentro.

Arthur ergue os olhos, tristes porém francos.

— Eu toparia essa amizade… colorida, se pra você fizer sentido. Você merece mais, eu sei, mas, por agora, talvez seja tudo que posso dar sem perder meu chão.

Respiro fundo, procuro nos olhos dele sinceridade — e encontro. Estendo a mão sobre a mesa. Ele aperta meus dedos, cúmplice. Negócio selado.

---

Depois de lavarmos a louça — ele enxuga enquanto eu guardo — nos jogamos no sofá da sala. Coloco na TV How to Get Away with Murder. Arthur acomoda-se primeiro, e eu, meio preguiçoso, deito de lado, cabeça no colo dele. Televisão num volume médio, luz suave da tarde filtrada pela cortina.

A trama corre frenética, mas minha atenção se divide: as coxas de Arthur, quentes sob meu rosto, e o peso gradual que sentei ali. Em dez minutos de episódio, percebo uma rigidez diferente sob a manta fina que ele puxou pra si. Não demora para sentir a pulsação clara — o shorts está longe de esconder o “despertar” súbito. A ponta roça leve minha bochecha, e o toque quase inocente faz meu coração tamborilar.

— Isso é a trilha sonora ou…? — brinco, olhos ainda na tela, mas boca pendurada num sorriso ladino.

— Culpa sua por usar minha coxa de travesseiro — ele murmura, fingindo indignação, afagando meus cabelos. — E, veja bem, estamos apenas numa amizade colorida, lembra?

— Ah, eu lembro — sussurro, ajeitando-me para deixá-lo ainda mais consciente da situação. — E como bom amigo, posso oferecer… apoio moral.

Ele solta um riso abafado. — E eu posso jurar que esse apoio moral está encostando muito perto do problema central.

— Questão de alinhamento — retruco, piscando. — Quer que eu mude a posição?

— Prefiro que só mude de canal… — ele começa e para, olhando meu sorriso malandro — mas acho que o programa atual está bom.

Ficamos assim: o som distante de Annalise Keating dando sua aula, o cheiro leve de sabonete e café, a respiração dele subindo e descendo debaixo da minha bochecha. Se existe definição melhor de fofo, desconheço. Não é um final, nem mesmo um começo oficial — é apenas um interlúdio gostoso, onde o mundo lá fora pode esperar.

Talvez, amanhã, Arthur tenha respostas. Talvez eu cobre mais do que cafés frescos e duplos sentidos. Mas hoje, tudo o que sei é que há um shorts de moletom heroicamente resistindo à nossa “amizade” e um futuro incerto que, curiosamente, lembra bastante as séries criminais que adoramos: cheio de reviravoltas, segredos, e, com sorte, absolvição para corações teimosos como o nosso. E no meio disso tudo ainda tem o doce, prestativo e fiel Flávio!

A luz que escorre pelas frestas da cortina beija primeiro a nuca de Arthur — depois, desliza até mim, feito afago quente. Abro os olhos devagar e percebo que continuo encaixado nos braços dele, o peito largo subindo e descendo num compasso manso. Ele inspira, roçando o nariz no meu pescoço, e um arrepio atravessa meus ombros. O hálito dele cheira a sono e promessa velada.

— Bom dia — murmura contra minha pele, voz rouca de madrugada atrasada.

— Bom dia… — respondo, tentando fingir que não há um abismo de conflitos dentro de mim. Liberdade e prisão dividindo o mesmo fôlego.

Arthur desliza a mão por minha cintura, desenha círculos preguiçosos e ergue o rosto o suficiente para que eu possa vê‑lo sorrir. Nos beijamos ainda de olhos quase fechados, entre sussurros e tecidos que cedem. Não há pressa, mas há urgência: a vontade de confirmar que, apesar de todas as interrogações, ainda estamos aqui, um no outro.

Quando finalmente nós dois nos rendemos ao ritmo que o corpo pede, não é preciso palavra alguma. Apenas toques — braços segurando firme, pernas entrelaçadas, respirações que se misturam até não sabermos quem tirou o fôlego de quem. É quente e íntimo, mas não gritante: o tipo de entrega que dispensa detalhes explícitos porque o essencial vibra por baixo da pele.

Depois, ficamos deitados um instante, corações em descompasso, suor misturado ao cheiro leve de sabonete que ainda restava nele. Arthur deposita um beijo macio na minha testa e suspira.

— Eu… preciso passar em casa, pegar a farda — explica, os dedos escorregando do meu abdômen para o colchão. — Tenho plantão logo mais. Mas volto quando puder, se você quiser.

Meu estômago se contrai. Penso em dizer “fica”, mas me falta coragem. Em vez disso, apenas assinto, e ele entende. Levanta-se, veste às pressas, vai saindo, mas então gira nos calcanhares, volta dois passos e me envolve num abraço rápido, desesperado e doce. Depois sai, deixando um rastro de perfume amadeirado e o eco suave do trinco fechando.

---

A casa mergulha num silêncio pesado. Eu me arrasto até o banheiro. A água quente desce, mas, em vez de me aliviar, estoura em lágrimas que não pedi. Aperto as pálpebras; ainda sinto o cheiro dele, o gosto dele, e a verdade que tento esconder: deveria odiá-lo. Deveria apertar as peças do meu tabuleiro e girar a faca da vingança — não me perder no calor do peito dele.

Escorro pelas paredes frias do boxe e me sento no chão molhado. A cada soluço, surge uma preocupação que até então eu empurrei para o canto da mente:

“Bernardo e Pietro aparentemente estão mortos e eu até agora não fiz nada a respeito”

“E Thales? Onde está o desgraçado que se recusa a morrer! Por que ainda não comecei a procurá-lo de verdade?”

“E Arthur… será que ele vale o preço de todas as batalhas que abandonei? Deveria tá me vingando dele, e não transando com ele loucamente!”

A água não responde. Só me cobre de um ruído constante, como se tentasse calar meus questionamentos. Mas nada cala. Há uma faca de dúvida entre a costela e o coração: vingança latejando de um lado, amor sussurrando do outro. Ambas exigem espaço, ambas pedem urgência.

Depois de minutos que parecem horas, desligo o chuveiro, visto uma toalha e encaro meu reflexo embaçado no espelho. Os olhos vermelhos denunciam a confusão. Respiro fundo e, pela primeira vez desde que Arthur entrou na minha vida de novo, sussurro o dilema em voz alta:

— Ou eu destruo meu passado ou permito que ele me reconstrua. Não dá pra fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

As palavras soam estranhas, mas ecoam verdadeiras. Saio do banheiro decidido apenas a uma coisa: hoje ainda não vou escolher. Talvez eu precise investigar, perguntar o que aconteceu realmente com Bernardo e Pietro, descobrir onde diabos Thales se esconde. Talvez eu precise de um roteiro de vingança mais nítido — ou talvez precise aceitar que meu coração já escolheu outro caminho.

Só sei que, enquanto caminho pelo corredor, ainda sinto o toque de Arthur latejando na pele, como uma assinatura invisível. E se há algo de que tenho certeza, é que fugir disso não vai ser simples. Talvez, para escapar, eu precise primeiro descobrir quem realmente me tornei — caçador, vítima, cúmplice ou… amante.

---

Eu estava ali, com a caneca de café quente entre as mãos, o amargor que me acordava o corpo antes da cabeça. O ambiente estava quieto, perfeito para sentir o aroma do café subindo em espirais lentos. Era a calmaria de uma manhã que prometia ser comum, e eu precisava disso — um pouco de rotina, sem confusão, só o cheiro do café fresco.

De repente, meu celular vibrou sobre a mesa. Era uma mensagem de Arthur. Abri curioso e me deparei com uma selfie: ele, ja de farda, cabelo meio bagunçado, olhos alertas, e a legenda: “Já no trabalho, de saco vazio.”

Eu ri alto, não consegui segurar.

— “Saco vazio, é? Precisa que eu mande uma carga extra pra animar seu expediente?” — respondi na hora, piscando.

Ele voltou rápido:

— “Só se for pra abastecer essa ‘máquina’ aqui, que já tá pedindo combustível.”

Não deu para segurar a risada.

— “Cuidado pra não quebrar a ‘máquina’, viu? Quero que volte inteiro, pelo menos até o final do plantão.”

— “Ouviu, chefe? Prometo que vou me cuidar, mas se precisar de ‘reparo’, só chamar que eu atendo.”

Enquanto trocávamos essas provocações, ouvi o som suave da chuva começando a cair — um chuvisco tímido que enchia o ar com cheiro de terra molhada.

Olhei pela janela e, com um sorriso maroto, respondi:

— “Olha só, parece que o céu também tá querendo molhar a gente hoje. Que tal eu voltar pra cama e a gente combinar um ‘plantão’ particular depois?”

Arthur respondeu com um emoji piscando e a frase:

— “Já tô até vendo: você deitado, eu cuidando pra que nada fique seco demais...”

O café já estava na metade, mas minha concentração tinha ido toda para aquela troca de duplos sentidos. A chuva fraquinha só aumentava a vontade de abandonar tudo e me entregar à preguiça e ao calor do corpo dele.

Decidi então que depois do café, era hora de voltar pra cama. Afinal, quem ia reclamar de um pouco mais de aconchego enquanto o céu lá fora fazia seu próprio show molhado?

Deixei a caneca na pia, subi as escadas devagar e me deitei, sentindo o colchão me abraçar de volta. A janela deixava a luz cinza da manhã entrar, e o som da chuva embalava meus pensamentos — que agora, mais do que nunca, ansiavam pela próxima mensagem do Arthur, e pelo que ela poderia vir a querer dizer.

Continua...

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