Um Devaneio Régio

Da série Putinho Vermelho
Um conto erótico de Tiago Campos
Categoria: Homossexual
Contém 1292 palavras
Data: 06/07/2025 07:08:41

Após engolir toda a sua porra, sentindo a saciedade profunda, seu membro ainda semi-rígido e úmido atingiu meu rosto várias vezes, num gesto de carinho e posse. James se inclinou, um sorriso satisfeito e exausto nos lábios. “Precisamos tomar um banho, Chapeuzinho”, ele disse, sua voz agora mais suave, mas repleta da intimidade que compartilhamos, o cheiro de sexo e suor nos envolvendo como um cobertor.

O calor aconchegante do corpo dele ainda me envolvia, um lembrete da intimidade recém-compartilhada, quando, de repente, sem aviso, senti o chão sumir sob meus pés. Seus braços robustos e musculosos me envolveram com uma facilidade impressionante, como se eu não passasse de uma pena, e, em questão de segundos, fui gentilmente transportado até a entrada do banheiro.

Suspenso no ar, aninhado naquele abraço que exalava força e segurança, não pude conter um sorriso que se espalhava internamente. Era uma sensação quase etérea, de flutuar, e confesso que a fantasia me encheu de euforia. Uma inesperada sensação de realeza invadiu meu peito, um devaneio bobo, mas incrivelmente prazeroso. Por um breve instante, naquele burburinho de pensamentos, me senti exatamente como uma princesa de contos de fadas, sendo carregada em triunfo para seu grandioso castelo, onde todos os desejos seriam atendidos, sem qualquer esforço de minha parte.

A transição do ar para o solo foi tão suave quanto a elevação. Fui gentilmente pousado no chão frio e liso do azulejo, um contraste imediato com o calor de seus braços que me fez soltar um pequeno grito de surpresa, que rapidamente se transformou em uma risada abafada, misturada com um suspiro de alívio e pura diversão. Ergui o olhar para ele, meus olhos encontrando os dele, e a admiração era genuína em minha voz. Não pude deixar de expressar, com um tom de puro espanto e um leve sorriso: “Como você é incrivelmente forte!”.

O loiro delicioso soltou uma gargalhada rouca, profunda, que ressoou pelas paredes do banheiro, ecoando no ambiente levemente úmido, talvez do vapor de um banho anterior. Havia um tom de divertimento e, ao mesmo tempo, uma confiança inabalável em sua resposta. Com um ar de óbvia superioridade e um sorriso de canto, ele retrucou: “Isso é mais do que claro, Tiago!”.

Meus olhos, já acostumados à luz, percorriam os detalhes do banheiro: a organização impecável dos produtos na prateleira, o espelho sem uma mancha e o aroma cítrico, fresco e limpo que pairava no ar, prova de um cuidado meticuloso. Enquanto eu observava, o lenhador, mantendo aquele sorriso malicioso e um brilho nos olhos azuis, deixou escapar um comentário.

Sua fala me pegou completamente de surpresa e me fez corar violentamente. Minhas bochechas queimaram instantaneamente, um rubor que se espalhou até a raiz dos cabelos. “Se a sua avó descobrir que você é uma vagabunda, ela morre do coração, Chapeuzinho”, ele afirmou, a voz ainda vibrando de riso, mas com um toque de seriedade brincalhona que me fez engolir em seco. A imagem da minha avó desmaiando inundou minha mente, e eu mal pude reprimir um misto de medo e culpa.

“Isso não tem a menor graça”, repliquei, minha voz apertada, quase um sibilo, carregada de repulsa. Ele, com sua percepção aguçada, notou o meu desconforto instantâneo. Seu sorriso diminuiu um pouco, e ele suavizou o tom de voz, que antes era de pura gozação, para algo mais contido. No entanto, a malícia ainda dançava, divertida e provocadora, em seus olhos claros, um brilho que me dizia que ele sabia exatamente o efeito que suas palavras tinham sobre mim.

“Calma, Tiago, relaxa. Não vou contar nada, prometo”, disse ele, com um tom que era metade apaziguador, metade divertido, enquanto estendia sua mão grande para bagunçar meu cabelo, um gesto de carinho que de alguma forma aumentava a tensão ao invés de aliviá-la.

O silêncio que se seguiu pareceu pesar no ar, denso e desconfortável, quebrado somente pelo eco hipnótico da água levemente gotejando da torneira do banheiro, um som minúsculo que amplificava o embaraço. Era preciso desviar o foco, fugir daquele momento. Então, para quebrar a tensão palpável e nos forçar a focar na razão prática pela qual estávamos ali — os resquícios da paixão ainda em nossa pele — sugeri com uma pressa repentina e uma necessidade quase desesperada: “Vamos logo tomar banho”.

James riu novamente, e desta vez o som era um grave e gostoso que preenchia o espaço, mas sem a pontada de escárnio de antes. Havia agora uma diversão genuína em sua voz quando ele me provocou, com um leve erguer de sobrancelha: “Você está mandando demais para quem está na casa dos outros, hein?”.

Ignorando a provocação, que agora parecia menos ameaçadora e mais um jogo, apressei-me para o interior do box de vidro, meus movimentos rápidos e determinados como se eu estivesse fugindo de algo. Girei o registro com certa impaciência, sentindo a alavanca fria sob meus dedos, e deixei a água morna, quase quente, cair sobre minha cabeça e ombros, um véu reconfortante que me fez suspirar profundamente, um alívio instantâneo para a tensão que se acumulava em meus ombros e na minha mente.

Segundos depois, o vapor já enchendo o amplo espaço, senti o calor da presença do garanhão atrás de mim, tão perto que pude sentir o ar se mover. Seus braços fortes e nus, ainda úmidos da umidade do ambiente, me envolveram em um abraço apertado e protetor, a água caindo sobre nós dois, e seu sussurro, rouco e íntimo, ressoou em meu ouvido, fazendo um arrepio percorrer minha espinha: “A nossa foda foi, sem dúvida, uma das melhores que já tive!”.

Aquela confissão me fez sentir ousado, levemente selvagem. Virei-me lentamente, permitindo que a água morna caísse sobre minhas costas antes de fitá-lo. Com uma curiosidade genuína, quase infantil em sua candura, mas com um subtexto que sabia ser provocador, perguntei: “Você já comeu outros homens antes, James?”.

Ele não hesitou. Um riso curto e seco escapou de seus lábios, mas seus olhos, de alguma forma, permaneciam severos, quase frios. Havia uma franqueza brutal, inesperada, em sua resposta, que me pegou desprevenido. “Na hora da fome, meu amigo”, ele disse, a voz completamente desprovida de qualquer remorso ou hesitação, “nenhum cuzinho escapa.” A declaração, tão crua e direta, era tão absurdamente honesta que me fez explodir em gargalhadas. O som ecoou no amplo espaço do chuveiro, um riso liberador que beirava a histeria, tanto pela surpresa quanto pela audácia de sua confissão.

Enquanto comecei a me ensaboar, pegando o sabonete e sentindo a espuma suave e perfumada deslizar por minha pele, criando uma camada sedosa sob a água corrente, meu amante mudou abruptamente o foco da conversa. O tom de sua voz adquiriu uma seriedade inesperada, um quê de inquisição que fez meus músculos tensionarem levemente. “Quem era aquele homem que te fodeu na floresta?”, ele perguntou, e a abrupta menção do Lobo Mau, do episódio na trilha, me pegou completamente de surpresa.

Foi um golpe, uma pontada de alerta que me fez sentir uma gota de suor frio escorrer discretamente pela minha têmpora, misturando-se à água do chuveiro. “É o Johnny, o encanador”, confessei, tentando ao máximo soar casual, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, embora meu coração batesse um pouco mais rápido.

A curiosidade do homem musculoso não diminuiu; pelo contrário, parecia crescer, tornando-se quase palpável. Seus olhos perfuraram os meus enquanto ele pressionava ainda mais, sua voz mais baixa, mas carregada de uma intensidade perturbadora: “Quantas vezes você deu o cu para ele?”. Um arrepio percorreu minha espinha com a insistência dele, o jeito com que ele me encarava, invadindo um espaço que eu julgava ser somente meu. Não pude resistir a questionar, minha voz levemente embargada pela defensiva e pela confusão: “Por que você está tão interessado nisso?”.

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