Almir era daquele tipo de homem calado, misterioso, observador, com um "q" de sedutor. Macho bruto, 45 anos, corpo naturalmente esculpido do trabalho braçal ao qual se dedicava diariamente na fazenda onde morava e tomava conta.
Casado com Neusa, mulher simples, cuidava da casa enquanto seu marido cuidava da fazenda.
A vida dos dois era um verdadeiro marasmo. Sem emoção, apenas vivendo por viver a vida q tinham escolhido juntos...
Povo da roça não pensa em se divertir, so vive para o trabalho.
As coisas começaram a mudar quando o patrão de Almir contrata um novo peão para ajudar na lida da fazenda.
Sales, rapaz mais novo, 39 anos, porem muito experiente com trabalhos de roça.
Solteiro, costumava frequentar os prostíbulos das redondezas. Não atrás de mulheres, mas da companhia de outros homens, dizia q era so para tomar umas e conversar fiado.
Apresentado a Almir, logo tratou de puxar assunto p saber das zonas que tinham por ali.
Almir, homem centrado, já cortou logo os papos do novato, dizendo que era casado e não frequentava esses lugares.
Os dias vão passando e os dois vão pegando mais intimidade um com o outro e vão-se abrindo espaços para aqueles assuntos que so rola entre os homens: Putaria.
Sales volta naquele assunto das zonas, mas dessa vez Almir responde que há muito tempo não frequenta mais o lugar, depois q casou-se com Neusa, a vida virou um marasmo em que nem fuder mais direito tava fudendo.
Deixou escapar que sua esposa nao gostava muito de transar e quando fazia era so papai e mamãe. Confessou que so aquilo nao o satisfazia ha muito tempo e que sentia falta de meter num cuzinho igual fazia quanto frequentava as zonas.
Sales ficou surpreso com as confissões do peão e disse que casamento não era prisão e que homens precisam se aliviar mais que as esposas.
Almir não achava certo trair sua esposa, mesmo sentindo falta de fuder como antes.
Conversa vai, conversa vem, Sales cada vez mais colocando lenha na fogueira incentivando o peão a dar um pulo na zona com ele.
O convite a princípio era so p tomar umas e destrair um pouco da vida q eles estavam levando.
Após muito insistir, Sales finalmente convenceu Almir a ir ate a zona a qual ele frequantava no passado.
Marcaram na sexta a noite, após a lida na roça.
Almir contou p esposa que precisava ir até a cidade a mando do patrão e que não sabia a hr que ia voltar.
Ela entendeu a situação e despediu-se do marido com um beijo no rosto.
Sales de longe so observava a despedida do marido á esposa.
Os dois entram na camionete velha e partem p cidade.
-Olha Sales, o que tu ta me fazendo..
-Relaxa, homem, nao vou fazer nada que vc nao queira rsrs
No meio do caminho, os dois a sós no carro em meio ao papo descontraído, Sales conta ao amigo que nunca comeu nenhuma mulher da zona e que frequentava apenas para ter companhia de outros homens.
Almir assusta e pergunta se ele é baitola.
-Não, rapaz, é que na zona é o melhor lugar para conversar e fazer amigos.
E ri da situação.
Almir solta um leve sorriso e diz entender.
-Talvez eu precise voltar a frequentar mais a zona msm, nem que seja por esse motivo...
Chegando na zona, os dois entram e sentam num canto meio escuro, meia luz vermelha e mesa redonda.
Prontamente atendidos por uma das moças do local q apesar de puta, se impressiona com a beleza daqueles dois peõs que ali estão.
Se insinuando pergunta:
-O que os gostosoes vao querer hj?
Sales responde.
-Manda duas doses da melhor pinga q vcs tiverem. Eu e meu amigo aqui queremos nos divertir.
Almir sempre na dele, so observa o movimento do local, relembrando a epoca q o frequentava.
A moça coloca uma das pernas em cima da mesa e pergunta:
-E pra comer, vao querer o que?
Por enquanto so a pinga msm...
A moça se insinua ainda mais mostrando parte da calcinha .
-Tem certeza?
-Sim, hj vamos so de bebidas..
A moça fecha a cara e vai buscar a pinga
Enquanto isso, Almir observa uma dançarina no poledance e lembra que já havia metido nela ali mesmo, no poledance no meio da zona.
-Aquela ali era minha preferida. Fodia com ela toda vez q vinha pra cá.
-E ta esperando o que p chegar junto, aposto que ela vai ficar contente e reve-lo.
-Que nada rapaz, ela nem deve lembrar mais de mim..
-So tem um jeito de saber.
Sales levanta e vai em direção da moça no poledance, sussura algo em seu ouvido q a faz parar de dancar na hr.
Observando tudo de longe, Almir aguarda o desfecho daquilo.
Em seguida, voltam os dois p mesa onde Almir está sentado.
Prontamente a meretriz reconhece seu velho cliente.
-Quem é vivo sempre aparece, hein?!
-Ta vendo garanhao, ela ainda lembra de vc..
-E como esquecer do homem mais bonito ao qual eu ja me deitei?!
Sales resolve entao deixar os dois a sos na mesa e vai dar uma volta p conhecer melhor a zona e ver se encontra algo interessante por ali.
Na volta, ve q seu amigo ja estava matando a saudade da vida de solteiro com a dançarina cavalgando em seu pau, entregue ao prazer que so o macho bruto da roça sabia lhe dar ali mesmo no cantinho da zona, em meio aos olhares dos outros clientes sedentos pela foda q acontecia entre os dois.
Sales observa aquilo com desejo e nao intervem, deixando seu amigo matar sua sede de fuder. Aproveita e volta a circular pelo local se perdendo entre a meia luz do ambiente e pela musica alta q tocava.
Algum tempo depois, finalmente volta p mesa onde o peao estava e diz ja ser hr de partir.
Almir pede p ficar um pouco mais p aproveitar o resto da noite, mas Sales insiste em ir embora.
Se despedem das atendentes e partem.
Sales volta quieto durante a viagem.
Almir um pouco mais alterado pelas pingas q tomou, o questiona do pq estar tão calado.
-Vc disse que só ia tomar umas e acabou metendo naquela puta velha..
-A culpa foi sua que levou ela na mesa..
A conversa se encerra ali e seguem em silêncio.
Chegando na fazenda, Almir agradece ao amigo pela noite e diz q ha muito tempo nao sentia aquilo.
-Tinha q ser eu.
Almir nao entendeu, mas tbm nao deu importância, so queria entrar em casa e dormir.
Na segunda feira, Sales nao aparece no curral como de costume.
Almir sai a sua procura e descobre pelos outros peoes q Sales tinha pedido as contas e ido embora da fazenda.
Ficou surpreso do amigo partir sem se despedir..
Tentou buscar notícias pelas redondezas mas em vão nada encontrara.
Os dias passavam e a falta do amigo so aumentava.
Aquilo era estranho. Sentir tanta falta de outro cara assim nunca aconteceu antes.
Não entendia pq estava sentindo aquilo.
Após tanto procurar, ouviu boatos q tinham visto Sales na zona q tinham ido tempos atras.
Sem pensar, rumou-se p la.
La chegando procurou sua velha paixao e perguntou se havia visto seu amigo daquele dia por ali.
Ela diz q ele sempre vinha e q tomava uma dose e ficava sentado quieto na msm mesa q sentaram naquele dia.
Perguntou a mulher qual dia ele costumava aparecer por la.
Ela disse que sempre na sexta feira.
Na msm hora Almir sentiu em seu peito uma alegria ate entao desconhecida, msm sem demonstrar nada, estava explodindo por dentro.
Mal quis se dispedir da velha amiga e partiu p casa ja fazendo planos de voltar na sexta.
Os dias pareciam eternidades, as horas, séculos. Tudo parecia demorar mais em passar.
Chegada sexta feira, rumou-se novamente p velha zona, ancioso p encontrar o amigo q sumira sem se despedir dele.
La chegando foi direto p canto onde sentaram na ultima vez, e p sua alegria la estava Sales, sentado, tomando sua unica dose da pinga q ja tomara por dias sozinho.
Ao avistar Almir, levantou-se suspreso.
Almir: -Seu filadaputa, pq sumiu la da fazenda?
Sales sem dizer nada é surpreedido com um abraço um tanto quanto apertado de Almir.
Um abraço jamais tido antes, ja q Almir era um cara durão e não demonstrava afetos.
Após soltar o amigo, Almir meio sem jeito refaz a pergunta.
-Pra onde tu foi, o que aconteceu p tu sumir la da fazenda?
Sales solta um leve sorriso e diz q a historia é longa e complicada e que ele era o principal culpado.
-Eu? Que q eu fiz? Ta doido?
-Não é o que vc fez, é o que EU nao fiz..
-Fala logo, porra!
É um assunto muito complicado p falar assim, e aqui...
Senta ai nessa porra e fala logo!
Almir ficou furioso sobre o que seu amigo o acusara.
Sales sem rodeio, resolveu soltar a verdade na cara de Almir.
-Desde o dia q cheguei la na fazenda, nao consigo parar de pensar em vc. Sei q vc é casado, mas..
-Porra, tu ta doido?!
-Foi por isso q sumi. Sabia q vc nao iria gostar de saber disso..
-Tu é viadim?
-Nao sou nada, so to te falando q gosto de vc mais do q como amigo. E te ver fudendo com aquela puta naquele dia, acabou comigo.
- Não to acreditando nisso...
-Por isso resolvi me afastar, nao tava aguentando mais isso. Te ver sem poder fazer nada..
Silêncio entre os dois.
Almir vira as costas e vai embora, deixando Sales em ali, só, como já estava há dias...
Desnorteado após ouvir q seu melhor amigo estava gostando dele, Almir volta p fazenda com a cabeça a mil. Pois aquilo era algo inimaginável.
A noite foi em claro, nao parava de pensar no que Sales havia confessado a ele.
Mesmo relutante, nao conseguia ter raiva do amigo.
Os dias iam passsando e a saudade só aumentava. Um sentimento estranho o dominava. Algo que nunca sentiu por ninguém, estava sentindo por Sales.
Nao aguentando mais aquele aperto no peito, volta a zona a procura do amigo.
Mas dessa vez nao o encontra.
Ao perguntar sobre o cara da mesa, é informado que ele nao aparecia ja havia semanas.
Dessa vez a notícia de q o amigo n aparecia lhe acertou em cheio.
Sentiu seu peito apertar ainda mais.
Aquela sensação de perda e culpa em nao mais encontrar o amigo crescia e o corroía por dentro.
Nada mais importava.
Naquele momento percebeu que ele também sentia algo por Sales. Algo q nem ele mesmo sabia o que era e que nunca tinha sentido antes nem por homem nem por mulher alguma.
Pegou a camionete e saiu sem rumo da zona, cego pela dor da perda de algo que nem sabia o que era.
Em sua cabeça so vinham imagens de Sales, do quanto se divertiam juntos e do que ele lhe confessara dias atrás.
Acabou parando em outro bar proximo, ali encheu a cara ate cair de bêbado na mesa.
Mas como o destino sempre nos surpreende, eis que ali surge Sales, que reconhece a camionete e logo vê seu afeto caido na mesa.
Prontamente o acode e tira-o dali, levando para sua nova casa.
La, da um banho em Almir q ainda meio apagado pela bebida, so resmunga.
No outro dia acorda perdido sem saber onde estava.
-E ai, que q tu aprontou ontem p beber daquele jeito?
Almir surpreso com a presenca de Sales, fica estático na cama.
Almir: -O que aconteceu?
Sales: -Eu q te pergunto.
-Fui atrás de vc lá na zona, mas me disseram q vc n ia mais lá, daí n lembro mais de nada..
-Aquele lugar n me trás boas recordações. Bora, levanta p tomar café.
Almir levanta, e vai tomar café.
O silêncio paira no ar até que vem a pergunta.
- Pq foi atrás de mim ontem?
Almir n responde.
Fica em silêncio.
-Pq vc foi atrás de mim lá naquela zona ontem??
Almir reluta em abrir a boca.
- Ta bom, quando vc quiser conversar é só falar.
Sales levanta da mesa e vai p quarto arrumar a cama onde Almir dormira.
De repente é surpreedido por tras com um abraço forte e longo.
...
-Pq senti sua faltaNão aguento mais ficar longe de vc, porra! Desde o dia q v c foi embora da fazenda n paro de pensar em vc. Penso em vc o dia inteiro, a noite toda. Eu nao sou viado p ta pensando em macho. Mas so penso em vc, toda hr.
Sales entao se vira e abraça Almir que está com os olhos cheios de lágrimas ao confessar o que sente p o amigo.
-Eu tbm so penso em vc o dia todo, por isso me afastei, nao esperava q vc pudesse sentir o mesmo por mim.
E do abraço, seus olhos se encontram. Fixos.
Cada vez mais perto.
A respiração ofegante.
Coração acelerado.
O inevitável acontece.
Um beijo bruto, seco, sem jeito mas com muita paixão, sela enfim o desejo despertado entre dois machos de completar um quebra cabeça ao qual nem eles mesmos sabiam que faltavam peças...