Um novo começo 11

Da série Um novo começo
Um conto erótico de Muito mais do que apenas sexo
Categoria: Heterossexual
Contém 5143 palavras
Data: 31/07/2025 19:08:10

# Um Novo Começo – Capítulo 11

## Escola Nova Esperança – 10:30h

A celebração da multidão era um ruído distante em minha cabeça. Eu olhava para Andrews e Kyle, parados ao lado de Carla na frente de todos, parecendo mais condenados recebendo uma sentença do que funcionários recebendo uma promoção. O choque em seus rostos era palpável. Isabela, com um sorriso sereno, os parabenizava, apertando suas mãos. Ela era a imagem da benevolência, a salvadora que a comunidade não sabia que precisava. Mas eu via a verdade. Via as cordas invisíveis que ela acabara de amarrar nos pulsos dos meus amigos, transformando-os em seus fantoches.

Me afastei da multidão, a necessidade de ar fresco me sufocando. A advertência de Carla ecoava em minha mente: *“...um cachorro que fica em silêncio, abanando o rabo... até te morder a garganta.”* Isabela não era um cachorro. Era uma naja, e o bote dela tinha sido silencioso, elegante e mortal.

Eu estava perdido nesses pensamentos quando senti um puxão na minha mão. Era Ana, os olhos brilhando com uma urgência que nada tinha a ver com a confusão ao nosso redor.

“Ei!” ela disse, a voz baixa, mas firme. “Quero te mostrar um lugar. Agora.”

“Agora? Mas e toda essa confusão?”

“Não tem momento melhor,” ela insistiu, o aperto em minha mão se tornando mais forte. “A gente precisa fugir disso.”

A ideia de fugir, de escapar daquela atmosfera de falsidade e perigo iminente, era a única coisa que fazia sentido. Mas, ao olhar para Kyle e Andrews sendo engolidos por um mar de parabéns falsos, a lealdade pesou.

“Espera,” eu disse, parando. “Eu preciso... eu preciso ver como eles estão. Não posso deixá-los sozinhos agora.”

Ana me olhou, e não havia irritação em seus olhos, apenas uma compreensão que me aqueceu. “Tudo bem. Vai lá,” ela disse, soltando minha mão. “Eu te espero perto do cais. Mas não demora. O lugar que eu quero te mostrar não gosta de esperar.”

Ela me deu um pequeno sorriso e se misturou à multidão. Fui na direção oposta, abrindo caminho até meus amigos. Antes que pudesse alcançá-los, uma mão pesada pousou no meu ombro. Era Vitor Luis. Seus olhos, que sempre foram cheios de uma autoridade cansada, agora estavam apenas... tristes.

“Então é isso, garoto,” ele disse, a voz rouca. “Fim da linha pra esse velho aqui.”

“Vitor, eu sinto muito. Eu não sabia que isso...”

“Não foi você,” ele me cortou, com um aceno. “Esse jogo é mais antigo que nós dois. Só te peço uma coisa. Cuidado. Aquela mulher... ela não promove quem é bom. Ela promove quem é útil. E quando você deixar de ser útil, ela te descarta.” Ele olhou para Andrews, que agora ria de algo que um pescador lhe dizia, um riso um pouco forçado demais. “Cuida do gringo. Ele é um bom rapaz, mas não tem a malícia pra esse tipo de jogo.”

Vitor me deu um último aperto no ombro e se foi, um líder deposto se retirando do campo de batalha.

Finalmente, cheguei até Kyle e Andrews. Ele estava com o peito estufado, um brilho de orgulho e poder no olhar que eu nunca tinha visto. Era como se ele tivesse vestido a pele de outro homem, uma pele mais cara e mais arrogante.

“E aí, mano! Loucura, né? Gerente!” ele disse, me dando um tapa nas costas que era mais para se exibir para a multidão ao redor do que por camaradagem.

“Parabéns,” eu disse, tentando sorrir. “Vocês merecem.”

“É o que eu digo!” ele exclamou, a voz mais alta que o normal. “Finalmente alguém reconheceu nosso valor! Chega de ralar nos barcos. Agora a gente comanda!”

Enquanto Andrews se deleitava com os parabéns dos outros pescadores, Kyle se virou para mim. O sorriso dela não estava congelado como eu pensei a princípio; estava... elétrico. Doido. Uma mistura de euforia e puro choque, como alguém que acabou de sobreviver a um raio. Seus olhos estavam enormes, brilhando.

“Biel, você ouviu isso?” ela disse, a voz um sussurro urgente, me puxando pela camisa. “Diretora! Eu... eu nem sei o que dizer! Uma clínica para a Carla, um salário de verdade para os professores... você tem noção do que isso significa?”

A animação dela era genuína, contagiante. Era a professora, a sonhadora, vendo seu maior desejo se materializar do nada.

“Ky, você tá bem?” perguntei, rindo um pouco da empolgação dela.

“Ótima? Eu não sei!” ela respondeu, rindo também, mas com uma nota de histeria. “É loucura! É maravilhoso, mas... de onde veio tudo isso? Por que a gente? Não faz sentido!”

Ela não estava com pânico de Isabela. Ela estava se afogando na própria sorte.

“A gente precisa comemorar direito hoje à noite,” Andrews disse, passando o braço pelos ombros dela, puxando-a de volta para a sua órbita de poder recém-descoberto. “Vou falar com a Isabela,” ele disse o nome dela com uma intimidade que me revirou o estômago, “ver quais são as primeiras ordens. A gente se vê em casa.”

Ele a puxou para ir embora. E foi aí que ela me lançou um último olhar por cima do ombro. Não era um olhar de pânico pedindo socorro contra um vilão. Era um olhar de pura desorientação. Um olhar que dizia: “O que está acontecendo? O que está acontecendo com a gente?”. Era um pedido de ajuda silencioso para encontrar o chão, agora que o mundo deles tinha virado de cabeça para baixo.

Fiquei ali, parado, mais sozinho no meio daquela multidão do que jamais estive no meio do deserto.

O aviso de Vitor. A arrogância súbita de Andrews. A felicidade confusa de Kyle. O jogo de Isabela. Era demais. Eu precisava de um refúgio. Precisava da Ana.

Fui até o cais, e ela estava lá, sentada na beira, os pés balançando sobre a água.

“Pronto?” ela perguntou, sem rodeios.

“Mais do que pronto,” respondi.

## Atrás da Escola – 11:00h

Ela me guiou por um caminho estreito na mata, um túnel verde que abafava os sons da comunidade. O ar ficou mais puro, o cheiro de terra úmida e folhas em decomposição preenchendo meus pulmões. Logo chegamos a uma clareira escondida, a santuário secreto. No centro, uma árvore imensa, antiga, seus galhos grossos se estendendo como braços protetores. O tronco era um mosaico de corações e iniciais, uma biblioteca de amores passados.

“Uau,” foi tudo que consegui dizer.

“É o nosso lugar mais sagrado,” Ana disse, a voz reverente. “Aqui, não tem Alberto, não tem Isabela. Só... a gente.”

Nos sentamos sob a sombra da árvore, o silêncio sendo preenchido apenas pelos sons da floresta.

“O que você achou de tudo aquilo?” ela perguntou, me estudando.

“Achei que foi um golpe de estado,” respondi, sincero. “Isabela tirou os pilares da comunidade e colocou meus amigos, que estão quebrados e confusos, no lugar. Eles são leais a ela agora, não à comunidade.”

“Minha mãe disse a mesma coisa,” Ana suspirou. “Ela está com medo.”

“Eu também.” Admitir aquilo em voz alta foi um alívio.

“Lembra daquela noite, depois da briga do Andrews?” ela perguntou, mudando de assunto. “Que a gente ficou até tarde na varanda, e você me contou sobre a sua primeira noite de verdade sem pesadelos?”

“Lembro,” eu disse, surpreso. “Foi porque eu me senti seguro com você.”

“E lembra quando a gente roubou mangas do quintal da Dona Ivone e comeu escondido no cais, rindo como duas crianças?”

“Lembro,” eu sorri. “Você se lambuzou toda.”

“Foram bons momentos,” ela disse, a voz suave. “Nesses dois meses, mesmo com toda a merda, você se tornou meu melhor amigo, Biel. A única pessoa com quem eu sinto que posso ser... eu.” Ela respirou fundo, como se tomasse coragem. “É por isso que eu te trouxe aqui.”

Ela me mostrou os nomes no tronco. “A lenda diz que o casal que transa aqui pela primeira vez nunca se arrepende. Se eles se casam, devem voltar e riscar os nomes.”

Meus olhos percorreram os nomes. E então, eu vi. *João + Ana*. E, um pouco ao lado, *Kyle & Andrews*.

“O nome deles... não está riscado,” murmurei, mais para mim mesmo.

“Talvez eles se arrependeram de alguma coisa,” ela disse, a voz carregada de significado. Ela se virou para o nome dela. “O meu tá ali, sim. But foi só um corpo. Não foi meu coração. O João nunca teve meu coração.” Ela pegou minha mão e a colocou sobre seu peito. O coração dela batia descontrolado. “Eu torço pra que o nome riscado um dia... seja o meu. Com você.”

Ela se aproximou, os olhos brilhando de uma emoção que eu nunca tinha visto nela. Era vulnerabilidade. “Gabriel... chegou a hora. Eu confio em você. Eu quero que seja você.”

A gravidade do momento me atingiu. Esta não era uma brincadeira, não era uma provocação. Era a mais pura e aterrorizante forma de entrega. Eu a beijei, um beijo lento, cheio de ternura e da responsabilidade que eu sentia. Tirei minha camisa e a coloquei no chão, sobre as raízes da árvore, criando uma cama improvisada para nós.

“Eu vou cuidar de você,” sussurrei contra seus lábios.

## Clareira – 11:30h

Deitei-a sobre a minha camisa, o tecido escuro contrastando com a pele dourada de Ana, que brilhava sob os raios de sol que cortavam as copas das árvores. Ela estava nervosa, dava pra sentir na rigidez dos ombros, na respiração curta que escapava dos lábios entreabertos, trêmulos. Meu plano era ir devagar, acalmá-la, fazer ela entender que aquele momento era nosso — dela, acima de tudo. Queria que a primeira vez dela fosse perfeita, que ela sentisse cada pedaço de mim como uma entrega, não só um tesão.

Meus lábios encontraram o pescoço dela, beijando com uma adoração lenta, sentindo a pulsação acelerada sob a pele quente. Desci aos ombros, traçando a curva delicada da clavícula com a ponta da língua, lambendo o sal do suor dela. Ana suspirou, o corpo começando a relaxar, se entregando aos meus toques. Meus olhos devoravam cada centímetro: a cintura fina que pedia pra ser agarrada, os seios pequenos e empinados, os mamilos escuros, duros como pedrinhas, implorando por minha boca. Era uma visão que me fazia pulsar, o pau já duro latejando na calça.

Chupei um mamilo com vontade, a língua girando em círculos lentos, depois rápidos, enquanto minha mão apertava o outro seio, sentindo a carne macia ceder sob meus dedos. Ana gemeu, um som gutural, quase animal, que vibrou direto no meu peito. “Biel... porra...” A voz dela era um fio, carregada de desejo e nervosismo.

“Calma, minha linda... só sente,” sussurrei contra a pele, minha respiração quente roçando o mamilo molhado.

Minhas mãos exploravam sem pressa, mas com fome. Uma deslizou pela coxa dela, subindo pela pele arrepiada até a bunda redonda, empinada. Apertei com força, os dedos afundando na carne firme, e ela arqueou as costas, a buceta roçando contra meu peito, o calor úmido me enlouquecendo. Desabotoei o short dela com dedos ansiosos, puxando-o pelas pernas longas e torneadas, revelando uma calcinha branca de algodão, tão molhada que grudava nos lábios da buceta, marcando cada curva. Inalei o cheiro dela, doce e quente, e beijei por cima do tecido, sentindo o gosto da umidade que vazava. Ana gemeu alto, as mãos agarrando meu cabelo, puxando com força enquanto se contorcia.

“Caralho, Biel... que delícia...” A voz dela tremia, o corpo se rendendo.

Com um puxão, rasguei a calcinha, o tecido fino se partindo como papel. E ali estava ela, exposta, vulnerável, perfeita. A buceta de Ana era uma obra-prima: lábios internos rosados, inchados de tesão, brilhando de umidade, o clitóris pulsando como uma pérola pequena e atrevida. Meu pau latejou tão forte que doeu, preso na calça. Não resisti. Minha boca mergulhou nela, a língua lambendo cada dobra, chupando o clitóris com uma fome devota, sugando com força até sentir ela tremer. O gosto dela — doce, salgado, puro tesão — me deixou tonto, e eu lambia mais fundo, a língua entrando nela, explorando a entrada apertada enquanto ela gemia descontrolada.

“Aaaaah... porra, Biel... eu... eu não aguento...” Ela gaguejava, as coxas tremendo ao redor da minha cabeça, as unhas cravadas no meu couro cabeludo.

Queria que ela sentisse um prazer que a marcasse, que fosse só dela. Minha língua dançava no clitóris, ora lenta, ora rápida, enquanto dois dedos deslizavam pra dentro dela, sentindo o calor apertado, virgem, que parecia sugar meus dedos. Ana gozou com um soluço rouco, o corpo convulsionando, as pernas se fechando em volta de mim. Lágrimas escorriam pelo canto dos olhos dela, e eu as beijei, subindo pra encontrar sua boca, deixando-a sentir o próprio gosto nos meus lábios. O beijo era desesperado, as línguas brigando, os dentes roçando, como se quiséssemos nos consumir.

“Agora, Biel... por favor,” ela sussurrou, os olhos arregalados, cheios de medo e tesão. “Quero sentir sua rola. Quero você dentro de mim.”

Peguei a camisinha na carteira, meus dedos tremendo de ansiedade. Ana me observava, mordendo o lábio, o peito subindo e descendo rápido. Quando desenrolei o látex sobre o pau, ela esticou a mão, apertando-o com curiosidade, os dedos traçando as veias pulsantes. “Nossa... é tão grossa... tão dura,” ela murmurou, quase hipnotizada, e eu quase gozei só com o toque dela.

Me posicionei entre suas pernas, a cabeça do meu pau roçando a entrada molhada dela. “Olha pra mim, Ana,” pedi, a voz rouca, carregada de emoção.

Ela obedeceu, os olhos brilhando com lágrimas e um desejo cru, fixos nos meus. Deslizei dois dedos de novo dentro dela, sentindo o quão apertada ela era, o calor escaldante me envolvendo. Ela gemeu alto, as coxas tremendo enquanto eu movia os dedos, abrindo-a aos poucos, preparando-a. “Porra, Ana... você é tão apertada, tão gostosa,” murmurei, e ela mordeu o lábio, o rosto corado de tesão.

Quando senti que ela estava pronta, alinhei meu pau na entrada da buceta dela, a cabeça grossa roçando os lábios molhados. “Pronta, minha menina?”

Ela assentiu, os olhos grudados nos meus, as mãos agarrando meus ombros. Empurrei devagar, sentindo a resistência do hímen, o corpo dela tencionando com a dor inicial. “Tá doendo?” perguntei, parando, beijando o rosto dela, lambendo as lágrimas que escorriam.

“Só um pouco...” ela sussurrou, a voz trêmula, mas firme. “É uma dor boa... continua, Biel. Me fode.”

Comecei a me mover, lento, cada centímetro entrando com cuidado, sentindo a buceta dela me apertar como um torno, quente e molhada. Era um prazer insano, mas mais que isso — era uma conexão que parecia selar algo entre nós. Eu a olhava nos olhos, via a dor se misturar ao prazer, o rosto dela se transformando em êxtase. “Você é perfeita, Ana,” murmurei, beijando-a com força, os lábios se chocando enquanto eu empurrava mais fundo.

“Mais rápido, Biel... me fode de verdade,” ela pediu, a voz rouca, as unhas arranhando minhas costas, deixando marcas que eu queria carregar pra sempre.

Aumentei o ritmo, as estocadas ficando mais fortes, mais profundas. O som molhado dos nossos corpos se chocando ecoava na clareira, misturado aos gemidos dela, altos e selvagens. A buceta dela me sugava, apertando meu pau a cada investida, os lábios inchados roçando o látex, o clitóris pulsando contra a base do meu pau. Eu segurava a bunda dela com uma mão, puxando-a contra mim, enquanto a outra apertava um mamilo, torcendo de leve, fazendo ela gritar de prazer. “Caralho, Ana... você é tão gostosa... tão minha,” rosnei, perdido no tesão.

“Eu vou... porra, Biel, eu vou gozar de novo!” ela gritou, o corpo arqueando, as coxas tremendo descontroladas. Senti a buceta dela pulsar, apertando meu pau com uma força que me levou ao limite. Meti mais rápido, mais forte, a clareira girando ao nosso redor, até que ela gozou, um grito abafado contra meu ombro, as unhas cravadas na minha carne. O orgasmo dela me arrastou, e eu gozei com um rosnado, o pau pulsando dentro da camisinha, enchendo-a enquanto nossos corpos tremiam juntos, colados, suados, um só.

Caí ao lado dela, ofegante, puxando-a pro meu peito. Ana se aninhou em mim, a respiração irregular, as pernas ainda trêmulas. Ficamos ali, abraçados, o cheiro de sexo, suor e terra úmida no ar, a pele dela quente contra a minha. “Foi perfeito, Biel,” ela sussurrou, a voz carregada de emoção, uma lágrima escorrendo pelo rosto. “Eu nunca vou esquecer você.”

Beijei a testa dela, o coração apertado. “Nem eu, Ana. Nunca.”

Peguei minha faca de combate do bolso. E ali, entre os nomes de tantos amantes, entre a história daquela ilha, eu entalhei na casca da árvore:

*Gabriel & Ana*

## Fim de Tarde – O Novo Escritório do Gerente do Armazém

Andrews seguiu Isabela por um corredor mal iluminado nos fundos do armazém. O ar era pesado, com o cheiro de mofo e peixe impregnado na madeira velha. Ele se sentia desajeitado, grande demais para o espaço apertado, o coração batendo rápido com uma mistura de medo e excitação. Ela parou em frente a uma porta de madeira lascada, a tinta descascando.

“Aqui estamos,” ela disse, a voz calma contrastando com a decadência do lugar.

Ela não esperou que ele abrisse. Girou a maçaneta e empurrou a porta, que rangeu em protesto. O cômodo era pequeno e sujo. Uma mesa de metal arranhada, uma cadeira bamba e prateleiras empoeiradas. O lugar de onde um capanga de Alberto latia ordens.

Andrews olhou para o espaço, desapontado. Era isso?

Isabela pareceu ler seus pensamentos. “O Alberto nunca teve muito apreço pela organização. Ele confundia sujeira com autoridade,” ela disse, passando o dedo sobre a mesa e olhando para a poeira com desdém. “Mas eu vejo as coisas de forma diferente.”

Ela se virou para ele, e pela primeira vez, ele não era apenas um funcionário. Ele era um confidente. “O que você faria com este lugar, Andrews? Se tivesse total liberdade para transformá-lo no seu centro de comando?”

Ele foi pego de surpresa. Ninguém nunca tinha me perguntado o que eu faria... “Eu... eu não sei, senhora. Eu ia... limpar tudo, primeiro. Colocar umas prateleiras novas, organizar as planilhas de pesca, ter um lugar decente pra conversar com os homens.”

Um sorriso lento e genuíno se formou nos lábios de Isabela. “Exatamente,” ela disse, a voz um sussurro de aprovação. “Ordem. Eficiência. Respeito. É disso que eu preciso. É isso que eu vi em você lá fora, no meio daquela confusão.”

Ela começou a andar lentamente pelo pequeno escritório, e ele a seguia com os olhos, hipnotizado.

“Muitos homens,” ela continuou, sem olhá-lo, “acham que poder é gritar mais alto ou ter os maiores músculos.” A pausa foi deliberada. Gabriel, a palavra não dita pairou no ar entre eles. “Mas o verdadeiro poder, Andrews, está na mente. Na capacidade de organizar, de liderar com respeito, de fazer com que os homens o sigam porque confiam em você, não porque têm medo.”

Ela finalmente se virou para ele, os olhos verdes o estudando. “É por isso que eu escolhi você.”

Andrews sentiu o rosto esquentar, uma onda de orgulho e prazer o preenchendo. Ninguém, nem mesmo Kyle, jamais tinha falado assim com ele, visto nele essas qualidades.

“Obrigado, senhora Isabela.”

“Isabela,” ela o corrigiu novamente, a voz um veludo. Ela parou ao lado dele, tão perto que ele podia sentir o calor sutil que emanava dela, sentir o perfume caro e floral que parecia de outro mundo. Ela apontou para a janela suja que dava para o cais. “A partir daqui, você verá tudo. Saberá de tudo.”

A mão dela, ao se retrair, roçou o braço dele. O toque foi breve, quase acidental, mas enviou uma corrente elétrica por todo o seu corpo. Ele prendeu a respiração.

“Confio em você para ser meus olhos e ouvidos aqui, Andrews,” ela disse, a voz agora mais baixa, confidencial. “Você será meu braço direito. Preciso de alguém leal, alguém em quem eu possa confiar de verdade.”

Ele a encarou, completamente rendido. Naquele momento, ele não era o "gringo". Não era o "irmão" da professora. Ele era o braço direito de Isabela Ferreira. Ele seria qualquer coisa que ela quisesse.

“Pode confiar em mim,” ele disse, a voz mais firme do que jamais soou em sua vida.

“Eu sei que posso,” ela respondeu. Com um último olhar que parecia prometer mundos, ela se virou e saiu, deixando-o sozinho em seu novo escritório.

Andrews olhou ao redor. Não via mais a sujeira ou o mofo. Via um trono. E, pela primeira vez, ele se sentiu como um rei.

## Fim de Noite – Casa de Ana e Carla

A lamparina projetava sombras longas e dançantes na pequena sala. Lá fora, a noite amazônica era uma sinfonia de grilos e sapos. Carla estava sentada à mesa, uma xícara de chá de ervas esfriando entre as mãos, mas o olhar dela estava perdido no vazio. A imagem de Isabela no pátio da escola não saía de sua cabeça. Aquela calma, aquele controle... era o rosto de uma predadora paciente. O aviso que dera a Gabriel não foi paranoia; foi instinto. Um instinto que gritava perigo.

A porta se abriu com um rangido suave, e a luz da lua recortou a silhueta de Ana. Ela entrou em casa na ponta dos pés, mas havia uma energia elétrica nela, uma euforia contida que parecia fazer o ar ao redor dela vibrar.

“Mãe? Pensei que já estivesse dormindo,” Ana sussurrou, o rosto brilhando.

Carla forçou um sorriso, afastando as sombras de sua mente. A alegria de sua filha era mais importante. “Estava te esperando. Deu tudo certo? O Gabriel te deixou em casa?”

“Deixou,” Ana respondeu, se aproximando. Ela parou, a euforia dando lugar a uma preocupação sutil. “Tá tudo bem, mãe? Você parece... longe.”

“Tô bem, meu amor. Só pensando nas mudanças,” Carla desconversou, puxando uma cadeira para ela. “Mas foda-se isso agora. Esquece a ilha, esquece a Isabela.” Ela segurou as mãos da filha, os olhos brilhando com uma curiosidade genuína e afetuosa. “Me conta. Quero saber de você. De vocês. Como foi... na árvore?”

Ana respirou fundo, e o sorriso mais lindo que Carla já tinha visto tomou conta do rosto dela. Era um sorriso tímido, mas radiante, que vinha de dentro.

“Ah, mãe...” ela começou, a voz um suspiro. “Foi... mais do que eu imaginei. Foi tudo.”

“Ele cuidou de você, filha? Foi bom contigo?” Carla perguntou, a voz de mãe protetora por trás da curiosidade de amiga.

“Ele foi... perfeito,” Ana disse, os olhos marejados. “Ele foi tão carinhoso, tão paciente. Ele viu que eu tava nervosa e foi devagar, me acalmando. Ele me beijou em cada parte do corpo, mãe... como se estivesse adorando, sabe? E quando... quando aconteceu... ele ficou o tempo todo me olhando nos olhos. Eu senti... eu me senti segura. Desejada. E... vista.”

Carla apertou as mãos dela. “E você, meu amor? O que você sentiu de verdade?”

“Do... doeu um pouco no começo,” Ana confessou, corando. “Mas era uma dor boa, uma dor que abria espaço pra outra coisa. E então... mãe, eu gozei. De verdade. Como você sempre falava, com o corpo todo tremendo... eu não sabia que era possível sentir aquilo. Eu chorei, de tão intenso que foi.”

“Ah, minha menina...” Carla disse, os olhos também se enchendo de lágrimas, mas de felicidade.

“E ele, mãe... a rola dele... caralho,” Ana riu, escondendo o rosto nas mãos. “É tão grossa, tão grande... Eu gemi tanto, fiz tanto barulho, kkkk. Ele me fodeu tão gostoso, mãe. Com força, mas com carinho ao mesmo tempo. Eu nunca me senti tão... preenchida.”

Carla ria junto, uma risada cúmplice e feliz. “Eu imagino, kkkk. Fico tão feliz por você, meu amor. Tão feliz que seu primeiro homem de verdade tenha sido um homem bom.”

“Ele é,” Ana concordou, o olhar sonhador. “No final, ele pegou a faca dele e escreveu nossos nomes na árvore. Gabriel & Ana. Eu quase morri de tão lindo que foi.”

Carla a puxou para um abraço apertado, um abraço que continha um mundo de amor, orgulho e alívio. Ela segurou o rosto da filha entre as mãos, olhou no fundo daqueles olhos brilhantes e a beijou na boca. Não foi um beijo de paixão, foi um selinho demorado, um beijo de bênção. Uma mãe parabenizando a filha pela sua passagem, pela sua felicidade.

“Bem-vinda ao clube, minha putinha,” Carla sussurrou, e as duas caíram na gargalhada, um som puro e feliz que, por um breve momento, espantou todas as sombras daquela casa.

## Fim de Noite – Casa de Andrews, Kyle e Gabriel – 20:00h

Voltei para casa flutuando, o corpo exausto, mas o coração mais leve do que em anos. A tarde com Ana na clareira, a entrega dela, o jeito como nossos corpos se encaixaram — era como se eu tivesse encontrado um pedaço de mim que não sabia que faltava. Eram umas oito da noite quando abri a porta.

Mas uma luz quente vinha da cozinha, trazendo um cheiro irresistível de peixe assado com ervas e limão. Kyle estava de costas, mexendo uma panela no fogão. A mesa estava posta com pratos, talheres alinhados, uma garrafa de cachaça aberta ao lado de dois copos. Uma janta especial. Um nó de culpa apertou minha garganta. Ela ali, sozinha, preparando tudo isso, enquanto eu tava perdido com Ana. Pensei que Andrews estaria com ela, dividindo o peso do dia, mas a felicidade que ainda pulsava em mim era mais forte.

“Ei,” falei, a voz mais suave do que pretendia, tentando não deixar a culpa tomar conta.

Ela se virou, e por um instante, vi alívio nos olhos dela, como se minha chegada fosse um respiro. Mas logo a máscara de irritação desceu, dura e fria. “Finalmente. Pensei que tinha esquecido onde mora.”

“Desculpa, Ky. Perdi a noção da hora,” respondi, me aproximando, tentando manter o tom leve. “Nossa, que banquete. Comemorando os novos cargos?”

“Era a ideia,” ela disse, seca, voltando pro fogão, mexendo o peixe com mais força do que precisava. “Mas a festa acabou antes de começar.” Ela olhou ao redor, a casa vazia pesando no ar. “Cadê o Andrews?”

“Ele não tá aqui? Pensei que tava com você,” falei, franzindo a testa. A ausência dele era estranha, especialmente hoje, depois de tudo que Isabela jogou em cima deles.

Kyle deu uma risada amarga, sem humor. “Não. Nosso *novo gerente*,” ela cuspiu o título com veneno, “tá ocupado. A dona Isabela precisou dele pra uma ‘reunião’ de última hora. Pelo visto, as ordens dela valem mais que a gente.”

Eu me aproximei, querendo consolar, mas sem saber como. “Ky, ele só tá tentando segurar a bronca. Você sabe como é, cargo novo, pressão...”

“E você?” ela me cortou, virando-se pra me encarar, o tom falsamente casual, mas os olhos faiscando. “Sumiu o dia todo, Biel. Onde *você* se meteu?”

Eu ainda tava nas nuvens, a memória do corpo de Ana contra o meu, o calor dela, me deixando leve demais pra perceber a armadilha. “Você não vai acreditar. A Ana me levou pra um lugar foda, a tal ‘árvore dos amantes’, atrás da escola. Tinha um monte de nomes gravados, até o de vocês tava lá, acredita? Kyle & Andrews. Mas não tava riscado. Fiquei curioso, quis te perguntar o porquê.”

A mão dela parou no ar, o garfo suspenso sobre a panela. O silêncio caiu como uma pedra. “O nosso nome?” ela perguntou, a voz baixa, controlada demais.

“É, Kyle & Andrews. Gravado na árvore,” repeti, ainda sorrindo, alheio à tempestade que se formava.

Ela forçou uma risada, mas era tensa, quase quebrada. “Kkk, isso. Uma lenda idiota da ilha, Biel. A gente nunca deu bola. Nossa primeira vez nem foi aqui, lembra?” Ela voltou a mexer a panela, os movimentos bruscos, como se quisesse esmagar algo.

“Lembro,” eu disse, a memória do passado — Mas algo na voz dela me fez hesitar.

Ela parou de novo, virando-se lentamente, os olhos cravados nos meus, duros como pedra. “E o que você foi fazer lá, Gabriel?” A pergunta saiu calma, mas carregada de um peso que eu não entendi de cara.

“Só tava conhecendo o lugar com a Ana,” respondi, começando a sentir o chão tremer sob mim.

“Com a Ana,” ela repetiu, o tom cortante, dando um passo na minha direção. O sorriso falso voltou, mas os olhos eram uma furadeira. “Sozinho num lugar daqueles? Meio afastado pra um passeio qualquer, não acha?”

“Não tava sozinho, não. Fui com ela,” falei, tentando manter a voz firme, mas sentindo a culpa rastejar. Por que eu tava me justificando? Não fiz nada errado. Ou fiz?

“Claro. Com a Ana,” ela disse, a voz agora um sussurro venenoso. “E o que vocês dois tinham de tão importante pra fazer na *árvore dos amantes*, Biel? Me conta. Tô curiosa.” A palavra “curiosa” soou como uma ameaça, and o ar entre nós ficou pesado, elétrico.

“Kyle, para com isso,” tentei, sentindo a raiva dela me engolir. “A gente só tava conversando, conhecendo o lugar. Não é nada demais.”

“CONVERSANDO?” ela explodiu, o grito ecoando pela casa. “VOCÊ SOME O DIA TODO, NO DIA QUE ERA PRA SER NOSSO, PRA COMEMORAR O QUE CONSEGUIMOS, E ME DIZ QUE TAVA ‘CONVERSANDO’ COM A ANA NA PORRA DA ÁRVORE DOS AMANTES?” Os olhos dela brilhavam com lágrimas, mas era raiva, não tristeza. “E eu aqui, feito uma idiota, cozinhando, esperando, achando que a gente ainda era uma família!”

Ela agarrou a panela quente do fogão e, num gesto de fúria cega, jogou-a no chão. O peixe, o molho, tudo explodiu, espalhando cacos e sujeira pelas paredes. O som do metal contra a madeira cortou o silêncio.

“Kyle!” Corri até ela, o coração disparado, preocupado que tivesse se queimado. “Você tá bem? Caralho, o que tá acontecendo com você?”

“NÃO TOCA EM MIM!” ela gritou, me empurrando com uma força que me fez recuar. “SAI DAQUI! VAI ATRÁS DA ANA, VAI VIVER SUA VIDA COM ELA, MAS ME DEIXA EM PAZ!” As lágrimas agora escorriam, mas a raiva ainda dominava, o rosto vermelho, os punhos fechados.

“Kyle, calma, por favor,” tentei, levantando as mãos, o peito apertado. “Me explica o que tá acontecendo. É o Andrews? O cargo? A Isabela? Fala comigo!”

“Você não entende, né?” ela cuspiu, a voz tremendo. “Você nunca entende. Eu fico aqui, segurando tudo, enquanto ele tá lá com ela e você... você tá com a Ana, na porra do lugar onde...” Ela parou, engolindo o resto da frase, como se doesse demais dizer. “Sai, Gabriel. Só sai.”

Eu fiquei parado, o coração martelando, a felicidade que senti com Ana esmagada sob o peso da fúria dela. Não entendia o que tinha detonado isso, mas sabia que a "árvore dos amantes" era mais que uma lenda boba pra ela. Tentei dar um passo, abrir a boca, mas o olhar dela me cortou. Saí, fechando a porta atrás de mim, o eco do grito dela ainda na cabeça.

O que, caralhos, acabou de acontecer?

*Continua no próximo capítulo...*

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Comentários

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Primeira já conquistou Ana e Carla já comeste falta kyle e Isabela excelente amigo vai a elas parabéns

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sei que a kyle sofre com isso, mas que o Gabriel possa ficar com a Ana, a pessoa que estendeu a mão e mostrou a ele que vida tem mais cores, não seria justo com ela nem com ele.

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