Eu estava tranquila em casa, vendo algum vídeo ou coisa assim, quando meu irmão chegou com o amigo dele, o Ricardo. Eles sempre andavam juntos, faziam todo tipo de coisa juntos. Eram tão grudados que meu pai até brincava que um dia eles iam acabar se casando.
Já estava tão acostumada com a presença do Ricardo em casa que nem me dei ao trabalho de trocar de roupa. Naquela época, eu e meu irmão dividíamos o quarto, e o videogame ficava lá, com uma televisão pequena. Eles passavam a tarde inteira naquilo. Nunca entendi qual era a graça: ver futebol, jogar futebol, jogar videogame de futebol, usar roupa de futebol... tudo a mesma coisa.
Só que, dessa vez, não iam jogar. Tudo porque o Ricardo tinha caído de bicicleta e quebrado a mão na queda. Enfaixaram a mão toda e colocaram alguma coisa estranha pra imobilizar. Só de olhar já dava dó.
Ficaram lá jogando conversa fora até meu irmão ter a brilhante ideia de sair pra buscar alguma coisa pra comer.
Ele não sabia, mas eu e o Ricardo já tínhamos ficado umas duas vezes. Nada demais. Só uns beijos atrás do prédio. Coisa normal. Mas, assim que meu irmão saiu, começou o papo mole.
— Nossa, Fernanda, minha mão tá doendo muito.
— Eu imagino mesmo.
— Quando o sangue acelera, aí é que dói mais.
— Vocês estavam correndo?
— Não. É de te ver mesmo.
Entendi que ele estava de olho em mim com aquele shorts curto. Achei um pouco engraçado para falar a verdade.
— Quer que eu troco de roupa?
— Não, tá bom assim, só é foda que não da para fazer nada.
— Nada?
— Você sabe...
— Faz com a mão esquerda — falei dando risada.
— Não dá para fazer assim não.
A cara dele era muito engraçada, como se eu fosse ficar com pena. Caiu de bicicleta pra deixar de ser trouxa, ficava por aí empinando aquele negócio. Levantei da cama e fui até o banheiro. Olhei meu reflexo no espelho pra ver se não estava com a cara muito amassada e aproveitei pra dar uma arrumada no cabelo.
— Você podia me dar uma ajuda, né? — ele pediu.
— Ai, garoto!
Só respondi isso, e o assunto ficou por aí porque meu irmão chegou. Aí voltaram a falar de qualquer coisa.
Pra dar trabalho, deitei ao contrário na cama. Deixei ele ficar olhando para minhas pernas. Tentou fingir que não tinha nada demais, mas pegou um travesseiro e colocou no meio das pernas.
Quando foi embora fiquei pensando nele.
No dia seguinte, fui ver meu ficante. A gente já ficava há algum tempo, mas ele era bem devagar. E quando eu digo "devagar", quero dizer que não tinha muito fogo e nem parecia querer nada sério. Já tínhamos conversado sobre eu conhecer a família dele, mas ele sempre dava um jeito de se esquivar.
A única parte boa era que me pagava um lanche vez ou outra, mas não passava disso. E isso, aos poucos, vai irritando.
Esperei encontrarmos um canto mais afastado e peguei de jeito. Beijava e esfregava nele, esperando que finalmente fosse fazer alguma coisa. Nada. Conversei no ouvido, falei besteira. Nada. Quando não aguentava mais, passei a mão na calça dele, mas ele me afastou. Disse que ali não era lugar para isso.
Fiquei com raiva, nunca era "lugar para isso".
Quando cheguei em casa, lá estavam meu irmão e o Ricardo.
Uma mulher revoltada e com tesão...não dá pra segurar por muito tempo, não.
Já passava das 20h, mas às vezes eles ficavam lá assim mesmo. Lembro bem da minha mãe, cansada dessa situação, um dia gritar:
"Esse menino não tem casa, não?"
Mas nem esse puxão de orelha adiantou. Meu irmão e ele se perdiam na hora.
Peguei os dez reais que tinha no bolso e pedi pro meu irmão:
— Vai lá buscar um refrigerante pra gente.
— Que esquisito, você pagando as coisas — ele fez graça.
— Anda logo, aproveita que eu tô boazinha.
Ele me respondeu com uma careta e foi. Pronto, eu estava lá com o Ricardo.
A pedido da minha mãe, a porta do quarto ficava sempre aberta, não importava o que acontecesse. Mas a gente dava um jeito de encostar um pouquinho.
Cheguei perto do Ricardo, que estava sentado em umas almofadas, perto da cama.
— Como está sua mão?
— Melhorando.
— Não tá doendo?
— Dói um pouco, mas não posso mexer muito. Tem que ficar assim — levantou o braço, mostrando como precisava manter a mão, num ângulo reto e meio aberta.
— Você não pode contar pra ninguém.
— Contar o quê?
— Fica quieto.
Sentei do lado dele, dei uma olhada para a porta, só para ter certeza que estava tudo bem. Passei a mão no shorts dele, ele soltou um suspiro, acho que de susto. Mas o corpo respondeu, embaixo daquele short de futebol o pau levantou rapidinho. Puxei um pouco o pano para baixo e enfiei a mão na cueca, agarrando o pau dele. Fui fazendo movimento de vai e vem. Ele adorou.
Eu movia a mão para cima e para baixo com pressa, agarrada naquela pica, um gesto repetitivo.
— Vou te ajudar dessa vez — falei — fiquei com dó de você
Nem me respondeu. Estava curtindo a punhetada. Devia ter tempo que não conseguia fazer aquilo.
Minha mão quente foi escorregando de cima para baixo. De cima para baixo. Tentava não fazer barulho. Sempre de olho na porta.
— Cospe nele
— Tem certeza?
— Cospe — ele pediu me olhando no olho
Abaixei mais o short e cheguei o rosto perto do pau, juntando saliva na boca. É claro que com a mão esquerda ele pesou minha cabeça, aceitei a ideia dele. Babei na cabeça do pau e dei um beijo. Abri um pouco a boca e deixei afundar o pau.
Com o espaço que sobrava continuei na punheta. Ficava fazendo movimentos circulares com a língua na cabeça.
— Que gostoso — ele gemeu
Precisamos parar bem rápido; ele se atrapalhou todo levantando o short. Minha mãe estava vindo até o quarto.
— Vou lá embaixo ver se o talão de energia já chegou.
— Tá bom — respondi, tentando manter a naturalidade.
Ricardo ficou caladinho; por algum motivo, estava suado. Não sei por quê, já que ele só estava parado. Assim que ouvimos o barulho da porta da sala se fechar, respiramos aliviados, como se tivéssemos prendido o ar com medo de sermos pegos.
— Caralho, Fernanda, você é doida.
— Já cansou?
— Não, agora que estava ficando bom.
— Que bom, uma hora a gente continua.
— Vou querer, sim.
— Pena que não deu tempo, né?
— Deu sim.
Ele tinha gozado dentro do short.