A cidade histórica de Ouro Preto fervia em um calor úmido que colava a roupa na pele. João Carlos e Janaína já tinham descido três doses de cachaça de mexerica cada um e estavam prontos para o show de Tuca Fernandes, que aconteceria naquela noite. Eram amigos há mais de vinte anos. Cresceram juntos no mesmo bairro, dividiram escova de dente numa viagem da escola e, mais de uma vez, juraram que nunca iriam se comer. Mas aquela sexta-feira parecia ter sido escrita por uma entidade disposta a quebrar pactos antigos.
O show começou com energia. Gente pulando, cantando, se esfregando. E quando Tuca soltou o grito de guerra de “Praieiro”, o mundo pareceu derreter num maremoto de nostalgia e tesão.
— “Sou praieiro, sou guerreiro, tô solteiro, quero mais o quê?” — gritaram os dois, juntos, suando, com copos na mão.
Foi no meio do refrão que Janaína puxou João pelo pescoço e beijou. Um beijo quente, babado, cheio de dentes e descontrole. O povo ao redor nem percebeu, estavam todos na mesma vibe. Mas para eles, o mundo ficou em câmera lenta.
Quando o beijo terminou, ela mordeu o lábio.
— Se tu meter essa língua em mim igual meteu na minha boca, eu gozo em três minutos.
Ele não respondeu. Estava duro na calça. Visivelmente. Ela desceu a mão por ali.
— Eita porra... Isso aqui é o quê? Um sabre de luz?
Ele riu.
— Cuidado. Ele é Jedi. Se encostar demais, explode.
— Vou botar nome. “Darth Pinto”.
Os dois caíram na gargalhada. O povo do lado achou que era piada de maconheiro.
Decidiram sair antes do show acabar. No caminho para a pousada, pararam numa lanchonete para comprar um pão com linguiça. A moça da barraca olhou os dois, cheios de intimidade, ele com a mão dentro da blusa dela, e perguntou com um sorriso:
— Vocês são irmãos, né? Muito parecidos...
Janaína engasgou na hora. João respondeu de boca cheia:
— Irmão que mama a irmã? Porra nenhuma.
A moça arregalou os olhos. Eles riram tanto que quase deixaram o pão cair no chão.
Na pousada, subiram às pressas. O quarto era simples, com paredes cor de pêssego e um ventilador que girava com preguiça. A porta mal fechou, e ela já empurrou João contra a parede, tirando a camiseta dele.
— Puta merda... tu tá todo suado... parece um pastel escorrido.
Ela lambeu o peito dele mesmo assim. Depois mordeu o mamilo esquerdo com força.
— Ai, caralho! — ele gemeu.
— Cala a boca. Tô com fome de homem suado.
Ela tirou a própria blusa. Os peitos balançaram livres, com naturalidade. João olhou e segurou os dois com as mãos abertas.
— Vou dar nome também. Esse aqui é “Maradona”, esse outro “Pelé”. Um faz gol, o outro dá tapa na cara.
Ela riu e empurrou ele de novo, agora sentando ele na beira da cama. Tirou a calça devagar. A calcinha preta colada ao meio, úmida. Ela abaixou a peça com um movimento seco. Pelos. Muitos. Negros, grossos, macios. Uma selva viva.
Ele arregalou os olhos.
— Caralho, Jana... isso aqui é a Mata Atlântica inteira...
— Fica de gracinha não. — Ela agarrou o queixo dele com firmeza. — Vai ter que entrar com a língua na trilha e se perder, entendeu?
— Perdido eu já tô.
Ela subiu na cama, colocou um joelho de cada lado do rosto dele e sentou, literalmente, na cara dele. A buceta molhada esfregando na boca aberta de João, que lambia sem fôlego. A selva de pelos misturada ao suor da noite. Janaína gemia, apertando os mamilos com força, rebolando devagar.
— Chupa direito, porra... enfia essa língua no fundo... mama minha porra...
Ele gemia contra ela, o rosto encharcado.
— É isso... engole minha porra, engole minha buceta peluda, isso...
Ela gozou na boca dele, tremendo, mas não desceu. Continuou ali, e então sorriu maliciosa.
— Agora vamos ver se tu aguenta mais...
Se levantou, pegou um copo com água do criado-mudo, virou metade, e ficou olhando pra ele ali, deitado, babando ainda com o gosto dela na boca.
— João... já tomou chuva hoje?
— Hein?
Ela abriu as pernas, ficou de pé sobre ele.
— Chuva dourada, caralho. Quero marcar território.
Ele abriu a boca, surpreso, mas não resistiu. Ela mijou devagar, quente, com força. Parte caiu no peito dele, escorreu pelo pescoço, a outra na boca. Ele engoliu o que pôde, o resto ficou no corpo, misturado ao suor e à saliva. Ela ria.
— Olha a bagunça, Darth Pinto vai ter que batalhar no lodo.
Ela montou nele de novo, o corpo todo escorregadio. Sentou com força, enfiando até o fundo. João gritou.
— Puta que pariu, Jana!
— Fica quieto e goza, que eu tô te quebrando hoje. Cê vai sair mancando dessa porra.
E saiu mesmo.
Transaram por horas. Ela por cima, depois de quatro, depois com ele lambendo os próprios fluidos na barriga dela. Os dois animais, suados, fedendo a sexo e álcool. Ela dominava com prazer. Ele obedecia sem orgulho.
No fim, estavam largados na cama, pelados, colados.
— Agora tu é meu, João. Fica avisado.
— Sou teu, Mata Atlântica.
Ela deu um tapa na bunda dele.
— Errou. Agora é “Rainha dos Fluidinhos”. Aprende.
Ele sorriu, derrotado.
— Sim, minha Rainha.
E dormiram assim. No cheiro da noite, com os corpos molhados e a alma leve.