Becca - Ela, por ela mesma - conto 12

Um conto erótico de EuBeccaEeles
Categoria: Heterossexual
Contém 1845 palavras
Data: 30/07/2025 14:36:47

Se você me visse há cinco anos, talvez nem me notasse. Eu era... correta. Comportada. Educada com rigor e medo. Era a filha perfeita, a estudante exemplar, a moça que todos apontavam como "esposa ideal". Nunca fui burra — pelo contrário —, mas havia algo em mim que ficava dormindo sob a pele, como uma serpente imóvel, enrolada sobre si mesma.

Eu cresci para agradar. Para ser elogiada. Para que dissessem “como ela é centrada”, “como ela é madura”. E eu gostava, confesso. Sempre gostei do brilho. Mas não sabia, naquela época, que o brilho mais intenso vinha do suor. Do prazer. Da entrega. Eu era vaidosa — mas não ousava ser viva.

Então eu conheci ele. Meu marido.

E ele… não me libertou. Ele me permitiu me libertar.

A diferença é enorme.

Foi ele quem me ensinou que o meu desejo não era pecado. Que o calor entre minhas pernas não era feio. Que eu não precisava esconder o olhar quando sentisse vontade. Que eu podia ser sua — de verdade — sem perder nada. Ao contrário: eu só ganhava.

Ele me olhou de um jeito que nenhum homem nunca tinha ousado. Não com luxúria barata, mas com uma fome cúmplice. Como quem dizia, sem palavras: “Seja tudo o que você quiser — desde que seja comigo.”

E então eu fui.

O que mais me excita não é transar com outro homem. Eu poderia sair por aí dando pra quem eu quisesse. Eu poderia, sim. Mas isso... não teria gosto. Seria vazio.

O que me excita é ele saber. É ele ver. É o nosso pacto secreto.

É olhar para ele no espelho, enquanto sou fodida, e ver aquele brilho de orgulho.

É ouvir a voz dele — calma, quente — dizendo no meu ouvido:

— Vai, amor... mostra pra ele quem é você.

E eu mostro.

Mostro porque agora eu sei quem eu sou.

A escorpiana em mim sempre esteve trancada. Sempre tive os olhos fundos, a intuição afiada, o veneno na ponta da língua — mas eu mesma me acorrentava.

Agora não. Agora eu danço sobre os limites com a ponta dos pés.

Agora eu sinto prazer em ser... minha. Mesmo quando sou de outro.

E ainda gosto de ser admirada. Gosto de saber que sou boa. Não finjo modéstia. Gosto de ver o novinho ajoelhado, sem saber onde começa o tesão e onde termina o medo.

Gosto de sair do quarto de espartilho suado e ver meu marido me esperar com o lençol aberto, como se eu estivesse voltando da guerra.

Mas acima de tudo, gosto do jogo a dois.

Porque eu sei que mesmo quando outro me penetra…

É com ele, meu marido, que eu gozo.

Há quem pense que libertação é sair dormindo com todo mundo.

Pra mim, libertação foi poder ser essa mulher — escancarada, viva, vaidosa, quente — sem precisar me proteger de quem eu amo.

Eu me despi para ele.

E por isso, hoje, me dispo diante do mundo.

E volto para ele inteira.

Suada, marcada, mas inteira.

Porque só com ele é que sou Deusa, puta, esposa e rainha.

Só com ele é que a Rebecca que todos achavam recatada… se ajoelha, se entrega, e sorri por saber que agora tem nome, corpo e história.

E quando ele me olha e diz:

— Obrigado por ser minha...

Eu respondo:

— Eu sou sua porque você me deixou ser minha primeiro.

Eu me lembro de caminhar com o casaco fechado até o pescoço mesmo em dias quentes. Não por frio, mas por vergonha.

Era tímida. Tímida de pele, de gesto, de presença. Falava baixo, andava olhando para o chão. Carregava a imagem de boa menina como uma armadura que me protegia do mundo — ou de mim mesma.

Era aquela nerd recatada da turma. A que fazia os trabalhos antes do prazo. A que ninguém olhava com desejo, mas com respeito. A filha que não dava trabalho. A aluna que recebia elogios formais.

E, mesmo assim — ou talvez por isso — eu escondia dentro de mim um vulcão envergonhado.

De noite, quando o quarto era meu, eu me tocava devagar, culpada. Fantasiava com coisas que jamais teria coragem de contar.

Às vezes, imaginava ser vista. Observada. Provocando um rapaz qualquer, só com o jeito de cruzar as pernas.

Mas nunca acontecia.

Meu corpo, naquela época, era só um veículo — não um altar.

Na faculdade, olhavam para mim e viam “a inteligente”, “a centrada”, “a confiável”.

Eu me achava invisível.

Mas por dentro, era escorpiana. Só não sabia como despertar o veneno.

Foi meu marido quem viu primeiro.

Ele me olhou como quem diz: “Tem algo aí que ninguém enxerga, mas eu vejo.”

E, aos poucos, ele me fez acreditar que meu corpo era belo. Que minha voz era sexy. Que eu podia mais.

Ele não me empurrou. Ele me estendeu a mão.

O cheiro do creme de baunilha e âmbar já tomou o banheiro. Espalho nas coxas com cuidado, subindo até a virilha, onde passo mais devagar — como se meu toque fosse um lembrete: você é desejada.

Minhas mãos contornam o abdômen definido, firme. Eu sorriu de lado, sozinha.

Esse corpo aqui… não é mais o corpo da menina tímida.

É um corpo construído, moldado com disciplina e intenção.

Um corpo que fode.

Vinícius vai chegar em meia hora.

E hoje… ele não vem para fazer amor.

Ele vem para me comer.

E eu estou pronta para isso.

Aliás, eu me preparo para isso.

Escolhi o espartilho vinho que levanta meus seios e marca a cintura com precisão quase cruel.

Ele adora. Disse uma vez que eu parecia uma boneca de luxo — e eu gostei.

Por cima, um robe transparente.

Nos pés, salto agulha.

Na alma, fogo.

Hoje, eu quero deixar claro quem eu sou.

Não sou a mocinha que espera ser conquistada.

Sou a mulher que se oferece — porque sabe que será devorada.

Espalho mais um pouco do óleo iluminador nas pernas.

O quarto já está com as luzes baixas.

A cama, semi-arrumada de propósito — porque sei que ele vai bagunçar.

Sei que ele vai me virar de lado, vai me puxar pelo quadril, vai me morder o pescoço e dizer coisas sujas no meu ouvido.

E eu quero tudo isso.

Quero sentir que ele veio só para isso: me possuir.

E quero olhar no espelho enquanto ele faz — porque é ali que eu vejo o que me tornei.

Meu marido sabe.

Sabe que Vinícius virá.

Sabe que não vai haver romance — só foda crua.

E ele respeita isso.

Mais que isso: ele se excita com isso.

Às vezes, antes de eu sair do quarto, ele me para na porta e diz:

— Mostra pra ele o que você virou.

E eu mostro.

Eu não sou mais uma mulher que faz amor esperando ser amada.

Sou a mulher que trepa porque é livre.

Porque tem a bênção do homem que a viu nascer.

E porque tem o sangue de uma escorpiana queimando nas veias, dizendo:

— Hoje, você não vai ser doce.

Vai ser intensa.

Vai ser suada.

Vai ser gozada.

Ouço o portão.

Vinícius chegou.

Não trará flores.

Nem precisa.

Ele vem com fome.

E eu… com sede.

Hoje, eu não me deito para amar.

Hoje, eu me abro para ser comida.

E vou gozar com gosto — porque agora eu posso.

Agora eu sei quem sou.

Já são doze.

Doze maravilhosos chifres que meu marido carrega com gosto — e que eu entrego com estilo.

Depois do Vinícius, a porta se abriu. Não por falta de amor — pelo contrário. Foi por excesso de confiança. Por saber que eu podia me despir inteira e ele não me diminuiria por isso. Ele entenderia. Ele queria isso.

O J você já conhece. O novinho do condomínio. Vinha me buscar no portão tremendo, mal conseguia olhar nos meus olhos.

Eu o deixava entrar em casa com a camiseta colada no peito suado.

Sentava no colo dele e perguntava:

— Vai me comer ou vai rezar?

Ele me comia. Mal, no começo. Mas eu ensinei.

E meu marido adorava ouvir. Sentava na sala depois e me fazia repetir, detalhe por detalhe, como se quisesse decorar.

Depois veio o Caio, o carioca — professor novo, arrogante, culto.

Tem aquela malandragem disfarçada de elegância.

Um dia me levou pro carro dele, disse que queria me “ouvir gemer de verdade”.

Eu gozei no banco do passageiro com a saia arregaçada e ele dizendo baixinho que nunca tinha comido uma mulher como eu.

E eu sorrindo, pensando: Ele nem imagina que vai virar parte da lista.

Eu sou assim.

Simpática com os homens.

Gosto de deixar eles constrangidos, sem saber se estou flertando ou debochando.

Gosto quando eles gaguejam, desviam o olhar, endurecem sem querer.

Gosto de provocar.

De deixar o cheiro do meu perfume no ar, o som do meu salto no corredor.

De me abaixar devagar quando sei que estão olhando.

E sim, eu tenho Tinder.

Não por carência.

Mas porque eu gosto do jogo.

Gosto de ver os matches, de escolher como quem degusta.

De marcar e comparecer perfumada, vestida como esposa fiel — e transar como devassa confessa.

Ah, e sobre o motorista do Uber…

A verdade?

Nem era tão bonito. Nem tinha aquele charme bruto que me costuma atrair.

Mas o nome dele…

Jhonny.

Quando li isso no aplicativo, meu coração deu um pulo estranho.

Não de amor — de passado.

Jhonny era o nome do cara por quem fui apaixonada na escola.

O popular. O que comia todas.

Menos eu.

Eu era a nerd invisível, lembra?

A que sentava na frente, cheia de livros e vontades escondidas.

Jhonny passava de mão dada com uma gostosa diferente toda semana.

E eu… assistia. Morria por dentro.

Me tocava no banho pensando nele.

Inventava conversas na cabeça.

Sonhava com a primeira vez sendo com ele — mas ele nem sabia meu nome.

Então, anos depois, ali estava eu, mulher feita, de espartilho por baixo do vestido, entrando num carro qualquer, e o nome no visor: Jhonny.

Ele dirigia olhando o retrovisor. E eu… abri um pouco mais as pernas.

Cruzei os braços de forma que os seios saltassem.

Não era ele — mas era o nome dele.

E, de repente, era como se eu estivesse me vingando de todos os anos que passei esperando ser escolhida.

Desci do carro molhada.

Com tesão.

Com raiva boa.

Cheguei em casa faminta.

Me joguei no colo do meu marido e disse:

— Me come. Agora.

E ele me olhou com aquela expressão cúmplice, já sabendo:

— Foi o motorista?

— Foi o nome.

E ele riu. E me comeu com gosto.

Porque, no fim das contas,

foi ele que sempre me escolheu.

E agora, sou eu que escolho quem vai lembrar de mim com a mão no pau.

São doze, amor.

Doze corpos. Doze histórias. Doze gozos que me moldaram.

E cada vez que volto pra casa com o cabelo bagunçado, a calcinha na bolsa e um sorrisinho nos lábios, meu marido me olha e diz:

— Me conta, minha gostosa.

E eu conto.

Porque ele gosta.

Porque ele tem orgulho.

Porque a mulher que os outros fodem... é a que dorme ao lado dele.

E essa, meu bem,

essa ninguém supera.

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Comentários

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Parabéns delícia.... adorei... quero ver o espartilho vinho....mande fotos suas.

professor2020@hotmail.com

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Já muitos cornos mansos ter orgulho de ser corno, de comer os resto dos outros, mas agora uma puta com orgulho de ser puta é a primeira vez kkkkkkkk

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Até entendo ela pois afinal ela conseguiu o melhor de 2 mundos, vive uma vida de solteira trepando com quem ela quer por ser gostosa e tem um corno apaixonado que banca tudo e gosta de comer o que sobra. pensa bem, qual mulher que não quer isso? ela só está aproveitando.

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Qual mulher não quer isso?

As de bom caráter e dignas, as q não se permitem virar marmita de outros pra satisfazer os desejos e devaneios de um homem com desvios de conduta e transtorno mental, as q valorizam a si mesma, as q se amam a cima de tudo, as q não se permitem ser usadas como objeto sexual, essas não querem esse mundo

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Sou obrigado a concordar com, e isso mostra a complexidade do ser humanao, o que está bom para uns não está para outros, é a vida.

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