A minha existência era um segredo, um novelo de sombras e humilhação que eu desenrolava noite após noite, a sós com o meu algoz. Em meio a essa escuridão, eu me agarrava a uma única centelha: os sonhos do meu pai. Essa esperança era o meu santuário, um recôndito da alma onde Pepe e a sua sordidez jamais poderiam penetrar.
A cada vez que os meus joelhos encontravam o chão duro, a cada gemido que eu engolia junto com o orgulho, a minha mente fantasiava. Eu nos via ricos, não pela opulência, mas pela fuga que o dinheiro compraria. Imaginava-nos numa cidade distante, onde o nome de Pepe seria um eco amargo a se desvanecer, e eu poderia finalmente lavar a sua imundície do meu corpo e da minha alma, para recomeçar uma vida na qual eu não seria escravo de ninguém.
A partida do meu pai foi um evento de alvoroço e esperança contida. Por semanas a fio, o ar da nossa casa se impregnou com o cheiro de óleo de máquina e madeira polida, enquanto ele dava os toques finais na sua obra-prima: o “Tear de Fios Lunares”. Era uma engenhoca complexa que, segundo a sua fé quase messiânica, teceria padrões com a delicadeza de uma teia de aranha sob o luar.
Ajudei-o a embalar cada peça com um cuidado religioso, o meu coração uma bigorna onde o pavor e a exultação eram martelados em um ritmo constante.
“Com isto, meu filho”, ele disse, os olhos a brilhar, ao fechar a tampa do último caixote, “o nosso futuro será tecido em fios de ouro. Você não precisará mais se preocupar!”
Eu sorri, uma máscara de vidro frágil, pois a minha verdadeira provação começaria no exato instante em que a sua carroça dobrasse a curva da estrada.
A poeira mal assentara no caminho quando a batida na porta soou, pesada e definitiva como uma sentença. Era ele. O meu juiz e carrasco. A sua presença era uma força opressiva que envenenava o ar. Ele entrou sem convite, o olhar de predador a varrer a casa agora vazia.
“Seu pai já foi, Tiaguinho?”, rosnou, a voz como cascalho. “Ótimo! Assim temos mais privacidade. Para o quarto!”
Não havia espaço para negação. Ali, sob o seu olhar vigilante, ele se despiu lentamente, revelando um corpo esculpido pela brutalidade da caça, a pele lisa e completamente depilada, uma afronta pagã e perfeita. Ajoelhei-me no chão frio, o coração descompassado, e respirei fundo, preparando-me para o ritual de submissão que eu conhecia tão bem.
O seu membro era uma peça de arte brutal, uma coluna intimidadora que pulsava com vida própria, projetando-se do seu corpo como a arma de um deus colérico. As veias saltavam como rios num mapa de músculo e desejo, culminando numa glande larga e escura, úmida de antecipação.
Com as mãos trêmulas, segurei-o, sentindo o seu peso e calor, o contraste entre a sua dureza e a maciez vulnerável das suas bolas pesadas. Inclinei a cabeça, a minha boca se abrindo numa mistura de pavor e fascínio, e depositei um beijo reverente na sua ponta. Era a minha rendição, selada num toque.
Minha língua traçou o contorno da sua glande, saboreando o gosto salgado e almiscarado antes de tomá-lo em minha boca. Comecei devagar, chupando apenas a cabeça coroada, e ele grunhiu em aprovação.
“Isso… minha vaca safada…”
Deslizei mais para baixo, aumentando o ritmo, sentindo a textura das veias. Metade do seu comprimento desceu pela minha garganta, e o meu corpo traiu a minha mente humilhada. Um prazer clandestino e nauseante floresceu no meu ventre, e eu gozei dentro da minha própria cueca, um clímax vergonhoso e silencioso.
Com uma mão, comecei a masturbá-lo na base, enquanto a minha boca trabalhava a ponta. A outra mão se aventurou mais abaixo, para o calor do seu saco, massageando as suas bolas com uma delicadeza que o desarmou.
“Porra! Onde aprendeu a fazer isso?”, ele ofegou, a sua voz, antes um trovão de comando, agora um fio de pura sensação.
Ignorei a pergunta, baixando a cabeça para lamber o seu escroto liso, sentindo-o se contrair. Tomei uma das suas bolas na boca, chupando-a com cuidado. O seu gemido se tornou mais profundo, gutural. Engoli ambas, enchendo a boca com a sua masculinidade, a mandíbula a protestar.
“Oh… caralho… puta que pariu…”, ele gemeu, a respiração irregular. A sua mão agarrou a minha nuca com firmeza. “Engole tudo, piranha! Sinta a minha grandeza!”
Ele me forçou para baixo, e o seu membro grosso arranhou a minha garganta, provocando um engasgo que sufoquei. Lágrimas me brotaram nos olhos. Ele afastou as minhas mãos e começou a se masturbar num ritmo brutal, o olhar vidrado.
“Vou gozar, vou gozar! Toma leitinho, sua puta! Engole a minha porra!”
Um espasmo violento o sacudiu e ele explodiu, o jorro quente e amargo a me inundar a garganta.
No silêncio que se seguiu, enquanto ele recuperava o fôlego, uma audácia nascida do mais puro desespero germinou em mim.
“Pepe…”, sussurrei, a voz rouca. “Por favor! Me deixe chupar o seu cu.”
Ele riu, incrédulo. “Enlouqueceu, Tiago?”
Mas eu insisti, a minha voz um fio de seda venenosa. “Por favor, meu mestre. Deixe-me adorá-lo por completo. Você não vai se arrepender.”
A curiosidade brilhou nos seus olhos, vencendo a arrogância. Ele olhou para mim por um longo momento e, por fim, rosnou: “Depressa! Antes que eu mude de ideia.”
Ele se moveu, ficando de quatro sobre a minha cama, oferecendo-me uma visão que era o mapa para a sua rendição. Diante de mim, a sua bunda era perfeitamente redonda e lisa, duas metades de provocação pura.
“Tudo em você é perfeito, Pepe…”, ofeguei.
Rastejei para a cama e deslizei um dedo pela sua fenda. Um arrepio o percorreu, o primeiro tremor na fortaleza da sua arrogância. Lambi ao redor do seu buraco rosado e apertado, provocando, sentindo os seus músculos se contraírem.
“Oh… não creio… seu merdinha…”, ele gemeu, a voz uma mistura de choque e prazer crescente.
Quando finalmente a minha boca cobriu o seu centro e eu o chupei, um gemido agudo escapou dos seus lábios, e ele prensou instintivamente a bunda contra o meu rosto, buscando mais daquela sensação avassaladora.
A minha língua se tornou mais ousada, fodendo o seu cu com uma perícia que o desespero me ensinara. Cada investida minha arrancava gemidos quebrados do caçador.
“Não para… caralho! Não para… filho da puta!”, ele implorava, a sua voz despojada de toda a autoridade, reduzida à pura essência do desejo que eu orquestrava.
A minha mão encontrou o seu pau, novamente duro, e comecei a masturbá-lo em sincronia com a minha língua. A combinação foi demais para o predador. Com um grito rouco, parte dor, parte êxtase, o seu corpo se retesou e ele gozou mais uma vez, derrotado.
Naquele momento, naquela cama, o caçador tinha se tornado a presa. E fora subjugado não pela força nem pela submissão, mas pelo poder avassalador do prazer que eu, o seu servo, lhe entregara como uma arma.
Continua…