Ela foi meu primeiro amor

Um conto erótico de NG
Categoria: Lésbicas
Contém 1247 palavras
Data: 30/07/2025 00:29:56

Ela aproximou a mão e, com cuidado, encaixou o dedo indicador em mim. A abertura era estreita, apertada, e mal cabia a ponta. Senti o calor do dedo e a textura contra a pele. Pressionou com mais firmeza, forçando devagar.

Fez pequenos movimentos circulares, girando até o dedo entrar dentro do buraquinho. Eu cedia devagar, abrindo espaço. Quando retirou o dedo, estava molhado, e eu bem mais receptiva.

— Pode relaxar — ela pediu

Encostou o dedo mais uma vez. Primeiro, só a ponta, sentindo o contorno. Havia uma espécie de resistência ali. Com delicadeza, começou a pressionar, girar, empurrar um pouco mais fundo.

O dedo ia brincando, sentino as frestas, alargando aos poucos o caminho com a maciez da pele e o tato insistente da ponta. Não havia pressa — era uma negociação lenta.

Foi assim que meu primeiro amor fez amor comigo pela primeira vez.

Eu tinha só 18 anos. Conheci ela em um posto de gasolina, quando andava com um amigo. O carro dele estava quase seco, o combustível acabou na entrada, mas com o embalo conseguimos chegar até a bomba. Comemoramos como se fosse final de Copa do Mundo. Ela estava sentada na conveniência. Parecia uma modelo — cabelos curtos, bem ruivos, claramente tingidos. Quando entrei para pegar uma água, ela me olhou de baixo para cima, e eu olhei de volta. Acho que a gente sabe quando o primeiro amor cruza nosso olhar.

Não tínhamos dinheiro nem para abastecer direito. Ela se aproximou e disse que dava uma força se eu passasse meu número. Achei engraçado. Meu amigo também. E foi assim que ganhamos vinte reais — ajudou mesmo.

Não demorou muito e eu já estava grudado no celular, trocando mensagens com ela. Se apresentava como Keila. A foto de perfil era uma guitarra. Perguntou se podíamos nos ver, o que eu costumava fazer, e combinamos de nos encontrar no shopping.

Ela não andava, desfilava. Botas pretas, roupa toda preta. No primeiro dia, nem percebi, mas ela tinha algumas tatuagens. Adorei cada uma.

Sentamos na praça de alimentação para conversar. Meu amigo estava comigo, como sempre. Me fazia companhia, estava sempre por perto. Aos poucos, fui entendendo que era um tipo de amor. Acho que ele também percebeu — tanto que fingiu ir ao banheiro e nunca mais voltou. Só mandou mensagem dizendo: “Preciso ir pra casa. Boa sorte com essa vampira aí.” Gostei do apelido. Troquei o nome do contato dela para “Vampira”.

Ficamos nessa por uma semana. Ela me mostrava as músicas que gostava no Spotify. Eu achava tudo gritaria. Tudo bem — também não era como se ela curtisse o meu gosto musical.

Como repeti de ano duas vezes, ainda estava na escola. Acordava bem cedo e nem sempre ela me mandava “bom dia” na hora certa. Durante as aulas, ficava lá, esperando o celular vibrar com uma mensagem dela. Na verdade, pensava nela o dia inteiro.

Um dia, saí da escola, subi na bicicleta e, em vez de ir para casa, fui direto para a dela.

Aquele dia, nós nos beijamos.

Falamos sobre a vida e as coisas que queríamos fazer.

Eu nunca tinha ido à praia, nem escalado uma montanha, nem pulado de paraquedas, nem aprendido a tocar flauta.

Ela me prometeu que tudo isso era possível e que, com o tempo, eu ia perceber que algumas coisas valem mais do que outras.

Falava pouco sobre o futuro, queria saber mais do presente.

Às vezes, reclamava de dor nas costas, de como trabalhar com carro de aplicativo era cansativo — mas dava para pagar as contas. Foi nesse dia que ela me tocou pela primeira vez.

Me esforcei para ceder o máximo possível. Nunca tinha feito isso com ninguém.

No dia seguinte, voltei lá. Encostei a bicicleta no canto da parede e bati na porta.

Ela não queria me deixar entrar, mas eu insisti.

Uma outra mulher estava lá — mais velha, provavelmente da idade dela.

Se incomodou comigo, me olhou com raiva e foi embora. Keila me contou que era a ex dela, que ainda se viam às vezes.

Ardi de ciúmes. Nunca senti uma dor no peito tão forte quanto aquela.

Demorei a entender que eram questões maiores.

Aparentemente, o carro dela tinha sido comprado quando as duas ainda eram casadas e nunca tinha sido completamente pago.

Alguma coisa assim sobre não ser justo.

Mesmo assim, fui embora estressada.

Continuamos nos vendo, com mais ou menos frequência, mas sempre nos vendo.

Ela queria que eu viajasse com ela, mas eu precisava terminar o colégio, então foi sozinha.

Conversávamos quase todo dia — e, quando não conversávamos, eu me sentia mal.

Aos poucos, fui me apegando. Foi com ela que mandei meu primeiro nude também... ela pediu muito.

Quando ela voltou da viagem, corri para vê-la. Estava exausta, com o rosto de quem carregava uma frustração. A entrevista de emprego não tinha dado certo, e ela disse que só queria dormir. Faltei aula e fui com ela — ficamos abraçadas até quase duas da tarde. Ela me fazia tão bem. Sempre elogiava o cheiro do meu cabelo. Estava com saudade, eu sentia. E eu também. Queria encontrar um jeito de cuidar dela. Naquele dia, tentei aguentar tudo. Colocou 2 dedos em mim e eu gritei. Pedi para tentar com ela também.

Lamber ela era como beijar uma tarde de verão: tudo se derrete ao toque, mas ainda assim pede cuidado. Minha língua tocava primeiro a superfície lisa e quente. A saliva escorre devagar, desenhando trilhas translúcidas na buceta dela.

Cada lambida precisava ser suave, controlada, ela era bem sensível. Toda aquela pose de dominadora desaparecia. A língua deslizava na vertical e ela tremia toda. Amei minha primeira vez chupando.

Assim, aos poucos, o ano foi chegando ao fim, e as provas começaram a se aproximar. Precisei dizer que precisava estudar. Ela pediu que eu estudasse na casa dela, mas isso era impossível. Eu precisava me concentrar, manter o foco — e ela tirava tudo isso de mim.

Passei três semanas mergulhada nos estudos. Até que não aguentei mais: fui ver ela. Assim que me viu, me beijou com força, os olhos cheios de lágrimas. Pediu, quase sussurrando, que eu não desaparecesse.

— Quem disse que eu tô desaparecendo? — respondi.

Como prova que eu ia voltar fez um pedido engraçado. Voltei para casa sem calcinha, guardou a minha embaixo do travesseiro.

As provas vieram e dei sorte. Passei em História por um triz — nem acreditei. De vinte pontos, fiz vinte e um. Até acho que nem merecia, a professora deve ter tido pena ou só não queria me ver de novo no provão, atrapalhando as férias dela. Tanto faz. Pulei de alegria.

Pra comemorar, combinei com um amigo de ir ao shopping ver um filme.

Na praça de alimentação, algo me chamou atenção: Keila conversava com outra mulher. Uma bem diferente de mim — loira, maquiada, do tipo que atrai olhares. Achei estranho. Me aproximei. Keila me tratou com frieza, como se a gente mal se conhecesse. Quando tentei beijá-la, virou o rosto. A loira percebeu, e o clima pesou no ar.

Não tem como esconder — quando fico com raiva, meu rosto fica vermelho na hora. Assisti ao filme estressada, sem conseguir prestar atenção em nada.

No fim da noite, fui direto até a casa dela. Bati na porta com força.

— Acho que a gente não tem mais nada a ver — ela disse.

— Como assim?

Prefiro nem escrever o resto da briga.

Só posso dizer que chorei um mês inteiro.

Hoje, um ano depois, ela me mandou mensagem, disse que errou.

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