Capítulo 6: Gravidez Inesperada

Um conto erótico de Escritora Angélica
Categoria: Heterossexual
Contém 542 palavras
Data: 28/07/2025 07:38:48

O mês passou em silêncio.

Nenhuma nova mensagem. Nenhum chamado. Nenhum convite.

Carlos, vez ou outra, fechava os olhos e revivia as cenas. O gosto daquelas noites. O cheiro. O som das vozes de Angélica e Luna se cruzando em gemidos. Mas a vida retomou o ritmo. O trabalho, o cotidiano, os corpos voltaram a ser apenas dois.

Até que, numa tarde qualquer, Angélica recebeu uma mensagem de Luna.

> “Precisamos conversar. A sós.”

O tom era diferente. Não havia o habitual duplo sentido, nem emojis sugestivos. Era simples. Direto.

E carregado de alguma coisa pesada.

Angélica respondeu com um horário. Escolheu um café discreto, afastado. Não contou a Carlos imediatamente.

Quando Luna chegou, parecia ainda mais bela. O vestido simples não escondia sua elegância. Mas havia algo nos olhos dela — menos brilho, mais verdade.

Sentaram-se em silêncio por alguns segundos. A garçonete trouxe dois cafés. Luna mexeu o dela sem beber.

— Eu não costumo me envolver assim — começou. — Mas dessa vez, não é uma escolha.

Angélica não disse nada. Apenas a olhava. Firme. Aberta.

— Estou grávida. — A frase veio como uma pedra, colocada no centro da mesa. — De oito semanas. E Carlos… foi o único com quem transei sem proteção nos últimos meses.

O mundo pareceu parar por um segundo.

Angélica piscou devagar. Sentiu a pulsação no pescoço. Depois olhou nos olhos dela.

— Você tem certeza?

— Absoluta. — Luna respondeu sem hesitar. — Eu conheço meu corpo. Meus ciclos. Meus encontros. Eu sou cuidadosa. Sempre fui. Mas com vocês… foi diferente.

Angélica cruzou as pernas e apoiou os cotovelos sobre a mesa.

— Você quer alguma coisa?

— Quero conversar. Só isso. — Luna finalmente bebeu um gole de café. — Não quero dinheiro, não quero invadir a vida de vocês, não quero “garantir” nada. Só… não posso fingir que isso não está acontecendo.

O silêncio entre elas era denso, mas respeitoso. Não havia pânico. Havia susto, sim. Mas também maturidade.

— Você pretende ter o bebê? — Angélica perguntou.

Luna olhou pela janela por alguns segundos antes de responder.

— Ainda estou decidindo. Mas se tiver… quero que vocês saibam. E que possam escolher como se envolver. Sem pressão. Sem ameaça. Com clareza.

Angélica assentiu. Por dentro, o coração era uma tempestade. Mas por fora, ela era pura rocha.

— E Carlos? — Luna perguntou. — Como lidar com ele?

— Não sei ainda. Mas vou contar hoje.

As duas ficaram em silêncio novamente. O ruído do café preenchia o fundo. Talheres, conversas baixas, a máquina de expresso.

Então Luna falou, mais suave:

— Eu não me arrependo. De nada. Do que vivi com vocês. Do que sentimos. Mas isso… foi além do jogo. E eu precisava ser honesta.

Angélica a encarou com firmeza, mas também com uma pontada de carinho.

— Obrigada por vir. Por não fugir. Por não armar nenhuma cena.

— Eu não sou assim — Luna disse. — Sexo é poder, mas também é responsabilidade. E... isso tudo foi real, de um jeito que nem eu esperava.

As duas se levantaram. Luna segurou a mão de Angélica por um segundo antes de sair.

— Me avise quando conversar com ele. E… se quiserem conversar juntos depois, estou aqui.

Ela foi embora. E Angélica ficou ali sentada, por mais cinco minutos, olhando para a xícara de café quase vazia.

O jogo tinha mudado.

Agora, era vida real.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Escritora Angélica a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários