Laços Proibidos: As Relações Secretas na Empresa e na Família ( parte 20) continuação!

Um conto erótico de Carlos
Categoria: Heterossexual
Contém 5960 palavras
Data: 26/07/2025 12:49:19
Última revisão: 26/07/2025 21:43:38
Assuntos: Heterossexual

Eu estava de óculos escuros, cabeça baixa, tentando não ouvir nada. Mas não adiantava.

Então Andressa colocou a mão no meu braço.

— Vamos dar uma volta — disse ela.

— Por favor... não aguento mais ficar aqui — respondi, aliviado.

Levantamos e saímos andando pelo sítio até que chegamos ao estábulo.

— Você sabe montar? E sabe colocar a sela? — perguntei.

— Claro, garoto — ela sorriu leve. — Sou do sítio.

— Então vamos andar a cavalo, dar um rolê por aí? — sugeri, sorrindo. — Mas vai ter que me ajudar a colocar a sela, porque da última vez que tentei sozinho, caí e fiquei com a bunda toda ralada.

Ela riu, um riso leve e sincero, diferente do costume. Foi a primeira vez que eu vi aquele sorriso de verdade dela.

— Sério? Você deve ser um desastre, hein.

— Ah, fiquei quase chorando de dor — falei, rindo junto.

Ela gargalhou de verdade. Mesmo depois de tudo que já tínhamos conversado, percebi que era a primeira vez que ela ria assim, de verdade, perto de mim. Um riso solto, como se estivesse mesmo à vontade comigo.

Entramos no estábulo e colocamos a sela nos cavalos antes de sair. Passando perto da piscina, avisei minha tia e meu tio que íamos dar uma volta. Olhei meio de canto e vi os olhares da Vanessa e da Mayara, mas não dei muita importância. A gente seguiu em silêncio.

Montados, andamos a cavalo por quase uma hora. O único som era o da natureza: o barulho do vento mexendo as folhas, os passarinhos cantando de vez em quando, e o som das cigarras no meio do mato. A cada passo, dava pra ouvir o barulho dos cascos batendo na terra — um som firme, que se misturava com o barulho das rédeas e a respiração dos cavalos.

A gente não falou nada. Só ficou ali, juntos, ouvindo tudo aquilo. Era engraçado como o silêncio entre eu e Andressa não pesava. A gente se entendia assim. Como se conversar fosse desnecessário. Só o silêncio já era uma conversa entre nós.

Quando começamos a ouvir o barulho da cachoeira, Andressa quebrou o silêncio.

— Vamos entrar um pouco? — disse ela, animada. — Tô morrendo de calor.

— Mas eu não sei nadar... — avisei, meio sem graça. — Vou só ficar me molhando nas pedras.

Amarramos os cavalos nas árvores perto dali e fomos até a cachoeira. Sem pensar muito, ela foi entrando na água de roupa e tudo, rindo, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

Fiquei só olhando, sentado nas pedras, meio sem coragem. Achei um canto onde a queda d’água batia direto nas pedras e me sentei ali. Deixei a água cair sobre mim, pesada e gelada, escorrendo pelos meus ombros, descendo pelo meu peito, pelo meu rosto. Por alguns minutos, fiquei ali, de olhos fechados, sem pensar em mais nada. Só sentindo a água bater e ouvindo o barulho forte da queda, constante, como se fosse o único som do mundo.

Parecia que, por um tempo, tudo dentro da minha cabeça tinha sumido.

Quando saí debaixo da queda d’água, vi que a Andressa estava deitada numa parte rasa da cachoeira. Fui até ela.

— Caramba... eu nunca tinha ficado debaixo de uma queda d’água assim. É muito bom. Parece que limpa a alma.

— É uma delícia — respondeu ela, de olhos fechados. — Eu amo vir nessa cachoeira. É uma das minhas preferidas.

— Tem bastante cachoeira por aqui, né?

— Umas oito, eu acho.

— Você conhece todas?

— Sim... só tem uma que eu nunca fui. Fica numa propriedade privada. O dono não gosta muito que entrem.

— Eu só conheço duas... essa e aquela que fica mais perto lá do sítio — falei.

— Onde você morava tinha cachoeira? — perguntou ela.

— Tinha uma só... mas eu nunca fui.

— E sua cidade? É grande?

— Não... acho que é mais ou menos do mesmo tamanho daqui.

— Você gostava de morar lá?

— Gostava bastante! — falei, soltando um sorriso. — E você, gosta daqui?

— Gosto, muito. Só fui pra capital porque meus pais queriam que eu fizesse faculdade.

— Entendi...

Fiquei em silêncio por um momento, o olhar perdido no horizonte. O vento trouxe aquele cheiro que só cidade pequena tem.

— Às vezes me bate uma saudade, sabe? — murmurei. — Tenho muitas lembranças boas de lá... mas também algumas bem ruins.

Ela me olhou com atenção, como se tivesse captado algo na minha voz.

— Ontem você falou que veio pra capital ainda jovem... Foi pra estudar ? — perguntou.

— Não... na verdade, aconteceu uma coisa lá. Meu pai e minha mãe acharam melhor eu mudar de ares. Me mandaram pra cá, pra morar com meus tios por um tempo. Mas aí terminei os estudos, arrumei um serviço e acabei ficando por aqui mesmo.

— Ah, tá... Achei que você tivesse vindo pra estudar.

— Eu tive uma desilusão amorosa, sabe? Aí fiquei meio rebelde.

— Desilusão amorosa tão cedo? — disse ela, surpresa.

— Sim... Eu comecei a namorar jovem. Conheci uma menina da igreja, a gente começou a namorar logo. Ela era um pouco mais velha. E, pra não ficarmos escondidos, nossos pais acabaram aceitando.

Ela riu.

— Então não é de hoje que você gosta de mulher mais velha, hein?

— É... — sorri de volta. — Mas falando sério, se eu pudesse voltar atrás, mudaria isso. Depois de alguns meses de namoro, descobri que ela só queria me namorar pra disfarçar. Na verdade, ela tinha um caso com um homem casado da igreja. E pra ninguém desconfiar... começou a namorar comigo.

— Caramba... sério?

— Sério. Quando descobri, foi um escândalo na cidade. Aí, pra me proteger e evitar mais fofoca, meus pais, junto com meu tio, decidiram que era melhor eu vir pra cá.

Fiquei olhando pra água por uns segundos, depois completei:

— Eu não tenho raiva dela, não... Mas não cometeria esse erro de novo.

— Sério? Você não tem raiva dela? — perguntou ela, meio incrédula.

— Na verdade... tenho até um pouco de dó, sabia? Ela meio que já pagou pelo que fez. Fugiu com ele logo depois que tudo veio à tona. Engravidou. Aí ele começou a judiar dela... bater mesmo. Depois de um tempo, ele abandonou ela. Hoje, tem dois filhos. Um de cada pai.

Andressa ficou em silêncio, me olhando como se não acreditasse.

— Mas... como você sabe disso tudo?

— Ela mesma me contou. Recentemente, falou com a irmã pra que ela me pedisse pra desbloquear. Disse que precisava falar comigo. A gente conversou... ela me pediu perdão. E contou tudo isso.

— Nossa... foi rápido, hein?

— É, mas a vida é assim mesmo, né? Olha o que eu fiz com a Camille... fiz ela sofrer, e agora meio que tô passando pela mesma coisa.

— É... a vida não perdoa mesmo.

— Não. E você, como foi sua juventude?

— Normal. Sempre fui muito quieta, sabe? Nunca namorei, fiquei com poucos caras. Só sofri um pouco de bullying na escola por ser quieta, mas tive uma infância e adolescência normais.

— Mas e o Zeca? A Mayara me falou que você gosta dele desde a época da escola.

— Sim, mas ele sempre foi o rapaz mais bonito da escola, sabe? Vivia rodeado pelas meninas mais bonitas, então eu nunca tive coragem.

— Mas diferente de mim, a Mayara acho que já ficou com todos os rapazes da cidade, inclusive com o Zeca antes de namorar o Lauro.

— Sério? A Mayara é rodada assim? — perguntei sorrindo.

— Ela é mais rodada que pneu de caminhão — falou ela, sorrindo também.

Ficamos ali por horas conversando. Parecia que aquelas horas ao lado dela, só trocando conversa, eram exatamente o que eu precisava pra aliviar um pouco a confusão que tava na minha cabeça. Perdemos a noção do tempo. Nem sabíamos mais que horas eram, porque não tínhamos levado os celulares e nem usávamos relógio. Pegamos os cavalos e voltamos. Levamos quase uma hora pra chegar de volta no sítio. Quando chegamos, quase não tinha mais ninguém na piscina — estavam todos lá dentro. Só a Mayara e a Karina ainda estavam na água.

Assim que chegamos, a Mayara já veio com as provocações dela.

— E aí, santinha — disse ela, olhando direto pra Andressa —, tá toda soltinha, hein? Antes nem conversava com meninos, agora tá toda solta. Ontem do lado do Zeca, hoje do lado do Carlos... o que tá acontecendo com você, santinha?

Andressa nem respondeu. Continuamos andando até o estábulo. Tiramos as selas dos cavalos, demos água pra eles, comida também, e depois fomos pra casa.

— Onde você foi, meu filho? — perguntou minha tia assim que entramos.

— Fomos lá pra cachoeira. Acabamos perdendo a noção do tempo — respondi.

Vanessa, que estava sentada no sofá ao lado da minha tia, logo comentou:

— Nossa... foram pra cachoeira e nem chamaram a gente.

Eu só olhei pra ela, meio sério, mas não respondi. Quem respondeu foi a Andressa.

— A gente só saiu pra andar de cavalo mesmo... mas quando viu, já tava lá perto. Aí resolvemos entrar um pouco.

— A comida tá dentro do micro-ondas — avisou minha tia.

— Tá bom, tia. Vamos só tomar um banho e já almoçamos.

Fomos pro quarto. Andressa foi pro banheiro primeiro. Enquanto ela tomava banho, fiquei no corredor esperando. Foi quando, de repente, vi a Vanessa vindo na minha direção.

Minha cabeça começou a girar. Era automático. Bastava ela se aproximar que tudo o que eu tinha tentando colocar no lugar desmoronava de novo. Fiquei ali parado, sentindo o peito apertar, tentando parecer normal enquanto, por dentro, eu só queria desaparecer dali.

Ela chegou como se nada tivesse acontecido. Como se não tivesse escondido de mim que o ex-marido viria passar o Natal com ela. Como se não tivesse me deixado no escuro, enquanto ele tentava voltar pra vida dela.

— E aí... — começou ela, casual — você e a Andressa agora andam bem próximos, né?

Levantei o olhar devagar. Olhei pra ela sem pressa. Sem desviar. Mas sem emoção.

— Estamos — respondi, simples.

Ela me encarou um pouco mais, talvez tentando decifrar minha reação. Ou talvez só querendo ver como eu agiria.

— Tá bom... — disse, meio sem graça, desviando o olhar.

Sem dizer mais nada, ela se virou e foi embora. Fiquei ali parado, sentindo o peso daquilo cair sobre mim. Como sempre. Bastava ela chegar perto que minha cabeça virava um caos. Mas, ao mesmo tempo, quando ela se afastava... era como se eu respirasse pela primeira vez.

Andressa saiu do banheiro e, quando me viu parado no corredor, fez uma careta engraçada — meio boba, como quem começa a se sentir à vontade. Seguiu direto pro quarto, sem dizer nada.

Esperei ela entrar e então fui pro banho. A água caiu forte, abafando tudo, enquanto minha cabeça vagava. Os pensamentos vinham soltos, atravessados, bagunçados demais pra organizar — só ficavam ali, rondando.

Quando saí, fui até o quarto. Andressa estava sentada na cama, enxugando o cabelo com a toalha. Fiquei quieto, encostado na parede, esperando ela terminar. Depois fomos para a cozinha.

Esquentamos a comida e comemos naquele silêncio confortável, só interrompido pelo som dos talheres nos pratos e, ao fundo, a gritaria abafada de Mayara e Karina na piscina.

Assim que terminamos, lavamos os pratos e fomos para lá.

Mayara estava dentro da piscina, debruçada na borda, com uma latinha de cerveja na mão. Falava alto e ria de alguma coisa, empolgada. Karina estava deitada na espreguiçadeira, também com uma latinha na mão, rindo do que Mayara dizia.

Empurrei de leve o pé da Karina e me sentei na ponta da espreguiçadeira. Andressa sentou-se de frente, cruzando as pernas com calma.

Karina levantou devagar, ergueu os óculos escuros até o alto da cabeça e me olhou nos olhos — aquele olhar típico de primo, direto e cheio de uma cumplicidade antiga. E falou baixinho.

— E aí, tonto... como você tá? Tá bem?

— Tô de boa — falei, tentando disfarçar o olhar.

— Não mente pra mim. Eu te conheço. Quando você diz que tá de boa... é exatamente quando não tá.

— É foda, né? Não dá pra mentir pra você.

— Não, garoto.

— Na verdade... não tô muito bem.

Karina me lançou um olhar rápido, daqueles que dizem tudo sem precisar de palavra. Um leve movimento de sobrancelha, uma virada de olho — como quem quer dizer "olha pro lado, tem gente demais". Meu olhar seguiu o dela, quase sem querer, até Andressa.

— Relaxa, tonta. Ela sabe de tudo.

— Eu pedi pra Vanessa te contar, mas ela não falou. Não sei por quê. E, só pra deixar claro, eu fui contra tudo isso, viu?

— E por que você não me falou?

— Eu pensei, juro que pensei... Mas achei que quem tinha que te contar era ela.

— É que... do jeito que eu fiquei sabendo não foi nada legal.

— Como assim? Não foi hoje, quando você viu ele?

Antes que eu respondesse, Andressa cortou o assunto, com a voz tranquila, mas certeira:

— Não foi. Foi a enxerida da Mayara que contou.

Karina sacudiu a cabeça em negação e lançou um olhar breve em direção à piscina. Mayara ainda estava lá, de costas pra gente, olhando pro outro lado.

— Você conhece a minha prima, né? — disse Andressa, com a voz mais baixa. — Você sabe o que ela faz quando quer magoar.

— Porra, eu gosto muito da Mayara, mas tem hora que ela pisa feio na bola. E a Vanessa... não é porque é minha tia que eu tenho que concordar com tudo que ela faz. Se fosse por mim, ela nem voltava a falar com aquele traste. Ainda mais chamar o cara pra passar o Natal aqui, depois de ficar me enchendo o saco pra te convencer a vir...

Ela balançou a cabeça de novo, mais devagar dessa vez, como quem não acredita nas próprias palavras.

— Mas ó... fica de boa, viu? Não dá esse gostinho pra ela. Se diverte. E se você não quiser mais papo com a tonta da Mayara, eu tenho outras amigas pra te apresentar, viu? — disse com um sorriso enviesado, meio cúmplice. — Quero que você curta. Também tô me sentindo culpada, porque fui eu que forcei a barra pra você vir.

— Uma coisa que eu não entendi... por que a Mayara foi te falar isso? — perguntou Karina, franzindo a testa.

— Ela percebeu que eu e a Vanessa sumimos ao mesmo tempo na festa ontem — respondi, meio sem graça.

— Caramba, sério? Eu nem percebi. Então ela devia estar de olho em você, né — comentou Karina, surpresa.

— Sim. Ela não tirou o olho dele a noite toda — acrescentou Andressa, olhando pra mim com um leve sorriso de canto, como quem confirma o óbvio.

— Mas também, né, primo... vocês podiam ter disfarçado melhor, você e a Vanessa — disse Karina, rindo de leve.

— Cara, mas a gente disfarçou! Fomos até por dentro da casa, ninguém viu nada... só a zoiuda da Mayara mesmo.

— Não sei por que isso incomodou tanto ela... ela tem noivo, ela sabe que entre vocês não vai rolar nada — comentou Karina, cruzando os braços.

Andressa olhou pra ela e disse:

— Ela é assim... como eu falei pra ele ontem, não gosta de ver ninguém feliz.

Karina bufou e completou:

— Ah, e ela não tá nem um pouco contente com essa aproximação de vocês dois. Quando vocês saíram, ficou falando um monte aqui pra mim.

Andressa fez uma cara meio de desprezo e disse:

— Ah, na real? Eu nem ligo mais pro que essa garota fala de mim.

Continuamos nós três ali, conversando por mais um tempo. Quando já eram quase cinco da tarde, o sol ainda estava forte, mas o friozinho começou a bater de leve.

Foi aí que Mayara saiu da piscina, se enrolando na toalha, e veio até nós com aquele ar de quem estava prestes a causar.

— Ei, santinha... tá na hora de irmos embora, né? Você leva a gente lá, amiga? — disse, olhando para Karina.

— Espera meu pai acordar, ele leva vocês — respondeu Karina, ainda na espreguiçadeira.

— Ah, mas seu pai não vai acordar tão cedo... leva a gente você, vai, gatinho — falou Mayara, virando-se pra mim com aquela cara provocante, e ainda me deu uma piscadinha.

Karina olhou pra mim, sem querer me pressionar:

— Você leva, primo?

— Levo — respondi seco, encarando a Mayara sem esconder meu incômodo.

Entramos para casa. Eu me joguei no sofá da sala e a Mayara e a Andressa foram para o quarto. Depois de alguns minutos, a Andressa voltou e sentou do meu lado.

— Cadê sua prima? — falei.

— Tá terminando de arrumar as coisas e tomando banho — respondeu ela.

Paulo e Vanessa vieram para a sala e sentaram no sofá que ficava de frente pra nós. Ficou aquele clima pesado entre mim e a Vanessa. Ninguém falava nada. Paulo até tentou puxar assunto, mas eu fiquei quieto. Só a Andressa, meio tímida, respondia ele de vez em quando. Vanessa me olhava, mas eu desviava o olhar.

Então Mayara saiu do quarto e veio até nós:

— Vamos? — perguntou.

Levantei e peguei a chave do carro do meu tio. Foi aí que a Vanessa me olhou e disse:

— Você vai pra cidade? É que eu precisava comprar umas coisas pras meninas... posso ir com vocês?

Fiz uma cara de incômodo. Andressa percebeu, e Mayara também.

Mayara, que até ali tinha provocado e sido inconveniente comigo e com a Andressa, dessa vez resolveu ajudar. Colocou a mão no meu ombro e olhou direto pra Vanessa. Não tinha charme nem deboche no rosto dela — era só um olhar firme, direto, daqueles que dizem tudo sem precisar falar muito. Então ela deu uma piscadinha, quase irônica, e disse:

— Sabe como é, Vanessa… é que ele vai demorar um pouquinho. Você me entende, né?

Vanessa não gostou muito, mas disfarçou:

— Tá. Tá bom. Depois eu dou um jeito.

Vanessa me olhou com a cara fechada, tensa. Paulo entendeu bem o recado que a Mayara tinha dado e não perdeu tempo:

— Linda, não vai atrapalhar o Carlos, não... Ele vai estar muito bem acompanhado — disse com um sorriso cheio de segundas intenções. — Vai lá, garoto... mostra do que é capaz.

Forcei uma risadinha meio seca, só pra não deixar o clima estranho.

— Pode deixar...

Mayara riu alto, divertida com a cena. Vanessa então falou, firme, com aquele olhar que atravessa:

— Cuidado, viu? Mexer com mulher comprometida pode sair caro...

Olhei pra ela, direto nos olhos, e respondi com um sorriso enviesado:

— E é exatamente isso que deixa mais interessante — falei, piscando.

— Aí sim, moleque! — disse Paulo, rindo e balançando a cabeça, animado com a resposta.

Vanessa deu um cutucão nele, seco. Ele achou que tinha exagerado na empolgação, que ela tinha se incomodado com a piada... Mal sabia ele o verdadeiro motivo daquele incômodo.

Saímos da casa e entramos no carro. Andressa se acomodou no banco de trás, quieta, olhando pela janela. Eu liguei o motor e segui dirigindo em silêncio, os olhos na estrada, mas a cabeça em outro lugar.

Mayara, ao meu lado, falava sem parar — sobre a festa, sobre alguém que dançou demais, sobre qualquer coisa — mas a verdade é que eu não absorvia uma palavra.

Na minha mente, só ecoava aquilo.

"Linda."

A voz do Paulo, leve, quase debochada.

"Linda."

E o jeito que ele olhou para a Vanessa quando disse.

"Linda."

Cada repetição parecia uma martelada seca na minha cabeça.

A palavra grudou. Machucou. E, por mais que eu tentasse desviar o pensamento, ela se recusava a ir embora.

Quando estávamos nos aproximando da vila, olhei para Andressa pelo retrovisor — e perguntei, num tom leve:

— Quer que eu te deixe na sua casa?

— Não, de boa. Eu moro no sítio — respondeu com naturalidade.

— Mas de boa mesmo, eu te levo — insisti.

Antes que ela respondesse de novo, Mayara se meteu:

— Já falei, Carlos, não adianta... A santinha é difícil. Você não vai pegar ela tão fácil assim — soltou uma gargalhada debochada.

Andressa virou o rosto com uma expressão de reprovação e respondeu, firme:

— Aff, Mayara... Só porque a gente conversa, já acha que ele tá querendo me pegar?

— Caramba, Mayara — falei, sem esconder o incômodo. — Nem todo mundo é como você.

Ela ficou em silêncio por uns segundos. Foi raro — quase um milagre.

Andressa aproveitou a deixa e completou, mais suave:

— Pois é... Tem gente que ainda sabe ser só amigo, sabia?

Ela ficou quieta, e Andressa me disse com um tom tranquilo:

— Vou ficar aqui mesmo, tá? Depois meus tios vão passar o Natal lá em casa, aí eu vou com eles.

— Tá bom.

Parei o carro em frente à casa da Mayara.

Andressa colocou a mão no meu ombro e sorriu de leve:

— Tchau, Carlos. Pega meu número... quando quiser conversar, é só chamar.

Ela me passou o número, e eu brinquei:

— Tá, vou ligar em...

Deixei a frase no ar, rindo.

— Mas é pra entrar em contato mesmo — disse ela, séria e doce ao mesmo tempo.

Ela desceu do carro, e Mayara continuou ali. Sem dizer nada, colocou a mão na minha coxa, firme, com aquele sorriso que eu já conhecia.

— Entra, gatinho.

— Melhor não...

— Entra, vai. Meus pais foram pra capital buscar minha tia, só voltam mais tarde.

— E o seu noivo?

— Relaxa... ele tá trabalhando.

Ela insistiu mais um pouco, tentando me convencer, enquanto eu ainda hesitava.

— Ah, larga de ser chato! Se você for embora agora, a Vanessa vai achar que a gente não fez nada.

Ficou me olhando, esperando uma reação. Falou mais um pouco, com aquele jeitinho provocador, até que eu acabei cedendo e resolvi entrar.

Entramos e fomos direto para o quarto dela. Assim que fechou a porta, ela me empurrou na cama e veio por cima, me beijando com tanta vontade que mal dava tempo pra respirar. Enquanto nossas bocas se procuravam sem parar, ela foi tirando a própria roupa aos poucos, e eu fiz o mesmo, sem conseguirmos desgrudar um do outro.

Quando percebi, ela já estava completamente nua sobre mim, a pele quente roçando na minha, os cabelos caindo sobre o meu rosto enquanto ela voltava a me beijar, mais lenta agora, como se estivesse saboreando cada toque.

Deslizei as mãos pelas costas dela, sentindo o corpo se encaixar no meu com uma naturalidade que me deixou sem reação por alguns segundos. Ela roçava o quadril contra o meu, provocando, testando meus limites com um sorriso malicioso no canto da boca.

— Tá vendo como você gosta? — sussurrou perto do meu ouvido, com a voz rouca, antes de morder de leve o meu pescoço.

Eu gemi baixo, e ela sorriu de novo, satisfeita, descendo a boca pelo meu peito, me explorando sem pressa. Seus beijos foram ficando mais molhados, mais quentes, até ela se ajeitar entre minhas pernas e me encarar com aquele olhar que não deixava dúvidas sobre o que viria a seguir.

— Agora deixa que eu cuido de você — disse, passando a língua pelos lábios antes de descer devagar, como quem já sabia exatamente como me deixar louco.Ela passou a língua devagar pela base, me olhando nos olhos com aquele sorriso travesso. Era como se estivesse no controle de tudo — e estava. A boca dela quente, úmida, começou a deslizar de forma lenta, provocante, como se quisesse me deixar no limite desde o primeiro segundo.

Eu joguei a cabeça pra trás, arfando, as mãos agarrando os lençóis. Ela ia fundo, sem pressa, alternando o ritmo com a língua, me deixando completamente à mercê do prazer que ela comandava como se fosse especialista em me enlouquecer.

— Você tá tão duro pra mim... — murmurou, com a boca ainda em mim, e voltou a me engolir com mais firmeza, mais vontade.

Quando não aguentei mais e tentei me mover, ela subiu de novo por cima de mim e se encaixou com um gemido sussurrado, os olhos fechados e a boca entreaberta de prazer.

— Agora é minha vez de aproveitar — disse, começando a cavalgar com um movimento lento e profundo, sentindo cada centímetro, me olhando nos olhos como se quisesse gravar aquela imagem na memória.

Meus dedos apertaram sua cintura, ajudando no ritmo, e ela rebolava, subia e descia com firmeza, sem parar. O quarto se encheu de gemidos abafados, respirações descompassadas, o som da pele contra a pele. O cheiro do nosso sexo preenchia tudo. O calor era tanto que parecia queimar.

— Gosta assim, né? — ela sussurrou, aumentando o ritmo, com o corpo suado reluzindo sob a luz suave que vinha da janela.

Eu só conseguia gemer e assentir, completamente entregue.

— De lado... — ela sussurrou, com a voz embargada de desejo, inclinando o corpo pra cair na cama, me puxando junto. — Me come de ladinho...

Mas no meio do movimento eu segurei sua cintura com mais firmeza, inverti o gesto e a virei com um pouco mais de força, fazendo ela apoiar os joelhos no colchão.

— Assim é melhor — murmurei perto do ouvido dela, segurando firme na sua cintura e colocando ela de quatro, com o rosto pressionando o travesseiro.

Ela soltou um gemido rouco, arrepiada, empinando ainda mais como se estivesse esperando exatamente por isso.

Entrei devagar, sentindo ela se abrir por inteiro, quente e molhada, me recebendo com fome. Minhas mãos apertavam sua cintura, ditando o ritmo, enquanto ela empurrava o corpo pra trás, buscando mais, como se quisesse me provocar ainda mais fundo.

— Isso... desse jeito... — ela arfava, a voz falha entre gemidos baixos.

O som do nosso sexo se misturava com o estalar dos corpos, o colchão rangendo sob o movimento, o quarto inteiro tomado pelo calor e pelo cheiro de nós dois.

Meu quadril batia contra o dela com força, cada estocada profunda fazia ela gemer mais alto, segurando nos lençóis como se fosse se desfazer. Eu mantinha o controle, sem acelerar demais, prolongando cada segundo, deixando a tensão crescer entre nós, densa, quase insuportável.

Ela olhou por cima do ombro, os cabelos grudados na testa, os olhos brilhando.

— Me fode mais forte... — sussurrou, com um sorriso malicioso no canto da boca.

E eu obedeci.

Atendi ao pedido dela sem hesitar. Minhas mãos seguraram sua cintura com mais força, e o ritmo aumentou. Cada investida fazia seu corpo balançar, os gemidos ganhavam um tom mais alto, mais urgente.

Ela empinava ainda mais, jogando o quadril pra trás, implorando por mais sem dizer uma palavra. O som do nosso sexo ecoava no quarto, o calor entre nós parecia ferver.

— Isso... não para... — ela arfou, os dedos afundando no colchão. — Ai... assim... assim mesmo...

Senti o corpo dela estremecer sob minhas mãos. A respiração falhou, os gemidos viraram um sussurro alto e rouco. Ela começou a tremer, apertando os lençóis com força enquanto o orgasmo tomava conta dela, ondas de prazer sacudindo cada músculo.

Fiquei parado por um segundo, ainda dentro dela, sentindo cada espasmo, cada contração quente que me apertava por dentro. Ela gemeu mais uma vez, mais baixo agora, com o corpo mole, entregue, ofegando como se tivesse acabado de correr uma maratona.

Ainda assim, sem tirar de dentro, segurei firme sua cintura e voltei a me mover devagar. Eu ainda estava no controle. E queria mais.

Ela riu entre ofegos, ainda de olhos fechados, a voz embargada:

— Você ainda não gozou?

Inclinei meu corpo sobre o dela, roçando a boca em sua nuca suada, e sussurrei:

— Ainda não. E nem tô perto de parar.

Sem sair de dentro dela, segurei sua cintura com firmeza e a puxei até a beira da cama. Ela entendeu na hora, os pés tocando o chão enquanto as mãos ainda se apoiavam no colchão, o corpo arqueado, as pernas trêmulas, os cabelos colados na nuca de suor.

Fiquei de pé atrás dela, e quando vi aquela visão — o corpo suado, curvado, totalmente exposto e entregue pra mim —, foi como acender gasolina.

Segurei com força suas ancas, abri espaço com os polegares e mergulhei mais fundo, empurrando tudo com uma única estocada firme, sem precisar sair.

O estalo da minha pele contra a dela encheu o quarto, seco, alto. Ela soltou um gemido rouco, jogando a cabeça pra frente, os braços tremendo sob o próprio peso.

Comecei a bombar com força, sem piedade, cada estocada mais funda, mais violenta. A bunda dela balançava a cada investida, fazendo ecoar aquele barulho obsceno e viciante — plaft... plaft... plaft... — que só fazia o tesão aumentar.

Ela gemia alto, sem vergonha, sem medo, sem controle.

— Porra... Carlos... assim... desse jeito... não para...

Eu não parei.

Agarrei os cabelos dela, puxando com força moderada, fazendo com que ela erguesse o tronco. Meu peito colado nas costas dela, uma mão firme na base da sua garganta, a outra descendo por entre suas pernas, acariciando seu clitóris inchado, molhado, sensível. Ela quase caiu, o corpo cedendo, mas eu a mantive de pé, pressionando de dentro e de fora ao mesmo tempo.

— Isso, sente tudo... — murmurei no ouvido dela, a boca roçando sua orelha.

Ela se contorcia, gemia, tremia — perdida.

Minha mão trabalhava com precisão, o polegar massageando o ponto certo enquanto a outra mantinha o ritmo violento dos meus quadris. O barulho da minha virilha batendo na bunda dela estava mais alto, mais rápido, mais molhado. O cheiro forte do nosso sexo preenchia o ar.

— Ai... ai, caralho... Carlos... tô... de novo... eu vou...

E então ela veio.

Com um grito abafado contra o colchão, o corpo dela explodiu de novo em espasmos. As pernas fraquejaram, a respiração se perdeu, os músculos internos dela apertaram meu pau com tanta força que precisei fechar os olhos e morder os lábios pra não gozar junto.

Abracei-a por trás, sustentando seu corpo mole, e ainda assim continuei dentro, sentindo cada tremor que sacudia suas pernas.

Ela arfava, os olhos cerrados, e mal conseguia falar.

— Meu... Deus... você...

Mas eu ainda não tinha terminado.

Eu ainda estava com Mayara no quarto, nossos corpos colados, tomados pelo desejo. O cheiro de sexo tomava conta do ambiente. Eu a penetrava por trás, e ela gemia alto, entregue, quando, de repente, a porta se escancarou.

Assustados, viramos ao mesmo tempo. Era a Andressa.

— Tá maluca, Andressa?! — explodiu Mayara, irritada, tentando puxar o lençol pra se cobrir.

Eu só consegui me esconder debaixo dos lençóis, sem saber onde enfiar a cara.

Andressa ofegava, os olhos arregalados.

— O Lauro chegou... o carro dele acabou de parar do outro lado da rua!

Arregalamos os olhos, paralisados, sem saber o que fazer. Então Andressa sussurrou, apressada:

— Até ele abrir o portão dá tempo de você correr pro banheiro. Vai!

Mayara não pensou duas vezes. Saiu do quarto às pressas, nua, e correu até o banheiro que ficava bem em frente ao quarto.

Eu fiquei sentado na ponta da cama, ainda debaixo do lençol, tremendo.

— Porra... o que eu faço? — perguntei, apavorado.

— Deita! — ordenou Andressa, jogando-se ao meu lado e se cobrindo com o mesmo lençol.

Logo ouvimos o barulho do chuveiro sendo ligado e, em seguida, a porta da sala batendo com força.

Virei o rosto para ela. Nossos olhos se encontraram, os dois arregalados, presos em silêncio. A respiração dela era rápida, quase ofegante, e eu sentia meu coração bater dentro da cabeça.

De repente, a porta do quarto se escancarou, dessa vez com mais violência.

Lauro estava parado no batente, estático.

— Que porra é essa, caralho?! — gritou Lauro do batente, a voz cortando o silêncio como uma faca.

Andressa ergueu o rosto, ainda completamente coberta pelo lençol, e o encarou com uma expressão entre o susto e a serenidade.

— Andressa? — ele murmurou, confuso, franzindo a testa.

Antes que pudesse reagir, a porta do banheiro se abriu. Mayara surgiu, enrolada na toalha, os cabelos pingando e aquele sorriso cínico no rosto — o mesmo que ela sempre usava quando queria inverter o jogo.

— Amor? — disse ela, com a voz mais doce do mundo.

Lauro olhou de novo para o quarto, depois para Mayara. Engoliu seco. Ficou visivelmente sem saber onde enfiar a cara.

— Desculpa... desculpa... — balbuciou, completamente sem jeito, antes de fechar a porta devagar.

Eu e Andressa soltamos o ar que nem sabíamos que estávamos prendendo. Ficamos ali, debaixo do lençol, em silêncio, apenas ouvindo a conversa abafada vindo da sala.

— Que porra é essa, Lauro? — perguntou Mayara, com um tom indignado.

— É que... meu tio passou aqui na frente e disse que te viu entrando com um homem…

— Ah, é? O fofoqueiro do seu tio falou isso e você simplesmente invade a minha casa desse jeito? — retrucou Mayara com a voz firme, do lado de fora.

— Desculpa, amor... é que eu fiquei cego de raiva. Achei que... sei lá...

— Lauro, eu já te falei: se você não confia em mim, é melhor a gente terminar. Eu não aguento mais esse teu ciúme bobo.

— Não, não, amor... desculpa, de verdade. Eu confio em você! É que quando o meu tio falou...

Deitado ao lado da Andressa, debaixo do lençol, ouvi tudo com o coração ainda acelerado. Ela virou o rosto na minha direção e sussurrou, indignada:

— Cara, essa Mayara é muito cínica... ainda joga a culpa no coitado.

Eu continuei em silêncio. Também não era nenhum santo naquela história — então preferi não comentar nada.

Lá fora, o Lauro parecia tentar entender a situação.

— Mas... por que eles estavam no seu quarto?

— Ué... — respondeu Mayara, sem hesitar. — Você queria que eles transassem na sala? Ou no quarto da minha mãe? Ela me pediu, eu emprestei o quarto, simples assim.

O silêncio no quarto parecia gritar entre nós. Eu me sentia estranho, inquieto. Sabia que aquilo podia afetar a vida dela, e me culpava por ter deixado as coisas chegarem até ali. Passei a mão no rosto, tentando pensar em alguma solução, alguma maneira de impedir que Lauro falasse com o Zeca, mas nada vinha.

— Desculpa, Andressa... de verdade. Eu não devia ter deixado isso acontecer.

Ela balançou a cabeça devagar, ainda olhando para o chão.

— Não é culpa sua. Eu sabia o que tava fazendo.

— Mas... se ele falar com o Zeca...

— Eu sei. Vai doer — disse, finalmente me encarando com os olhos um pouco marejados, mas firmes. — Mas, sinceramente, Carlos... eu não fiz isso pela Mayara.

Franzi a testa, confuso.

— Como assim?

Ela respirou fundo antes de continuar.

— Se fosse qualquer outra pessoa... eu não teria ajudado. Teria deixado se virar, me mantido fora disso. Mas... nesses dois dias... — ela fez uma pausa breve, o olhar suavizando — depois de conversar contigo, de ver como você é de verdade, eu... eu quis te ajudar. Fiz isso por você.

Meu peito apertou. Fiquei sem saber o que dizer. Ela desviou os olhos de novo, meio sem graça, e completou num tom mais baixo:

— Você é diferente, Carlos. E eu vi isso.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, sentindo um peso enorme se espalhar por dentro. A imagem do Zeca passou pela minha cabeça, e com ela, o que Andressa tinha me contado naquela tarde na cachoeira — que gostava dele desde novinha. Eu não tinha esquecido. E agora, por minha causa, ela podia estar prestes a perder qualquer chance com ele.

— Eu estraguei tudo... — murmurei, mais pra mim do que pra ela.

Andressa não respondeu. Só me olhou, com aquele jeito calmo, quase resignado.

— Me desculpa mais uma vez, Andressa... de verdade. — Olhei pra ela com o coração apertado. — Eu juro que se eu pudesse voltar atrás, não teria te colocado nessa. Você não merecia isso... não depois de tudo o que me disse sobre o Zeca.

Ela desviou o olhar, mexendo devagar na ponta da toalha ainda úmida que segurava nas mãos.

— Não adianta pensar assim agora.

— Eu sei... — respirei fundo. — Mas quero que você saiba que vou me afastar da Mayara. De verdade. Não tem mais como continuar com isso... não depois do que aconteceu. Eu não quero mais te colocar em nenhuma situação assim. Nem a ela. Nem a ninguém.

Ela assentiu devagar, sem dizer nada de imediato.

— Você é um cara bom, Carlos. Mas às vezes se mete em umas situações impossíveis... — falou, quase com um sorriso de canto. — Pensa direitinho antes de entrar em certas coisas. Às vezes, quando a gente insiste num erro, ele vira desastre.

Fiquei ali parado, sentindo as palavras dela ecoarem em mim. Eram simples, mas doíam. Porque ela tinha razão.

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Comentários

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Se fosse o Carlos, largava todas essas mulheres e ficava coma Andressa, a minha é firmeza demais

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