Pagando o agiota com uma mamada

Um conto erótico de NG
Categoria: Gay
Contém 1166 palavras
Data: 25/07/2025 20:01:47

Recebi a mensagem no celular e já fiquei assustado. Não sabia o que fazer.

"É hoje até o meio-dia, aí, mulek."

Não tinha como juntar quinhentos conto até esse horário. O que eu ia fazer? Pedir dinheiro pra alguém? Eu não tinha mais opções. O jeito era aceitar o destino. Então olhei no espelho do banheiro, com o rosto vermelho, mas segurando o choro, e pensei: vamos lá pedir mais prazo.

Bati no portão do Souza duas vezes. Minha mão estava até tremendo. Quem atendeu foi outro cara, mal-encarado, com uma tatuagem escrita alguma coisa embaixo da orelha esquerda.

— Quer o quê? — ele perguntou.

— Vim falar com o Souza.

O cara nem perguntou mais nada, só puxou um pouco o portão pra eu entrar. Continuou me olhando esquisito. Fui andando até chegar na residência. Ficava um pouco longe do portão e o caminho era de terra. Se ele tinha tanto dinheiro, por que não mandava cimentar aquilo tudo? Nunca entendi. Pra me amedrontar ainda mais, o agiota estava afiando uma faca numa pedra. Me deu uma coisa estranha no estômago. Queria virar de costas e sair correndo dali.

— E aí, Novidade. Chegou na hora certa.

Meu apelido era “Novidade” porque tinha chegado na escola quase no final do ano, transferido depois que mudei de cidade. Foi nessa época que conheci o Souza. Confiava nele. Todo mundo falava que ele emprestava dinheiro e não cobrava juros muito pesados. Por isso confiei em pegar um pouco com ele, só pra arrumar as dívidas. Mas não conseguia pagar. Não tinha jeito.

— Tá com meu dinheiro aí?

— A gente pode conversar lá dentro?

— Iiiiiii... lá vem.

Ele jogou a faca em cima de uma mesa de pedra que tinha no canto e foi entrando. Pediu pra eu sentar num sofá velho e ficou me encarando.

— O que foi?

— Eu preciso de mais um prazo.

— Não tem jeito. — ele disse, sério.

— Mas eu vou te pagar.

— Você já falou isso duas vezes. Não tem como esperar mais. Tá achando que aqui é entidade filantrópica?

— Mas eu juro que vou pagar.

Ele olhou no relógio. Já era meio-dia. Era o final do prazo.

— Ó, vou te dar mais uma semana.

— Sério? Nossa, muito obrigado.

— Calma aí. Não é assim, não.

O Souza foi até a porta da sala e encostou ela um pouco. Não tinha maçaneta nem fechadura, e acho que nem fechava de verdade. Parecia que a madeira tinha sido molhada e inchado.

— Você vai ter que fazer uma coisa pra mim — ele disse, ainda em pé

— Tá bom, eu faço.

Ai o cara começou a chegar perto de mim, eu estava olhando nos olhos dele e ele me olhava como se eu fosse uma vagabunda.

— Sabe que eu gosto de você né? — ele falou enquanto ajeitava algo na calça

— Claro

— Não, não, não. Eu gosto de outro jeito.

Aquela conversa tinha começado a ficar estranha, principalmente com ele enfiando a mão dentro da própria calça.

— É mais uma semana, se me der uma mamada.

— Que isso Souza? a gente é aliado.

— Aliado nada, você tá vacilando comigo. — usou uma voz mais ameaçadora.

A verdade é que o Souza já tinha matado gente. Pelo menos uns três, é o que a gente do bairro sabia. Embora ele sempre tenha se justificado, dizendo que foi pra se defender de um assalto... será que era verdade mesmo? Eu tinha acreditado na palavra dele na época. Hoje, já nem tanto.

Então lembrei da faca. Sendo afiada e afiada.

Será que eu sou o próximo?

E se ele fizesse alguma coisa pior comigo?

Eu precisava dar um jeito.

— Tá bom eu faço.

— Aí sim Novidade!

Arrancou a pika para fora da calça e eu fechei o olho. Senti uma batida na bochecha e depois foi forçando minha boca.

— Não dificulta não caralho — ele reclamou

Abri a boca e aceitei.

Segurei o pau com as duas mãos, como se fosse frágil demais pra confiar em só uma. E fui lambendo devagar, com medo de morder — alguém tinha me avisado que os dentes podem machucar. Ele enfiou mais, com força. Dava uma sensação estranha, mas não tinha jeito. Eu precisava aceitar aquilo. Tirei da boca para respirar e olhei para cima, ele me devorava com os olhos. E fui de novo. Mais devagar, tentando entender aquela nova sensação. A textura era dura, lisa e ao mesmo tempo escorregadia.

Logo vieram os pingos de saliva escorrendo pelo pau. E ali estava eu: com as mãos molhadas, a boca semiaberta, e uma concentração absoluta naquela tarefa simples de lamber e chupar. Era estranho, mas continuei. Porque era bom.

Senti que tinha descoberto um segredo. Um pequeno segredo. Foi ali, lambendo aquele pau, que eu soube: tem coisas que a gente só entende mesmo quando sente na pele. Eu queria aquilo, só não sabia que queria.

Ele tirou da minha boca, me deu um tapa na cara e colocou de novo. Começou um vai e vem e fiz força para não deixar entrar demais. Quando entrava, engasgava.

"AaaAaAauuuurrrghhhh" — era o som da minha garganta.

Só que era isso que ele queria, sem pensar muito, fui mais fundo, puxei o ar pelo nariz e tentei sugar com força, querendo sentir mais. Foi aí que me engasguei mais. Senti a cabeça do pau batendo em algum lugar entre o céu da boca e a traqueia, uma sensação tão estranha que fiquei sem saber se ria ou se chorava. O peito apertou, o nariz escorreu um pouco.

Tirou aquilo de mim, tudo que consegui fazer foi limpar um pouco da baba na boca e balançar a cabeça enquanto tossia mais uma vez, com os olhos marejados. Era óbvio, eu que não tinha pensado nisso ainda.

— Abre a boca que eu vou gozar, puta — ele mandou

Inclinei a cabeça um pouco pra trás e abri a boca. Só esperei. A língua estendida, curiosa. Era quase um jogo de paciência, uma entrega. Não precisava correr. Ali, com a boca aberta e a língua exposta, descobri que até isso — esperar por uma gozada — podia ser um prazer inteiro.

— Vou gozar na sua cara

— Tá bom — falei confiante.

— Pede! — ele ordenou

— Tá bom...

— Pede agora!

— Goza na minha cara.

— Isso, pede desse jeito.

— Me enche de porra.

— Nossa que puta safada! pede mais!

— Goza em mim inteiro, me faz de puta.

E gozou mesmo. Fez uma bagunça. Lambuzou a minha cara toda, dei sorte de não acertar no olho.

Ai veio.

Veio sem aviso — quente, úmido, direto no meu rosto. Não doeu, mas incomodou. O cuspe me atingiu. Escorreu pela minha bochecha devagar. Ele cuspiu na minha cara.

Me senti invadido. Ali, entre o nojo e o calor, havia alguma coisa em mim.

Gostei. Não do cuspe em si, mas do que ele me mostrava: eu precisava era do Souza.

Ganhei mais uma semana para arrumar dinheiro e o Souza ficou muito feliz. Quando me mandava mensagem agora até parecia menos ameaçador. Então eu pensava: Será que se eu não pagar mais uma vez... o que acontece?

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