Dois Advogados Rivais Disputando o Viúvo “Hetero” PARTE 1/10

Um conto erótico de Santiago P
Categoria: Gay
Contém 6156 palavras
Data: 25/07/2025 14:29:08

AVISOS

1- Esta obra aborda temas como exploração de identidade sexual, dinâmicas de poder e sedução, sexo oral e estimulação manual, uso de roupas íntimas, controle e submissão leve, gravidez em contextos eróticos e sexo em cenários de vulnerabilidade emocional. Se esses temas não forem do seu agrado, sugerimos procurar outro conto mais alinhado com suas preferências."

2- Peço um pouco de paciências enquanto introduzo o contexto e personagens. Vai valer a pena.

PARTE 1

**5 anos atrás**

— Ela não tá com a cabeça no lugar — disse Geraldo Pereira, com a voz pesada, enquanto Henrique Nogueira carregava Katherine, sua esposa, pro quarto.

Kat mal abria os olhos, tava tão magrinha que Henrique nem precisava fazer força para levantá-la. O câncer tinha se espalhado como rastilho de pólvora, mais rápido do que os médicos podiam correr atrás.

Começou no colo do útero, depois no útero, mas agora parecia uma fogueira devorando tudo, tipo aqueles incêndios brabos da Califórnia.

Tudo por causa de uma gravidez que ninguém esperava. Tiveram que tomar a decisão mais dura da vida: interromper a gravidez e tirar o útero, o colo e os ovários pra tentar salvar Kat. Mas, quando abriram ela, o bicho já tinha tomado conta de tudo. — Ela tá lúcida, sim — retrucou Henrique pro sogro, com um aperto no peito.

— Só porque ela tá morrendo não quer dizer que perdeu o juízo. Ela não aguenta mais isso. Não quer que os filhos fiquem vendo ela definhar assim. O Kiko, coitado, não entende por que a mãe não… —

A voz dele travou, engasgada. Henrique não conseguiu terminar. Os olhos marejaram, mas ele puxou o ar fundo, segurando o choro. Acomodou Kat na cama, cobrindo ela com cuidado. Ela vivia com frio agora, o corpo tremendo fácil. —

Se eu puder dar um pingo de dignidade pra minha mulher na hora de partir, se puder poupar ela do pior no final, eu vou fazer. Os papéis estão todos assinados pelos médicos. Agora é só ir pra Nova Jersey e… resolver. — Você tá matando ela! — berrou Geraldo, o rosto vermelho de raiva. — Geraldo, meu bem — tentou Claudia, a mãe de Kat, com a voz macia, querendo apaziguar. —

Não, ele tá matando nossa filha! — gritou Geraldo, fora de si. Henrique estava exausto. Fazia quase dois anos que eles brigavam contra esse monstro, e agora Kat tinha pedido pra ele levá-la a um lugar onde pudesse morrer em paz, sem tanto sofrimento, onde o suicídio assistido fosse permitido.

Ela tinha só pele e osso, o cabelo loiro, que era tão lindo, tinha caído todo. Os olhos âmbar, que sempre brilharam como o sol, agora estavam apagados, sem vida.

O que Henrique não contava pro sogro era que fazer isso tava acabando com ele também, mas ele não ia negar esse último desejo dela, mesmo que doesse como se ele próprio tivesse enfiado uma faca no peito. — Chega! — gritou Félix, o filho mais velho de Henrique e Kat, parado na porta. — Para de gritar com o meu pai! Ele não tem culpa! Henrique virou pra olhar o menino.

Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Felix correu pro quarto e se jogou nos braços do pai, chorando. Ele sabia que eles iam pra Nova Jersey para deixar Kat partir com dignidade. Não porque os pais tinham contado, mas porque Félix era aquele tipo de garoto xereta, que sempre dava um jeito de descobrir o que estava rolando em casa.

Ele teve que virar adulto rápido demais, e Henrique daria qualquer coisa pra mudar isso pro filho. — Essa conversa acabou — resmungou Henrique pros sogros, enquanto levantava Félix no colo, deixando o menino soluçar no ombro do pai. — Vocês podem ir se despedir da Kat lá na hora ou se despedir agora, mas não vou deixar vocês perturbar ainda mais as crianças. Foi claro? Geraldo estava com a cara pegando fogo, mas Claudia, com jeitinho, conseguiu arrastar o marido para fora antes que a coisa piorasse.

Félix estava arrasado, mais do que antes, e Claudia morria de medo que Henrique proibisse eles de verem a filha e os netos continuassem fazendo cena.

No fundo, ela temia que Kat, ao saber como o pai tinha deixado Felix naquele estado, simplesmente se recusasse a falar com eles. Dois meses depois, a família pegou a estrada até uma clínica de cuidados paliativos em Nova Jersey, onde Kat foi recebida para passar seus últimos dias.

Geraldo ficou na dele, calado, porque Kat deixou bem claro que a escolha era dela, e Henrique só estava fazendo o que ela pediu. Naquele dia, Henrique ficou uma hora sozinho com Kat, só querendo um tempinho a sós com a esposa pela última vez. Ela estava tão fraquinha, tão doente, que nem pensar em fazer amor.

Mas ele deitou na cama com ela, abraçando-a com cuidado, segurando a barra pra não desmoronar. Foi dureza não passar o dia inteiro chorando, mas ele não queria que ela se sentisse culpada por escolher o que precisava fazer. — Você sabe que eu te amo, né? — perguntou Kat, com a voz fraquinha.

Ele fez que sim. — Sei. E eu te amo. Kat deu um sorrisinho. — Se você não me amasse, não tava aqui passando por isso. Henrique não tinha como discordar. Só deu um beijo nela e encostou a testa na dela, sentindo o peso do momento. Duas horas depois, a família toda estava no quarto enquanto Kat dava os últimos suspiros.

Geraldo tinha saído antes, com raiva demais pra ficar. Henrique segurava Kiko, de quatro anos, num joelho, enquanto Maisa, de cinco, ficou pertinho da mãe. Felix, com sete, sentou do outro lado. Kat se aninhou nos filhos enquanto dava o remédio que ia fazer ela dormir pra nunca mais acordar. Mais tarde, Henrique contou pro irmão, Jeremy, que uma parte dele morreu naquele quarto junto com ela. ~~~Agora~~~ Henrique acordou com o despertador berrando, arrancando ele de um sonho onde Kat ainda estava viva, vendo os filhos crescerem. Era um sonho que voltava sempre, como se ela envelhecesse junto com eles, mas que deixava ele em pedaços toda manhã.

Virou pro lado e olhou o relógio: seis da manhã. As crianças precisavam se arrumar pra escola, e ele tinha que ir pro trampo.

Ele e Vitor Cambell tinham aberto um escritório juntos, focado em ajudar vítimas de violência e a comunidade LGBTQ+.

Eles decidiram abrir o escritório depois do que rolou com Jeremy Nogueira anos atrás, quando o ex-namorado dele virou um pesadelo: perseguição, ciúmes doentios, tentativa de acabar com o relacionamento e, no fim, quase matou o cara. Hoje, però, Henrique ia lidar com uns contratos, nada mais.

Com um suspiro, ele se arrastou da cama pro banho. Depois, parou na frente do espelho, dando uma olhada no próprio reflexo. Alto, com seus 1,80 m, ele já foi bem mais sarado. Ainda jogava na liga adulta de beisebol, mas a saúde não era mais prioridade. Nos últimos cinco anos, perdeu peso, o tanquinho sumiu.

O cabelo preto, que ele mantinha sempre curto e arrumadinho, estava mais comprido do que o normal. Ir ao barbeiro ou se barbear? Nem pensar, tava difícil se animar. As olheiras azuladas marcavam o rosto, e o brilho nos olhos, que antes era sua marca, parecia apagado, meio morto.

A pele, que puxava o tom bronzeado da mãe, tava pálida, quase sem vida. Ele suspirou fundo, se forçou a fazer a barba, ajeitou o cabelo e voltou pro quarto pra botar um terno. Quando desceu pra cozinha, já passava das sete.

As crianças estavam acordadas, tomando café da manhã que a Olivia Navarro, a babá, tinha preparado. Ela era uma benção, de verdade.

Henrique ainda era pai presente, mas Olivia garantia que as crianças estavam vestidas, alimentadas e na escola, além de cuidar de tudo que precisavam enquanto ele ralava no trabalho. Maisa e Kiko saíram correndo para se arrumar, mas Félix, já pronto, estava grudado no celular. Aos doze anos, o moleque se achava mais maduro que todo mundo. E, pensando bem, não era de todo mentira.

Poucas crianças da idade dele tinham passado pelo que ele passou. — Pai — disse Félix, largando o celular. — Tu vai começar a namorar logo? Henrique ficou de queixo caído, piscando pro filho. — De onde veio essa? — A tia Carla disse que homem tem necessidades — respondeu Felix, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Henrique, que estava tomando um gole de café, quase engasgou e cuspiu tudo.

— Felix, cara… Não é papo pra sete da manhã com meu pré-adolescente! — Pai, eu sei o que é sexo — retrucou Felix, com aquele tom de quem tá pouco se lixando pro choque do pai. — Espero que saiba, porque eu estava lá naquela conversa — Henrique gemeu, jogando o café numa caneca térmica. — A da tia Carla foi mais legal — provocou Felix, com um sorrisinho safado. Henrique revirou os olhos, segurando o impulso de rir.

— Tá cedo demais pra isso, moleque. E, ó, nunca vamos precisar falar das minhas “necessidades”, entendeu? Se eu resolver namorar, te conto. — Agora vai se arrumar pra escola — disse Henrique, cortando o papo.

Ele saiu de casa mais ou menos na mesma hora que Olívia levou as crianças pra escola. Mas, em vez de ir pro escritório, pegou o carro e foi até o prédio da Table of Five, a empresa que Jeremy e seus quatro melhores amigos, incluindo o marido dele, Jimmy Sparks, tocavam. O negócio era um baita sucesso: linha Pride o ano todo, moda sustentável e um monte de outras coisas.

Só que o Dr. Gustavo Oliverira, com aquela mania de falar antes de pensar, tinha arrumado uma confusão danada, e agora cabia a Henrique resolver a treta. Vitor tinha preparado o contrato que todos assinaram com Caíque Castro, um influenciador e cantor famoso, para criar uma colaboração numa linha de moda.

Henrique passou a noite inteira debruçado sobre o contrato, para chegar na reunião com tudo na ponta da língua. Uma semana antes, Gustavo tinha dito a Caíque que a parceria tava cancelada por causa de uns comentários homofóbicos e discursos de ódio, além de Caíque querer enfiar umas ideias políticas pesadas na coleção — coisa que a Table of Five não queria nem de longe associada à marca.

Jimmy era o único do grupo que realmente tinha formação na área, com um mestrado em Administração pela KSU, então Henrique ia se encontrar com ele e Gustavo, já que Gustavo foi o responsável por botar lenha na fogueira.

Jeremy, por sua vez, jogou a real: como a boca de Gustavo tinha causado esse rolo jurídico, ele que estivesse na reunião para ajudar Jimmy a desenrolar. Henrique foi levado para uma das salas de conferência. Lá, ele espalhou um bloco de notas, umas canetas, uma pasta com uma cópia do contrato e o laptop, enquanto esperava Gustavo e Jimmy.

Quando os dois entraram, já estavam no meio de um bate-boca: — Eu já falei, Gustavo, isso vai dar uma dor de cabeça danada pros negócios! — dizia Jimmy, meio exaltado. — O contrato precisa ter cláusulas claras, com o que a gente não tolera, antes de sair rasgando acordo por causa disso. Mas não tem como convencer vocês a entrarem para acertar esses detalhes! Gustavo suspirou, balançando a cabeça.

— Eu sei, Alexandre e eu somos os mais difíceis de juntar numa sala, admito. Mas a gente devia ter garantido que esse tipo de coisa estava no contrato desde o começo. Colocar roupas com bandeiras de “vidas azuis importam” e coisas que cheiram a supremacia branca disfarçada também ia ser péssimo pros negócios, na minha opinião, pior ainda.

Pensei que a gente estava trabalhando com advogados! — E tá — cortou Henrique, já sentado na cadeira. — Mas se vocês não falam pra gente incluir cláusulas específicas, e a outra parte não topa, não é só botar no papel e pronto.

Vocês meteram os pés pelas mãos, isso sim. A menos que as duas partes cheguem num acordo para anular o contrato, vocês estão numa sinuca de bico.

— A gente pode até argumentar que seguir com essa colaboração seria um tiro no pé pros negócios, mas, pra ser honesto, eu prefiro mil vezes não ter que resolver isso na frente de um juiz — disse Henrique. — Concordo — falou Eduardo Ventura, entrando na sala e fazendo Henrique soltar um gemido interno de puro desgaste. Além dele, Eduardo era o cara com o melhor currículo em Nova York e, pelos boatos, estava a poucos meses de virar sócio júnior no poderoso Byron & Baldwin.

O cara impressionava: terno azul-royal de três peças, camisa branca impecável, gravata estampada combinando. Uns dez centímetros mais baixo que Henrique, mas com uma presença que dominava o lugar, com olhos castanhos que pareciam te furar, cabelo curto e barba bem aparada. Henrique forçou um sorrisinho educado.

Fazia tempo que os dois não se cruzavam numa sala assim — nenhum deles curtia a ideia de se enfrentar no tribunal. Ambos tinham boa fama, e seria uma briga feia. — Ventura. Não sabia que a gente ia cruzar com o seu time hoje. Meu filho me deixou meio zonzo de manhã, ou meus clientes esqueceram de avisar. Bom te ver.

Gustavo lançou um olhar curioso para Henrique, como quem queria saber que história era essa do filho, mas isso ia ter que esperar. Eduardo, com cara de poucos amigos, tirou da pasta um bloco, canetas e uma cópia do contrato, igualzinho ao que Henrique tinha feito. Desabotoou o paletó e sentou. — Apesar do seu charme, Henrique, você tá certinho: seria bem melhor pra todo mundo se isso não fosse parar no tribunal.

Na real, o melhor mesmo seria se seus clientes cumprissem o contrato que assinaram com o meu cliente. Tá tudo redondinho, assinado por todo mundo há menos de um mês. — Isso foi antes de certas coisas bem pesadas serem ditas — resmungou Gustavo, meio atravessado. Henrique lançou um olhar afiado para Gustavo, tipo “calma aí”, antes de se virar para Eduardo. — Para ser justo, o contrato que o Vitor bolou não previa essas ideias politicamente carregadas que o Castro tá querendo enfiar.

Meus clientes têm, sim, o direito de vetar essas partes específicas. Você sabe tão bem quanto eu que a base da Table of Five é a comunidade LGBTQ+, e algumas das ideias do seu cliente podem mandar o faturamento da empresa pro buraco.

— As duas partes assinaram o contrato de boa-fé, sem esconder nada — retrucou Eduardo, erguendo uma sobrancelha. — Se seus clientes não deram uma googlada no meu cliente antes de assinar… — Beleza — cortou Henrique, olhando de canto para Gustavo e pro cunhado.

— Mesmo assim, virou um problemão agora. Se a gente chegar num acordo para manter tudo politicamente neutro, dá pra seguir com o contrato como tá no papel, e todo mundo fica feliz.

Mas, do ponto de vista moral, não acho que meus clientes vão topar levar adiante sem isso. Por outro lado, se for pra rescindir, a gente pode, sim, pagar uma compensação pelo transtorno, não é, pessoal? — Beleza, tanto faz — resmungou Gustavo, de má vontade. Eduardo ajeitou os óculos de armação grossa.

— Meu cliente acredita que o que tá pedindo tá totalmente dentro da marca dele e é politicamente neutro, Sr. Nogueira, como o senhor sabe. Seus clientes pesquisam meu cliente antes de assinar e não colocaram essas restrições no contrato.

Então, as opções são: cumprir o que tá no papel ou pagar a multa por quebra, que tá bem clara no… — Eduardo deu uma olhada nas anotações — parágrafo 2, subseção b do Apêndice G. Quer que eu recite os termos ou o senhor já tá por dentro? Henrique balançou a cabeça. — Tô ligado, Sr. Ventura. Como falei, prefiro que isso não chegue a um juiz.

Vou precisar conversar com meus clientes para decidir o próximo passo, mas acho que uma mediação vai ser necessária. Os ânimos tão quentes dos dois lados, e tá na cara que ninguém tá se entendendo. Dito isso, eu não me importo de argumentar na frente de um juiz que seguir com o contrato vai ferrar a Table of Five e não vai prejudicar seu cliente, enquanto pagar a indenização por quebra vai botar dinheiro no bolso dele sem manchar a reputação. Eduardo encarou os três.

— Discordo que os ânimos estão exaltados dos dois lados. Meu cliente só quer o que pagou ou a indenização que o contrato de vocês prevê. — Ele ajeitou os óculos de novo.

— Num tribunal, eu teria que argumentar que as duas partes assinaram de boa-fé, sabendo com quem estavam lidando, e que seus clientes quebraram o contrato ao vetar símbolos que apoiam funções essenciais para infraestrutura do país. — Eduardo tirou os óculos pela terceira vez, colocou a mão aberta sobre a mesa com calma e continuou. —

Também teria que dizer que não teve nenhuma conversa sobre temas ou imagens proibidas no contrato e que meu cliente não tinha como saber que seus clientes iam achar apoio a servidores públicos algo “politicamente carregado”. Henrique observava Eduardo com atenção, e Eduardo percebia que, apesar da pose tranquila, o maxilar de Henrique ficava mais tenso a cada palavra.

Dava pra ver que ele tava escolhendo as palavras na cabeça, calculando a melhor resposta. — Boa-fé uma ova… — começou Gustavo. Henrique agarrou o ombro dele antes que continuasse, já de pé quase antes de Eduardo entender o que estava acontecendo. —

Fora, Dr. Oliverira. Agora! Um segundo, Sr. Ventura. Eduardo assentiu, com uma expressão neutra que mal escondia o esforço, enquanto pegava a caneta e rabiscava mais umas notas. Sua taquigrafia era tão afiada que parecia coisa de estenógrafo das antigas, antes dos gravadores tomarem conta dos tribunais. Henrique tava visivelmente puto enquanto arrastava Gustavo para fora da sala e batia a porta.

— Tá louco, cara? Você é exatamente o motivo dessa bagunça toda, e agora vem aqui tirar onda com o meu trampo e o dos meus colegas? Tô falando sério, Gustavo. — Henrique, na discussão que começou essa confusão, o Jeremy estava lá — disse Gustavo, tentando se explicar. — Como tinha que tá, óbvio — retrucou Henrique, a paciência já no limite. — Ele chamou o Jeremy de bicha — soltou Gustavo.

Henrique ficou mudo por um segundo, digerindo a informação. — Tá, isso é importante, mas se você abrir a boca pra mais um chilique, tá fora da reunião. Não tá, que eu mando o Carter te buscar. Gustavo fez uma careta, mas só balançou a cabeça e ficou na dele. Henrique soltou um suspiro pesado, e os dois voltaram para sala.

Ele esperou Gustavo se sentar, cruzar os braços e ficar quieto, antes de se acomodar de novo na cadeira. — Se o seu cliente tivesse feito o dever de casa direitinho, saberia que um quinto da empresa é de um cara negro, e dois quintos são casados com caras negros.

Então, não sei se dá pra dizer que ele não tinha como prever que as imagens que estava propondo seriam políticas para eles — disse Henrique para Eduardo, como se nada tivesse interrompido. — Meu cliente agora tem que adivinhar as reações dos seus clientes? — perguntou Eduardo, com um tom de quem não tava acreditando.

— Segundo a última pesquisa Gallup, o apoio dos afro-americanos à polícia subiu 8% nos últimos dois anos. Meu cliente não tem como saber se esses dois quintos que você mencionou não tão nestes 27%. Henrique deu um sorrisinho e apontou pro laptop, como se Eduardo pudesse dar um Google ali na hora.

— Olha, já que seu cliente esperava que os meus fizessem o dever de casa sobre o Castro, eu esperava que ele tivesse feito o mesmo. A Carla Viena, por exemplo, passou os últimos dois anos indo a quase todos os jogos com máscaras, camisetas e até uma camisa do Black Lives Matter com o nome e número do marido nas costas, escrito ‘BLM’ na frente, mesmo com a NFL torcendo o nariz pra isso.

E a Dra. Oliverira também apareceu nas redes durante os protestos. Com essas informações, seu cliente podia ter sacado a posição deles.

Tem até um vestido na linha sustentável com um punho negro erguido no desenho. Acho que o recado tá bem dado. — Interessante você trazer isso, Sr. Nogueira, mas é irrelevante pro caso — cortou Eduardo. — Esses membros da empresa tiveram todas as chances de limitar a influência criativa do meu cliente no contrato, e ele podia ter topado ou pulado fora de boa-fé na hora. — Pelo contrário, parece que seus clientes enganaram o meu pra fechar um acordo que nunca pretenderam cumprir.

Mas concordo que uma mediação é o caminho. Quer que eu marque com o tribunal? — perguntou Eduardo. — Vamos ter que discordar sobre essa “irrelevância” — retrucou Henrique, dando de ombros. — Chamar de armação é só um jeito de ver a coisa, mas, sim, pode marcar a mediação. A gente se encontra lá.

Eduardo assentiu, como se já esperasse por isso, levantou-se e guardou as anotações e a pasta na maleta com calma. Abotou o paletó devagar, deixou um sorrisinho de canto e saiu da sala. — Que figura, hein? — resmungou Gustavo. — E você é um baita idiota — devolveu Henrique, já sem paciência. — Querem minha opinião de advogado? Paguem o que tá no contrato e acabem com isso. Se não quiserem, eu brigo, mas é a melhor saída.

Gustavo suspirou, meio derrotado. — Vamos ter que discutir isso com o grupo. — Pois discutam — disse Henrique, enquanto juntava suas coisas e pegava a maleta. — Te aviso quando a mediação for marcada. E deixa claro: todo o conselho da empresa tem que tá lá.

Isso inclui o Alexandre. E você, Gustavo. Com isso, Henrique foi pro estacionamento e entrou no carro. Diferente de outros, ele e o irmão não faziam questão de ostentar. Podia bancar um BMW novinho, mas o dele já tinha uns dez anos, escolhido por causa da neve no inverno. Em casa, ainda guardava o Toyota Avalon 2014 da Kat, que ele mal dirigia. No caminho pro escritório, Henrique ficou matutando tudo que Eduardo disse.

Algo naquele cara o tirava do sério. Talvez fosse o fato de Eduardo ser tão bom no que fazia, e agora estavam cara a cara no tribunal — algo que os dois evitavam há tempos. Mas não era só isso. Henrique sabia que, em parte, era porque defender alguém como Castro parecia ir contra os princípios do próprio Eduardo. Muitos advogados engoliam o orgulho por um caso, mas Henrique não era mais assim. Não depois do que aconteceu com Jeremy, quase morto numa briga de violência doméstica. E, principalmente, não depois da morte de Kat.

Ele tentou tirar isso da cabeça pelo resto do dia, enquanto fechava um pedido de ordem de restrição para uma cliente apavorada com o ex-noivo e preparava uma carta-resposta para outro caso. Chegou em casa exausto, mas ainda cozinhou o jantar pras crianças, ajudou Maisa com o relatório de leitura e assistiu um filme com eles antes de todo mundo ir pra cama. Na sexta, Henrique saiu mais cedo do trabalho para ajudar Olívia a arrumar as crianças para irem pra casa dos avós Nogueira, como faziam de vez em quando.

Os Nogueiras eram avós mil vezes melhores do que eram pais, e as crianças piraram de passar o fim de semana com eles, embora Félix e o primo Aiden já estavam começando a achar que eram “grandinhos demais” para curtir tanto.

Antônio e Bruna Nogueira criaram essa tradição depois que Kat morreu, quando Henrique caiu numa depressão braba. Ele não parou de trabalhar nem de cuidar das crianças, mas perdeu peso rápido e mal dormia, o que acabou com ele. Vitor apareceu logo depois que as crianças saíram, invadindo a casa como fazia toda sexta.

— Bora, Nogueira! Essas asas não vão se comer sozinhas! Eles tinham o hábito de sair para comer asas de frango e tomar cerveja com Jeremy e Vinícius Cardoso, que trabalhavam na promotoria com o irmão de Henrique.

Era uma forma de dar uma relaxada, e, pra Henrique, uma socialização meio forçada. Às vezes, Leona Silva, a terceira sócia do escritório, colava junto, mas nem sempre. Henrique tentava dar um perdido, mas Vitor nunca o deixava. — Não tem escapatória, né? — perguntou Henrique.

Vitor riu e balançou a cabeça. — Nenhuma. Se joga e vamos! Henrique suspirou, subiu pro quarto e trocou de roupa: jeans escuro, camisa Henley azul-marinho. Botou o relógio no pulso, enfiou celular e carteira no bolso e pegou o cordão de couro com um pingente preto que tinha o nome da Kat gravado. Usava todo dia, mas tirava para dormir.

Como já tinha tomado banho quando chegou, o cordão estava ali na cômoda. Jeremy e Vinícius já estavam no bar esportivo quando eles chegaram, um lugar famoso pelas asas de frango e cervejas artesanais. Sentaram na mesa e fizeram os pedidos quando a garçonete passou.

— Então, ouvi dizer que a reunião foi tensa — disse Jeremy, já com a cerveja na mão. — Podia ter sido pior, mas foi osso — admitiu Henrique. — E tu, tava onde? Jeremy deu uma risadinha. — No tribunal, num caso importante. Não dava pra largar. Mas a gente tá dentro da mediação, então tu vai ver a gente lá.

— Bom, porque o Jimmy, principalmente, tá puto com todo mundo — disse Henrique, rindo. — Pois é — concordou Jeremy. — Ele já me deu umas patadas, e eu pedi desculpas. Aliás, o Gustavo também se desculpou com a gente pelo rolo, mas tu sabe como ele é quando alguém mete o pé com um de nós.

Se o cara tivesse xingado o Gustavo, ele nem ligava. — Antes tu do que eu — disse Vitor, com um sorrisinho pra Henrique. — Eu fiz o contrato, mas tô aliviado de não ter que apagar esse incêndio. — Que amigo, hein — retrucou Henrique, com sarcasmo. — É verdade que tu tá enfrentando o Eduardo Ventura? — perguntou Vinícius.

Vitor soltou um assobio quando Henrique confirmou com a cabeça. — O cara consegue convencer que o céu é amarelo e ainda sair por cima — emendou Vitor, rapidinho, depois do olhar que levou de Henrique. — Tu também é fera, docinho, mas não te invejo. — O homem é insuportável — resmungou Henrique. — E metido. — E gostoso — soltou Jeremy. — Jeremy! — gritou Henrique.

Ele já tinha reparado, claro, mas ficar pensando nisso parecia má ideia. — Quê? Tô cansado, não cego — riu Jeremy. Henrique revirou os olhos e mandou um gole de cerveja. — Tá, beleza, ele é gato, mas aí vem com aquele sorrisinho convencido e dá vontade de apagar ele na porrada.

Nisso, um cara bem-arrumado, mais ou menos 1,73 m, corpo atlético, com um suéter estiloso e boné virado para trás, tropeçou numa cadeira que estava meio fora do lugar perto da mesa deles. Pediu desculpas com um sorriso discreto e seguiu com passos firmes até uma mesa onde cinco caras estavam sentados, cercados de jarras de cerveja pela metade. Henrique quase não ligou, mas aí viu o cara ajeitando uns óculos de armação grossa e se sentar todo comportado. Henrique piscou duas vezes, meio sem reação.

Não sabia se Eduardo tinha ouvido, ou o quanto tinha ouvido, se é que ouviu. Soltou um suspiro, que não passou batido pelos outros. Vitor seguiu o olhar dele e deu outro assobio. — Ele te ouviu? — perguntou Vitor. — Sei lá — admitiu Henrique. Vinícius encarava Henrique com os olhos semicerrados, depois olhou para onde Eduardo estava sentado.

Ele e Jeremy trocaram um olhar, mas ficaram na deles. Eduardo, por sua vez, ajeitou a postura de leve, imitando o jeito relaxado dos amigos menos bêbados da época da faculdade de direito. Tava pensando no que Henrique Nogueira tinha deixado escapar sem querer.

Ele tentou disfarçar o tropeço na cadeira com um empurrãozinho, como se nada tivesse acontecido. Evitou olhar pra trás, pra manter a fachada de que não tinha ouvido nada ou de que nem sabia quem tava ali. Pegou uma caneca de cerveja preta e se jogou na conversa da mesa.

Eduardo até tentava papear sobre futebol americano ou rúgbi para acompanhar os caras, mas curtia mesmo era esportes mais exclusivos, tipo tênis e squash.

Achava inútil decorar estatísticas de jogadores e times que nunca ia enfrentar, mas sabia o básico dos melhores do tênis, o que já era mais do que suficiente pros rolês com os amigos.

Henrique virou o resto da cerveja e pediu outra. Jeremy ficou observando o irmão em silêncio, até a garçonete trazer a comida e dar no pé. — Tá, sério, por que esse cara tá te tirando do sério? — Já te vi encarar tubarões no tribunal e nunca te vi tão… sei lá, nervoso? — insistiu Jeremy.

— Além do Gustavo ser um peso danado? — retrucou Henrique. Jeremy deu uma bufada. — Olha, ele meteu os pés pelas mãos, fato, mas lá no fundo daquela cabeça dura, ele estava tentando me defender, e também o Jimmy.

Então, eu meio que entendo. — Ele transformou meu trampo numa novela sem fim — resmungou Henrique. — Mas não acho que é isso que tá te comendo — disse Jeremy. — Tu já enfrentou paradas bem piores no tribunal. Henrique suspirou e deu uma olhada pra onde Eduardo estava sentado. Não sabia direito o que estava pegando. Já tinham falado dele assim antes, e normalmente ele nem ligava, mas, mesmo puto agora, provavelmente ia ficar chateado se Eduardo dissesse o mesmo sobre ele. Foi aí que caiu a ficha: ele ia ter que pedir desculpas.

Mas, por enquanto, precisava dar uma resposta pro irmão. No fim, só balançou a cabeça. — Não sei, cara. Devia ter uma resposta melhor, mas não tenho.

Ele simplesmente… sei lá, ele… Vitor caiu na gargalhada, tão alto que quase engasgou com as asas que tava devorando. O bar inteiro parou pra olhar, inclusive a mesa do Eduardo. — Henrique Nogueira, meu Deus, tu tá gamadão nesse cara! — Vitor conseguiu soltar, entre risos. —

Tu tá caidinho! Tensão sexual, meu amigo! Vinícius arregalou os olhos para Henrique, enquanto Jeremy encarava o irmão, sem saber o que pensar. Henrique, por sua vez, fuzilava Vitor com o olhar, sem acreditar que o amigo tinha gritado “atraído” pelo bar inteiro. Pensou em enfiar umas asas na cara barulhenta do Vitor pra calar ele ou simplesmente dar no pé.

Eduardo, junto com a galera da mesa dele, virou pra ver o show na mesa dos Nogueira.

Ignorar seria estranho, mas, quando ouviu “atraído” berrado pelo tal Martins, Eduardo teve que se segurar para não ficar vermelho. Ficou parado, contando até 50 na cabeça, antes de pedir licença pra ir ao banheiro, dizendo que ia “quebrar o lacre”.

Ele curtia aquele bar porque os banheiros eram pequenos, só uma pessoa por vez. Vinícius, com toda a calma, pegou a cerveja do Vitor.

— Acho que água é melhor agora, conselheira. Não precisa dar um show pro bar todo. — Ops — disse Vitor, ainda achando graça. Henrique suspirou de novo e reparou quando Eduardo saiu da mesa. Vitor e Vinícius mudaram de assunto, já que Henrique não respondeu, mas Jeremy ficou na dele, quieto, só terminando as asas e a cerveja.

Jeremy finalmente quebrou o silêncio, encarando o irmão mais velho. — É só isso? — perguntou, num tom baixo. Henrique abriu a boca pra negar, mas parou, pensando na pergunta. — Talvez. — Não consigo encaixar isso com o irmão hétero que casou com o amor da vida dele — admitiu Jeremy. Vitor lançou um olhar para Henrique, como se soubesse de algo, mas ficou na dele.

Henrique respirou fundo e respondeu: — Eu… não sou tão hétero quanto parece.

Tive uns rolos com caras na faculdade, principalmente uns mais baixinhos. Aí conheci a Kat, e ninguém mais importava, homem, mulher, nada. — Então tu é bi e nunca pensou em me contar? — perguntou Jeremy. — A Kat sabia? Henrique assentiu. — Sabia, sim.

Ela até disse que eu devia ter te contado quando tu tava na faculdade, quando tudo aquilo rolou. — Por que não contou? — insistiu Jeremy. — Medo — disse Henrique, dando de ombros. — A gente tava começando a se acertar, e eu não queria que tu me odiasse por não ter falado antes, ou pela forma como reagi quando tu se assumiu gay.

Acho que isso me faz um covarde. Jeremy balançou a cabeça. — Não, eu não teria te odiado. A gente podia ter se apoiado mais. Não tô bravo, só surpreso. Me dá uns dias para digerir.

Henrique assentiu, jogou o dinheiro na mesa e se levantou. Não tava a fim de ficar enrolando com mais asinhas e cerveja. Ignorou os protestos dos outros, foi pro banheiro jogar uma água no rosto, tentando aliviar o calor que subia. Eduardo levou um susto ao dar de cara com Henrique Nogueira esperando do lado de fora do banheiro.

Passou espremido pelo corredor estreito, pedindo licença com educação, de costas para Henrique. —

Ventura, espera — chamou Henrique, torcendo pra ele parar. Eduardo quase entrou em pânico ao ser reconhecido. Em vez de sair correndo como queria, travou, se recompôs e virou pro adversário. — No que posso ajudar, Sr. Nogueira? Henrique pesou as opções. Podia perguntar se Eduardo tinha ouvido, mas não sabia se o cara ia mentir.

Ou podia fingir que já sabia. Escolheu a segunda, pensando que, se Eduardo ficasse confuso, talvez desse pra escapar na conversa. — Desculpa pelo que tu ouviu — disse Henrique. —

Tô numa semana punk, desabafei por raiva, e tu não merecia. Já ouvi colegas falarem assim de mim, e normalmente não ligo, mas não vou fingir que todo mundo leva na boa. — Desde que tu não apague meu sorriso sem eu deixar, acho que a gente pode fingir que não ouvi nada — disse Eduardo. Henrique deu uma risadinha. — Sorte nossa, não estava nos meus planos.

Mas, te incomoda se eu te fizer uma pergunta? — Acho que não posso te impedir — retrucou Eduardo, cruzando os braços com um ar descontraído, uma sobrancelha arqueada e um sorrisinho de canto. Henrique pensou em umas formas de responder na lata, mas segurou a língua. — Fiquei curioso, depois de dar uma fuçada no seu cliente… Porque tu tá defendendo um cara desses de boa vontade?

— Sr. Nogueira, tu já passou por um escritório grande, sabe como é — disse Eduardo, com um sorriso. — Como advogado júnior, e dizem que sou o mais jovem cotado para sócio na história do escritório, a gente não tem muita escolha.

Me sinto na obrigação de dar o meu melhor pros clientes que me passam, até conseguir decidir minha própria pauta. Henrique assentiu. — Sei bem como é o esquema dos escritórios grandes. Me cansei disso quando meu irmão se ferrou, e mais ainda quando… quando a Kat adoeceu.

Por isso que eu e o Vitor montamos nosso próprio rolê com outros advogados. Mas tu vai merecer essa promoção quando chegar.

— Não sei o que o futuro me aguarda, mas, se eu não virar sócio esse ano, vou ter que pensar sério se não tô velho demais e preso demais pra seguir meu próprio caminho, como muitos da nossa geração fizeram — confessou Eduardo. — Qual é, quarenta é o novo vinte — brincou Henrique. — Seria burrice não te promoverem, mas tem escritórios menores tão bons quanto. — Ele deu um sorrisinho malandro. — A Martins, Silva e Nogueira estão sempre de olho em advogados bons. Mas só se o teu escritório não souber o que tá perdendo.

— Valeu, Nogueira — disse Eduardo, apontando pro banheiro. — Tomara que dê tudo certo — completou, com um sorriso satisfeito, antes de voltar para a mesa, pagar sua parte e ir pro ponto de táxi. Henrique balançou a cabeça, entrou no banheiro e parou diante do espelho.

Olhando o reflexo, lembrou dos seus vinte e poucos anos, quando conheceu Kat. Parecia o mesmo cara, mas agora magro demais, com uns fios brancos surgindo no cabelo preto.

Jogou água no rosto, saiu do bar e pegou um táxi para casa. A casa estava silenciosa, aquele vazio que pesava quando as crianças não estavam. Henrique suspirou e caminhou pelo corredor até o quartinho que Kat usava como ateliê de artesanato.

Era o único canto que ele não mexeu. Tinha fotos espalhadas pela casa, claro, mas ele doou quase todas as roupas dela, menos uns vestidos chiques e o vestido de noiva.

Os vestidos estavam lá, pendurados no armário do quartinho.

Henrique guardava eles mais por causa da Maisa, mas também porque não aguentava a ideia de se livrar deles. Ele se jogou na chaise roxa escura, linda, que ficava no canto do quarto, e deitou. Pensar que podia gostar de alguém de novo o fazia sentir-se mais vivo, mas também dava um nó no estômago.

O plano dele era simples: ir pra cova sem nunca mais se envolver com ninguém. Nunca quis isso.

Se consolava pensando que Eduardo, no fundo, devia achar ele um idiota metido, então as chances de qualquer coisa rolar eram praticamente zero. Henrique virou pro encosto da chaise, deixando os soluços que estavam segurando escaparem.

Chorou até pegar no sono ali mesmo, sem ter ideia do que o futuro guardava.

CONTINUA...

Se você chegou até aqui, a história claramente prendeu sua atenção! Ansioso para saber o que acontece a seguir? Os próximos capítulos já estão disponíveis em (( contoseroticosgay.com.br )), onde a trama continua com ainda mais emoção e reviravoltas.

Além disso, no site você encontrará outros contos eróticos gays, escritos com paixão e cuidado, que vão capturar sua imaginação do início ao fim. Explore narrativas envolventes e mergulhe em histórias que despertam os sentidos!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Santiagopoko a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários