No apartamento do chefe - Capítulo 6

Um conto erótico de Santos
Categoria: Gay
Contém 849 palavras
Data: 24/07/2025 08:50:51
Assuntos: Coroa, Gay, jovem, negro, Sexo gay

A manhã seguinte em Brasília amanheceu clara, com a luz do sol invadindo suavemente as janelas do apartamento de Thiago e Mateus. Ricardo despertou cedo, ainda com os ecos da noite anterior pulsando na memória — os sons, a voz masculina suplicante, o choque que o atravessou como uma corrente elétrica. Ele tentava se agarrar ao presente, ao aroma do café fresco que preenchia a cozinha, à rotina leve dos filhos movimentando-se ao redor.

Sentado à mesa, com o celular nas mãos, fingia atenção às mensagens enquanto Thiago e Mateus se revezavam entre risadas e o preparo do café da manhã. A atmosfera era leve, quase doméstica, mas dentro de Ricardo havia uma tensão silenciosa. Ele se sentia como quem pisa em um território novo — familiar na superfície, mas profundamente desconhecido por dentro.

Thiago, vestindo uma camiseta larga e com seu sorriso tranquilo de sempre, quebrou o silêncio com naturalidade enquanto servia duas xícaras.

— Pai, só pra avisar… tô com uma visita no quarto. Tudo bem por você?

Ricardo ergueu os olhos, surpreso com a franqueza, e tentou disfarçar o incômodo com um meio sorriso.

— Tudo certo, filho… — respondeu, pausando por um instante — Até porque, bem… eu ouvi os gemidos ontem.

Soltou uma risada curta, tentando quebrar o próprio constrangimento.

Mateus caiu na gargalhada, largando a faca com que cortava a torrada.

— Aqui não tem segredo, pai! A casa é pequena, o som se espalha… e a gente não esconde nada.

Thiago riu também, balançando a cabeça como se aquilo fosse parte de uma rotina normal.

— Tá vendo? Aqui é sem filtro mesmo. — E então, virando-se para o corredor, gritou de forma casual: — Luiz! Vem tomar café com a gente!

Poucos segundos depois, um jovem surgiu na porta da cozinha. Devia ter pouco mais de vinte anos, pele clara, cabelos bem cortados, corpo definido pela academia, ombros largos e uma postura descontraída. Vestia apenas um short de tecido leve, justo o bastante para destacar a bunda empinada, marcada sem pudor.

Ricardo sentiu um leve aperto no peito.

Luiz parecia uma versão mais jovem de Lucas — nos traços, no corpo, no jeito. Era como ver uma lembrança materializada diante de si. A semelhança era tão forte que ele precisou desviar o olhar por um instante, engolindo seco enquanto tentava manter o foco na xícara entre as mãos.

— Bom dia, Theus. Bom dia, sr. Ricardo — cumprimentou Luiz, com um sorriso aberto e confiante, sentando-se à mesa com a naturalidade de quem já fazia parte da casa.

— Bom dia, Luiz — respondeu Ricardo, educado, mas ainda tentando processar o impacto que aquele rosto e aquele corpo haviam causado nele. Mantinha a compostura, mas por dentro, tudo parecia balançar.

A mesa logo se encheu de torradas, frutas, suco e uma conversa descontraída. Para não destoar, Ricardo decidiu entrar no clima, esforçando-se para acompanhar a leveza dos filhos.

— Rapaz, Luiz… você é guerreiro, viu? Aguentar um negão do tamanho do Thiago — brincou, com um sorriso malicioso, tentando soar leve como eles.

A reação foi imediata.

Mateus engasgou de tanto rir, quase cuspindo o café. Thiago arregalou os olhos, fingindo indignação.

— Pai! O que é isso?! Tá ficando saidinho, hein? — disse, entre risos.

Luiz entrou na brincadeira com naturalidade.

— Olha, sr. Ricardo… é um prazer enorme lidar com um caralho do tamanho do Thiago. Já pedi ele em casamento umas três vezes, mas ele não aceita.

Thiago revirou os olhos, rindo alto.

— Casamento não é pra mim, Luiz. Você sabe.

Ricardo riu junto. Havia algo ali — uma leveza, uma liberdade — que ele não conhecia. E, ao mesmo tempo, era impossível ignorar o desconforto silencioso que sentia. Luiz parecia realçar todas as questões que ele vinha tentando evitar: a semelhança com Lucas, os sentimentos mal resolvidos, o desejo ainda indefinido.

Luiz falava de forma solta sobre o trabalho como personal trainer, enquanto Thiago e Mateus trocavam provocações e piadas internas. Ricardo apenas observava. Ainda processava tudo — não apenas o café da manhã em si, mas o que aquilo representava: uma convivência franca, um modo de existir sem máscaras, sem medo do desejo.

O resto do dia seguiu tranquilo. Eles planejaram um almoço fora, riram juntos, relembraram histórias de infância e até tiraram uma foto os quatro juntos na varanda. Mas mesmo ali, entre afeto e sorrisos, a imagem de Luiz — e por extensão, a de Lucas — permanecia firme na mente de Ricardo. Como uma peça de um quebra-cabeça emocional que ele ainda não sabia montar.

Enquanto isso, em São Paulo, Lucas seguia sua rotina de home office. Trabalhava de seu pequeno apartamento, envolto em papéis e telas abertas, revisando processos com disciplina. A ausência de Ricardo tornava os dias mais silenciosos — e, curiosamente, mais cheios de expectativa.

Ele se perguntava se o chefe pensava nele. Se aquela cena no banheiro ainda estava viva na memória dele como estava na sua. O silêncio deixado por Ricardo era carregado de perguntas que Lucas não sabia como responder.

Ele não imaginava que, a centenas de quilômetros dali, Ricardo também lutava com imagens, vozes, sensações — todas orbitando em torno dele. E todas, de alguma forma, levando de volta ao mesmo ponto: Lucas.

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Comentários

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Pensei que os irmãos estavam se pegando, os dois irmão pegava o Luiz.,viu.cobtinua

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