Provoco meu irmão mas a brincadeira sai do controle, Parte 13 - A casa caiu: mamãe descobre tudo

Um conto erótico de Confissões secretas
Categoria: Heterossexual
Contém 4124 palavras
Data: 21/07/2025 15:00:56

***

No outro dia, sábado, acordo bem cedo. Estou curiosa com a reação da mamãe.

Para minha surpresa, eles agem normalmente, embora mamãe pareça um pouco mal-humorada, talvez por ressaca. Pedro arregou de ficar descamisado.

Me sento com ele à mesa enquanto mamãe está de costas na cozinha conjugada. Faço uma expressão interrogativa para ele, e ele dá de ombros. Será que ela bebeu tanto ontem que esqueceu?

Para fazer inveja ao Pedro, a abraço por trás. - Bom dia, mãe. Nem vi você chegando ontem. Foi bom o barzinho com a Amanda? – pergunto. Empino um pouco a bunda, sob meu short fininho de moletom.

- Bom dia filha, que milagre você aqui antes de meio-dia. Ontem foi ótimo, nos divertimos bastante. Só fala mais baixo que estou com dor de cabeça – ela me corta. Odeio quando reclamam que eu falo alto.

Meu irmão faz um ruído na garganta e tapa a boca com a mão, segurando o riso. Mostro o dedo do meio.

- E filha, aproveita que por milagre você acordou cedo e desça o lixo para a garagem por favor?

Olho ultrajada para ela e depois para meu irmão, que sorri e faz um gesto de tapa em cima do punho fechado. Pergunto porque eu, e ela diz que sempre é o meu irmão. Desço contrariada. Depois do que ele fez ontem, ela ainda o defende. Contudo, mais tarde, descubro que na verdade ela me fez sair para falar a sós com ele.

- Vou ser sintética, antes que sua irmã volte. O que ocorreu foi um erro e nunca mais se repetirá. Eu sei que na sua idade, principalmente nos homens, os hormônios estão quase transbordando pela pele. Então vou fingir que nada aconteceu. E me perdoe também pelo tapa.

- Mãe, você fala como se eu fosse o único que fez algo ontem – ele solta.

- Pedro, não abuse da sorte. E também acabou abracinho, beijinho, que agora eu sei suas reais intenções.

- Mãe, é evidente como você fica tensa quando eu te toco. E vai dizer que não ficou excitada ontem, quando pegou no meu pau? – ele diz inclinando o corpo e ficando bem próximo dela.

- Pedro! Que linguajar é esse com sua mãe?!

Antes que ela percebesse, porém, ele força seus lábios contra os dela e a pega desprevenida. Ela fica vermelha. Pedro consegue ouvir o tumtum do seu coração acelerado.

Quando ele solta, ela o olha com os lábios entreabertos, como se fosse falar, e toma fôlego, mas em vez de uma frase, de sua boca sai um suspiro. Pedro aproveita a abertura da boca e a beija de novo, já enfiando também a língua num arroubo de loucura. Mamãe não consegue mais esconder e corresponde, sua respiração pesada refletindo o prazer indissimulável que sente.

Contudo não dura muito. Eles se soltam às pressas quando eu chego. Encontro os dois nervosos e sem se encarar na cozinha. Mamãe parece que viu um fantasma.

Quando checo meu celular, fico surpresa com novos prints da Amanda. Mamãe desabafa com ela sobre o que rolou ontem após chegar em casa e o beijo de hoje. Diz à ela que fez uma loucura que vai se arrepender para o resto da vida. Amanda responde que não imaginou que ela seguiria seu conselho de deixar rolar tão rápido.

Mamãe explica que quis interromper a situação de ontem, mas no momento que o Pedro tirou o pênis para fora, foi como se tivesse perdido a força das pernas e não conseguia se levantar.

Amanda diz que ela não precisa se culpar tanto por seu desejo natural. Ela é uma mulher de carne e osso, não uma máquina. Mamãe agradece as palavras de conforto e diz que suas conversas a aliviam muito.

Comenta também que estranhamente não se sente tão culpada quanto imaginou, talvez por tudo que Amanda falou no bar.

Além disso, diz que no beijo nem teve tempo de pensar em recuar, pois quando percebeu estava absorta demais para sentir qualquer tipo de constrangimento. Só depois é que quis falar algo para ele, mas comigo aqui não teve tempo de dizer.

Por fim, Amanda pergunta se ela gostou do que aconteceu. Mamãe me choca ao dizer que se tocou na madrugada depois e teve um orgasmo como não tinha há séculos. E o beijo conseguiu ser melhor do que o que elas deram no bar. Após tanto tempo sem beijar, deu dois beijos de língua em menos de doze horas.

- E pegou em um pau! Kkkk – comenta Amanda. Mamãe manda o emoji da mulher decepcionada.

***

Estou estupefata. Nunca imaginei minha mãe falando sobre coisas como tesão e orgasmo. Estou até um pouco constrangida, admito. É minha mãe né. Quem diria que tudo isso daria certo, parece que ela está finalmente cedendo. Perco um pouco a culpa que vinha sentindo com o lance das fotos.

***

Mais tarde, escuto mamãe gritar o Pedro com raiva. Corro para ouvir.

Ela está com o celular dele em mãos. PQP. Meu coração erra uma batida. Sinto como se uma mão gelada percorresse minha espinha desde o cóccix até a nuca.

Alguns minutos depois sem conseguir entender o que eles discutem baixinho, ouço a palavra que menos queria ouvir:

- CAMILA!

No susto, saio do quarto imediatamente e entrego que estava ouvindo atrás da porta.

Mamãe treme e tem uma expressão quase igual de quando flagrou eu e o Pedro na cama. Ela diz frases soltas, andando pela sala e lendo o celular dele.

- Camila, você… Vocês dois já sabiam desde o início que Amanda me mandou nudes do Pedro… Vocês tinham um grupo com ela para rir da minha cara?

Meu Deus.

Ela nos olha com uma expressão de raiva, como se fosse nos bater a qualquer momento. Mas enquanto fala seu semblante muda, para um misto de tristeza, vergonha e decepção. De repente, a vejo chorando pela primeira vez. Isso parte meu coração de uma forma que não posso descrever. De uma só vez, sinto como se uma represa que continha minha culpa fosse destroçada, me inundando com esse sentimento. Como se um véu que não me deixava ver o quão podre fosse tudo isso de repente desaparecesse.

- O que vocês dois estão fazendo parados aí? Sumam da minha frente! – ela grita imperiosa em meio às lágrimas.

Sinto um vazio inexplicável, e só quero ficar deitada, com as cortinas fechadas. O escuro é meu único alento nesses momentos.

Deixa eu explicar o que aconteceu minutos antes: o jumento do meu irmão, que estava na sala jogando no celular, foi ao banheiro e deixou o celular desbloqueado no braço do sofá, carregando. Minha mãe passou pela sala, viu o celular, e não pensou duas vezes em fuçar. Não é a primeira vez que ela invade nossa privacidade, na verdade nem sei o que significa essa palavra aqui em casa.

Ela então encontrou na galeria do celular nada menos que os nudes, mas sem o rosto cortado. O idiota não apagou as fotos da câmera. Mamãe tem a perspicácia de olhar a data em que foram tiradas e descobre que são da mesma noite em que Amanda as compartilhou. Ou seja, que não são antigas de um suposto caso que eles tiveram, como Amanda quis que ela acreditasse.

Quando Pedro voltou, mamãe perguntou se ele armou toda essa questão das fotos com a Amanda. Meu irmão negou e disse que só soube que a babá enviou as fotos para a mãe no outro dia. Mamãe não acreditou. E, para provar que é inocente, Pedro tem a brilhante ideia de mostrar nosso grupo, que que de fato indica que Amanda pediu as fotos sem explicar o porquê. E é nesse momento que mamãe gritou meu nome.

***

Depois da discussão, mamãe não saiu mais do quarto até o dia seguinte. No domingo, ela acorda tarde para seu padrão. Depois ela surge pálida e com os olhos fundos. Limpa casa, faz suas coisas, sem que nenhum de nós ousasse quebrar o silêncio. Mais tarde, ela se deita também bem mais cedo que de costume.

O próximo dia é feriado, mas eu preferia ir para a escola do que encará-la. Me sinto muito mal. Custo a criar coragem de sair da cama. Contudo, quando vou à cozinha, me surpreendo com mamãe com uma expressão bem-humorada. Como se tudo não passasse de uma ilusão, o sentimento ruim que eu estava desaparece. Vocês não tem noção do alívio, embora isso não elimine a culpa que habita meu peito.

- Bom dia filha. Dormiu bem?

- Dormi – digo, ainda receosa. Não trocamos outras palavras, mas sinto uma ponta de esperança.

***

Se isso não bastasse, tenho uma notícia ainda melhor no final da manhã.

Amanda me manda no privado (mamãe excluiu o grupo, através do celular do Pedro) e diz que ela desabafou ontem sobre tudo que aconteceu aqui em casa. E, além disso, disse que se sente muito confusa com o desejo sexual que talvez sinta pelos filhos (filhos, no plural). Meu queixo vai ao chão.

Leio a mensagem várias vezes antes de conseguir responder. Como eu demoro muito, Amanda continua. – Ela pediu para eu não contar para vocês, mas estou falando só para você. Não diga ainda para seu irmão. E sua mãe marcou um café para conversarmos na hora do almoço.

Após longa análise, finalmente respondo:

- Mulher… Ela realmente parecia bem humorada hoje cedo. Mas não esperava essa. Estou até agora sem acreditar na sua mensagem de “desejo sexual que talvez sinta pelos filhos”.

- Eu também estou chocada! Kkkk - Amanda responde, mandando em seguida uma figurinha engraçada, que indica que ela está “passada”.

Depois, envia a localização da cafeteria. - Nunca se sabe, né? Kkkkk – comenta, seguido de um emoji de caveira.

Fico relendo e pensando até o momento que mamãe surge do quarto e avisa que vai sair. Pede para nós pedirmos um marmitex hoje. Meu irmão me olha intrigado e dou de ombros, sem contar para ele o destino dela como pediu Amanda, mas dizendo para ele não se preocupar.

***

Mamãe volta horas mais tarde. Nos cumprimenta sorridente. Mais tarde, nos chama para uma conversa, e eu gelo. Nos encara por alguns segundos com um semblante frio, antes de falar.

- Como a Camila já sabe, pela “amiguinha” dela, hoje fui me encontrar com Amanda – ela diz. Essa ironia não me parece bom sinal.

- Por lá, finalmente revelei para Amanda todo meu desejo incestuoso para com meus filhos, e ela quase chorou com essa revelação tão linda – prossegue. Ela fala com um deboche que nunca vi antes, pois é do tipo curta e grossa. Meu irmão parece tão em choque quanto eu.

- Não foi muito difícil arrancar dela o que eu realmente queria saber. Na verdade, eu refleti muito nas últimas horas desde que descobri a sujeira de vocês. Até que tive um insight: se Amanda estava de conluio com vocês, então o trabalho dela aqui em casa não deve ter valido de nada. Ou pior: ela os corrompeu ainda mais.

Pedro ensaia interromper, talvez para defender Amanda, mas mamãe o manda se calar.

- Deixa eu terminar. Como eu estava dizendo, eu tinha que ter certeza. Por isso resolvi me encontrar com aquela traíra hoje. E foi só falar que estava pensando em dar para meus filhos que ela quase gozou na minha frente e conta tudo.

Caraca, nunca vi minha mãe com esse linguajar chulo. Coringou, e isso nem é algo engraçado.

- Ela me contou o que eu já suspeitava: que vocês dois, ou melhor, vocês três, ficaram transando todos os dias quando eu estava fora – enquanto fala, mamãe retorce as mãos sobre a mesa. Penso que não foi todos os dias, foi após uma semana, mas é melhor ficar calada. – Que cruz, Meu Deus! – conclui com um grito, olhando para cima com afetação religiosa. – O tanto que eu rezo e ainda deve ser pouco!

- Ela contou tudo Até como você não resistiu quando viu o... pênis dele na sala – diz ela, me olhando. - E relatou tudo isso como se fosse uma linda história de amor. Usei o melhor do que aprendi no curso Wolf Maya para fingir que estava achando tudo isso ótimo e super normal. Vou matar a Cleide do 12 por tê-la indicado.

- Pensando bem, acho que quase tudo que aconteceu foi culpa dela. Vocês dois são muito jovens e eu falhei em não ter batido mais, quando eram crianças. Já quanto a ela… eu ter me… tocado vendo aquelas fotos, e depois descobrir que eram do meu próprio filho… E deixei ela falar como um demônio na minha orelha, quase me empurrando para que eu cometesse incesto.

- Botei um monstro em minha casa. E em meio a tanto estresse, que só agora eu sei a culpada, acabei abusando do álcool. Mas esse problema eu já resolvi.

Ela faz um gesto em direção à pia, onde há duas garrafas de vinho vazias.

- Espero seriamente que vocês não tenham mais nenhum contato com ela, ou farei com o celular de vocês o mesmo que eu fiz com o notebook – ela finaliza, se servindo da jarra de água. Ela chegou calma, mas foi ficando nervosa durante a fala, e agora bebe com mãos trêmulas. Pedro aproveita a pausa:

- Mas mãe, você está dizendo que não quis aquele dia? Que não me desejou?

Acho que ele também enlouqueceu. Ou perdeu o medo da morte. Mamãe, porém, responde de volta ao tom calmo:

- Não seja pretensioso. Tudo que ocorreu sexta foi, admito, também pela minha carência. Mas me entristeço só de pensar no que aconteceu.

Dizendo isso, se levanta e nos dá as costas. Pedro a olha angustiado. Contudo, ela se vira de novo:

- Ah, e eu já ia esquecendo – e olha para o Pedro: – Sem ser neste sábado, na próximo, você se mudará para o sítio do meu tio-avô no interior. Para aprender um pouco o que é pegar no batente. Já falei com ele e organizei tudo. Ele está mesmo precisando de mão-de-obra. Não vou mais sustentar marmanjo que eu mal vejo estudando.

- Mas, mãe! E o vestibular?! E meus amigos, minha vida? – ele grita, desesperado.

- Lá tem faculdade também. Já até comprei as passagens de ônibus e não adianta espernear que já decidi. Agora para mim vocês não existem. São invisíveis. Simplesmente vou ignorar a existência de vocês nessa casa. Pelo menos até o Pedro ir embora – e se dirigindo a mim: - Você eu ainda tenho que sustentar mais um tempo, infelizmente. Mas quando acabar a escola, tchau.

- Fico tão preocupada com a segurança de vocês, se estão bem, e vocês enquanto isso maquinando com grupinho em segredo para debochar da minha cara? – Ela dá uma gargalhada forçada de deboche, fingindo indiferença, antes de continuar: - Então a partir de agora, se quiserem comer, se virem. Podem até comer na rua ou no raio que os parta. Não faço mais nada. E não vou lavar mais um copo que não tenha sido eu quem sujou. E é bom a pia ficar sempre brilhando. Já faço o favor de emprestar MINHA pia e MEU sabão.

Dizendo isso, ela nos dá as costas novamente e vai para o quarto. Dez minutos depois, passa pela porta de entrada trajada com roupas de ginástica.

***

Não consigo sentir nada após esse atropelamento. Meu cérebro fica podre. Nos próximos dias ela cumpre o que prometeu e nos trata como se fôssemos invisíveis.

Fico mais viciada que nunca nas redes sociais. Por um lado porque não quero desligar a mente um pouco, e por outro porque ao nos ignorar ela também não está enchendo o saco por ficar muito tempo no celular.

Só por volta de quinta-feira é que meu cérebro começa a pegar no tranco. Começo a ruminar tudo que aconteceu desde o fim de semana e tudo que foi dito, e fico obcecada. Repasso cada fala e cada resposta na minha mente, tentando fazer tudo criar sentido. Ao final do dia, chego a conclusão que preciso fazer alguma coisa.

Na manhã seguinte, me sento à mesa com o Pedro durante o café da manhã (no final ela acabou que continuou a fazer o café, embora sem trocar palavra conosco).

De repente, me vem um plano louco à mente. Na verdade, não sei se dá para chamar isso de plano, é mais uma atitude desesperada. Levo minha mão até a coxa desnuda dele, sob o short curto, e começo a acariciá-la. Ele sussurra alarmado: - O que você está fazendo?!

Com o coração a mil, me inclino em sua direção e lhe tasco um beijo na boca. Ele me fita com olhos arregalados, paralisado, e seu olhar vai para a direção onde a mamãe está, às minhas costas. Ignoro o medo e forço minha língua na boca dele, enquanto ele segue estático. O encaro. Sem precisar de palavras, ele me dá um voto de confiança com o olhar e finalmente cede, correspondendo ao beijo.

CRACK!!!

Assustada, me afasto de seu beijo com o coração saindo pela boca. Olho na direção de onde veio o barulho e vejo minha mãe nos olhando estática. Sua mão ainda em forma de gancho no ar, como um boneco Playmobil, e à seus pés, no chão, os cacos de um copo que por pouco não lhe cortou. Tudo isso dura um breve instante, mas nunca esqueci essa imagem.

De repente ela desperta e pega a “mini pá” da pia, sem nos olhar. Então o beijo de novo, produzindo sons molhados. Ele corresponde, com vontade. Mamãe continua fingindo que não nos vê, catando os cacos, mas percebo ela olhar de esguelha um par de vezes. Após descartar os cacos em uma vasilha de plástico, ela deixa o ambiente.

Paro de beijá-lo e ele me pergunta por que fiz isso. Seu rosto é um misto de excitação e surpresa. Espio e vejo que mamãe está na lavandeira. Então pego na mão dele e digo: “Vem comigo. Precisamos de uma reunião”. Fecho a porta do meu quarto e me sento com ele na cama. Só então reparo o quanto meu irmão parece abatido.

- Nós precisamos fazer alguma coisa. A mamãe não pode te expulsar de casa assim, para um parente que nós nem conhecemos – digo.

- Mas o que podemos fazer? Já era – ele diz, resignado.

- Eu andei pensando, e só cheguei a uma única opção: apostar tudo. Ela quase me enganou com seu papo aquele dia, mas agora de cabeça fria percebo que na verdade é ela quem está desesperada. Eu sei o que vi escondida na cozinha, sei o tipo de olhar que ela lançou quando viu seu pau duro. E o jeito que ela fica tensa quando você a encosta escancara a tensão que existe aí. Nós não estamos loucos.

- Mas o que você quer que eu faça? Que eu tente de novo? Você acha que ela deixará eu encostar um dedo nela?

- Não, nela não. Mas em mim, sim. Eu te beijei porque queria testar se ela continuaria nos ignorando. Orgulhosa como é, ela não voltará atrás. E nós podemos nos aproveitar disso para instigá-la.

- Você está dizendo para mesmo depois de tudo que aconteceu justamente por nos pegarmos, nós continuarmos fazendo isso?

- Momentos desesperados pedem medidas desesperadas. E o lado bom dela não ter nos dado opções, é que agora só nos resta ir nisso até o fim.

- Não sei, isso pode só piorar tudo...

- O que mais ela pode fazer?

- Ela pode acabar te expulsando também.

- Tanto melhor. Prefiro ser expulsa a viver sem você – digo, segurando suas grandes mãos. A frase foi brega, mas totalmente sincera. Quando me dei conta, estávamos nos beijando de novo. Só então percebo o quanto senti falta do seu toque, do seu calor… fui muito otimista em pensar que poderia ficar longe dele.

- Posso pensar? – ele pergunta, após o beijo.

- Pode. Só não pensa demais. E não se preocupe comigo. De toda forma, se você sair eu fujo de casa.

- Te amo, mana.

- Te amo, Pedin.

***

Mais tarde, Pedro confirma a adesão ao plano. Dessa forma, passamos a provocá-la em toda oportunidade. Pedro passou a desfilar pela casa só de cueca, por vezes com o pau meia bomba. Ela não conseguiu esconder o espanto nas primeiras vezes que o viu assim.

Além disso, nós nos beijamos e nos agarramos sempre que ela estava por perto. Embora ela tentasse nos evitar ao máximo, sempre tinham momentos em que os encontros eram inevitáveis em nosso apartamento pequeno. Ela continuou fingindo não ver, mas sua tensão era patente. Quebrando um pouco o orgulho, ela se retirava quando entrávamos no mesmo ambiente.

Ainda na sexta do beijo na cozinha, ela saiu à noite. Amanda disse que não foi com ela. Será que mamãe conheceu alguém? Eu e meu irmão ficamos na expectativa para sua chegada, cada um no seu quarto. Pois as sextas à noite com birita na veia foram os dias que mamãe se deixou levar nas outras ocasiões. Talvez meu irmão poderia tentar se aproximar. Contudo, para nossa frustração, ela chegou e foi direto para o próprio quarto.

Sinto a intuição de espiar pela fechadura. Eureka. Mal distingo ela na penumbra do quarto, deitada na cama. Vejo apenas seu rosto iluminado pela luz do celular. Contudo, suas expressões entregaram o que ela estava fazendo debaixo do edredom.

Desde então, ela faz isso toda noite antes de dormir. Teve um dia até que pensei tê-la ouvido sussurrar a palavra “filho”, mas Pedro não tem certeza se foi isso que ela disse. Talvez estejamos tendo sucesso na primeira etapa do plano, que é instigá-la, mas ela se masturbar com o consolo não nos ajudará em nada. E na verdade ainda não pensei nas próximas etapas. Talvez por dentro eu só quisesse uma desculpa para dar uns pegas no Pedro.

Quando começo a questionar a eficácia do plano, Pedro finalmente consegue arrancar uma reação direta dela. No domingo acordo com um grito da mamãe corredor. Corro para ver o que está acontecendo, e ela passa acelerada com um balaio de roupa suja do Pedro em mãos (ela continuou lavando, pois nós “estragaríamos a máquina DELA”, fazendo questão de ressaltar que nada aqui é nosso).

Vou para o quarto do meu irmão, e ele está sentado na cama, com o pau na mão pelo elástico da bermuda. Balanço a cabeça para ele com fingida indignação e tampo a boca para não rir. “Não tenho culpa se ela não bate”, ele diz, rindo. Dou uma mão amiga para ele e vou para meu quarto para dormir mais.

Apesar dessa pequena vitória, o tempo está acabando e ainda não tivemos nenhum resultado. Pelo contrário, acho que o Pedro talvez estivesse certo de início e estamos ainda mais longe de convencermos ela de alguma coisa. Mas de início já não tínhamos chance mesmo, então estamos com a metade do dobro.

Nesse mesmo dia da punheta, tenho uma ideia: vigio para ver se ela não está perto, e então entro na suíte. Encontro o consolo no mesmo lugar que achamos daquela vez com Amanda. Pego ele e depois o escondo em meu quarto, embaixo de um taco solto do piso que uso de esconderijo para meu diário há anos.

À noite escuto ela revirar suas coisas sobre a cômoda antes de dormir. No dia seguinte ela não pergunta sobre o sumiço do consolo, nem nos próximos. Mas pelo menos sei que suas noites ficarão um pouco mais difíceis.

Na terça, tenho uma ajudinha do destino. Isso porque sou a primeira a acordar na casa, enquanto tudo ainda está escuro. Passo pela sala, em direção à cozinha para tomar um copo d’água e voltar para a cama, quando vejo que ela dormiu vendo TV. Fico tentada a acordá-la de propósito, de sacanagem, mas então tenho uma ideia melhor.

Me esgueiro até o quarto do Pedro, e deixo um palmo da porta aberta. Acendo seu abajur e deslizo por cima dele.

- Camila...? É você...? – ele diz ao acordar assustado.

Escalo seu corpo, bem maior que o meu, e lhe dou um selinho.

- Espera aí... – ele diz, tateando a gaveta do criado. Pega um spray para hálito e espirra três vezes, fazendo bico para mim. Gesticulo para ele espirrar na minha também, e então damos um beijo com gosto de menta.

- O que você está fazendo aqui...? – ele pergunta. – Você não está pensando em…! Não, mana, na frente da mamãe é demais...

- Relaxa mano, eu acabei de conferir que ela está no quarto dela e a porta está trancada. Se ela acordar, nós ouviremos – minto. Apesar da melhora na timidez, ele me confessou, conversando sobre o plano, que não teria coragem de fazer nada mais “pesado” na frente dela, pois morreria de vergonha.

Recados: Capítulo novo na próxima semana. E outro capítulo bônus (além desse) se a vaquinha bater a meta até quinta-feira - 12h. 💫

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