A casa escurecia lentamente, banhada apenas pelo tom âmbar dos candeeiros baixos e a luz trémula de algumas velas espalhadas pela sala. Juliana saía do banho, enrolada numa toalha curta, os cabelos da peruca ainda levemente ondulados pela brisa marítima. A pele estava vermelha nas bochechas, mas não era do sol — era do que vinha a seguir.
Sofia esperava por ela na sala, sentada numa cadeira de madeira, de pernas cruzadas, usando apenas uma camisa branca fina — dela — aberta até o umbigo. Na mão, um copo de vinho. Nos olhos, uma autoridade tranquila. Ao lado da cadeira, sobre a mesa, estavam três coisas: uma venda preta, um colar de veludo com uma pequena argola dourada… e uma coleira fina de corrente.
Juliana parou à entrada da sala. O coração aos saltos. O sexo pulsando de antecipação.
— Tira a toalha — disse Sofia, sem mudar o tom de voz.
Juliana obedeceu. Deixou a toalha cair no chão. Estava completamente nua, vulnerável, a pele a arrepiar-se com o ar fresco.
— Anda. Vem ajoelhar-te à minha frente.
Com passos lentos, ela aproximou-se. O som dos seus próprios pés no chão era como tambores cerimoniais. Ajoelhou-se entre as pernas de Sofia, mantendo o olhar baixo.
Sofia pousou o copo e colocou a venda suavemente sobre os olhos dela. O mundo desapareceu. Restava apenas o som da respiração. O calor. A expectativa.
O colar veio a seguir — apertado no pescoço com um clique firme. Juliana sentiu-se marcada. Nomeada. Pertencente.
— Esta noite — disse Sofia, ajoelhando-se atrás dela e apertando a corrente à argola do colar — tu és minha. Minha boneca. Minha propriedade. Entendes?
— Sim, Senhora… — sussurrou Juliana, quase sem voz.
— Boa menina.
Com a corrente curta em mãos, Sofia guiou-a a gatinhar até o tapete da sala. A pele roçava no chão a cada movimento. Cada toque, cada posição era parte do jogo.
Sofia sentou-se de novo. Puxou a corrente, fazendo Juliana inclinar a cabeça para trás.
— Abre a boca.
Juliana obedeceu. Sofia enfiou dois dedos dentro, molhando-os com a língua quente. Depois retirou-os e levou-os diretamente ao sexo dela — onde abriu os lábios com precisão e começou a brincar com o clitóris com o mesmo ritmo da respiração dela.
Juliana arfava. Os gemidos eram doces, submissos, suprimidos pela venda, amplificados pela coleira.
— Vou treinar-te a ser perfeita — murmurava Sofia, entre beijos e estalos suaves na pele da coxa. — Cada parte tua vai aprender a obedecer.
De repente, empurrou-a de costas no tapete, abrindo-lhe as pernas com firmeza. Montou-a com os joelhos apoiados nos ombros de Juliana, mantendo-a imóvel, completamente exposta.
O sexo de Sofia roçava no dela, com força, molhadas, quentes, deslizando num ritmo frenético. Os gemidos transformaram-se em gritos abafados, suados, animalescos. A corrente tilintava entre os peitos de Juliana, e a cada puxão, mais prazer, mais entrega.
— Pede-me.
— Por favor, Senhora… deixa-me gozar…
— Ainda não.
Sofia desceu o corpo, pressionando o ventre dela, prendendo os pulsos acima da cabeça com uma só mão. A outra desceu até entre as pernas de Juliana, segurou o pau de Juliana firme e começou a esfregar com precisão, sem parar, até que o corpo dela se contorcia sob o domínio.
— Agora sim. Grita por mim.
E Juliana gritou. Gozou com os olhos vendados, os lábios entreabertos, a coleira apertada, o corpo inteiro a vibrar sob a força de Sofia.
Quando finalmente relaxou, a respiração entrecortada e o corpo mole no tapete, Sofia deitou-se por cima dela, lambendo-lhe os lábios, acariciando-lhe os cabelos da peruca como quem acalma uma fera sagrada.
— Foste perfeita, minha menina.
Juliana apenas sorriu, ainda de olhos vendados, completamente submissa, completamente feliz.
Ainda a Mesma Noite – “Entrega Total”
Juliana estava deitada no tapete, olhos ainda vendados, pele quente e húmida, com a respiração aos poucos voltando ao normal. Sofia levantou-se e caminhou lentamente até o quarto, deixando-a ali, submissa e expectante. O som dos seus passos e da gaveta a abrir-se criava uma antecipação febril.
Quando voltou, Sofia trazia algo nas mãos — e mesmo vendada, Juliana sentiu. Era outro tipo de presença. Um poder diferente.
— Levanta-te. Quero que te vistas como a minha puta preferida.
Sofia retirou-lhe a venda e levou-a até o quarto pela corrente. No centro da cama, sobre os lençóis brancos, estava o conjunto: um body de vinil preto, decotado até o umbigo, que moldava as curvas como uma segunda pele, com aberturas entre as pernas. Meias arrastão presas por cinta-liga. E claro... os saltos agulha que tinham voltado a brilhar sob a luz amarela do quarto.
Juliana vestiu-se em silêncio, os dedos trêmulos de excitação. O reflexo no espelho confirmou: estava uma visão de luxúria absoluta. Um objeto de adoração. E de uso.
Sofia já estava completamente nua, exceto por uma cinta de couro justo à cintura, onde agora prendia um strapon negro, grosso, realista, com veias salientes. O olhar dela era fogo puro.
— Deita-te de bruços. Rabo bem empinado. Pés em ponta.
Juliana obedeceu, o corpo a vibrar em antecipação. As mãos seguravam os travesseiros, as pernas abertas, o rabo perfeito entre as ligas, uma imagem de submissão total.
Sofia aproximou-se e passou a ponta do strapon por entre as nádegas, pressionando devagar contra a entrada já trabalhada e aberta da sessão anterior. Lubrificou-o com generosidade, espalhando com a mão, depois com a boca, numa lambida lenta que arrancou um gemido de choque a Juliana.
— Vais-me receber toda. Vais ser usada. E vais adorar.
— Por favor… — sussurrou Juliana, o corpo já arqueando de necessidade. — Fode-me, Senhora...
Sofia encaixou-se sobre ela, segurando-a pelas ancas, e começou a pressionar devagar. O primeiro centímetro entrou como um suspiro — e logo o segundo, o terceiro... até que Juliana soltou um gemido longo, agudo, que ecoou pelo quarto.
A penetração era firme, intensa, mas ritmada. Sofia sabia exatamente como usar o corpo. Os quadris batiam com precisão, o strapon entrava e saía com estalos molhados e sons de pele contra pele. A cada estocada, Juliana sentia-se mais vazia de si… e mais cheia dela.
— Diz a quem pertences.
— A ti… sou tua.
— O quê?
— Tua. Tua cadelinha, tua puta. Só tua.
Sofia puxou-lhe os cabelos, levantando a cabeça para que se olhasse no espelho. Os olhos dela brilhavam, o rosto corado, os lábios entreabertos, os seios comprimidos pelo vinil. A imagem era pura pornografia e poesia.
— Vês como ficas linda a ser fodida?
— Sim… fodida como uma mulher… como a tua mulher.
Sofia inclinou-se sobre ela, cravando as unhas nos ombros enquanto aumentava o ritmo, o strapon a entrar fundo, a tocar onde Juliana mais queria, onde jamais imaginou poder gozar assim e sem um único toque no seu pau.
Ela tremia. As pernas dobravam-se. O orgasmo vinha com uma força avassaladora, como uma onda que quebrava por dentro, fazendo-a gritar, gozar intensamente, contraindo-se à volta do dildo com uma entrega quase selvagem.
Sofia só parou quando sentiu o corpo de Juliana colapsar, rendido, completamente moldado ao domínio dela. Deitou-se sobre as costas da amante, os seios esmagando-se contra o vinil, e beijou-lhe o pescoço com doçura.
— Foste perfeita.
Juliana sorriu, olhos marejados, ainda perdida no êxtase.
— Obrigada… por me fazeres inteira.