"Galego, Galego, era esse o apelido de Flávio?", saber que aquele idiota espalhava o que tinha acontecido por bares da cidade mexeu um pouco comigo. Ainda mais saber que Renato, pessoa tão próxima sabia também... "pra chegar em vovó era um pulo"...
Aquelas palavras de Renato ficaram gravadas em mim, e no momento que entrei no uber para ir para casa, ainda pensava nisso...
- Miserável, - falei. - Desculpa moço, não é com o senhor não...
O homem prosseguiu a corrida, estacionou do outro lado do prédio, paguei e desci logo, doida para esconder o dinheiro o quanto antes, bem longe do bedelho de vovó que me infernizaria caso descobrisse de onde vinha aqueles mil reais.
"Ela morreria isso sim..." minha mente me alertou mas fingi não pensar nisso, aliás, fui encontrar vovó gemendo de dor em cima da cama de barriga para cima ressonando pesado mas de vez em quando gemia.
Eu me aproximei mas estava cheirando a Renato ainda e o gosto seboso da porra dele ainda estava grudando na minha língua, falei de longe:
- Vó... vó... tá sentindo alguma coisa?
Ela se remexeu e entreabriu os olhos me olhando sem se levantar:
- Tá de longe por que? Tá gripada é? Quando eu digo! Não come direito. Fica tomando sereno dizendo que tá treinando, tá é se matando isso sim!
Sempre preocupada com os outros, pensei triste, vovó quase não tinha vida além da casa.
- Não vó, - repensei - mas pode ser... Só uma dorzinha de cabeça.
- Também não come... Vou levantar para fazer...
- Não Vó, não precisa, fica aí, a senhora está sentindo alguma coisa? Estava gemendo quando eu cheguei.
Ela resfolegou e virou na cama:
- Nada não, - disse e calou. Mas antes que eu saísse, resmungou - eu não vou estar aqui para sempre não...
Ela sentia com certeza alguma coisa!
Paulinho não estava em casa "não dá para contar com meu irmão para nada" era um inútil!
Eu aproveitei a casa livre para me despir ali no corredor mesmo e entrar no banheiro.
A sensação da nudez me agradava.
Meus seios livres a fresquinha entre minhas pernas...
A mancha da porra do Renato na legue não saía nem esfregando "deve ter escorrido enquanto eu andava" fiquei rubra "será que Edmilson percebeu quando passei pela portaria...?".
Vovó continuava deitada. Enrolei a toalha acima dos peitos para minha vó não me ver andando para cima e para baixo peladinha da silva "além das marcas dos machos no meus corpo", sorri.
- Vó, tá melhor? - perguntei.
- Oh menina chata tô! - bradou com ignorância.
Eu voltei para meu quarto, escolhi uma blusa folgada de alcinha verde e um sutiã leve de algodão com um bojo macio para poder malhar.
- Estou saindo! - avisei ao passar novamente.
Jerson estava na guarita, saiu de lá especialmente para falar comigo.
- Oi linda!
- Oi Jerson...
Como sempre fazia, colocou a mão nas minhas costas e beijou meu rosto.
- Trocou de perfume? - perguntou.
- Hoje decidi mudar...
- Mudar as vezes é bom, - ele disse. - Vai a academia sozinha a essa hora?
Eram nove e meia mais ou menos.
- Sim, não tem perigo - eu disse. - E sempre posso conseguir uma carona ou uber.
Ele coçou a cabeça e confirmou:
- Verdade, verdade, uma princesa como você sempre pode conseguir qualquer coisa.
Eu sorri dando tchauzinho e seguindo pelo passeio em direção à academia. Àquela hora devia estar menos cheia que as sete, horário com excesso de gente.
Eu paguei as mensalidades atrasadas, e entrei, retornando pela bicicleta e esteira para só depois ir para os alteres e pesos mesmo.
A academia estava quase vazia a não ser por alguns caras marombeiros do outro lado e uma mulher já madura treinando pernas.
Havia uns coroas que com certeza eram casados olhando para mim, pelo espelho percebi os olhares.
Um deles veio até mim para ajudar a levantar o peso e colocar no gancho novamente. O safado veio por trás e para segurar o peso quase esfregou o short na minha cara, no meio das suas pernas, cheguei a sentir o cheiro de rola.
- Obrigada, - falei de leve.
- Não tem de quê, - sorriu. - Eu não tinha te visto ainda aqui, entrou agora?
Eu percebi os amigos dele mais uns três, sorrindo e fingindo que não estavam nos vendo.
- É que eu malhava pela manhã, cedinho... - falei meio dengosa.
Nem eu mesma estava entendendo porque estava tão dengosa com um homem que devia ter o triplo da minha idade e exalava experiência em todos os sentidos.
- Cedinho é? - sorriu.
- Que foi? - perguntei colocando meu cabelo para trás da orelha.
Eu estava sentada no aparelho e ele a minha frente, olhando assim de baixo para cima, parecia medir um e setenta talvez mais, peguei minha garrafa e acabei abaixando para a frente.
- Achei fofo o jeito que você falou, cedinho - gargalhou. - Então é por isso que eu nunca tinha te visto aqui. Meus amigos ali, me disseram, uma mulher dessas, quando a gente vê não esquece mais.
Eu sorri bebericando da boca da garrafa umedecendo os lábios, olhei para os amigos dele. Havia um negão mais alto, que apoiava o pé em um aparelho, enquanto o cotovelo sobre o joelho, conversava com um mais gordinho, barbudo, e um de costas para a gente. Olhei em volta e não tinha mais quase ninguém na academia além de nós.
- Seus amigos são bobos... Mas obrigada pelo elógio.
Ele fingiu se lembrar de algo e colocou as mãos nos bolsos.
- Aliás, sou Marcos, você é?
- Larissa, - falei e para provocar só um pouquinho, completei - mas pode me chamar de Larisinha.
Eu falei do mesmo jeitinho movendo os lábios quase num beijo ou chupada em um pirulito, bem doce. O homem pareceu estremecer, ele tirou o celular do bolso, e disparou:
- Posso pegar teu contato Larisinha? - sorriu. - A não ser que o namorado ciúme.
Eu ergui as sobrancelhas fingindo um risinho de canto:
- Sou muito nova pra namorar...
Ele sorriu e coçou o pau por cima do short, não deixei passar despercebido, e fingir ajeitar o elástico da minha blusa.
- Não, não, uma menina linda como você? Deixando o melhor da vida!
- Que exagero Marcos, - mas sorri. - Além do mais só me aparece caras da minha idade sabe? Não tenho paciência.
"Pra quê fui falar isso?" as bolas do homem bateram assas e quase que levanta voou, perdeu até a compostura mas aproveitou a chance e cantou:
- Então não tem problema pegar teu contato? - ergueu a sobrancelha. - Gostei de conversar com você...
Marcos apoiou o pé em cima do banco onde eu estava e entregou o celular com cheiro de perfume masculino para eu digitar meu número. Ele se inclinou mais para mim e com o indicador foi deslizando pela tela, sua respiração batia bem nos meus cabelos e percebi seus olhos gulosos dentro do meu decote.
- Gosta de piscina? - emendou me mostrando a galeria do celular.
Foi proposital, não poderia não ser! Marcos deslizou pela tela e em uma série de fotos suas de sunga, e o volume na cueca branca bem desenhado. Sem querer - entre muitas aspas - ele passou por uma foto do seu pau duro na tela, eu arregalei os olhos mas fingi não ver e devolvi o celular.
- Pode me ligar sim, - falei. - Fica a vontade. Eu adoro uma pscininha.
Ele sorriu e coçou a cabeça. Eu levantei do banco saindo da direção das suas pernas meio arreganhadas sobre mim. Ele era mais alto e os anos de academia (além de algum suplemento) davam ao seu peitoral e braços lindos traços de músculo que o deixava mais atraente.
- Mandei um oi, - Marcos tirou o pé do banco. Eu ainda tinha uma série para fazer antes de ir embora. - Vamos marcar alguma coisa hoje.
- Ah, hoje não dá, - falei e olhei os amigos de olhos em nós. - Seus amigos parecem curiosos.
Eu acenei para eles e reparei um pouco mais percebendo que todos deviam estar mais ou menos na mesma faixa etária, entre os quarenta, cinquenta anos.
- São uns... bobos como vocezinha mesmo disse - gargalhou o safado.
- Vocezinha? - sorri de volta. - Taí, gostei... Foi um prazer te conhecer Marcos.
Ele se aproveitou disso e apoiou a mão em cima da minha bunda dando uma apertadinha de leve, beijando meu pescoço.
- Até logo Lari, vou entrar em contato hein... - avisou se afastando.
"Que doidice!" pensei, parecia que dar a xoxota tinha despertado os machos para mim, não que não acontecesse antes umas cantadas e mãos bobas mas ou meus olhos se abriram para algo que eu não tinha percepção clara, ou realmente, dar a xota havia me colocado no alvo da macharrada.
Eu terminei minha série satisfeita me sentindo gostosa e desejada "Rodrigo é um idiota por não ter dito mais nem um oi!", pensei caminhando para a porta da academia, pensava em pegar um uber e deixar o banho para quando chegasse em casa.
Marcos e os marmanjos que estavam com ele haviam saído momentos antes.
Não acreditei quando vi Paulinho em cima de uma CG vermelha do outro lado da rua com uma mulher atrás.
Nem tive tempo de processar isso também, porque vinha vindo em minha direção uma bros que reconheci logo, porque era o Jerson que vinha guiando. Ele buzinou duas vezes e parou.
- Vai para casa agora? - quis saber.
- Eu ia pedir um uber...
- Sobe aqui que te levo, - ele disse e me ofereceu o capacete. - Só preciso comer alguma coisa ali mas é rapidinho...
Eu assenti e subi na moto colocando o capacete na cabeça. Jerson acelerou um pouco me obrigando a ficar mais próxima dele, o lugar era uma quitanda dessas de beira de avenida. Ele comprou dois cachorros quentes, e veio até a moto.
- Quer que eu leve? - me ofereci para carregar os cachorros quentes.
- Quer levar minha salsicha moça? - disse brincando.
Eu emendei para provocar:
- Só se tiver durinha e bem quente...
Ele ficou sem reação e me passou as sacolas. Mas logo estava sorrindo e desconversando sobre as dificuldades que tinha em ser porteiro lá no prédio.
- Renato enche o saco as vezes, - ele disse.
Não pude deixar de pensar nas bolas de Renato na minha cara horas antes "você está descontrolada Larissa" pensei com graça.
- Você mora em uma comunidade né? - falei quando chegamos.
- Nem me pergunte, - disse e sorriu. - Pra entrar só com morador mas sinceramente? É mais tranquilo lá dentro do que aqui fora. Uma princesa como tu mesmo jamais ia precisar se preocupar de andar de boa a qualquer hora.
Eu duvidava que fosse verdade mas concordei e agradeci a ele pela carona. Antes de entrar em casa meu celular tocou.
Eu olhei para o número na tela mas não reconheci. Ele desligou e ligou pelo zap, era o Marcos.
- Chegou bem em casa? - perguntou.
- Oi Marcos, sim, sim, já você está na farra né?
Ele gargalhou:
- Estou com aqueles amigos, estamos falando de você sabia?
- Nossa, - brinquei. - Então é uma conversa chata.
- De jeito nenhum, é uma conversa quente - e gargalhou - vem aqui para a gente beber alguma coisa, e rir juntos.
Eu estava no corredor de casa mas passei direto para continuar conversando com o Marcos estava adorando a atenção dele.
- Hoje não, - eu sorri para ele ouvi, - e eu não bebo...
- Nada?
Sorri mais uma vez "gosto de leite quentinho" pensei em dizer mas seria assanhamento demais.
- Tenha uma excelente noite, Marcos, amanhã volto ao meu treino matutino...
- Ah que pena! Aquela academia vai ficar mais feia sem vocezinha.
- A gente vai se falando... Tchau!
Eu desliguei porque sabia exatamente para onde aquela conversinha fiada toda levaria.
Mais tarde naquela noite foi Renato que ligou, minha vontade foi de não atender mas o dinheiro falou mais alto.
- Oi...
- Tá fazendo o quê?
Ele estava no trânsito dava par ouvir os outros veículos.
- Tirando a cutícula... - eu disse sem ânimo.
- Está desanimadinha bebê?
Eu falava baixo para vovó ou Paulo não escutassem.
Ele sorriu:
- Jerson te deu carona né? Eu vi nas câmeras aqui. Cuidado com aqueles porteiros, são safados hein.
- Credo Renato! Só pensa besteira...
Eu sabia que ele não tinha ligado em vão, e não estava enganada.
Renato havia estacionado em algum lugar silencioso.
- Vem aqui um minutinho quero falar contigo, - ele disse. - Estou aqui na subida por onde você passa para a academia. Vem que estou no carro esperando.
E desligou.
Eu respirei fundo vovó estava na sala assistindo tevê mas como de costume dormia, eram meia noite, a rua deserta. Eu abri o portão e subi a rua em direção ao carro de Renato, ele destravou a porta.
- Não é arriscado sua mulher ver a gente aqui? - perguntei.
Ele beijou meu rosto e segurando minha nuca beijou minha boca. A sua tinha gosto de cerveja e carne assada, se demorou massageando as pontas dos dedos na minha cabeça e os lábios contra os meus.
- Aqui é ponto cego, - afirmou - do prédio não dá para ver nada dessa rua. Então voltou a malhar?
- É... Estou morrendo de sono.
Ele tirou um cartão de papel de dentro do porta luvas.
- Quero que vá a esse salão aqui, dá uma geral, compra umas roupas também, - tirou dinheiro do bolso. - Mas nada assim comportadinho não, quero ver perna, bunda peito, porra tu tá o maior avião!
- E para quê isso tudo vamos a algum lugar por acaso? - perguntei sem olhar para ele, contando o dinheiro.
- Exatamente, vamos para um churrasco na fazenda de um amigo, há alguns quilômetros daqui...
Eu me espantei na mesma hora:
- O fim de semana todo? Minha vó vai surtar.
- Que nada! Você vai saber como engambelar a velha, e a grana é boa - ele afirmou. - Agora, vem cá, me faz um carinho, faz...
Ele disse com a mão atrás da minha nuca, me puxando para entre suas pernas, onde a braguilha estava aberta já e o volume já dentro se contorcia.
Renato inclinou o banco do carro e abaixou as calças, a sua rola saltou para fora ainda meio dura, eu o abocanhei e comecei a chupar meio desajeitada por causa da posição, ele meteu a mão para ficar massageando meu peito, não demorou muito, segurou firme minha cabeça e esporrou na minha goela, senti mais uma vez o gosto cremoso e a dor na queixada de tanto abrir a boca. Mas não engasguei como mais cedo.
- Outra coisa, - disse Renato todo relaxado com os braços atrás da cabeça. - Quando vier me encontrar, se veste a altura, não quero te ver assim, desse jeito aí...
"Vai se foder..." pensei mas não disse.
Sorri fingindo submissão, e disse no lugar:
- Ah, certo...
Abri a porta do carro e desci. Tive a impressão de que havia alguém na esquina. Mas devia ser mesmo impressão porque quando passei não havia ninguém, poucos minutos depois de eu entrar no prédio o carro de Renato desceu para o estacionamento. Dessa vez Jerson não saiu da guarita para falar comigo, estranhei... Mas passei direto para casa.
Desliguei a televisão, escovei os dentes, e caí na cama.