No trote do peão - 1

Um conto erótico de Hollister
Categoria: Gay
Contém 3483 palavras
Data: 19/07/2025 19:36:53
Última revisão: 19/07/2025 19:43:15
Assuntos: Gay, Trio, Putaria, Fazenda, peão

Meu pai foi embora numa segunda-feira.

A mochila pronta pra escola, e a sensação de que alguma coisa no mundo tinha mudado de lugar. Lembro do barulho da porta batendo atrás dele — como se quisesse encerrar um capítulo antes mesmo de explicar a história.

Minha mãe ficou parada no meio da sala, sem saber se chorava ou respirava. Ela sempre escolheu respirar. E acho que foi isso que nos manteve vivos.

Desde cedo entendi que o mundo não espera ninguém. Comecei a trabalhar cedo numa padaria perto de casa. Estudava de manhã, corria pra lá à tarde, e à noite voltava com cheiro de café, calos nas mãos e a alma mais cansada do que devia pra minha idade. Nunca reclamei. A vida era isso: fazer o que dava, do jeito que dava, e seguir em frente.

Minha mãe, Helena, sempre teve aquele brilho nos olhos quando via alguém de jaleco branco. Ela queria ser enfermeira. Sempre quis. Mas entre sonho e boleto, o sonho ficou adiado por anos. Até que, prestes a completar dezoito, vi algo mudar nela. Ela se matriculou de novo na faculdade. E dessa vez foi até o fim. Dois anos depois, me fez aplaudi-la de pé na formatura. Chorei mais do que no meu próprio aniversário.

Foi no hospital onde começou a trabalhar que ela conheceu o Renato. Viúvo, paciente do coração, desses homens discretos que falam pouco, mas observam muito. Começaram a sair, e quando percebi, estavam namorando. A surpresa maior veio depois: Renato era dono de um império de sementes e tecnologia agrícola — milionário discreto, daqueles que preferem botas ao terno. Tinha dois filhos: Francisco, o mais velho, que vivia isolado numa fazenda herdada da mãe; e Bárbara, que fazia arquitetura em São Paulo e parecia viver entre livros de arte e sarcasmo contido.

Minha mãe e Renato se casaram num jardim alugado num dia frio de outono. Bárbara foi. Francisco, não.

Quase um ano se passou. As famílias se misturaram, com exceção do filho mais velho do meu padrasto, que insistia em ficar distante e o silêncio em cima disso era triste e irritante. Numa tarde qualquer, Bárbara bateu na porta do meu quarto com um sorriso que misturava desafio e tédio.

— E se você fosse comigo pra fazenda conhecer a fazenda e o Francisco?

Fiquei em silêncio. Nem sabia se era convite ou armadilha.

— é um convite gentil ou faz parte de algum ritual de tortura da família?

— o Francisco é teimoso, tem as questões dele com o nosso pai, mas é um cara legal.

Alguma coisa me dizia que eu deveria ir, mas eu precisava me preparar para qualquer caos que pudesse acontecer.

A viagem até a fazenda durou quase cinco horas. Bárbara dirigia como se fugisse de alguma coisa — ou corresse atrás. Conversamos pouco. O suficiente pra não parecer estranhos. Ela falava sobre a faculdade, os projetos, a vida. Eu ouvia. Disfarçava o desconforto com respostas curtas.

— O Francisco é… diferente — ela disse, depois de uma curva longa. — Só não quero que você ache que ele é ruim e crie falsas expectativas.

— Expectativa? Nem sei o que tô fazendo aqui — respondi rindo, mais por nervosismo do que humor.

A fazenda apareceu no fim da estrada de terra como um lugar onde o tempo tinha parado. Um casarão antigo, cercado por árvores altas, varandas amplas, e aquele cheiro de terra molhada que gruda no peito. Era bonita. Bruta e bonita. Como algo que se constrói com o tempo e não com tinta nova.

Francisco não veio nos receber.

Quem abriu a porta foi uma senhora pequena chamada Marlene, olhos claros e jeito de quem manda mais que o patrão. Nos levou até os quartos e avisou que o “doutor Francisco” estava nos fundos, com os cavalos. Tomei banho, troquei de roupa, respirei fundo e desci com Bárbara em direção ao estábulo.

Foi ali que vi ele pela primeira vez.

Francisco estava de costas, a regata branca suja de terra, os braços fortes a mostra com uma cicatriz fina que cruzava discretamente o antebraço esquerdo. O corpo era firme, os ombros largos, a pele morena marcada de sol e trabalho. O jeito como se movia era calmo, mas preciso — como se o mundo ao redor não o afetasse. Cuidava de um cavalo preto imenso, com uma delicadeza que contrastava com o tamanho da própria presença.

— Francisco — Bárbara chamou.

Ele virou devagar, o rosto sério. Olhos castanhos escuros, intensos, daqueles que te leem sem pedir permissão. Barba levemente cheia, maxilar marcado, e um silêncio que parecia dizer mais do que qualquer palavra. Ele sorriu discretamente antes de abraçar a irmã por um tempo.

— Então esse é o tal Samuel — disse, sem um sorriso. Sem se aproximar, assim que a soltou.

Não era uma pergunta. Era um julgamento.

— É, sou eu — respondi. A voz saiu firme, mas por dentro, alguma coisa vacilou.

Ele assentiu. Um gesto pequeno. Depois voltou a cuidar do cavalo como se nada mais importasse.

— Deixa de ser mau educado, Chico – a irmã socou seu braço

— quer que eu faça o que? Estenda um tapete vermelho? Vocês podem ir tomar um banho, o jantar já deve estar ficando pronto.

Me senti um pouco estranho, ele parecia ser mais antipático do que a maioria das pessoas que já tive que lidar nos últimos meses.

Durante o jantar, ele falou pouco. Sentou-se na cabeceira da mesa, comeu devagar, bebeu vinho como quem saboreia o silêncio. De vez em quando, me lançava olhares curtos. Não dava pra saber se me estudava ou me ignorava.

Quando Bárbara subiu pro quarto depois de falar por vários minutos sobre um tal de Diego e questionar o que ele tinha ido fazer na cidade e Marlene foi pra cozinha, ficamos sozinhos na sala. Eu ainda com meio copo na mão, ele encostado à janela.

— Não gosta muito de falar, né? — arrisquei.

— Falo o que importa. O resto é ruído — respondeu, sem virar.

— E o que importa pra você? Não ir ao casamento do seu próprio pai?

Ele virou o rosto, devagar, como se calculasse cada movimento. Pela primeira vez, sorriu de leve — só de um lado da boca.

— Verdade. Silêncio. Gente que não finge ser outra coisa e de preferência, gente que não se envolve em assuntos que não lhe interessa.

Não soube o que responder. Francisco se aproximou da mesa, pegou a garrafa e completou meu copo sem pedir. O som do vinho batendo no vidro me pareceu mais alto do que devia.

— Cê não é como eu imaginava — disse. — Isso é bom.

— e achava que o que? Posso saber?

Ele me encarou por um momento longo demais pra ser casual.

— Porque você não tenta parecer que pertence a esse mundo. E talvez por isso… pertença mais do que imagina.

— o que você quer dizer com isso? Não me conhece o suficiente pra tirar conclusões – respondi ríspido

— tem razão, não conheço, mas, pra um cara que não tinha nada, você está atolado na futilidade da minha nobre e saudável família, apesar de parecer ser um cara simples – riu – Aproveite o resto do vinho e descanse.

Depois disso, saiu da sala em silêncio. O cheiro dele ficou. Terra, couro e alguma coisa que eu não sabia explicar — só sentir.

Naquela noite, deitado na cama, não consegui dormir direito. Fiquei pensando no que ele disse. E, mais ainda, no que ele não disse, havia algo nele que me puxava como um campo magnético. Algo entre indiferença e mistério. Algo que eu não conseguia evitar, mas que também me irritava e, pela primeira vez em muito tempo, senti que alguma coisa dentro de mim tinha começado — mesmo que eu ainda não soubesse o quê.

O dia começou cedo na fazenda. Era meu primeiro amanhecer ali, e mesmo com o cheiro da terra molhada e o som abafado dos galos ao longe, eu ainda me sentia um pouco fora do lugar. Bárbara estava animada, como se estivesse de volta à infância, andando descalça pela cozinha, rindo com a dona Marlene e perguntando dos queijos, dos bichos e principalmente do Diego, que eu descobri ser o filho de um dos caseiros da família. Eu só observava — ainda tentando entender a geografia daquele espaço… e das pessoas.

Francisco, como sempre, apareceu calado, dando um bom dia baixo. E intenso.

Ele tinha aquela presença que preenche o ambiente mesmo quando não fala. Moreno, alto, com os braços fortes marcando a camisa de algodão justa demais nos ombros, a pele queimada de sol, os olhos escuros que pareciam medir o mundo em silêncio. Ele não fazia esforço pra ser bonito — era o tipo que simplesmente era. E parecia nem se importar com isso.

Eu o pegava me observando às vezes. Disfarçadamente. Como se quisesse decifrar algo que nem eu sabia que estava mostrando.

Naquela manhã, estávamos todos na cozinha quando um carro chegou buzinando. Fomos até a varanda, parte da poeira ainda estava no ar. Era um SUV escuro, limpo demais pra estrada esburacada. Do banco do motorista desceu um homem de uns trinta e poucos anos, elegante, sorriso fácil, camisa azul dobrada até os cotovelos e um olhar confiante que escaneava o ambiente como quem chega em casa.

— Olha quem resolveu aparecer — disse Francisco, a voz baixa como sempre, mas firme.

— Não é todo dia que vocês recebem visita da capital — respondeu o homem, com um sorriso mais largo. Ele parou por um segundo no meio da escada de madeira da varanda, os olhos fixos em mim. — E não é todo dia que encontro uma visão dessas na porta da sua casa, Chico.

Meu corpo travou.

— Rafael — ele disse, estendendo a mão pra mim. — Amigo de infância do Francisco e dessa moça linda aí do seu lado. E, pelo visto, admirador da sua beleza também.

Sorri sem jeito. Apertei sua mão, tentando manter o ar casual, mas senti o calor dos seus lábios encostando na minha bochecha. O olhar de Francisco queimava ao lado. Olhei de relance. Ele não disse nada. Nem mudou de expressão. Mas a tensão nos ombros denunciava. Ele cruzou os braços devagar, os olhos fixos no chão de madeira, como se o nó nos seus pensamentos apertasse mais que as botas que usava.

— Samuel — respondi, tentando desviar o foco.

Rafael riu, e o som foi leve, até simpático.

— Muito prazer, Samuel. A fazenda acabou de ficar mais bonita com a sua presença.

— Vai querer ver os queijos ou veio dar em cima da visita? — Francisco interrompeu, ainda olhando pro nada.

O tom foi neutro. Quase brincalhão. Quase.

Rafael piscou, achando graça. — A vida é feita de oportunidades, não é?

— Aqui a gente prioriza o trabalho — Francisco respondeu. Depois andou, sem pressa, e virou de costas. — Se quiser, te mostro os lotes novos. E a produção de hoje. A visita fica por sua conta depois.

E foi caminhando em direção ao estábulo sem olhar pra trás. Rafael deu um assovio curto e me olhou, como quem diz “você viu isso?”. Eu apenas sorri de lado, meio sem graça, meio curioso. E talvez… um pouco mexido.

Naquele instante, entendi que Francisco não era só silêncio. Ele era silêncio com bordas afiadas.

E alguma parte de mim gostou disso.

Bárbara cruzou os braços e me lançou um sorriso enviesado assim que Rafael se afastou com Francisco. Ainda dava pra ouvir a voz dele ao longe, dizendo algo sobre selas e crina de cavalo.

— Eita... — ela disse, com um olhar maroto.

— Eita o quê?

— Que beijinho foi aquele, hein? No rosto, mas quase foi na boca.

— Ah, para. — Ri, meio sem graça

— Aquilo foi flerte explícito — ela fez um gesto dramático com as mãos — Adorei.

— Não vi nada demais. — tentei disfarçar, ainda sentindo o calor do toque de Rafael no rosto.

— Claro que não viu — ela disse, sarcástica. — Homem bonito chega, elogia, te beija no rosto… e você acha que é só gentileza.

— Você acha que ele foi direto?

— Eu acho que se ele tivesse com uma flor na mão, era pedido de namoro.

Rimos juntos. O sol já começava a esquentar de verdade, e o calor grudava na pele feito poeira. Bárbara passou a mão no pescoço, incomodada.

— Tá ficando quente demais pra ficar aqui. — disse ela, olhando o céu. — E você ainda nem viu o que essa fazenda tem de melhor.

— Não vi?

— A cachoeira. É meu lugar preferido. Quer ir lá comigo? A trilha é curtinha, sombra quase o caminho todo. A água é fria, limpinha… dá pra lavar essa energia toda aí.

— Energia toda?

— Ué, você com um boy daqueles quase te engolindo hoje. Melhor se refrescar antes que comece a pegar fogo. — ela riu de novo. — Vai, coloca uma sunga e pega uma toalha.

A trilha era mesmo como ela disse: sombreada, silenciosa, com cheiro de terra úmida e mato amassado. O caminho serpenteava entre árvores altas e bambus que estalavam com o vento. A conversa entre nós ia leve — ela falava sobre como o lugar era um refúgio desde a infância, dos banhos escondidos, dos mergulhos com o irmão e das tardes em que fingia que era uma sereia morando nas pedras.

— Eu vinha aqui quando estava triste também — contou. — Escondida. Trazia um livro e ficava só ouvindo a água. Tinha dias que era a única coisa que me fazia parar de pensar.

— Parece especial.

— É. E agora vai ser especial pra você também.

Quando chegamos, entendi.

A cachoeira despencava num véu fino, mas forte, como se a água tivesse pressa em tocar o chão. O poço era profundo, com o fundo escuro e pedrinhas lisas nas margens. Ao redor, samambaias e folhas largas criavam um pequeno paraíso verde, isolado do resto do mundo.

Bárbara mergulhou sem cerimônia, ainda de shorts e top.

— Anda! — gritou. — Tá esperando o quê?

Tirei a camiseta, deixei a sunga colada no corpo e entrei. A água era fria de doer os ossos, mas logo o corpo se acostumou. Nadamos. Ela me mostrou onde a pedra era escorregadia e onde dava pé. Depois de um tempo, nos sentamos num canto raso, com a água batendo no peito, o som da queda preenchendo o silêncio.

Ficamos ali por bastante tempo. Até que o sol começou a inclinar no céu e ela sugeriu voltarmos.

Voltamos devagar, rindo de uma história dela com um bezerro que entrou escondido na cozinha quando era criança. Já perto da casa, o som do jato d’água nos chamou a atenção.

Francisco estava na entrada da sede, lavando a caminhonete. Usava apenas uma bermuda escura, e a espuma brilhava em contraste com o bronzeado da pele. Os músculos das costas se contraíam a cada movimento com o pano, os ombros largos ritmados, o peito levemente peludo e nu brilhando sob o sol forte.

Bárbara nem notou.

Mas eu… notei. E não tinha como não notar.

E ele me viu.

O olhar de Francisco me encontrou por entre o vapor d’água e os respingos. E pela primeira vez, não era o olhar do homem quieto e educado que me servira vinho no primeiro dia. Era outro. Mais atento. Mais longo. Um segundo a mais que o normal, o suficiente para percorrer meu corpo dos pés até a gola da minha regata molhada. Sutil, mas presente.

Ele não sorriu.

Não disse nada.

Mas seus olhos… diziam. Algo contido, mas que me deixou quente por dentro e por fora. E foi embora tão rápido quanto veio, substituído por uma expressão neutra enquanto ele voltava a esfregar o capô, como se nada tivesse acontecido.

— Ele adora essa caminhonete — comentou Bárbara, distraída. — Passa mais tempo cuidando dela do que dele mesmo.

— Dá pra ver — murmurei, sem pensar.

— O quê?

— Nada. — sorri, rápido. — Só pensei alto.

Ela deu de ombros e entrou em casa. Fiquei mais um segundo parado, observando Francisco. O jato d’água bateu na lataria, mas ele não olhava mais pra mim.

Mesmo assim, algo já tinha sido dito.

Mesmo em silêncio.

O jantar foi servido ao ar livre, na varanda grande, de frente para o campo. A luz amarelada das lâmpadas penduradas entre os pilares criava um clima acolhedor, quase íntimo, enquanto os sons do campo embalavam a noite: um grilo aqui, um cavalo ao longe, o rangido leve de uma madeira.

Bárbara falava com empolgação, contando cada detalhe da trilha e da água gelada, reencenando até a hora em que escorregou de propósito pra me assustar. Eu ria, mas mantinha um olho em Francisco — que sentava a minha frente, em silêncio, com um copo de vinho na mão.

E então eu notei.

Não eram mais olhares distraídos, como os de alguém que apenas observa. Havia intensidade ali. A forma como ele me fitava quando eu virava o rosto, o modo como seus olhos demoravam um segundo a mais quando passavam pela minha boca, ou quando eu levava o copo aos lábios. Não era escancarado. Não era óbvio. Era como uma corrente de ar quente: invisível, mas inegável.

E só eu sentia.

De tempos em tempos, ele desviava, voltava a comer, ou se levantava pra buscar algo, mantendo o papel do homem contido, educado, discreto. Mas a energia entre nós parecia outra, como se algo tivesse mudado desde aquela troca silenciosa enquanto ele lavava a caminhonete.

De repente, a voz animada de Bárbara foi interrompida pela chegada de Diego, que apareceu de boné e sorriso fácil.

— Bora dar uma volta? — ele perguntou a ela, com aquele brilho nos olhos de quem já conhecia o caminho da resposta.

— você chegou — ela olhou animada e levantou pra abraçar ele.

E foi assim que, num piscar de olhos, ficamos sozinhos. Marlene, surgiu recolhendo os pratos sem dizer uma palavra. E então, como na noite anterior, ela voltou minutos depois com duas taças, vinho tinto, e nos deixou a sós, com o silêncio e o campo.

Francisco girou o líquido no copo, pensativo.

— Tô começando a achar que essa rotina de deixar duas taças é de propósito — comentei, meio brincando – Vai me esculachar igual ontem?

Ele olhou pra mim com um meio sorriso.

— Talvez seja.

Bebemos em silêncio por alguns segundos. A noite estava mais quente do que o normal. Ou talvez fosse eu.

Francisco esticou uma das pernas discretamente por debaixo da mesa e soltou um leve suspiro de dor.

— Tá tudo bem? — perguntei.

— Só uma fisgada na coxa. Puxei demais num salto que tive que dar hoje… mula teimosa.

— Você quer gelo? — me ofereci.

— Não é bem dor de pancada. É mais tensão mesmo. Vai passar.

Hesitei por um instante antes de falar, mas o vinho já circulava com certa liberdade.

— Eu trabalhei um tempo com massagem, sabia? Terapêutica. Se quiser, posso tentar aliviar.

Ele me olhou de forma diferente. Não foi surpresa. Foi como se… estivesse esperando por isso.

— Você faz massagem?

— Faço. Ou melhor, fazia. Ganhei um bom dinheiro com isso.

— E é bom?

— Posso te mostrar. — respondi, e nem eu sabia se me referia à massagem ou a outra coisa.

Francisco me encarou, como quem mede o limite entre um gesto e uma decisão.

— Aqui?

— melhor no sofá ou na cama, tenho um gel de massagem na mochila que é ótimo.

Ele se levantou devagar, com a taça ainda na mão, a luz da varanda acariciava seus ombros largos. Ele me fez o seguir até o quarto onde eu estava instalado, colocou a taça na mesa de cabeceira e aos poucos, sem dizer nada, tirou a calça, ficando apenas de camisa e cueca.

Eu estava em choque, quase sem ar, não só pela beleza dele, mas pelas coxas enormes e o volume que havia na cueca cinza. Ele sentou na ponta da cama e esticou as pernas. Eu peguei o gel na mochila, peguei um travesseiro e joguei no chão, ficando entre as suas pernas.

Ele não excitou, soltou o ar pela boca como quem há muito tempo não permitia ser tocado daquela forma.

Meu toque era firme, mas cuidadoso. A cada movimento, sentia os músculos se rendendo à pressão. Subia e descia pela lateral da coxa, até perto do quadril, sentindo o calor da pele crescer sob meus dedos. E não era só ela que crescia.

Francisco fechou os olhos.

— Você tem mãos quentes — ele murmurou, baixo.

— E você carrega tensão demais aqui.

— Eu carrego muito mais coisas.

A frase ficou no ar, como o vinho no fundo da taça, como o toque suspenso entre o permitido e o perigoso.

Continuei deslizando e olhando o pau dele ficar cada vez maior dentro da cueca, o cheiro almiscarado de perfume e couro estava me deixando ainda mais quente, eu olhei pra cima e ele estava me olhando enquanto mordia os lábios devagar. Parecia uma sessão de hipnose, eu não conseguia tirar os olhos daquele volume e do pequeno círculo de baba que começava a se formar onde a glande estava.

Como um raio atravessando o céu numa noite de chuva, Francisco levantou, pegou a calça e saiu do quarto, batendo a porta atrás dele.

Capítulos diários no wattpad: No trote do peão.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive Hollister a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de Danttas

Pelo amor de Deus....

Eu preciso da continuação Hollister, não faz isso comigo, posta aqui também.

0 0
Foto de perfil genérica

Lindo conto. Deu até vontade de voltar ao wattpad. Mas, espero que nos permita apreciar sua arte aqui na casa.

0 0