Gente esse não é um conto com sexo, não quero tomar seu tempo.
Comecei a fazer terapia e quando minha terapeuta tocou na no assunto vida sexual, contei da minha traição. Ela notou minha hesitação, e eu me sentia indigna e sufocada pela desonestidade depois que ela falou: se você está bem resolvida com essa traição e se sente confortável está tudo bem.
Lembrei que nas conversas com amigas, eu me policiava para não beber ou falar demais. Decidi que era hora de contar a Beto.
Ensaiei mil vezes e o chamei para um parque para correr. A chuva nos fez parar, no caminho e fiquei ali no carro, face com a face de Beto. Ao ver meu sofrimento ele segurou meu rosto com carinho, o que tornou tudo mais difícil.
Confessei a traição que aconteceu há dois anos na casa de praia, sem desculpas nem atenuantes. Ele ficou paralisado, com a voz gutural, perguntou "com quem Rafaela?".
A resposta – "Com o Lipe" – o deixou em choque. Seu olhar era sombrio, me penetrava no fundo da alma. Esperei quw aquele homem de 1m94 explodir., o que não aconteceu talvez fosse o que eu quisesse. Ele respirou fundo e questionou a intimidade e a extensão da traição.
Respondi que foi só aquela vez.
O Beto disse com desdém, sim entendo e lembrou das camisinhas que havia deixado na comoda do quarto. Ele lembrou que comprou no sábado antes de viajar e guardou na gaveta e eram seis. Quando voltei na sexta, haviam só duas mas pensei. Sei lá, vai que a faxineira pegou e abaixou a cabeça cobrindo o rosto com as mãos.
Desesperada, tentei tocá-lo, mas ele me afastou, anunciando que dormiria em um hotel. Em meio às lágrimas, revelei que o que contei por amor, pois o fardo do segredo estava me matando.
Ele questionou se houve outras vezes, mas afirmei que foi apenas aquela vez e questionou se a Letícia sabia.
Falei que não, porque havíamos combinamos segredo.
O Beto falou: vamos deixar assim, vamos resolver nosso pesadelo que está apenas começando.
Ao entrar no condomínio ele me impediu de me despedir com qualquer tipo de toque. Abri o portão e entrei correndo.na chuva sem dar atenção aos meus cachorros que pulavam alegres por me ver.
Me joguei na cama e a noite foi em claro. Quando peguei no sono o relógio de pêndulo da sala bateu seis horas. Levanteu atordoada e faminta, sem sentir o sabor para nada. Desci para a academia, extravasando a dor no saco de areia, até a exaustão. Foi quando Beto apareceu e disse que veio buscar suas roupas. Nunca tinha visto olheiras tão escuras no rosto dele e tentei abraçá-lo, mas ele me conteve dando um passo para tras erguendo os braçosDisse que estava em um hotel para decidir o que fazer.
Ele pediu para eu sentar em uma das banquetas da cozinha e fez o mesmo. Me fala Rafaela, o que fez você ter esse caso, foda, trepada. Não sei como chamar, mas quero entender. Sei que eu sou o ún...era o único cara da sua vida.
Em um lapso de honestidade, mencionei o tamanho do pênis do outro, e ele, sem rodeios.Continuei que foi apenas diferente, nem melhor nem pior e que nunca mais vai acontecer.
O Beto tinha um olhar frio, ele então revelou que iria para uma missão com os Médicos Sem Fronteiras por um mês, e pediu para que eu não ligar para ele nesse tempo.. Respeitei sua decisão, desejando o melhor para nós.
Na segunda semana sem notícias dele, tive uma crise de ansiedade quando acordei com taquicardia. Consegui me acalmar aos poucos, por precaução fiz um check up, mas os exames mostraram que meu corpo estava bem, mesmo que minha alma estivesse em pedaços.
Mergulhei no trabalho, nos treinos e fiquei mais perto dos meus filhos. Uma noite até dormi na casa da minha filha, foi o que me colocou nos eixos novamente. Pensei em todos cenários, e o pior e mais provável: minha vida sem o Beto.
Já havia passado mais de um mês desde que ele havia viajado e eu sabia dele por nossos filhos, até que um dia de semana, no fim da tarde minha secretária anunciou que o Sr. Roberto me aguardava. Respirei fundo e fui ao seu encontro, pensando:ele veio aqui na empresa. Será que ele trouxe os documentos do divórcio? Resperei outra vez e pensei, calma!
Ele vestia calça jeans, tênis, camiseta e uma jaqueta de couro marrom, os cabelos bem cortados e as mechas brancas pareciam um pouco maiores, tinha jma aparência tranquila. Não tentei nenhum gesto de carinho para não passar nenhum constragimento.
Ele entrou rapidamente em minha sala e fechei a porta. Ele sentou-se em um sofá e fez um gesto para eu sentar-me ao seu lado.
Rafaela, você foi muito filha da puta, mas teve a coragem de me contar. Enquanto estive fora contratei um detetive para ficar atráz de vocè. Ele não viu , ouviu ou encontrou nada de errado, fiz isso pela quebra de confiança. Eu estava decidido a te deixar, mas descobri que da minha parte há amor.
Minhas condições são que para voltar a gente faça terapia de casal. Não quero encontros lá em casa ou outro lugar só com o casal Felipe e a Letícia, dá um jeito. Você precisa reconquistar minha confiança, com transparência total e precisa estar disposta a aceitar estas regras.
Eu estava em lágrimas e disse claro meu amor. Achei wue tinha te perdido , e sentei no colo dele quando nos beijamos. Eu estava tão cansada e aliviada que dormi por uns 20 minutos. Quando acordei o Beto levantou e trancou a porta. Ele me deixou nua fizemos amor na no sofá, sem fazer barulho como dois adolescentes
Por muito pouco não perdi tudo, tenho que aceitar que nossa relação nunca vai ser mesma, mas a muito tempo não desacelerávamos para ter momentos só nossos. Hoje estamos só os dois em uma pousada na serra. Ontem a tarde dormimos juntinhos em uma rede, coisas que só aconteciam na nossa época de namoro.
Post script: Fico feliz de ver que mesmo aqui há pessoas com princípios. Meu conto é uma fantasia, já que é um lugar onde é possível soltar a imaginação.
Até onde foi real? Foi até parte que eu limpei o sangue da perna do Lipe. A partir daí é só fantasia e criatividade.
Imagina , ainda mais para minha geração trair em um casamento tão bem sucedido. Nos conhecemos desde a época do colégio e estamos juntos desde a faculdade. Constituímos família, passamos por crise financeira quando o Beto ainda era residente e eu estagiária de um escritório de arquitetura e vieram os gêmeos.
Depois do nascimento veio a crise conjugal, ainda eramos imaturos morando de aluguel e só ele trabalhando. Foram mais três anos de sufoco até ele se estabilizar como médico(três empregos) e eu, sem ter tempo de licença maternidade abrir um escritório (em um quarto)com uma sócia. No começo ele colocava boa parte do salário dele para fechar mjnhas contas.
Superamos tudo isso com companheirismo, cumplicidade e amor, iamgina perder tudo depois de décadas por uma trepada.
Tenho calafrios só de pensar, o Beto certamente ia me deixar, dar um safanões no Lipe e contar para todo mundo o motivo.
Imagina minha cara com todos meus amigos de mais de 20 anos.
O primeiro conto ficou muito bom modéstia a parte, o que toma muito tempo e não tive estomago para fazer um segundo com sacanagens. Talvez eu até faça frisando que é uma obra ficcional, quem sabe.
Enfim, obrigada pelo feedback.
