Parte 1.
Aline estava deitada no sofá, envolta num cobertor felpudo cinza-claro, os pés descalços encolhidos num canto. Vestia um pijama justo de veludo lilás, com botõezinhos de coração, decote discreto e detalhes de renda nas mangas. A TV passava algum seriado leve, mas o olhar dela se iluminou ao ver Luiza entrar no apartamento.
— Aline, sua doida… quase enfartei lá dentro! Tinha um entregador no elevador, me olhando como se fosse me devorar.
Aline gargalhou do sofá, enrolada num cobertor fofo. Vestia um pijama de veludo rosa antigo, com detalhes de cetim e botões pequeninos que mal seguravam o decote.
— Bem-vinda, menina do oitavo andar. Aposto que ele achou que era um doce descendo pra mim…
Luiza fechou a porta, ainda de calcinha e sutiã sob o pijama fininho, e se jogou ao lado da amiga, puxando a ponta do cobertor pra se cobrir também.
— Não tô acreditando que você me fez descer assim… — murmurou. — Meu coração ainda tá disparado.
— E a tua calcinha também, aposto. — Aline cutucou, sorrindo maliciosa. — Agora conta. Quero tudo.
Luiza desbloqueou o celular e abriu a conversa com Roberto, os olhos brilhando de ansiedade e desejo. Entregou o aparelho pra Aline.
Enquanto a amiga lia em silêncio, Luiza encostou a cabeça no ombro dela e murmurou:
— Ele disse que vai dar um jeito de me tirar da empresa na segunda. Mandar a gente visitar um “cliente”. Mas o plano é que eu volte pro meu apê… me arrume todinha… e espere por ele.
Aline leu até o fim e soltou um assobio baixo.
— Uau… ele não quer só te ver. Quer te usar.
Luiza apertou as coxas involuntariamente, as palavras acendendo um calor involuntário entre suas pernas.
— Ele disse que quando estivermos a sós… não existe Luiz. Só Luiza. Que vai me possuir… do jeito dele… no pelo.
Aline se virou lentamente e acariciou o rosto da amiga com o dorso dos dedos, a voz saindo suave e provocadora.
— Isso te assusta… ou te deixa molhadinha?
— Arrumadinha… — corrigiu Luiza, sem pensar. As duas caíram na risada.
— Ah, então já tá no ponto — provocou Aline.
Luiza mordeu o lábio. O coração batia mais forte. Aline aproveitou o silêncio confortável entre as duas, puxou a mão da amiga com doçura e encostou na lateral do próprio seio, por baixo da coberta.
— Sente só… peso, maciez… é isso que te espera, menina.
Luiza sentiu a respiração prender por um segundo. Era quente, íntimo, provocador — mas acolhedor.
— E sábado e domingo… — Aline continuou, como quem fala sobre um plano sério — …vou te dar um cursinho intensivo. Postura, gestos, truques baixos. Coisa de mulher. Segredo nosso. Coisa que homem nenhum entende.
Luiza apenas assentiu com um sorrisinho tímido, o rosto ruborizado. O coração batia descompassado.
E a noite… ainda estava só começando.
Parte 2.
Aline puxou a coberta até cobrir as duas por completo, deixando só os rostos de fora. O calor do corpo da amiga, o cheirinho dos cremes de Luiza misturado ao perfume doce que ela usava, tudo criava uma bolha só delas. Luiza se ajeitou, deitando a cabeça no ombro de Aline.
— Posso te perguntar uma coisa meio... pessoal? — Aline sussurrou, com um tom que misturava curiosidade e cuidado.
Luiza assentiu, tímida.
— Quando foi a última vez que você ficou com alguém? Tipo… namorou mesmo?
— Uns três anos… com uma menina. A gente namorou um tempo, mas... — ela fez uma pausa, o rosto meio escondido no ombro da amiga — ela desistiu quando viu que meu... pauzinho era pequeno demais.
Aline riu baixinho, mas com carinho, como quem achava fofo.
— Que bobinha, né? Mal sabe o que perdeu. Eu acho uma gracinha saber que o seu é pequenininho assim.
Luiza se encolheu um pouco, morrendo de vergonha.
— É... por isso acho que nunca daria certo com mulher de verdade.
Aline segurou o queixo de Luiza, fazendo ela olhar.
— Mulher de verdade você já tá sendo, Lu. E quer saber? Depois que o Roberto te pegar de verdade… quando você sentir um pau de macho te preenchendo pela primeira vez... ah, menina… você vai mudar tudo que pensa. Vai ver só.
Luiza mordeu o lábio e ficou toda corada, mas era como se o corpo reagisse só de ouvir aquilo.
— Você acha mesmo, Aline?
— Tenho certeza. Pau de homem, quando é de verdade, muda uma mulher. Ainda mais você, que já nasceu pra isso. — Aline sorriu de canto, apertando de leve a cintura de Luiza. — E depois eu quero que me conte tintim por tintim, tá?
Luiza riu baixinho, tímida, e aninhou o rosto no pescoço da amiga, sentindo o cheiro gostoso do perfume dela.
— Eu conto sim… só pra você, amiga.
Parte 3.
A TV ainda iluminava o ambiente, mesmo com o volume baixo. A série seguia passando enquanto Aline e Luiza, enroscadas sob as cobertas, iam cedendo ao sono. Luiza repousava com a cabeça no peito de Aline, que por sua vez a envolvia com um braço. As pernas, sem perceberem, estavam entrelaçadas.
O calor, o carinho, o vinho — tudo conspirava pra aquele sono leve e gostoso.
Quase três da madrugada, a porta se abriu devagar. Júlio entrou exausto, mochila pendurada no ombro, as olheiras fundas. Ele parou diante do sofá e esboçou um sorriso cansado ao ver as duas ali, dormindo abraçadas.
— Que cena mais linda... — murmurou baixinho, antes de seguir pra cozinha e beber um copo d’água.
O barulho suave acordou Aline, que mexeu o rosto sonolenta. Percebeu Júlio e abriu um sorriso preguiçoso.
— Amor... chegou?
— Cheguei. Não quis atrapalhar vocês. — ele respondeu, já tirando os sapatos.
Luiza também despertou aos poucos, os olhos semicerrados. Sentiu o corpo colado ao de Aline, e só então percebeu que Júlio já estava em casa.
— Oi... — Luiza murmurou, envergonhada.
— Vai lá, vai descansar, menina. — disse Aline, ajeitando o cabelo de Luiza com carinho.
Ainda sonolenta, Luiza se desenrolou das cobertas e se pôs de pé, ajeitando o pijama rosinha.
— Amanhã você vem de novo, tá? — Aline falou baixinho, com um sorriso doce.
— Vou sim… boa noite, Aline. — respondeu, passando a mão no rosto com preguiça.
Júlio apenas acenou com a cabeça, num gesto afetuoso, e observou Luiza sair do apartamento lentamente, ainda meio mole de sono.
Quando a porta se fechou, Aline afundou de novo no sofá, suspirando:
— Essa menina vai me dar trabalho…
Júlio riu fraco, indo em direção ao banheiro, enquanto Aline pensava que o sábado prometia — e muito.
Luiza ajeitou o pijama, respirou fundo e se despediu com um beijo no rosto de Aline.
— Amanhã eu desço de novo, hein… — sussurrou, tímida.
— Quero só ver, menina — Aline respondeu, piscando.
No corredor, Luiza seguiu atenta, coração acelerado a cada passo. Por sorte, o prédio seguia silencioso. Entrou no elevador vazio e subiu rápido.
Em casa, alívio. Trancou a porta, tirou o pijama pelo caminho e caiu na cama de lingerie mesmo. O corpo ainda quente, a mente cheia.
Antes de dormir, pensou sorrindo:
— Sábado vai ser só delas...
[ CONTINUA...]
Muito obrigada aos comentários. Desculpe não ter tido tempo de responder a todos.bjss 💋💋💋