O precoce VIII

Um conto erótico de Fiapo
Categoria: Heterossexual
Contém 551 palavras
Data: 16/06/2025 09:02:55

Capítulo 8 – Três por Um e a Nova Chegada

Marcos levou a sério a dívida.

Na manhã seguinte ao jogo, enquanto Clara dormia exausta com o bebê ao lado, ele preparou um café da manhã silencioso, cortou frutas como ela gostava — com lascas de coco fresco — e deixou um bilhete dobrado sob a bandeja:

"Compensação 1: começar pelo seu corpo cansado antes do meu."

Ela acordou com o gesto e o sorriso sonolento de quem sente que algo mudou.

Na noite seguinte, a segunda compensação foi mais sutil: um banho morno com pétalas no box, que ele preparou enquanto ela amamentava. Quando entrou, encontrou-o sentado no chão do banheiro, de cueca, pronto para massagear suas pernas, pés e costas com um óleo de lavanda que ela adorava, mas que nunca mais tinha usado desde a gravidez.

— Estou no negativo ainda — ele disse com um sorrisinho tímido, enquanto os dedos deslizavam devagar sob seus ombros nus.

Clara, derretida, fechou os olhos. Estava deixando-se ser cuidada sem culpa. Era um prazer novo: passivo, recebido, legítimo.

A terceira compensação veio em forma de palavra.

— Escrevi pra você — ele disse, entregando-lhe um caderno de capa preta.

Clara abriu e leu em silêncio. Ele havia escrito um conto curto, uma fantasia sensual em que ela era a protagonista: desejada, reverenciada, misteriosa e forte. A personagem feminina tinha curvas reais, peito farto de leite e um olhar capaz de dominar o ambiente. A cada página, Clara via um desejo antigo seu traduzido na ficção. E ao final, havia apenas uma dedicatória:

"Você ainda é meu mundo. Mas agora você é mais. Mais mãe. Mais mulher. Mais você. Estou reaprendendo a te merecer."

Ela não respondeu. Apenas deitou sobre ele naquela noite, vestida de silêncio e gratidão.

Com a bebê completando dois meses, Clara decidiu organizar uma pequena recepção para apresentá-la à família e aos amigos. Nada formal — só flores frescas, almofadas pelo chão, sucos naturais e luz suave. Mas ela queria estar bonita. Queria se sentir celebrada junto da filha.

Foi Luísa, a terapeuta, quem sugeriu que talvez estivesse na hora de contratar alguém para ajudar com o bebê por algumas horas ao dia.

— Não como substituta — disse ela — mas como aliada. Toda mulher merece respirar. O cuidado compartilhado é ferramenta de libertação.

E apresentou uma jovem chamada Júlia: enfermeira pediátrica de formação, feminista, serena, com um olhar acolhedor e postura respeitosa. Clara simpatizou com ela de imediato.

— Aqui o cuidado é horizontal — Júlia disse, ao conhecer o casal. — A casa é de vocês. Eu só ajudo a proteger o tempo que a Clara também precisa pra ser… ela mesma.

Na festa, Clara usava um vestido longo, fluido, com o decote leve que deixava transparecer a maternidade com beleza, não como fardo. A bebê dormia tranquila nos braços de Júlia, enquanto Clara e Marcos recebiam abraços, sorrisos e até algumas perguntas indiscretas sobre o parto — às quais ela respondia com humor e firmeza.

No fim da tarde, quando todos já tinham ido, Clara encostou-se na varanda, sentindo o vento morno nas costas. Marcos a abraçou por trás.

— As três compensações já foram? — ele perguntou.

Ela sorriu, sem se virar.

— Foram lindas. Mas agora... tenho vontade de jogar de novo.

Ele riu.

— Com juros?

Ela se virou devagar e encostou os lábios nos dele.

— Com juros compostos, coelhinho.

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