Capítulo 5 (Continuação) – O Desejo que Cresce Junto
Clara estava enorme. Seu ventre dominava o quarto como um trono redondo, vivo e pulsante. Seus pés estavam inchados, a lombar reclamava de cada gesto, e ainda assim… havia fogo em seus olhos. Um fogo insaciável, vibrante, como se a gravidez tivesse acendido nela não apenas a maternidade, mas uma versão ainda mais intensa de si mesma.
O médico, numa consulta recente, havia prescrito um suplemento para circulação e disposição — “vai ajudar com o inchaço e o humor”, dissera ele. Mas os efeitos colaterais pareciam outros. Clara não se queixava. Ao contrário: sentia o corpo quente, desperto, elétrico. E com uma fome que, por vezes, a deixava ofegante mesmo sem ser tocada.
Numa tarde chuvosa, Marcos entrou no quarto com uma bandeja de frutas, tentando ser solícito. Encontrou Clara semi deitada, camisola puxada para cima, a pele suada e os olhos brincando com o dele.
— Tá com calor? — ele perguntou, desconfiado.
— Tô com muito mais que isso — respondeu, lambendo um pedaço de melancia. — Acho que aquele remédio me deixou… selvagem.
Marcos riu, nervoso.
— Selvagem tipo… irritada?
Ela o olhou com aquele brilho sacana, um sorriso no canto da boca.
— Selvagem tipo querendo você. Inteirinho. Mas como não posso te ter dentro de mim, você vai ter que se virar. Literalmente.
Ela abriu lentamente as pernas, expondo o centro do desejo com ousadia mansa. A pele esticada da barriga descia em curvas até a fenda oculta sob a camisola. E ali, repousando entre as coxas, o brinquedo lilás que ela mesma havia trazido da última consulta à sex shop.
— Coelhinho — ela sussurrou, com os olhos semicerrados.
Marcos arregalou os olhos.
— Coelhinho?
— É. Você. Meu coelhinho apressado. Mas hoje você vai brincar direito.
Ele corou, as bochechas se acendendo com um rubor juvenil. Aquela inversão de papéis, aquele jogo de dominação sutil, o deixava desconcertado e excitado ao mesmo tempo.
Clara pegou o brinquedo com delicadeza e estendeu a mão para ele.
— Agora você sabe o que fazer — disse, com um sorrisinho sapeca.
Marcos pegou o objeto com cuidado, como se manuseasse algo sagrado. Ajoelhou-se entre as pernas dela, já tremendo um pouco. Ligou o botão, sentiu a vibração pulsar em sua mão, e guiou o brinquedo até ela — com reverência.
O corpo dela reagiu imediatamente, como se estivesse faminto de toque, de presença, de prazer. Clara mordia os lábios, contorcendo-se com lentidão, como se dançasse sozinha sob o toque elétrico. E ele, ali, com o rosto vermelho e os olhos fixos nela, obedecia com precisão e entrega.
Quando ela gemeu mais alto, puxou-o pela nuca com força. Ele entendeu.
E, como já aprendera a fazer, completou o gesto com a boca — quente, cuidadosa, dedicada.
Clara explodiu em ondas silenciosas de prazer, como um vulcão submerso. O ventre enorme pulsava com a vida e o desejo misturados. E, ao olhar para baixo, vendo o homem ajoelhado, ruborizado, inteiro para ela, sussurrou:
— Meu coelhinho… agora você está aprendendo.
E ele, ainda ofegante, sorriu com os olhos úmidos. Não havia mais vergonha. Havia devoção.