Havia algo de errado comigo. Eu sabia. Mas naquele momento, diante do espelho, com os olhos delineados, o batom perfeitamente passado e o vestido justo abraçando minhas curvas… eu não queria saber. Sabia que tinha ido longe demais, era inútil agora voltar atrás, depois de tudo que tinha acontecido.
Era o dia anterior à nossa viagem. Eu deveria estar eufórica com a oportunidade de passar uma semana inteira com meu marido, longe do estresse, longe da cidade. Mas minha mente… estava em outro lugar.
Ou melhor, em outra pessoa. Desejando ser usada, me sentir mulher, nas mãos dessa outra pessoa.
Ele — o desconhecido — me envolveu de uma maneira que eu não saberia explicar nem se quisesse. Começou com mensagens gentis, elogios tímidos, como se me conhecesse melhor do que qualquer um. Me via sem filtros, sem julgamentos. Me fazia rir. Me fazia sorrir em silêncio. E isso, nos dias em que eu me sentia invisível ao lado de Henrique, era como respirar novamente.
E então, passou a dizer que me desejava. Que sonhava em todas as noites que queria me devorar, que se masturbava pensando em mim. Mandou uma foto. Crua. Vulgar. Deliciosa. Do seu pau, um outro pau além do meu marido. Repugnante. E, ao mesmo tempo… instigante. Eu deveria ter bloqueado. Apagado tudo. Me confessado ao meu marido, ele talvez entenderia. Talvez não.
Mas fiz o oposto.
Respondi.
Eu cedi aos encantos daquele desconhecido, eu fui entrando no mundo dele, e me mergulhando em um oceano que eu sabia que dificilmente eu iria sair. Joguei com ele. Provocava. Gostava de saber que havia alguém lá fora completamente entregue à ideia de me ter. Mesmo que só por uma noite. E agora essa noite havia chegado.
Enquanto ajustava a cinta-liga sob o vestido preto com fenda generosa, senti uma pontada de arrependimento. Meu coração pulsava em disparada, e um suor frio escorria pela minha nuca.
— Que merda você está fazendo, Lúcia? — murmurei pra mim mesma, encarando meu reflexo.
Foi naquele momento que um pouco de sanidade veio até mim. Eu poderia deixar pra lá, eu poderia simplesmente mandar uma mensagem, dizendo que eu desisti, para ele não me procurar mais. Era loucura, eu sabia disso. E se Henrique descobrisse? Tudo que construímos iria por água abaixo.
Eu suei frio. Pensei em desistir, de verdade, a mente queria.
Mas minhas pernas me guiavam até a porta.
Peguei o celular. Uma última mensagem dele:
“A chave está na recepção. Suíte presidencial. Quero você nua quando eu chegar. Vinte minutos.”
Era tudo tão... absurdo. E, ainda assim, havia algo em mim que não conseguia resistir. Henrique estava no trabalho, Gustavo estava com amigos. Duas horas, talvez três, era o que eu precisava. Era só uma vez, eu pensei.
Cheguei ao motel. Era discreto, elegante. Na recepção, o atendente sequer me olhou nos olhos. Apenas entregou o cartão da suíte, como quem já sabia do meu papel ali.
O quarto era quase surreal: espelhos por todos os lados, luzes suaves, uma banheira com hidromassagem ligada, o cheiro de essências finas no ar. Sobre a mesa de mármore, uma garrafa de vinho caro já aberta, taças de cristal, trufas artesanais e uma pequena caixa com preservativos ao lado da cama.
Me sentei à beirada da cama. Agora era tarde para voltar atrás. O que eu iria fazer? Dar meia volta e ir embora? Não...
— Me perdoe, Henrique. Mas... Eu sinto que preciso, só por essa vez... — Sussurrei pra mim mesma, eu estava tentando mentir pra mim mesma que eu precisava. Não precisava. Era só vaidade, luxúria.
Minhas pernas balançavam levemente, e minhas mãos suavam. O relógio parecia congelado. Cada segundo pesava como uma escolha sem volta.
Fechei os olhos.
Vi Henrique.
Nosso lar.
A perda do nosso filho.
Tudo o que ele fez por mim.
Mas quando abri os olhos, o que vi foi um convite escancarado ao pecado.
O que será que aconteceria, depois? Quando ele finalmente descobrisse o que ocorreu? Ele me aceitaria, me entenderia? Iria me largar? Possivelmente. Eu estava disposta a pagar pra ver? Não sabia.
As horas passavam, e eu estava sentada na cama do motel, aguardando alguém que eu não conhecia — Mas que ao mesmo tempo, eu conhecia bem. Assim como ele me conhecia. Mais uma vez a minha mente ali, me pedindo para fugir, ir embora. Mas meu corpo não reagiu.
Henrique não foi o único homem que me flertou, mas eu havia sido apenas dele até aquela altura. Eu não sei dizer se eu estava sentindo curiosidade, ou se era apenas luxúria misturada com vaidade. Minha única certeza é que eu amo meu marido. Mas nas próximas horas eu serei amada por outro homem.
Eu sabia que seria minha única vez, e com certeza depois disso eu nunca mais chegaria perto de outro. Ou será que eu estaria abrindo uma porta que nunca mais conseguiria ser trancada?
Ouço passos, parece que ele chegou. Fiquei nervosa, minhas mãos tremiam. A única coisa dele que eu cheguei a ver, foi o seu pau ereto em uma única foto. Eu não vou mentir, aquele pau veio na minha mente.
Ele chegou.
Abriu a porta.
— Você!? — Eu disse.
Enquanto tudo isso acontecia, Henrique estava ali, em seu trabalho, sequer imaginando tudo que estaria por vir.
O relógio do escritório marcava 13h17 quando recebi a notificação.
Era uma mensagem de Gustavo.
“Henrique. Preciso te mostrar uma coisa. Peguei o histórico do WhatsApp da Lúcia. Me desculpa por não ter mandado antes. Você precisa ver.”
Fiquei imóvel por alguns segundos. Um frio atravessou minha espinha. Minhas mãos hesitaram ao tocar no celular.
Havia um arquivo anexo.
Um PDF.
“Conversas_Extraídas_Lucia.pdf”
Cliquei.
Na tela, abriu um histórico completo. Mensagens entre minha esposa e alguém salvo apenas como "Desconhecido."
A primeira mensagem era antiga, de meses atrás. Era uma frase solta, sem resposta. Depois veio outra. Logo ela respondeu.
E eles começaram a se conversar, eram coisas banais, porém algumas, com elogios sutís e vis, de alguém que queria, de forma sorrateira, flertar.
“Hoje você estava com um vestido verde na janela. Parecia uma deusa. Te ver me salvou do meu pior dia.”
Ela respondeu com um emoji. Depois com um “obrigada”, seguido de uma sequência de trocas curiosas. Gentilezas. Insinuações. Um jogo sutil que, com o tempo, ficou mais ousado.
Vi fotos, fotos que ele mandava dela. Ela não mandava nada.
Mas isso mudou com o tempo.
Ela passou a mandar fotos, de início, casuais. Depois, propositais.
Vi a minha esposa mandar fotos sugestivas para outro homem, ela mandava fotos com os seios marcando uma camisa folgada, possivelmente sem sutiã.
Vi o vídeo onde ela estava apenas de toalha no banho, se insinuando. Ali começou o fim.
Meus dedos tremiam.
A dor no peito era quase física. Uma angústia quente, que me sufocava.
Continuei a ver, meu corpo pediu arrego, mas minha mente, tomada, queria ver mais.
Eles transaram pelo WhatsApp, eles estavam trocando mensagens eróticas ali. Foi no mesmo dia que ele me disse que ela estaria "pronta". Maldito.
“Você me faria gritar?”
“Gritar. Tremer. Suplicar.”
“Mostra o que me espera?”
E então, ele mandou a foto. Imagem frontal do seu caralho. Claro. Crua. Indecente.
E Lúcia respondeu:
“Você é louco.”
Eles pararam de conversar.
No dia seguinte, uma mensagem dela, disse que eu e ela transamos. Mas ela se pegou pensando naquele pau.
Foi como um tiro.
Como uma confissão que eu nunca quis ler. Vi tudo que me recusava a acreditar tomando forma diante dos meus olhos.
A última mensagem era de poucas horas atrás.
“Amanhã, uma hora da tarde. Suíte presidencial. A chave estará te esperando. Quero você.”
E ela respondeu:
“Eu não posso fazer isso com Henrique.”
Porém, alguns minutos depois, outra mensagem.
"Eu vou. Não sei o que eu estou fazendo, mas eu vou. Mas não me procure mais depois disso..."
Soltei o celular. Não conseguia mais me concentrar nas pilhas de papel que estavam em minha frente, prontas para serem revisadas em meu trabalho.
Levei as mãos ao rosto e desabei ali mesmo, sobre minha mesa. As lágrimas vieram fortes, pesadas, sem controle.
Eu amava aquela mulher.
Amava cada detalhe dela.
E ela, naquele momento... Estava tirando sua roupa para outro homem.
Meu chefe percebeu minhas lágrimas e veio perguntar o que estava acontecendo. Não quis falar, apenas comentei que uma coisa terrível estava acontecendo com minha família e pedi para sair mais cedo. Meu chefe se deu, então peguei minhas coisas e fui embora. Não tinha o endereço do motel pelo WhatsApp, mas também não tinha certeza se queria ir pra lá. A cidade tinha três motéis, eu poderia tentar procurar em cada um.
Mas eu não o fiz, e por instinto, mandei uma mensagem para Gustavo, perguntando se ele sabia de mais coisas, mas ele não respondeu mais. Tentei ligar, e dava fora de área.
Foi então que fui até a agenda do meu celular e pensei em ligar para minha esposa. Eu estava com o número dela na tela, apenas precisava apertar o botão de ligar. Mas eu simplesmente desistir, rolando a janela pra cima e fechando logo em seguida. Eu fui para casa, e sinceramente, foi o trajeto mais doloroso que eu já fiz, eu não estava sequer conseguindo te concentração para lidar com o trânsito naquele dia.
Assim que eu cheguei em casa, eu abri a porta e não encontrei ninguém ali. Não tinha nada, ela não estava ali.
Eu me joguei na poltrona, tirando a minha gravata. Abrindo os botões de minha camisa, deixando ela folgada com o meu tronco amostra. Eu olhei para cima, para o teto, para o nada. Eu me levantei, olhei para o vaso de flores que eu havia trazido uma semana antes para ela, agir por impulso e joguei ele contra a parede, fazendo os cacos de vidro se espalharem pelo chão, enquanto a parede ficava manchada pela água que alimentava as plantas e a flores ali estiradas pelo chão. Em um ranger de dentes, eu me aproximei destas flores e pisei em cima delas, da mesma forma como minha esposa estava pisando em cima do meu coração.
As horas passavam, uma hora, duas horas. Nada.
Ela estava naquele motel desconhecido.
Com ele.
Enquanto eu estava ali perdido, completamente, Lúcia estava naquele motel com outro. E tudo mudou para ela naquele momento.
Meu coração acelerou. O chão pareceu ceder um pouco. Por um instante, quase corri para o carro. “Isso é loucura”, pensei, “é só um erro, uma vaidade boba que foi longe demais.”
Foi quando eu vi quem era do outro lado da porta.
" Você!?", eu disse, surpresa com quem estava diante da porta.
— Sim, sou eu. — Ele disse. — O seu amante desconhecido.
Era Gustavo.
— Gustavo, o que faz aqui? Olha, não é nada do que você...— Tentei me justificar, com medo dele contar para meu marido. Mas então, ele me interrompeu, me trazendo a uma realidade que eu jamais imaginei.
— É tudo que eu imagino sim. Na verdade, você é mais do que imaginei, desde o dia que te conheci.
Por um momento, a realidade desabou sobre mim. O rosto conhecido. O olhar firme. O mesmo rapaz que sentava na minha sala e contava aqueles planos inocentes para o futuro. O mesmo garoto que vi chorar quando perdeu o avô. O menino que ajudei a acolher… estava ali. No batente da porta, com um leve sorriso no canto da boca. Um sorriso que eu nunca tinha visto nele. Confiante. Adulto. Determinado.
— Você...? — minha voz saiu mais como um sussurro, carregado de confusão e incredulidade. — Era você esse tempo todo?
— Sim — ele respondeu com firmeza. — Fui eu desde o início.
Eu quis fechar a porta. Gritar. Ir embora. Me proteger. Mas fiquei parada. Hipnotizada.
— Gustavo, isso é um absurdo... Você é quase como um filho pra mim.
Ele deu um passo à frente. Fechou a porta, veio até mim, e eu aceitei. Mas queria fugir.
— Eu não sou seu filho, Lúcia — disse ele, a voz grave, segura. — A gente tem dez anos de diferença. Só isso. E eu não te vejo como uma mãe. Nunca vi.
Meus olhos se encheram de água. Não sei se era vergonha, medo ou algo que eu não queria nomear. Ele continuou, levando as mãos ao meu rosto.
— Você é linda... Mais linda do que todas as mulheres que eu já vi, e nenhuma delas consegue chegar aos seus pés. Você me fez sentir algo que eu não sentia a muito tempo, desde que eu te vi. Eu te vejo todos os dias. E eu te quero. Desde o primeiro dia em que te vi naquelas roupas de verão, ajudando seu marido a descarregar caixas. Eu soube ali que queria você pra mim.
— Gustavo, para... — falei num tom fraco, que não parecia vir da mulher forte que sempre fui. — Isso é errado... Você mora na minha casa. Eu sou casada.
— É casada, mas transou comigo virtualmente. Se mostrou, mostrou seu corpo pra mim. Desejou isso aqui, quando eu te mostrei.
Ele deu outro passo. Estava perto agora. Perto o suficiente pra que eu sentisse sua respiração. Ele pegou a minha mão e guiava até seu caralho, oculto na calça. Grosso, como eu nunca havia sentido. Grosso demais para um rapaz tão jovem e de aparência tão... Nerd.
Ele continuou, me desarmando, me mostrando a vadia que eu era.
— Errado? Então por que respondeu às mensagens? Por que mandou foto da sua roupa íntima? Por que veio até aqui?
Minhas pernas tremiam. Minha mente gritava para sair dali. Mas meu corpo não se mexia.
— Eu... Não sei... — sussurrei.
— Eu sei. Você veio porque não consegue mais, somente, se sentir feliz com o seu marido. Você quer uma aventura, se sentir viva. E é isso que eu vou te dar agora — ele disse, passando a mão em meu rosto com cuidado, como se quisesse convencer não só meu corpo, mas também minha resistência.
Ele se aproximou do meu pescoço, e com palavras sussurradas, perigosamente doces, começou a me cercar. Passou a beijar meu pescoço, meu ponto fraco. Eu levei as mãos até seu peitoral.
Eu queria empurra-lo e ir embora.
Mas eu cedi.
De novo.
Eu me sentia mergulhada num dilema. Cada toque despertava o pior de mim. Minha razão tentava me frear, mas meu corpo cedia, vacilava, se rendia aos impulsos mais primitivos, alimentados por dias de provocação.
Foi assim que o momento virou fumaça, névoa, e me vi entregue a algo que eu não conseguia mais controlar — ou talvez não quisesse.
Quando me dei por mim, eu estava deitada na cama, sem meu vestido, apenas com a minha calcinha, e meus seios sendo devorados por aquela boca tão jovial, e faminta. Eu fechei os olhos, passei a gemer.
Os suspiros passaram a ecoar pelo quarto daquele motel, eu passei a gemer em meio aqueles labios tão habilidosos. Foi naquele instante que eu deixei de ver Gustavo como filho e passei a ver como homem.
— Ah... — Gemi.
— Você gostou? — Ele disse.
— C... Continua. — Respondi.
Mas o que significava isso? Eu estava dando pra outro homem. Ele se abaixou até mim, eu senti uma língua quente envolver completamente minha xoxota.
— Ah! — Eu voltei a gemer.
Era Gustavo, me devorando completamente enquanto se colocava entre minhas pernas, passeando a língua pelos meus lábios enquanto estes davam toda a minha essência para ele. Ele abraçou as minhas pernas e deslizava a ponta dos seus dedos sobre minhas coxas.
— Que... Delícia...
Gustavo estava ali tomando minha bucetinha e fazendo dele, com aqueles lábios deliciosos passeando e me degustando enquanto eu passei a gemer forte, apenas para ele. Ele acabou se levantando logo em seguida, esfregando o seu corpo contra o meu enquanto ele se montava entre minhas pernas.
Eu não fiz nada.
Eu apenas cedi.
— Me usa.
— irei usar. Hora de comer a minha Lúcia.
Eu tremi ao ouvir aquilo, e então abri as pernas para ele, que veio.
Foi então que ele começou a esfregar aquela cabecinha entre os meus lábios, e a sensação que passei a sentir foi completamente diferente de todas as vezes em que eu transava com meu marido. Não havia uma competição interna em minha mente, e sequer comparei qual era o melhor, mas eu acho que a adrenalina contava muito mais naquele momento do que a performance sexual de um homem.
Eu sentia aquele caralho entrar e me violar completamente. Eu estava sendo possuída por outro homem, e agora não tinha mais volta.
Gustavo começou a meter forte em minha bucetinha, e se movimentava como um lobo faminto, devorando a sua caça. Sua foda era completamente diferente, não dava para comparar com a transa com Henrique, com certeza.
Com Henrique tinha amor, tinha entrega. Mas tinha conhecimento, ele já havia me tido muitas vezes, não tinha mais novidade. Gustavo parecia mais viril, era uma novidade para ambos.
Agora eu consigo entender o que uma amiga minha me dizia, quando ela falava que sexo casual era bem mais gostoso, porque não era envolvido por sentimentos.
Mas será que não era mesmo? Sentimentos vão muito mais do que amor ou apego. Eu estava sentindo naquela foda. Eu estava sentindo prazer, tesão, luxúria. Eu estava me sentindo como uma puta.
Comecei a sentir Gustavo meter com força, este levou sua boca até a minha, pensei em negar o beijo mas ele acabou me beijando. Eu me senti traindo Henrique mais uma vez, não só por estar dando para outro homem, mas também por permitir que outro me beijasse. A forma de beijar de Gustavo era diferente, ele parecia faminto. Ele tratava minha língua como se beijasse uma prostituta, e talvez eu fosse isso naquele momento.
Eu fui colocada de quatro e comecei a rebolar minha bunda para ele e pedi para que ele me possuisse.
— Vem, me come. Quero você me comendo enquanto bate na minha bunda.
— Não pense que eu não faria isso...
Gustavo passou a me comer de quatro, levando as mãos em minha cintura, enquanto ele socava a sua pica na minha bucetinha. Ele solta a minha cintura com uma das mãos, e acaba batendo no meio da minha bunda e deixando ela cheia de marcas. Claro, eu passei a gemer de tesão. Ele voltou a me comer, empurrar aquele caralho dentro de mim, enquanto eu passava a delirar, cheia de vontades.
Mudamos de posição e fomos até a banheira, onde eu mergulhei junto com ele na água e passei a pular em cima daquele caralho enquanto este voltou a chupar os meus seios, enroscando a sua língua lascívia em meu mamilo. Ele puxava meu cabelo, quando voltei a ficar de quatro sobre a água.
Meu corpo foi envolvido por algo que eu não conseguia descrever, apenas sentir aquele tesão que tomava conta de mim cada vez mais.
No meio de toda aquela tensão, eu me dei conta de algo.
— Tira, goza na minha boca!
Era tarde. Ele ja estava jorrando seu esperma em minha buceta safada. E sem camisinha.
Eu pensei em correr pra ver se tinha algum anticoncepcional na bolsa, mas ele me puxou antes disso, e me levou a se ajoelhar.
— Tem que me lamber antes, quero uma boa mamada.
Eu cedi ele mais uma vez, e esqueci completamente do que ia fazer, e coloquei a língua em seu pau, passando então a chupa-lo e suga-lo completamente.
Depois daquilo, nos beijamos, ele disse que precisava ir, e se foi. Disse que amanhã iria embora do Brasil, mas nunca me esqueceria.
Assim que a porta se fechou atrás dele, o silêncio do quarto explodiu em meus ouvidos. Fiquei ali, nua, sentada na beira da cama ainda desfeita, os lençóis marcados pelo que jamais deveria ter acontecido. Minhas mãos tremiam. Minha garganta ardia, e de repente, o ar parecia faltar. Levei as mãos ao rosto, e só então percebi que chorava.
Me levantei bruscamente, tropeçando nos próprios pés, como se meu corpo tentasse me expulsar dali. Caminhei até o banheiro cambaleando, com os passos pesando como ferro. O som da água preenchendo a banheira me pareceu distante. Tudo em mim doía. Mas nada se comparava àquilo dentro do meu peito — um misto de culpa, vergonha… e prazer. Um prazer maldito.
Me ajoelhei no chão frio de mármore, nua, frágil, exposta. E ali, desabei.
— Me perdoa... — sussurrei para ninguém. — Henrique… me perdoa... eu... o que eu fiz?
Gritei.
Um grito abafado pelo som da água e das minhas próprias lágrimas. Um grito que jamais alcançaria o homem que eu amava, que havia construído uma vida comigo, que sonhava em recomeçar após a dor que enfrentamos juntos. Um grito que não traria de volta a mulher que eu era antes daquele quarto.
Entrei na banheira como quem entra em penitência. Esfreguei minha pele como se pudesse arrancar a lembrança do toque dele. Mas quanto mais eu tentava apagar, mais sentia o calor. O beijo. O olhar. O prazer. Deus, eu tinha gostado. E isso era o pior.
Fiquei ali tempo demais. A água já fria. Meu corpo enrugado. Mas minha mente ainda quente pelas lembranças que se recusavam a desaparecer. Quando finalmente saí, me olhei no espelho. Eu parecia outra. E de certa forma, era mesmo.
Me vesti em silêncio, com uma calma forçada, como se isso pudesse me ajudar a retomar o controle.
Gustavo havia ido embora. Disse que viajaria no dia seguinte. E isso... isso era minha chance.
Eu fiquei aliviada que nunca mais o veria. Pois não poderia mais olha-lo como filho, mas sim como o segundo homem que me penetrou.
Amanhã, Henrique e eu viajaríamos. Para as merecidas férias dele, seria a minha chance.
Seria só nós dois.
E seria o nosso recomeço.
"Ele não sabe de nada.
Não precisa saber.
Eu posso consertar tudo."
Me comprometi comigo mesma ali, naquele instante. Seria a esposa perfeita. Iria me doar a ele de corpo e alma. Iria apagar tudo o que aconteceu e tornar nossa viagem um símbolo de renascimento. A mulher que saiu daquele motel morreria ali. Eu enterraria ela com meu silêncio.
No fim, era tudo uma questão de escolha.
E eu havia escolhido meu marido.
Mesmo que o peso disso me acompanhasse pelo resto da vida.
E não tão longe dali, estava Henrique, ainda perdido em seus pensamentos, com uma dor interminável no peito. E ele receberia uma visita naquele momento, horas depois.
Voltamos para Henrique.
Eu estava ali.
Sentado no sofá da sala, imóvel, como se minhas pernas tivessem esquecido como funcionavam. O PDF aberto no celular repousava sobre o colo, a tela ainda acesa, exibindo as últimas mensagens trocadas entre Lúcia e o "Desconhecido". Eu já tinha lido aquilo tantas vezes que poderia recitar de cor.
Ela aceitando o encontro.
Ela elogiando os elogios.
Ela... desejando.
Uma parte de mim queria gritar. Quebrar algo. Mandar tudo pro inferno. Mas o que eu fiz foi continuar ali.
Mudo. Vazio. Atordoado.
O som da campainha me arrancou do transe. Fiquei em dúvida se deveria atender. Quando abri a porta, lá estava ele: Gustavo.
Vestia roupas simples, uma mochila nas costas, um olhar quase neutro no rosto.
— Vim pegar umas coisas minhas antes de viajar — disse ele. — Mas antes... quis ver como você estava.
Assenti com um gesto lento, abrindo espaço para ele entrar. Fomos para a sala e nos sentamos. Por um tempo, nenhum dos dois disse nada.
— Eu li — falei por fim. Minha voz saiu baixa, sem força. — Tudo. Eu li tudo que você me mandou.
Ele apenas assentiu, em silêncio.
— E agora eu fico aqui... me perguntando o que fazer — continuei, sem conseguir encará-lo por muito tempo. — Parte de mim quer explodir, sabe? Mandar tudo pro inferno, largar tudo. Mas... eu amo aquela mulher, Gustavo. Eu amo a minha esposa. Amo o sonho que tínhamos de ter um filho. E agora que sei que ela jogou tudo fora, eu queria só entender o porque. — Em prantos, em choque, perguntei sério a ele.
— Você sabe qual foi o motel? — perguntei, como se isso fosse importar. Como se saber o endereço pudesse me dar alguma resposta.
— Não sei — respondeu ele, com um suspiro. — Eu só tive acesso às mensagens do WhatsApp. Fora disso, não vi mais nada.
—E agora? O que eu faço? — Falei comigo mesmo. — Eu peço divórcio? Eu mato ela? Eu... Deixo isso pra lá?
Naquele momento respirei fundo.
— Engraçado — comentei, com um meio sorriso amargo. — Olha eu aqui, pedindo conselhos a um garoto de dezoito anos. A vida tem um senso de ironia dos diabos.
Ele deu um meio sorriso também, se levantando. Ajustou a alça da mochila no ombro e antes de se virar para ir embora, olhou para mim com uma expressão quase... sincera.
— Não jogue isso fora, Henrique — disse ele. — Não por uma aventura. Não acabe com a vida de vocês por isso. Você e a Lúcia têm algo real. Algo que muita gente sonha em ter. Use essa viagem que vocês planejaram. Reencontre sua mulher. Reconquiste ela. Façam esse filho. Recomece.
— Recomeçar?
— Sim. Uma mulher, trai porque se sente abandonada. De alguma forma. Foi assim que ela se sentia quando cedeu. Faça ela se sentir desejada, uma relação não basta apenas de boas ações, tem que ter elogios, tem que ter ousadia.
— Haha, ta bom...
— Eu preciso ir. Eu espero que fiquem bem...
Ele então se aproximou para se despedir. Eu levantei também. Nos abraçamos. Um gesto breve, mas firme.
E foi ali que percebi.
O cheiro.
Não era apenas o cheiro de uma colônia qualquer. Era um perfume feminino. Forte. Doce. Inconfundível.
Mas havia mais. Um cheiro de suor. De sexo recente.
Um cheiro... dela.
Minhas mãos congelaram nas costas dele. Eu não disse nada. Apenas mantive o abraço por um segundo a mais, sentindo tudo que não queria sentir.
Quando nos soltamos, ele sorriu como se nada tivesse acontecido. Deu um aceno de cabeça e ensaiou sair.
— Espera. — Eu disse.
— Oi? — Ele respondeu.
— Eu queria te agradecer melhor por tudo que me falou e fez por nós. Devo isso a você, e ao seu avô.
Ele veio até mim, e eu fiquei ali, olhando pra ele, enquanto o cérebro processava as ideias e eu finalmente percebi. Com o cheiro dela no meu peito. E a verdade explodindo dentro de mim.
Era ele, o tempo todo, era ele. E agora eu sabia bem o que fazer.