— Volto a me perguntar, o que estou fazendo é certo? — ele murmurou novamente.
Tony olhou para a foto mais uma vez, desta vez focando no nome que estava salvo nela.
— Onde você está agora, Plínio? — ele sussurrou, a pergunta pairando no ar do banheiro vazio.
Lágrimas saíram dos olhos de Tony, que as enxugou rapidamente e saiu do banheiro, esbarrando em um garoto no corredor.
— Foi mal, cara, desculpa — Tony disse, apressado.
— Não foi nada. Ei, você não é o carinha que mora na minha rua? — o garoto perguntou.
— Deve ser, me chamo Tony — Tony respondeu, estendendo a mão. O garoto a apertou.
— Me chamo Maicon — o garoto disse, com um sorriso.
— Prazer. Você é de que série? — Tony perguntou.
— Sou do primeiro ano. Você deve ser do terceiro, estou certo? — Maicon respondeu, com um ar de mistério.
— Certíssimo. Como sabe? — Tony questionou, intrigado.
— Tenho meus truques — Maicon disse, piscando.
— Hum... adoro mistério — Tony comentou, um leve sorriso surgindo.
— Cara, gostei de você, mas acho que vim para a escola para estudar. Mais tarde nos vemos — Maicon disse, com um aceno.
— Ok, até mais — Tony respondeu.
Tony voltou para a sua sala e reencontrou Ricardo sentado na carteira ao seu lado. Ele sentou-se também.
— Hoje foi maravilhoso. Passa lá na minha casa mais tarde para conhecer sua sogra — Ricardo sussurrou, um brilho divertido nos olhos.
— Rsrs, minha sogra, hum! — Tony respondeu, sorrindo.
— Depois eu vou e conheço a minha — Ricardo completou.
— É — Tony respondeu, subitamente sério. Os demais alunos entraram na sala, acompanhados por uma nova professora.
Residência Família Soares
Fernando se levantara da cama e fora para a sala. Já estava se sentindo melhor, e as marcas do soco em seu rosto começavam a sumir. Leonardo estava sentado no outro sofá, e virou-se quando o filho chegou na sala. Ele e Leila estavam arrumados para sair.
— Filho, vou cumprir o que você me pediu. Seu pai foi contra, mas resolvi fazer — Leila disse, com um tom de determinação.
— Já esperava essa atitude dele — Fernando murmurou, sem surpresa.
— Bem, vai ficar bem aqui sozinho, né? — Leila perguntou, preocupada.
— Sim, provavelmente o Theo passa aqui ainda hoje — Fernando respondeu.
— Vamos — Leonardo disse, com impaciência.
Saíram, deixando o garoto sozinho na casa.
Escola Conviver e Aprender
Estavam todos assistindo à aula da nova professora. Ela era branca, com olhos penetrantes e cabelos longos, lisos e negros, que emolduravam seu corpo naturalmente definido. Sua beleza logo atraiu a atenção dos rapazes e de Carol.
— Olá! Chamo-me Deise, e serei a nova professora de Sociologia. Estarei pondo em prática o aprendizado de respeitarmos os outros, seja por religião, cor, opção sexual ou o que seja. Alguém tem algo a falar? — Deise perguntou, com uma voz clara e firme.
Ninguém respondeu. Tony e Ricardo estavam ansiosos, especialmente quando ela falou sobre opção sexual.
— Pois bem, o ser humano em si precisa saber conviver uns com os outros. Sabemos que hoje em dia a família pode ser composta de várias formas, como um homem e uma mulher, ou por dois homens, ou duas mulheres — Deise continuou, sua voz calma e segura.
Vários sussurros saíram da sala. Tony, Ricardo e Carol estavam quietos, decidindo não entrar nesse assunto que tanto os perturbava, ainda mais Ricardo e Carol, que já haviam passado por situações parecidas antes.
— Bem, ouvi bastantes comentários. Alguém quer dizer alguma coisa? — Deise perguntou, convidando a discussão.
Um garoto se pronunciou: — Bem, professora, eu pessoalmente discordo em relação ao homossexualismo.
— Bem, em primeiro lugar, o sufixo "lismo" não é mais empregado, pois é um sufixo que retrata, na maioria das vezes, doenças — Deise corrigiu gentilmente.
— Tanto faz. Homossexualismo ou homossexualidade, acho isso muito errado, e a presidente ainda quer liberar o casamento gay e permitir que essas pessoas adotem crianças — o aluno retrucou, com veemência.
Tony sentiu um ódio crescer pelo colega. Tinha vontade de revelar a todos ali o que queria dizer. Se fosse em São Paulo, tudo bem, todos já sabiam, mas ali, não sabia como seria a reação.
— Mas essas pessoas, meu caro, são humanos, têm sentimentos também — Deise argumentou, a voz calma.
— Para mim é tudo descaramento — o aluno insistiu.
— Essa é a sua opinião. Você tem o direito de ter sua opinião, mas deveria respeitar as escolhas das pessoas — Deise concluiu, firmemente.
Ricardo pensou consigo mesmo: "Se fosse escolha, tudo bem, mas não é uma escolha."
Hospital
A enfermeira estava arrumando as coisas no quarto de Rafael. Por uns segundos, ela olhou o garoto: ele era alto, forte, muito belo, com cabelos castanhos caídos no rosto.
— O garoto tão jovem, belo, nesse estado. Meu Deus — a enfermeira murmurou, com um suspiro.
A enfermeira continuou a arrumar as coisas, até que percebeu que Rafael mexera um dedo. Ela gritou pelo médico, que veio às pressas.
— O que houve? — o médico perguntou, entrando no quarto.
— Veja, doutor, ele está mexendo um dedo! — a enfermeira exclamou, apontando para a mão de Rafael.
O médico aproximou-se mais da cama. — Rafael, se me escuta, com seu dedo, tente tocar em minha mão — ele pediu, estendendo a mão para o garoto.
Rafael não mexeu nada. O médico se virou para a enfermeira. — Foi só algo passageiro. Vamos falar com a família dele — ele disse, com uma expressão desapontada.
Saíram do quarto. No instante em que a porta se fechou, Rafael tentou, com um esforço quase imperceptível, procurar a mão do médico no ar.
Carro
O Cara 1 e Léo chegaram a uma casa com a fachada fechada. Ao entrarem, o ambiente era surpreendente: várias mulheres seminua serviam drinques em uma atmosfera luxuosa e abafada.
— Então, onde ele está? Tenho que voltar a tempo da escola liberar — Léo perguntou, a voz um pouco nervosa.
— Espere, vou falar com ele primeiro — o Cara 1 disse, com um sorriso.
— Está bem — Léo concordou. Ele esperou, bebeu um drinque e, em seguida, foi conduzido a um gabinete. Dois homens robustos guardavam a porta, com armas pesadas à mostra. Léo entrou e sentou-se na cadeira à frente de uma mesa.
— Então, trouxe o dinheiro, malandro? — uma voz rouca e autoritária perguntou de trás da mesa.
— Trouxe, trouxe sim, o preço que combinamos — Léo respondeu, sua voz embargada.
— Deixe-me ver — a voz ordenou.
Léo colocou a bolsa cheia de notas de cem em cima da mesa. O homem verificou o conteúdo e deu um "ok". O Cara 1 pegou a bolsa e a guardou dentro de um cofre.
— Quando eu contar e estiver faltando, já sabe, cara — o homem alertou, com um tom de ameaça.
— Sei sim. E eu... eu queria mais. O dinheiro também já está ali, já está pago — Léo disse, hesitante.
— Quer mais, daremos mais. Agora, dessa vez, vai ser mais caro. E só vendemos 1 kg agora — o homem explicou, com um sorriso frio.
— Mais caro? Mas como vou pagar? — Léo perguntou, o desespero crescente em sua voz.
— Fique na sua. Surgiu uma proposta aí, talvez mande te chamar. Agora tome e vaza daqui — o homem disse, entregando um pacote a Léo.
— O-ok, até a próxima. Ah, e esse é o mesmo do outro? — Léo perguntou, pegando o pacote.
— É LSD, mesma medida. Nunca nos vimos, nunca nos falamos — o homem respondeu, os olhos fixos nos de Léo.
— Sei disso — Léo afirmou.
Assim, o garoto saiu, com as drogas escondidas dentro da camisa.
Residência da Família Soares
Fernando estava assistindo televisão na sala, quase pegando no sono, quando bateram na porta.
— Eita, só pode ser o Theo — Fernando murmurou, levantando-se.
Fernando abriu a porta, e Pedro entrou rapidamente, batendo a porta com força.
— Ai, Nando, que saudades desse seu corpo! — Pedro disse, com um sorriso sádico.
Pedro tirou a camisa e partiu para cima de Fernando. Pedro era mais forte, bloqueou Fernando com os braços, pressionando-o contra a parede. Seu pênis já estava ereto e visível.
— Vamos matar a saudade, Nando? — Pedro perguntou, a voz carregada de intenção.
Fernando se debatia, lágrimas brotando em seus olhos. — Não, Pedro, por favor... ai, ai, minha cabeça! — ele implorou, a dor física e emocional se misturando.
— Não se rebele, pode se machucar — Pedro alertou, com um tom de falsa preocupação.
Pedro retirou a calça e expôs seu pênis, que media uns 18 cm de comprimento por 6 cm de largura. Fernando começou a chorar incontrolavelmente.
— Agora vai, chupa todinho... sua vadia! — Pedro ordenou, a voz fria e cruel.
Continua...