No Camping Minha Namorada Virou Marmita dos Meus Amigos

Um conto erótico de Mais Um Autor
Categoria: Heterossexual
Contém 1962 palavras
Data: 13/06/2025 21:18:20

A primeira vez que você faz qualquer coisa na vida geralmente é uma merda. E, como eu era muito jovem quando aconteceu tudo que eu vou contar, eu ainda não tinha aprendido essa lição. Na mesma semana, concentrei diversas experiências inéditas. Viajar com os amigos e a namorada, passar o ano novo fora de casa, acampar… nada disso já tinha feito alguma vez na vida.

Bom, não é como se eu tivesse escolhido fazer as coisas desse jeito. Sempre achei acampar um perrengue desnecessário, mas meus amigos adoraram a ideia, dizendo que ia ser uma aventura. A verdade, claro, é que era o que cabia no nosso bolso, a única forma viável de passar o ano novo na praia sem falir.

Além disso, em nenhum momento eu convidei oficialmente a Ana pro rolê, até porque ela ia trabalhar na virada. Mas bastou eu mencionar que a gente ia acampar na Ilha Grande pra ela largar tudo. Pediu demissão no impulso, deixou todas as comissões do Natal pra trás, e decidiu que ia com a gente de qualquer jeito.

E foi assim que começou a pior viagem da minha vida.

A primeira coisa que ela disse quando chegamos já serviu como lembrete do motivo pelo qual eu não estava nem um pouco animado com a ideia de juntar a Ana e os meus amigos na mesma viagem:

— Nossa, vocês acharam essa barraca no lixo?

Leandro, sempre o mais desbocado do grupo, não perdeu tempo:

— Ah, princesa, na próxima viagem você compra uma pra gente, então.

Olhei pra Ana, esperando sua reação, porque eu sabia o quanto ela odiava ser chamada assim. Mas, pra minha surpresa, ela soltou uma risada alta, daquelas que sacudiam o corpo todo, e respondeu:

— Pô, Lê… se eu soubesse que vocês iam dormir nessa tenda de mendigo, tinha mandado um Pix.

Os dois se encararam com sorrisos de canto de boca, tentando não rir. Pelo menos naquele momento, estavam brincando. Tanto Leandro, quanto a Ana, podiam ser bem sem noção quando queriam, e ficavam constantemente nesse morde e assopra, até um dos dois passar do limite. Eu assistia a tudo, sabendo que aquilo era uma bomba prestes a explodir, e quando acontecesse, minha paz acabaria.

Depois de muito custo, conseguimos deixar o acampamento minimamente em pé. Foi quando o Bruno puxou uma garrafa de pinga da mochila, serviu na tampinha e ergueu com um ar cerimonioso.

— Agora sim — anunciou. — Todo mundo tem que virar. Só assim a viagem começa de verdade.

— Nossa, não tem nada mais fraquinho, não? — Ana perguntou, fazendo careta ao sentir o cheiro da pinga.

— Se não aguenta, não precisa beber, princesa — Leandro retrucou no ato, com aquele sorriso debochado colado no rosto.

Vi a expressão da Ana mudar na hora, uma leve irritação atravessando o rosto. Quando os dois estavam juntos, era sempre tenso. Não adiantava tentar intervir ou pedir pro Leandro pegar leve. Ser pentelho era tão natural pra ele que era quase uma marca registrada.

De certo modo, em outra realidade, eu e ele até poderíamos passar por irmãos: mesma idade, mesma um e setenta de altura, mesma pele parda. A diferença estava nos detalhes. O braço fechado de tatuagens Maori e os vinte ou trinta quilos de músculo que ele acumulava com academia e bomba. Aquele corpo exagerado era apenas o reflexo da personalidade expansiva que ele fazia questão de exibir.

Leandro precisava ser o centro de tudo, onde quer que estivesse. Entre os meus amigos, era o único que eu mantinha à distância calculada, doses controladas de Leandro, só o suficiente pra não enlouquecer.

Ana reclamava bastante, dizia que não suportava o jeito dele. Mas, honestamente, para alguém que alegava odiar ser provocada, ela participava bastante com aquele jogo.

Mesmo irritada, respondeu à provocação com um sorriso desafiante. Arrancou a garrafa da mão do Bruno, mostrou a língua pro Leandro e virou tudo direto na boca. O líquido desceu rasgando, e ela ainda fez pose depois, como se tivesse vencido alguma disputa invisível. E assim, tive mais uma experiência nova para a coleção. Nunca tinha visto Ana beber pinga na vida.

Depois, a garrafa passou de mão em mão até todos virarmos. Leandro foi o último. Mal terminou o shot, já arrancou toda a roupa, ficando apenas com uma sunga amarela, e saiu correndo em direção ao mar berrando.

Fiquei assistindo àquela cena, absorto na minha própria cabeça. Só ele mesmo pra usar uma sunga que mais parecia uma tanga, ainda por cima de uma cor tão gritante. Era quase como se gritasse: “Olhem pra mim!”. Leandro precisava ser o centro das atenções o tempo inteiro, e pela insistência, conseguia.

Olhei para Ana, tentando, com o olhar, dizer algo como “que coisa patética”. Mas ela não olhou de volta. Ficou ali, hipnotizada, observando Leandro correr até o mar com aquela sunga ridícula. Passou bons segundos assim, sem piscar, como se o resto do mundo tivesse deixado de existir.

Confesso que senti uma pontada de ciúmes. Mas não sabia ao certo se ela o observava como quem assiste a um palhaço no circo, ou como quem deseja algo que não deveria.

Graças a bebida, Kike e Bruno também se animaram e foram para o mar. Enquanto pegava o biquíni na mala, Ana me perguntou:

— Vamos pro mar, bebê?

— Ah... achei que já tinha te contado — respondi, tentando disfarçar o embaraço. — Eu não sei nadar.

Sabia muito bem que era mentira. Aquela era a primeira vez que eu admitia isso pra ela. Sempre tive vergonha, e fazia de tudo pra esconder essa limitação. Mas naquela viagem, cercado de mar por todos os lados, não ia ter jeito. Não dava mais pra fingir.

— Sério? — ela disse, surpresa, mas sem muita emoção. — Nossa... tudo bem. Eu vou com os meninos então.

Tinha muita coisa errada no meu relacionamento. Ana nunca foi exatamente compatível comigo, e os meus sogros me odiavam com gosto. Para eles, eu era só um erro de percurso, já que não queriam a princesinha dele com alguém que teria que preencher “ensino médio incompleto” em todos os formulários o resto da vida.

Eu vivia nesse limbo, em cima da moita, sem saber se terminava ou continuava. Mas bastou ver a Ana com aquele biquíni minúsculo, rosa-choque, pra todas as minhas dúvidas evaporarem.

Por mais complicada que fosse, ela era gostosa num nível que parecia irreal. Nem se eu desenhasse uma mulher perfeita conseguiria imaginar alguém como ela. Baixinha, os seios duros, em formato de pera, nem grandes, nem pequenos, a cinturinha fina de quem vive entre dietas e academia. E a bunda...

A bunda dela era uma obra-prima. A gente evitava transar de quatro porque, segundo ela, bastava eu olhar para aquele bundão que já era o suficiente pra eu gozar em segundos.

Pronto para usar a moita, puxei Ana para um abraço cheio de segundas intenções. Ela ficou dura, os braços caídos ao lado do corpo, esperando que eu a soltasse logo. Mas em vez disso, apertei ainda mais, deslizei a mão até a bunda dela e a puxei contra mim. Quando tentei beijá-la, ela virou o rosto e reclamou:

— Para com isso, Cleiton. Tem um monte de gente em volta.

Se desvencilhou e foi direto na direção dos meus amigos, como se estivesse fugindo de mim.

Fiquei ali, na areia, de pau duro, apenas observando enquanto ela caminhava em direção ao mar. Mas eu não era o único. O barulho das risadas e conversas cessou subitamente. Meus amigos ficaram em silêncio, com os olhos fixos em Ana, como se estivessem vendo uma mulher pela primeira vez. A falta de decoro deles era só mais um dos motivos pelos quais eu não queria que minha namorada tivesse vindo nessa viagem.

Só voltaram a si quando o corpo dela foi engolido pelo mar, encerrando o espetáculo. Bruno e Kike retomaram a conversa como se nada tivesse acontecido. Já o Leandro...

Leandro parecia uma mariposa hipnotizada por uma lâmpada. Esperou Ana se distrair com uma onda, mergulhou em silêncio e reapareceu puxando seu pé por debaixo d’água. Assustada, minha namorada gritou e pulou para longe. Mas ao reconhecer quem era, se aproximou dele rindo, dando tapinhas leves nos ombros dele, como se estivesse tentando repreendê-lo.

Em seguida, pulou nas costas dele, tentando derrubá-lo na água, mas sem sucesso. A diferença absurda de força entre os dois tornava qualquer tentativa inútil.

Leandro entrou na brincadeira com gosto. Aplicou um golpe improvisado, virou o jogo e mergulhou Ana debaixo d’água com uma facilidade desconcertante. Prendeu-a entre os braços e ria da reação desesperada dela.

— Se não se comportar, vai pro fundo de novo — ameaçou.

Cada vez que ela protestava, ele dava outro caldo, mantendo-a submersa por alguns segundos. E embora Ana tentasse se soltar, fingindo irritação, dava pra ver no jeito como ela ria e voltava a atacar que estava gostando da brincadeira.

De longe, assistia aquilo com os braços cruzados e um sorriso amarelo colado no rosto, fingindo que achava tudo apenas uma diversão inocente.

Eles ficaram “brincando” no mar por horas, até o sol começar a sumir no horizonte. Voltamos para o camping para comer e dar início à bebedeira da noite. Enquanto Ana tomava banho, eu e os caras enrolamos um beck e nos sentamos em roda, deixando o tempo escorrer junto com a fumaça.

Bruno deu uma tragada longa, soltou o ar devagar, me olhou com aquele jeito de quem já sabia a resposta e perguntou:

— E o namoro, Cleitinho? Ainda na dúvida?

Suspirei fundo. Era difícil explicar exatamente o que passava dentro de mim.

— Ah... sei lá, mano. Tem dias bons, outros nem tanto. Algumas coisas são tão complicadas que eu fico pensando se vale mesmo a pena esse esforço todo, sabe?

Bruno só assentiu com a cabeça, calado, como sempre. Ele entendia mais pelo silêncio do que pelas palavras. Já o Leandro, como era de se esperar, preferia a brutalidade sincera da própria língua:

— Cara, você é muito anta. Quando é que você acha que vai pegar outra loirinha gostosa daquele jeito? Se fosse comigo, eu metia todo santo dia e ainda agradecia a Deus por ela não ter me largado pra ficar com algum velho milionário.

Tentei rir, fingindo que aquilo não me atingia, mas por dentro, a fala dele ecoava de um jeito incômodo. Talvez porque, no fundo, parte de mim achasse que ele tinha razão.

Depois do jantar, seguimos o itinerário natural: beber até não aguentar mais. Em algum momento da noite, Leandro resolveu dar uma volta entre os outros campings. Segundo ele mesmo, era “scouting das novinhas solteiras pra rapaziada”. Voltou um tempo depois com as más notícias:

— A gente se fodeu. Só tem linguiça e casal!

— Amanhã a gente pega um barco e acha outra praia. Não é possível que essa ilha inteira seja um cemitério de pica — respondeu Kike, tentando manter a moral da tropa.

— Cleitinho tá com sorte. Vai ser o único que não vai dormir sozinho hoje — completou Leandro, virando o restinho da bebida na garrafa.

Se ele soubesse…

Na hora de dormir, Ana e eu fomos para a barraca. Ela já começou reclamando que eu tinha enchido tudo de areia. Deitou de costas pra mim no colchão inflável, sem muita conversa. Ainda assim, tentando recuperar o clima, me aproximei, fiz conchinha, beijei devagar seu pescoço e deixei meu amiguinho roçar nela, testando a sorte.

— Cleiton, eu não sou dessas. Não vou transar numa barraca com todo mundo ouvindo — ela disse, com um tom firme.

Fiquei ali, encarando o teto da barraca. E percebi, com uma clareza incômoda, que assim como os outros, eu também não ia aproveitar nada daquela viagem.

<Continua>

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