Confiança abalada - O vizinho stalker 1/2

Um conto erótico de Henrique
Categoria: Heterossexual
Contém 5102 palavras
Data: 13/06/2025 08:13:07

Meu nome é Henrique. Sou casado com Lúcia há três anos e meio. Somando nosso namoro, estamos juntos há quase sete anos. Somos um casal apaixonado, daqueles que dividem sonhos, planos, esperanças... Recentemente, vivemos uma grande conquista: fui promovido no trabalho, o que nos permitiu, enfim, deixar o aluguel para trás e comprar nossa casa em um condomínio fechado. Uma conquista que esperei por anos.

Lúcia estava desempregada havia seis meses, mas não procurava mais trabalho. Seu foco havia mudado: ela queria ser mãe. Ter nosso primeiro filho era o próximo passo em busca da tão sonhada família feliz.

Hoje, olhando para trás, percebo quantos erros cometi... E tudo o que aconteceu até o momento em que descobri a verdade — aquela que mudaria tudo.

Lúcia era linda. Loira, de um sorriso leve e presença encantadora. Pele branca, seios médios, porém dona de uma cintura tão bem desenhada, que mais parecia ser esculpida pelos Deuses. Ela sempre era discreta nas suas vestes, nunca gostava de se exibir. Mas eu conhecia bem o quanto ela era formosa e gostosa, principalmente na cama, pois tínhamos habitos sexuais bem saudáveis. Eu admirava a minha mulher.

Mas confesso, mesmo com tantas qualidades físicas, para mim, sua maior beleza era invisível aos olhos: sua bondade, sua fidelidade, sua sinceridade. Nunca me escondeu nada. Era uma mulher bondosa, adorava ajudar as pessoas, não a toa, mesmo desempregada, toda sexta ela ajuda na caridade de alimentos de uma ONG á pessoas vulneráveis, e eu gostava muito disso. Mas o mais importante ali era o nosso amor, sem dúvidas. Sempre demonstrou estar completamente apaixonada por mim.

O primeiro dia em nossa nova casa foi agitado. Passamos o dia entre caixotes e móveis desmontados. Contratei dois rapazes para ajudar com os móveis essenciais. No fim do dia, ao menos a cama, o guarda-roupa e os itens da cozinha já estavam no lugar. A pia já estava instalada, então bastou posicionar o fogão e a geladeira para podermos tomar café no dia seguinte.

Como eu estava de férias, pude me dedicar à organização da casa. A noite, o fogo acendeu, e fizemos sexo.

Joguei ela na cama, e fui retirando cada uma de suas peças de roupa, deixando-a completamente nua aos meus olhos, com seus seios saltitantes ali, onde eu acabei por abocanha-los, e assim eu passei a suga-los. Mamava seu seio, enquanto eu masturbava aquela bucetinha com meus dedos, enquanto ela abria suas pernas.

— Mais, gostoso... — Ela dizia. E eu, prontamente atendi. Devorava aquele corpo esculpido pelos Deuses e usava minha boca das mais variadas formas, domando-a e fazendo-a minha mulher, de todas as maneiras possíveis. Trepamos muito a a noite.

— Goza dentro, me dá seu sêmen! — Ela implorou, e enquanto mordi seu mamilo, enquanto ela cavalgava de quatro, acabei gozando, e dando a ela o que ela mais queria de mim naquela noite. E caímos de sono, exaustos, suados, porém satisfeitos. A primeira de muitas fodas na nossa cama, no nosso novo lar.

Mas ao acordarmos pela manhã, percebemos um detalhe inusitado: havíamos esquecido todos os mantimentos na antiga casa. Lúcia ficou encarregada dessa parte, mas a correria da mudança fez com que ela esquecesse. Ela, veio até mim se desculpar, cheia de fofura, como sempre:

— Ah, me desculpa, amor! — disse Lúcia, envergonhada.

— Não se preocupe, meu amor. Eu passo no mercado e resolvemos isso — respondi, tentando tranquilizá-la.

Tomei uma ducha, me preparando para ir até o mercado para abastecer nossa geladeira. Mas não foi necessário. Como se enviado pelos céus, nosso vizinho apertou a campainha.

Seu Zé se apresentou com um sorriso acolhedor. Um velhinho simpático, morador da casa ao lado, que viera nos dar as boas-vindas com um cesto cheio de pães, frios e café quentinho. Carregando tudo, vinha seu neto, Gustavo.

Gustavo era um jovem de cerca de 18 anos. Tinha cabelos lisos, longos até o pescoço, e um semblante tímido. Evitava contato visual e parecia deslocado, em contraste com a alegria do avô. Ainda assim, algo nele me chamou atenção. Um instinto estranho... quase um alerta silencioso.

— Espero que gostem do pequeno mimo. — Disse seu Zé, que se despediu e foi embora, com seu neto indo em seguida, meio sem graça, mas fixado em olhar algo que eu não havia notado na hora, mas iria notar, tardiamente.

— Simpático nosso vizinho, não é? — Disse ali minha esposa Lúcia, e claro, concordei. Não imaginei uma visita tão acolhedora.

Pelo restante do dia fiquei ajudando a arrumar o restante dos móveis juntamente com os ajudantes enquanto Lúcia aproveitou que a máquina de lavar roupas havia sido instalada, e foi até a área de serviço para lavar algumas roupas que não havia lavado na casa antiga. Lúcia era uma mulher tão desapegada, que não percebeu que mesmo na presença dos ajudantes não era tão adequado assim usar uma camisa tão longa, onde ela usava nada além, mostrando vez e outra os bicos dos seios. Ela não fazia isso de propósito, pois ela sempre foi assim, toda boba inocente. Os homens ali notavam, mas ficavam na dele, até por que, eu estava lá. E como ja havia acostumado, dei de ombros, mas claro, não fomos apenas nós que tinhamos notado aquilo.

Nos dias seguintes, já estávamos bem instalados. Nosso lar. Nosso santuário. O lugar onde eu queria construir minha vida ao lado de Lúcia — e, quem sabe, de nosso futuro filho. Aproveitei meus dias junto com ela para fazermos programas juntos, afinal de contas tínhamos que aproveitar bem aquele clima antes da volta ao trabalho, pois em meu novo cargo eu acabaria tendo mais demandas do que o normal , então o meu tempo com ela seria bem curto. Mas até nisso eu tinha sorte, Lúcia era uma mulher muito compreensiva.

Numa noite de chuva, aproveitamos o clima para nos amarmos. O frio ajuda a esquentar os momentos, os desejos que ficam a flor da pele.

Lúcia estava apenas de roupa íntima na cama, enquanto nos beijamos. Ela levou uma das mãos até o elástico da calcinha, e o colocou de lado, se virando para mim em seguida, e deixando sua bundinha deliciosa empinada, enquanto rebolava pra mim na cama.

— Me come de ladinho hoje, amor?

Claro que o pedido da minha mulher era uma ordem, e assim eu me coloquei de joelhos na cama enquanto levei ambas as minhas mãos para o meio daquele rabo farto e assim fiquei esfregando a cabecinha do cacete grosso ali porém entre os lábios íntimos , enquanto ela empurrava sua bunda contra mim. Me encaixava no meio dos lábios e assim comecei a socar devagar, metendo apenas a cabecinha enquanto a rola se acostumava com aquela bucetinha melada. Lúcia ficou rebolando sua bunda contra minha pica, enquanto segurava bem firme sua cintura e assim fiquei ali metendo gostoso e forte, enquanto ela gemia de prazer, abafando o quarto completamente com os seus gemidos cheios de tesão e prazer.

— Ah, fode vai! — Gritava ela de tesão, logo mudando para ficar de quatro, enquanto puxei seu cabelo. De quatro ali, eu seguia fodendo, levei uma das minhas mãos até a bunda dela e dei um tapa forte marcando aquela pele branquinha deixando o molde da minha mão bem marcado ali. Cheio de tesão, estávamos tomados pelo desejo mas principalmente pela minha vontade de engravidá-la, e assim mais uma vez naquela noite acabei gozando dentro, deixando ali meu esperma jorrar dentro dela, onde eu fazia ela sentir todo meu leitinho.

Depois, adormecemos juntos, abraçados. Pela manhã, preparei um café especial. Era meu último dia de férias e quis aproveitá-lo ao máximo com minha esposa. Saímos durante o dia, jantamos fora, foi um dia incrível.

Acabei levando ela para o restaurante mais caro da cidade, afinal de contas a última vez que havíamos jantado fora foi quando eu a pedi em casamento, então senti necessidade de fazer algo especial para minha mulher. Comemos lagosta banhada com manteiga e ervas finas, e um delicioso vinho tinto.

Aproveitamos para falar sobre como nossa vida estava tão boa, ótimas notícias vindo de todos os lados e tinha certeza de que mais notícias iriam vir, e ela , sorridente, acabou levando seus dedos até seu ventre, sentia talvez que finalmente havia conseguido aquela sementinha que tanto buscávamos juntos. Depois daquele jantar, aproveitamos o restante da noite para passear num parque, e voltamos para casa. Mas algo inesperado aconteceu.

Ao chegar, vi uma movimentação incomum na entrada do condomínio. Uma ambulância estava estacionada em frente à casa de Seu Zé. Um corpo, coberto por um saco preto, era retirado. Ao lado, chorando compulsivamente, estava Gustavo. Seu avô havia morrido. Corremos até lá para prestar apoio. Gustavo estava desolado.

— Eu não sei o que aconteceu, eu cheguei em casa, é... Não... — Dizia Gustavo, sem conseguir proferir uma única palavra. Minha esposa, Lúcia, tinha já uma certa intimidade com ele, e seu avô, já que ela adorava fazer amizades com todo mundo. Então ela confortou-o, e eu meio que me senti na obrigação de fazer o mesmo.

No dia seguinte chegou o laudo da causa da morte de seu Zé. Ele havia tido um infarto por estresse muscular, possivelmente tentando fazer algo além da sua idade. Foi fulminante. Confesso que fiquei preocupado com Gustavo, pois apesar de já ser maior de idade, ele não trabalhava e não fazia nada além de estudar. Porém, até nisso o seu avô foi cuidadoso com o seu amado neto .

Descobrimos depois que Seu Zé havia feito um seguro de vida e deixado tudo para o neto. Fora algumas aplicações, e até mesmo a casa, era um dinheiro significativo para ele se virar. Era seu único parente vivo — os pais de Gustavo haviam morrido anos antes.

porém sabíamos que mesmo que Gustavo agora tivesse condições para se virar, por não ter muita experiência em viver sozinho, Lúcia me convenceu que deveríamos ajudá-lo de alguma forma , nem que fosse ao menos oferecendo comida ou ela passando em sua casa para limpar de vez em quando. Não vi mal nisso, afinal de contas, que mal poderia haver? Passamos a convidá-lo para jantar conosco, tentando retribuir a generosidade que Seu Zé teve conosco.

Passei então a conhecer melhor o rapaz, com o tempo que Gustavo começou a frequentar nossa casa. Ele não gostava de aparecer muito, vinha de vez enquando, mas em todas as visitas, ele se mostrou simpático. Um rapaz habilidoso em informática, com sonhos nobres de usar inteligência artificial para ajudar pessoas. Estudava com afinco para tentar uma vaga em uma universidade no exterior. Lúcia, claro, o admirava profundamente por isso. Ela vivia me falando em privado, em nossas conversas, que deseja que nosso futuro filho, ou filha, fosse como ele.

Ela sempre teve essa inclinação por “almas boas”. Com o tempo, passou a lavar suas roupas e preparar quentinhas para ele, que vinha buscar sempre após o cursinho. Notava o cuidado que ela tinha com ele, e sinceramente não via nada demais, e sinceramente eu realmente gostava daquilo pois senti que era como se ela estivesse treinando para quando tivermos nosso futuro filho.

Certa vez, encontrei Gustavo no meio do trajeto para o trabalho, enquanto estava de carro e ofereci carona a ele. No trajeto, ele me disse:

— Se não fosse por vocês, eu não teria conseguido continuar... Um dia vou retribuir todo esse carinho.

Sorri, achando genuíno. Mas logo entenderia o que havia por trás dessas palavras.

Com a volta do trabalho, fatalmente comecei a ficar ausente em casa, e Lúcia era acostumada a isso. Geralmente fazia tarefas de casa, e na antiga casa, ia para a casa de uma amiga muito próxima dela, Vanessa. Porém, agora estavamos em outra cidade, vizia da anterior, porém, um pouco mais longe de tudo que tínhamos na nossa antiga vida. Mas a minha esposa conseguiu com o tempo se acostumar com a nova rotina, na verdade, eu não havia notado de início porém uma coisa começou a pairar no ar. Comecei a notar mudanças sutis. Lúcia andava estranha. Todas as vezes que eu chegava em casa, ela passou a ter um certo comportamento que eu não havia anotado nela, de início ela aparecia avoada mas, com o tempo ela começou a se produzir sempre que eu chegava em casa, estando assim toda cheirosa , de banho tomado e sempre me esperando com um sorriso largo nos lábios, ansiosa por me ver. Por vezes, o fogo tomava conta e faziamos sexo, e era um sexo diferente. Porém, algumas vezes acabava por negligencia-la, admito. O cansaço falava mais alto, principalmente em temporadas de inicação. Certa noite, a encontrei sentada no sofá, vidrada no celular. Quando me aproximei, ela rapidamente minimizou o que estava vendo.

— Está tudo bem, amor? — perguntei, tentando soar casual.

— Sim, estava vendo uns vídeos de bichinhos que a Vanessa me mandou. Amanhã te mostro — respondeu, desconversando.

Fui dormir, mas durante a noite acordei e notei que ela ainda estava no celular, rindo baixinho. Quando me mexi, ela o guardou rapidamente. Tentou me seduzir logo depois, de forma repentina, quase como uma distração. Estava deitado de lado quando vi sua mão c guiar para dentro da calça do pijama, agarrando meu pau e começando a movimentar seus dedos ali até deixar ele duro. Ela então me fez deitar e abaixou a minha calça, levando a sua boca até minha rola e assim engoliu da cabecinha até abaixo, defendo aquela boca gostosa e passando então a me chupar, me acordando praticamente com uma mamada maravilhosa. É claro que tudo aquilo levou apenas um caminho por todo o restante daquela noite. Fizemos amor. Ela parecia mais intensa... diferente.

No dia seguinte, ela me acordou com uma excelente notícia: ela estava grávida! Ela me mostrou o teste de gravidez e havia dado positivo. Estava realizado ir adiante como homem, iríamos ter ali o nosso primeiro filho e isso me deixou completamente realizado.

— Meu amor, que felicidade! — Eu a agarrei forte, e a beijei, distribui beijos em sua boca, abracei minha mulher e a rodopiava no ar. Fui trabalhar até mesmo mais leve. Combinamos de ir até o médico para poder cuidar da gravidez, saber quantos meses, e tudo mais. Contei essa notícia a todos os meus amigos, e fiquei radiante de felicidade.

No meio do dia, eu recebi uma mensagem anônima de um número oculto. Dizia apenas:

“Tudo começa com risadas e brincadeiras.”

Fiquei intrigado. Ignorei. Mas no fim do dia, recebi outra mensagem — desta vez com uma imagem.

Uma mulher, de costas, usando uma lingerie vermelha provocante. A lingerie em questão tinha detalhes nas laterais, e seu elástico era todo fino, deixando toda a bunda á mostra. Ela parecia empinar a bunda propositadamente, como se quisesse mostra-la. Exalava sensualidade. O rosto não aparecia. A imagem parecia tirada no banheiro. Ao menos por conta dos ladrilhos. Dei de ombros.

Apaguei a foto, preocupado que Lúcia visse. Mas, principalmente, fiquei incomodado com aquelas mensagens anônimas sendo encaminhadas, para mim, se tratavam de spam, ou algum esperto tentando invadir meu celular, e eu acabei de me lembrar que abri a mensagem. Pedi para meu encarregado verificar se havia algum vírus no celular. Nada foi encontrado.

Cheguei em casa mais tarde. Lúcia já havia jantado, mas deixara minha comida pronta. Estava no sofá, com o celular nas mãos. Quando me viu, largou o aparelho e correu para me abraçar.

— Estava com saudades — disse, com um beijo na bochecha. Ela estava com saudades e eu notava isso. Mesmo já tendo jantado, ela me acompanhou até a mesa e sentamos para jantar, enquanto ela me contava sobre o dia e que sua mãe havia ido até a sua casa hoje para ajudá-la com as tarefas, pois agora que ela estava esperando nosso filho, a mãe não queria que ela se esforçasse, apesar dela achar um verdadeiro exagero. Eu concordei completamente com a minha sogra, e mais: disse que no meu próximo dia de folga iria arrumar uma diarista para começar ajudar com as tarefas de casa, uma que tivesse disponibilidade para vir de segunda à sexta, pois nos fins de semana eu ajudaria em casa. Claro, protestos vieram, pois minha esposa não gostava de se sentir inútil.

Após o jantar, ela veio até mim com carícias intensas. Queria fazer amor. Eu podia sentir o fogo vindo de seu corpo, o cheiro de fêmea querendo seu macho. Mas eu estava exausto. Beijei sua testa e prometi compensá-la na viagem do feriado.

Ela se afastou, visivelmente frustrada, e foi dormir antes de mim. Eu havia notado isso, mas realmente, havia momentos em que o homem não poderia forçar, principalmente momentos em que ele não tinha energia para isso, e minha esposa merecia o melhor.

Durante a madrugada, fui tomar água. E ali, acabei ficando com vontade de mijar, então eu fui ao banheiro. E ali no banheiro, olhei ao redor... Foi quando percebi: a parede da foto era a mesma do nosso banheiro. Como não havia mais a foto, eu não podia comparar, mas a memória fotográfica não enganava.

Voltei ao quarto em silêncio. Ao me deitar, vi algo sob a cama. Um sutiã vermelho. O mesmo da foto. Mas... eu nunca tinha visto Lúcia com aquela peça antes. Tanto que foi por isso que não cogitei que fosse ela que tivesse me mandado a foto anteriormente.

Pensei em acordá-la e perguntar... Mas algo em mim hesitou. Talvez o sono, cansaço, ou até mesmo desinteresse em saber mais sobre esse assunto. Tratei apenas de dormir, mas estava próximo da hora de acordarmos, então acabei dormindo bem pouco, admito.

O despertador tocou, e eu me levantei com aquela leve dor de cabeça — consequência de uma noite mal dormida. Lúcia ainda dormia profundamente, os braços sobre a barriga. Era uma verdadeira mamãe coruja, protegendo seu filhote. A cena era linda, porém, algo me consumia por dentro. Por um segundo, olhei para ela e me senti culpado. Culpado por estar duvidando, mesmo que em silêncio, mesmo sem provas. Culpado por não ter dado amor quando ela me chamou noite passada. Ela estava sexy demais ali.

Fui trabalhar. Como sempre, dei carona para Gustavo até seu cursinho, e aproveitei para seguir para o escritório. Cumprimentei a todos, e assim comecei minha jornada, que hoje se estendera até o fim do dia. A rotina me distraía, e eu agradecia por isso.

Mas, por volta das 10 da manhã, quando a demanda no trabalho realmente começou, o celular vibrou com insistência. Número oculto. Outra vez. Mas eu havia bloqueado. Porque recebi de novo? Resolvi dar uma olhada.

Dessa vez, não era só uma frase — era uma sentença afiada, debochada:

"Sua mulher é muito deliciosa para não receber assistência do marido. E quem não dá assistência..."

A frase não terminou. Não precisava. A mensagem aguçou a minha curiosidade sem igual, pois como a pessoa poderia falar uma coisa daquelas? Mas não foi apenas a mensagem que me deixou perplexo, pois havia algo ainda mais curioso ali.

Abaixo dela, uma foto. Uma imagem clara, bem tirada, sem qualquer borrão. Era Lúcia, no quarto. Sozinha. Estava de costas para a cama, erguendo os braços para ajeitar o sutiã. A luz do dia entrava pela janela, iluminando sua pele. Não parecia montagem. E pior: eu não tinha tirado aquela foto.

Fechei o celular com força. Respirei fundo. Tentei ignorar. Mas também raciocinar, de onde estava vindo aquela foto? E com certeza, Lúcia não fazia ideia de que tal foto havia sido tirada. Fiquei furioso, pois não imaginava que havia esse tipo de gente em nosso condomínio, e com certeza eu iria denunciar ao síndico na primeira oportunidade possível.

Mais tarde, quando cheguei em casa, cumprimentei-a com um beijo na testa. Ela sorria como sempre, doce, leve. Conversamos sobre trivialidades. Ela me contou de uma receita que viu na internet. Riu de um vídeo no celular. Fingiu, ou talvez de fato estivesse alheia. Não quis atormenta-la com isso. Mas sinais começaram a ser jogados pra mim, desde aquela época, e eu não os peguei. O seu semblante mudava quando estava ali, isolada, com o celular na mão. E ela parecia mais alerta também, até na defensiva, caso eu me aproximasse. Claro, eu sabia que a privacidade deveria ser respeitada, mas aquilo estava sendo estranho demais.

Eu, porém, fui até o quarto, disfarçadamente. Me aproximei da janela. A visão de fora mostrava claramente o ângulo da foto. Quem quer que tivesse tirado aquilo, o fez do lado de fora, da janela da casa ao lado, ou de algum ponto do jardim. Tentei analisar de onde poderia vir a foto, mas não tinha como alguém tirar a foto da altura de nosso quarto, e até mesmo as casas vizinhas não eram com o ângulo perfeito e delineado ao qual a foto havia sido tirada. Resolvi não falar nada a Lúcia, ela tinha que ter paz naquele momento. Iria falar com o síndico depois.

Voltei para a sala, me sentando ao lado dela.

— Lúcia... — falei, tentando parecer casual — seria bom começar a deixar as janelas fechadas, principalmente no quarto. Vai que tem algum tarado por aí.

Ela riu. Sem peso, sem medo.

— Amor, deixa de ser bobo... não tem tarados nesse condomínio, vai. Todo mundo aqui é gente de bem. — me beijou de leve e voltou a mexer no celular, com aquela velocidade em apagar notificações que sempre me incomodou.

Não falei mais nada. Apenas aproveitei o restante da noite. E no fim da noite, dormimos, agarradinhos, juntos.

Mas à noite, deitado ao seu lado, meu olhar se fixava no teto. Os pensamentos não me deixavam em paz. Quem estava tirando essas fotos? Por quê? Era um voyeur? Um vizinho doente? Alguém que nos conhecia?

Eu precisava saber. E iria descobrir de alguma forma.

No dia seguinte, tudo parecia calmo. Fui trabalhar. Pela manhã, mais mensagens. Desta vez, uma sequência de fotos íntimas — muito mais ousadas que a anterior. Lúcia em poses que não eram comuns. Algumas imagens claramente feitas sem que ela soubesse, e outras… eu já não sabia mais. Pois tinha algumas fotos onde ela vestia aquelas roupas largas, sem sutiã. Outras, onde ela estava semi nua.

As mãos tremiam. Meu estômago revirava. Algo ou alguém estava entrando em um terreno perigoso, e estava tirando fotos de minha mulher. Era demais.

Decidi ir até a polícia. Era assédio. Era invasão. Era crime.

Mas, enquanto dirigia, o celular tocou. Número comum, conhecido.

— Henrique? Aqui é a dona Cláudia, sua vizinha… olha, desculpa ligar, mas é urgente. Sua esposa, a Lúcia, ela… ela teve um sangramento forte. Levaram ela pro hospital agora. Corre pra lá, por favor!

Minutos depois, entre buzinas, sinais vermelhos e lágrimas contidas, cheguei no hospital.

Ela já estava sendo atendida. Uma enfermeira me segurou pelo braço, tentando me acalmar. Me explicou que foi um sangramento, nada que prejudicasse a vida dela, uma hemorragia. A pressão tinha despencado. Mas já estava tudo sobre controle.

Esperei no mesmo banco frio de sempre. As mãos entrelaçadas, a mente rodando. Tentava entender o que estava acontecendo.

Até que o médico veio. Sério. Serene. Como sempre.

— Senhor Henrique… sua esposa está fora de perigo. Mas… infelizmente, o filho que ela estava esperando de vocês, não resistiu. Ela sofreu um aborto espontâneo. Sinto muito.

Fiquei parado, como se o mundo tivesse entrado em câmera lenta. Nosso filho. Nosso sonho. Acabava ali. Implorei para ver Lúcia, e assim que fui liberado acabei entrando no quarto e a encontrei em prantos, visivelmente desesperada pelo aborto que havia acabado de sofrer. Ela me pedia perdão.

— Amor, me... Me perdoa, eu perdi... Perdi ele! — Carregada de emoção, ela me abraçou, chamou a mim e eu fui até ela. Eu a abracei, envolvendo ali nossos corpos e puxando ela cuidadosamente junto de mim enquanto eu tentava acalmá-la:

— Lúcia, não diga isso, a culpa não foi sua. Nós vamos ficar bem, você vai poder engravidar de novo e teremos assim um outro filho. Vamos trabalhar nisso, está bem?

O doutor acabou me interrompendo e acabou jogando a realidade na nossa cara:

— Ela pode sim ter outro filho, porém, dessa vez, iremos precisar iniciar um tratamento para ela, pois ela tem uma certa dificuldade para desenvolver o feto após ser ovulado. Recomenda esperar 2 meses e assim iniciamos o tratamento se vocês quiserem.

Concordei de imediato e assim voltamos para casa. Eu a coloquei na cama e assim fiquei junto com ela, onde me deitei do seu lado e assim dei todo o apoio possível.

O tempo passou devagar depois do que vivemos. A dor da perda ainda morava com a gente, mas, de alguma forma, a vida seguiu. Ficamos mais juntos, durante aquele período, e até voltamos a transar algumas vezes, depois de duas semanas. Parece que a dor havia feito reacender alguma chama que estava fraca, mesmo com tudo indo bem entre nós. Uma coisa aliás, foi bem curiosa. As mensagens pararam. Nenhuma ameaça, nenhuma insinuação. Não vi mais nada, até parece que a "pessoa em questão" estava comovida com nosso momento. Não havia nada. Só o silêncio. Como se até aquele alguém anônimo tivesse entendido que a dor era grande demais. Mas nem todo silêncio é paz.

Recebemos apoio de todas as pessoas em nosso círculo, incluindo os vizinhos que ajudavam sempre no que podiam, incluindo Gustavo que parecia até mesmo ser um filho para Lúcia naquele momento, onde sempre vinha para casa depois dos estudos ficar um pouco com ela, onde comentava sobre seu dia e logo se despedia de nós 2, indo para sua casa . Era naqueles momentos em que podíamos ver com quem poderíamos contar, ou será que poderíamos?

Durante aquele período, eu vi a Lúcia tentando sorrir de novo. Ela recebia algumas mensagens no celular, às vezes dava risadinhas discretas, outras apenas olhava a tela com uma expressão mais leve… quase acolhida. Sempre que eu me aproximava, ela abaixava o brilho da tela ou mudava de aplicativo. Às vezes simplesmente deixava o celular virado para baixo.

Eu não questionei. Talvez por medo do que podia descobrir. Talvez por ainda querer protegê-la — ou por me proteger. Ela tinha perdido nosso filho. Não era o momento para conflitos. e se de alguma forma ela tinha voltado a sorrir, não deveria ser nada ruim. — Iria descobrir em breve que sim.

Dois meses se passaram, e ela começou o tratamento indicado pelo médico. Estava animada com a ideia de tentarmos de novo. Combinamos que, nas festas de fim de ano, tiraríamos uma semana só para nós dois. Sem trabalho, sem pressa. Sete dias inteiros onde tentaríamos não apenas engravidar, mas também nos reencontrar como casal. Aquilo me dava esperança.

Foi quando, em meio a uma tarde cheia de reuniões, meu celular vibrou com mais uma mensagem de número desconhecido. Abri esperando qualquer coisa… menos aquilo:

"Sua esposa está adorando os mimos que recebe todos os dias no celular. Mas será que ela comenta isso com você?"

Engoli seco. Senti meu estômago virar. E de certa forma, ideias começaram a pairar sobre a minha mente, enquanto comecei a pensar o que significava realmente aquela frase.

Fechei os olhos por alguns segundos, e flashes começaram a pipocar na minha cabeça. As noites em que ela escondia o celular. As risadas baixas durante a madrugada. O olhar distante às vezes, como se a mente dela estivesse em outro lugar. Afastada de mim. será que por acaso o anónimo que está me mandando mensagem é o mesmo que está conversando com ela ? Será que por acaso ela mandou aquelas imagens para ele ? Muitas dúvidas começaram a vir em minha mente e comecei de certa forma a me sentir traído.

Voltei pra casa decidido a falar. Ia encará-la, perguntar na lata. Queria entender de uma vez por todas o que estava acontecendo. Mas ao abrir a porta da sala, lá estava ele. Gustavo.

— Opa, Henrique! Cheguei um pouco antes, espero que não se importe — disse ele, com aquele sorriso que parecia sempre simpático demais pra ser real.

Ele estava sentado no sofá, ao lado de Lúcia, com um copo na mão. Eles riam. Riam com naturalidade. Como se fossem velhos amigos. Como se nada mais existisse além dos dois naquele instante.

— Que bom que chegou, amor! — disse ela, se levantando pra me dar um beijo. — O Gustavo veio aqui pois queria falar com a gente, mas ficou adiando o assunto até você chegar, acredita? Agora fala menino! — Disse Lúcia, curiosa com o que ele iria falar.

Sorri. Forçado. Automaticamente.

— Então… — ele começou, com um tom quase emotivo — Eu gostaria de comunicar que eu finalmente consegui passar em uma universidade fora do país, mais precisamente em Portugal. Eu Acredito que na Europa eu terei mais oportunidades como desenvolvedor , e assim poder realizar o meu sonho de usar a tecnologia para ajudar as pessoas sabe? Mas eu queria comentar uma coisa...

Fiquei em silêncio.

Ele continuou.

— Sei lá, vocês foram como pais pra mim depois que meu avô morreu. Me acolheram… me deram comida, teto, conversa. Quero retribuir. Posso ajudar com as coisas da casa, com compras, pequenas manutenções. Deixa eu fazer isso por vocês. vocês não sabem o quanto foram importantes para a minha Conquista, principalmente o senhor , que não só confiava em mim como também sempre me deu carona até o meu curso, sempre me aconselhando. Posso ser somente 10 anos mais novo que você, mas eu sinto que é como se fosse meu pai.

Lúcia assentiu imediatamente, segurando a mão dele e dizendo:

— Claro, querido. Vai ser ótimo ter você mais por perto nesses dias. eu estou precisando de ajuda, e acho que Henrique também vai adorar ter alguém de confiança perto, não é amor ?

Eu só consegui responder com um aceno de cabeça. O confronto que eu havia ensaiado durante todo o caminho de volta pra casa se esvaiu por completo. Fui engolido por aquele momento. Pela emoção dele. Pelo sorriso dela. E sinceramente, até mesmo pela emoção que senti. Não imaginava que era tudo isso para o Gustavo. Eu o abracei.

E, de novo, enterrei minha desconfiança num canto escuro do peito. E sinceramente, eu já nem estava mais pensando mais nisso.

Naquela noite, fui para o quarto antes dela. Me sentei na beirada da cama e olhei em volta. Por mais que tentasse, não conseguia imaginar de onde tinham vindo aquelas fotos. Fotos antigas…? Alguém invadindo o condomínio? Um hacker? Mas nada fazia sentido. Nada se encaixava.

Pouco depois, ela entrou no quarto sorrindo, me deu um beijo demorado no rosto e se deitou ao meu lado. Eu a abracei, sentindo aquele corpo que tantas vezes foi abrigo. Fechei os olhos e tentei acreditar que tudo estava no lugar certo.

Mas algo dentro de mim sussurrava o contrário. Resolvi buscar uma ajuda no dia seguinte, para descobrir mais sobre o que estava acontecendo. E, iria me arrepender disso.

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Comentários

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Vlwww pelo conto amigo. Vc é um dos poucos que ainda sigo e comento aki

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Ótimo conto! Drama bem desenvolvida, verossímil com erótico - e que não cai na mesmice do corno frouxo

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🫣 👀 Agora você pode ver tudo, sem roupa, de qualquer uma ➤ Afpo.eu/ekuza

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Voltei pra terminar a professora de piano (em breve) e fazer esse rápido aqui, não estamos mortos ainda kkkkkkkkkkk

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Que bom seu retorno Kayrosk!! Seus contos são muitos bons e aguardo ansioso o fechamento do conto A professora de Piano!!👏👏👏

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