A Feiticeira, A Rainha e A Imperatriz

Da série Selmara
Um conto erótico de Jean
Categoria: Lésbicas
Contém 3398 palavras
Data: 12/06/2025 13:57:15

Nota do autor: Esse conto é uma continuação da série Selmara que pode ser lido aqui no site e no meu blog castelosdaluxuria.blog

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Tristan havia maculado o nome da Princesa Liesel, a caçula da rainha-mãe, ao dizer em voz alta, em pleno bar, que tivera com ela uma noite de sexo ardente. Isso era crime. Ninguém duvidava que fosse verdade — aliás, Liesel já carregava certa fama por sua “fome” por sexo, com homens e mulheres —, mas dizê-lo em público, em tom de escárnio, era gravíssimo. Tão grave que Tristan precisou fugir.

Naquela madrugada, sussurros corriam pelos corredores do castelo de Nebelheim. Tristan fora encontrado. Preso. Junto com dois amigos. Um mensageiro partira às pressas, montado no cavalo mais veloz, apenas para levar a notícia. Um pequeno conselho real se reuniu às pressas numa sala próxima aos aposentos da Rainha Eleonore. Lá estavam: a própria rainha; seu filho, o Príncipe Leopoldo — herdeiro do trono e irmão de Liesel; o Príncipe Guilherme, cunhado de Leopoldo e casado com a Princesa Teresa; e Cassius, um ancião que dizia entender de magia e medicina, mas vivia, na prática, de bajular nobres.

Selmara despertou, talvez por magia, talvez por pura intuição. Sabia. Simplesmente sabia. Com passos leves e calculados, deslizava pelos corredores, desviando dos guardas sonolentos com a naturalidade de quem conhecia aquele castelo há anos — mesmo estando ali há apenas uma semana, sob a proteção da princesa Liesel. E, por algum motivo, ela sabia exatamente onde aquela reunião ocorria.

Antes de entrar, ouviu Leopoldo, aos gritos:

— Tristan deve ser executado assim que chegar pela manhã! Seus dois comparsas terão as línguas cortadas, para nunca mais difamarem a realeza!

Selmara abriu a porta com calma. Sua beleza impossível chamou atenção de todos. Jovem, de cabelos brancos e curtos, lábios pintados de negro e vestes escuras que realçavam sua silhueta. Sentou-se sem cerimônia à mesa, como se fosse da nobreza.

— Executar Tristan e mutilar seus amigos é mais escandaloso do que o suposto ato de Vossa Alteza, a Princesa Liesel. A vida deles deve ser poupada. Suas palavras, ridicularizadas. Homens se gabam de conquistas que nunca aconteceram o tempo todo. Logo, tudo será esquecido. Mas, se o matarem, todos dirão que é verdade — e que Nebelheim agiu com crueldade, não com justiça.

O silêncio caiu sobre a sala. Todos se entreolharam.

— Eu penso, Majestade... Vossa Alteza... — disse Guilherme, cauteloso — que a bruxa tem razão.

— Isso é um ultraje! — esbravejou Leopoldo. — Essa Jezabel vem do vilarejo, invade reuniões reais, difama minha irmã... Eu digo que devia ser executada junto com...

— Basta, Leopoldo — cortou a Rainha Eleonore.

Leopoldo se calou, embora fitasse Selmara com raiva. Ela, por sua vez, respondeu com um olhar doce e provocante, que o deixou ainda mais furioso — e excitado.

— Tristan e seus companheiros só chegarão a Nebelheim pela manhã — disse Eleonore. — Já é tarde. Vamos para nossas camas. Amanhã, decidiremos com a mente mais clara. Esta reunião está encerrada.

Leopoldo engoliu em seco. Não ousava desafiar a mãe. Guilherme pousou a mão em seu ombro, tentando acalmá-lo. Cassius sorriu para a rainha, satisfeito, como sempre ficava diante de qualquer decisão que ela tomasse. Todos saíram da sala, exceto Selmara e Eleonore.

A rainha permaneceu em silêncio, observando Selmara por um instante. Eleonore era uma rainha jovem, uns 40 anos. Extremamente bonita, com olhos azuis e cabelos bem ruivos, que geralmente estavam trançados. Herdou o reino ainda mais jovem, quando o rei faleceu há uns 10 anos. Começou a governar porque Leopoldo, o príncipe herdeiro, ainda era adolescente. Mas continuou governando quando ele atingiu a maioridade. Ninguém no reino confiava no jovem Leopoldo o suficiente para achar que ele podia suceder sua mãe com ela ainda viva.

— Há tantos problemas no reino que ainda não tratei da situação da minha filha. Tampouco da sua. A senhora não é bem-vinda neste castelo. Sua presença é tolerada apenas por ser hóspede de Liesel. E não tem autorização para invadir reuniões privadas.

Selmara não vacilou. Falava com uma calma firme.

— Liesel não deseja a execução de Tristan. Sentiria-se culpada, e com razão. De qualquer forma, seria uma injustiça.

Eleonore manteve o tom firme:

— Imagino que tipo de acordo fez com minha filha para que ela te acolhesse...

— Um acordo que posso estender à senhora. Nunca bajulei nobres, e não começaria por Nebelheim. Mas com a névoa ocultando o sol, a superstição cresce. Lá fora, sou vista como um presságio. E não estou segura.

— E o que ganha o reino com isso? Se o povo souber que a acolhemos sob nosso teto, isso pode nos custar caro.

— Não sou Jezabel, Majestade. Não sou falsa profetisa. Minhas previsões não falham. E trabalho para evitar que as ruins se cumpram. Previ a execução de Tristan — e hoje evitei isso. Previ que Liesel seria internada num convento — e posso garantir que isso também não ocorrerá.

Eleonore a encarou, silenciosa. Depois disse:

— Já que estamos aqui… Dizem que sempre carrega aquele baralho de tarô. Está com ele agora?

Selmara sorriu com sutileza. Sempre carregava suas cartas. Elas tinham poder… muito mais do que Eleonore poderia imaginar até aquele momento.

— Vossa Majestade quer saber sobre sua vida pessoal? Ou sobre os assuntos do reino?

— No meu caso as duas coisas são a mesma coisa.

Selmara se concentrou então na pessoa da rainha e em Nebelheim como reino.

Selmara retirou cuidadosamente três cartas do baralho, depositando-as uma a uma sobre a mesa de ébano.

— Três cartas para Vossa Majestade: passado, presente e futuro.

Ela virou a primeira.

— O Sol.

— Nebelheim já foi um reino glorioso. A luz do conhecimento, da colheita e da alegria reinava sobre estas terras. Vossa Majestade nasceu sob esse mesmo sol: era uma jovem com o mundo aos seus pés, admirada por todos, destinada a um reinado luminoso.

Mas a glória se esvaiu com o tempo. E nem o mais forte dos sóis brilha para sempre.

Eleonore manteve o semblante fechado, embora sua respiração pesasse levemente.

Selmara virou a segunda carta.

— A Lua.

— Agora... tudo está coberto por névoas. Não apenas as que vêm da Ilha do Norte, do vulcão que desperta, mas também as que envolvem os corações e as decisões dentro destas muralhas.

A Lua fala de incerteza, engano e temor. O povo desconfia. As plantações falham. Os inimigos sussurram em línguas suaves.

A senhora governa sob uma luz instável, onde nada é o que parece... e tudo pode ruir.

A rainha desviou o olhar por um instante, como se sentisse na pele o frio das palavras.

Selmara virou a última carta.

— A Morte.

— Um trono vazio — disse Selmara. — O herdeiro jamais se sentará nele. A coroa de Nebelheim será dissolvida, absorvida por outro reino, outro eleitorado, outra vontade.

A Morte aqui não fala de corpos — fala de estruturas, de nomes, de títulos.

O que hoje é Nebelheim... deixará de ser.

O silêncio se adensou como um véu.

Selmara recolheu lentamente o baralho. As cartas haviam dito o que precisavam dizer.

— Vossa Majestade me perguntou se minha presença traria alguma vantagem ao reino. Agora sabe: eu vejo o que ninguém mais ousa enxergar.

Eleonore não respondeu de imediato. Apenas encarava a carta negra como se nela visse sua própria lápide.

— E você disse que pode evitar que as coisas ruins aconteçam.

— Posso ser uma conselheira útil, Majestade. E uma conselheira discreta. Não preciso estar nas reuniões, se isso causar desconforto.

Selmara fitava a rainha nos olhos. Não como súdita diante da soberana. Mas como mulher diante de mulher. Uma rainha sedenta. Uma feiticeira abundante.

— E se Vossa Majestade quiser — disse Selmara, erguendo-se com elegância, expondo sua silhueta — posso ser muito mais do que uma conselheira.

Eleonore sentiu a tensão no ar. Selmara não desviava o olhar. E a própria rainha sentiu... medo. E desejo.

Selmara pousou as mãos nos ombros de Eleonore, inclinou-se com suavidade e sussurrou junto à sua orelha:

— Eu sei de onde Liesel herdou toda aquela fome de prazer. Em algum momento, Vossa Majestade teve que conter esse fogo... e conseguiu.

Mas comigo, Majestade, é seguro.

Você pode incendiar... sem queimar.

Eleonore fechou os olhos. Selmara beijou-lhe a orelha. Depois, o pescoço.

— Isso é errado — murmurou Eleonore.

— Majestade… isso não é nem o começo.

Selmara deslizou a mão pelo tecido nobre, subindo com lentidão até apalpar o seio da rainha por cima do vestido, deixando clara sua intenção — e sua autoridade sobre aquele momento.

Selmara se afastou com um leve sorriso nos lábios. Seus dedos deixaram o corpo da rainha, apenas por um instante. Voltou ao baralho sobre a mesa.

— Ainda falta uma carta, Majestade. Aquela que governa todas as outras… aquela que representa o verdadeiro poder feminino.

Ela retirou uma carta e virou com solenidade. Os olhos da rainha fixaram-se nela. Era A Imperatriz.

— A criadora. A senhora dos prazeres e das colheitas. O ventre da terra e o trono da carne — sussurrou Selmara. — E esta noite, ela virá nos visitar.

Eleonore recuou ligeiramente na cadeira, perplexa, mas fascinada. Selmara ergueu a carta diante de si, os dedos tocando o ar com precisão ritual.

— Exsurge, Regina Carnis et Floris. Veni, Imperatrix Arcana, et sede nobiscum in throno voluptatis.

O calor da sala pareceu subir. As velas vacilaram, mesmo sem vento. E então, como um sussurro no tempo, ela surgiu.

Uma mulher vestida como em um sonho real tomou forma diante delas. Sua beleza era serena e exuberante, como se moldada por mãos divinas. Os cabelos desciam em ondas douradas, longos como vinhas maduras sob o sol da colheita. Os olhos, de um verde-esmeralda profundo, pareciam conter florestas inteiras em repouso.

Seu corpo era pleno, generoso, com curvas que evocavam tanto fertilidade quanto poder. A pele reluzia com um dourado sutil, como se a luz filtrada pelas folhas a tivesse beijado por séculos.

Vestia uma túnica de gaze translúcida, que insinuava suas formas sagradas em vez de escondê-las. Sobre ela, um manto de cetim rosa, delicado e fluido como brisa de primavera, caía de seus ombros até os pés, preso por um broche em forma de romã. Nas costas, uma capa verde-musgo escorria como hera encantada, completando o conjunto com ares de floresta encantada e trono divino.

Sobre a cabeça, uma coroa de estrelas douradas cintilava como constelações fixas, firmada em sua cabeleira loira. Em uma das mãos, segurava um cetro de ouro branco com uma gema rósea no topo — viva, pulsante como um coração encantado.

Havia nela uma majestade que não precisava ser proclamada. Ela era a Imperatriz — e tudo em sua presença era colheita, prazer e domínio.

A Imperatriz caminhou até Selmara, e a beijou intensamente nos lábios. Depois, voltou-se para a rainha.

— Gosta do que vê? Majestade.

Eleonore não consegue conter o terror e o fascínio. Viu o desenho de uma das cartas de tarô se materializar numa linda mulher diante dos seus olhos. Também não conseguia esconder o tesão de ver a bela Imperatriz beijando Selmara.

— Não tema, Eleonore — disse Selmara, com voz suave como água corrente. — Esta noite é sua. É para você florescer.

Selmara se aproxima de Eleonore e também a beija. A rainha recepciona os lábios da feiticeira, logo após dela vem a Imperatriz. E Selmara observa seu triunfo, rainha e imperatriz se beijando com desejo.

A tensão no ar é palpável, um fio de desejo que conecta as três mulheres. A Imperatriz, com um gesto lento, apoia o cetro no chão e estende as mãos, convidando Eleonore à nudez.

Eleonore se move, seus dedos tremendo levemente enquanto desatam as fitas de seu próprio corpete. O som do tecido cedendo é também quase mágico, cada laço desfeito revelando mais de sua pele. Selmara observa, os olhos semicerrados, a respiração profunda. A rainha, tão acostumada a comandar, agora se entrega ao ato de se despir como se fosse uma oferenda. O vestido cai em camadas, revelando a chemise de linho fino, quase transparente, que abraça seus seios e quadris. A Imperatriz se aproxima, suas mãos deslizando pelo ombro de Eleonore, puxando a chemise para baixo com uma lentidão deliberada. Os mamilos da rainha, endurecidos pelo ar frio e pelo desejo, são expostos, e a Imperatriz os roça com as pontas dos dedos, arrancando um gemido baixo.

Selmara, então, dá um passo à frente. Seu manto simples, de lã negra, é preso por um broche de prata em forma de lua. Eleonore, agora parcialmente nua, ajoelha-se diante dela. Suas mãos sobem pelas coxas de Selmara, desatando o cinto que segura o manto. O tecido cai, revelando o vestido interno, um espartilho de couro preto que molda a cintura fina da feiticeira. Eleonore, com uma reverência quase ritualística, começa a desfazer os cordões do espartilho, cada puxão liberando a pressão e permitindo que Selmara respire mais livremente. A Imperatriz, por trás, beija a nuca de Selmara, seus lábios quentes contrastando com o frio da sala. O espartilho se abre, e os seios da feiticeira, grandes e firmes, são expostos à luz tremeluzente. A Imperatriz murmura contra sua pele.

O despir é um ritual em si, cada peça de roupa caindo como uma barreira dissolvida. A Imperatriz, por fim, deixa seu manto rosa deslizar, revelando um corpo curvilíneo, a pele clara como se tocada pelo sol. Sua capa verde é descartada, e ela permanece apenas com a coroa, um símbolo de seu poder eterno. As três mulheres, agora nuas, estão unidas pela vulnerabilidade e pelo desejo, seus corpos formando um triângulo.

Selmara é guiada até um divã coberto de peles, onde se reclina, os cabelos brancos espalhados como um halo. Sua nudez é magnética, a pele pálida contrastando com o escarlate das peles. Eleonore e a Imperatriz, movidas por uma sincronia quase sobrenatural, ajoelham-se diante dela. Selmara, a feiticeira marginalizada, outrora temida e exilada, agora é o centro de adoração. Eleonore, com os olhos brilhando de desejo, inclina-se primeiro. Seus lábios encontram a vagina de Selmara, beijando-a com uma suavidade inicial que logo se transforma em fome. Sua língua explora os lábios úmidos, traçando círculos lentos ao redor do clitóris, arrancando gemidos que ecoam pelo salão. A Imperatriz, por sua vez, posiciona-se mais abaixo, suas mãos separando gentilmente as nádegas de Selmara. Sua boca encontra o ânus, e ela o lambe com uma devoção cerimonial, a língua quente e insistente, enviando ondas de prazer que se misturam às sensações provocadas por Eleonore.

E assim, Selmara, a feiticeira temida que vivia ao canto da vila, estava ali, nos salões reais, sendo louvada por uma rainha e uma imperatriz de joelhos. Cada lambida, cada beijo, é uma coroação, um reconhecimento de seu poder intrínseco. Seus gemidos crescem, um cântico primal que ressoa com a magia do salão. Suas mãos agarram as peles, os quadris se movendo em um ritmo instintivo, enquanto Eleonore e a Imperatriz trabalham em harmonia, suas bocas adorando cada centímetro de sua intimidade.

O prazer de Selmara é uma força mágica, uma energia que parece fazer as velas tremeluzirem mais intensamente. Seu orgasmo, quando chega, é catártico: um grito que ecoa como um feitiço, o corpo arqueando, os olhos brilhando com uma luz sobrenatural. Eleonore e a Imperatriz, ainda ajoelhadas, erguem os rostos, os lábios brilhando com a essência de Selmara, e sorriem. A feiticeira, ofegante, olha para elas, e por um momento, o mundo é apenas aquele triângulo de poder, prazer e magia.

Selmara arqueou o corpo uma última vez, como se tocada por um raio de prazer. Sua respiração tornou-se um canto entrecortado, seus olhos cerrados como os de uma deusa em êxtase. Eleonore, com os lábios ainda entreabertos sob o gosto da feiticeira, ergueu o rosto em reverência — e a Imperatriz, ao lado, sorriu com um brilho ancestral no olhar.

A rainha e a Imperatriz ajoelhadas, unidas pela língua e pelo desejo, pareciam sacerdotisas rendendo culto à Selmara.

Eleonore inclinou-se para a Imperatriz, e as duas se beijaram — um selar de alianças secretas entre o poder terreno e o arcano. A Imperatriz, com gesto sereno, roçou os lábios nos seios da rainha. Selmara recostou-se, observando. Eleonore acomodou-se numa poltrona forrada de veludo rubro, afastando lentamente as pernas, oferenda viva à noite encantada. A Imperatriz, ajoelhada, aceitou o convite, sua língua iniciando a devoção à carne real. Selmara, ao lado, percorreu com beijos o corpo da rainha — primeiro os lábios, depois o pescoço, até os seios, agora ardentes e nus sob o fogo da madrugada.

Eleonore, com a cabeça reclinada, as tranças ruivas espalhadas sobre a poltrona de veludo, deixava-se adorar como se cada gemido fosse decreto real. Selmara a beijava no colo dos seios, roçando a pele com os lábios frios de feiticeira, despertando nela memórias de um corpo que, por anos, viveu para o dever — e agora ardia por prazer. A língua da Imperatriz era lenta, cerimonial. Não lambia por volúpia, mas por louvor. Cada movimento era uma sílaba de um feitiço antigo, gravado na carne da rainha.

Eleonore arqueou-se. Suas mãos seguravam os braços da poltrona como se segurassem os pilares de um reino que desmoronava. O prazer subia em ondas, vindo das entranhas como lava sob um vulcão silencioso — e os olhos, entreabertos, fitavam Selmara como se buscassem nela o espelho do próprio desejo.

A Imperatriz intensificou seu ofício, sugando o clitóris como quem colhe o orvalho de uma flor sagrada. E quando Eleonore enfim se entregou, foi com um grito abafado entre os lábios mordidos, um soluço que misturava choro e êxtase, enquanto sua essência se derramava na boca divina. A Imperatriz não recuou. Bebeu como se fosse vinho real. Selmara, com os olhos fixos nos da rainha, passou os dedos pelos cabelos da Imperatriz como quem fecha um ritual.

Eleonore, rendida ao prazer, geme contra a boca de Selmara e seus quadris movendo-se contra o rosto da Imperatriz. O orgasmo da rainha é um colapso, um momento de vulnerabilidade total: seu corpo treme, as pernas se apertam ao redor da cabeça da Imperatriz, e um grito rouco escapa de sua garganta. A Imperatriz, com os lábios brilhando com a essência de Eleonore, ergue-se, um sorriso satisfeito curvando seus lábios.

Selmara então convida a Imperatriz a outra poltrona. Sentam-se uma diante da outra. Seus corpos se alinham, as vaginas se encontram em um contato íntimo e elétrico. Elas começam a se mover, esfregando-se uma na outra com uma lentidão deliberada, os clitóris roçando em um ritmo que é ao mesmo tempo sensual e primal. O tribadismo é um ritual em si, uma dança de carne e alma, onde o prazer se torna uma força mágica. Seus gemidos se misturam, um cântico de êxtase que ressoa pelo salão.

Eleonore, nua e suada, sentada a poucos passos, os olhos arregalados de fascínio. Sua mão desliza entre as pernas, os dedos movendo-se em círculos suaves enquanto observa a cena. A visão de Selmara e da Imperatriz, seus corpos entrelaçados, os seios roçando, os quadris dançando, é quase sagrada. Ela se masturba discretamente, cada toque uma homenagem à beleza do que presencia: uma celebração do poder feminino, da sensualidade como magia, da entrega como força.

O orgasmo de Selmara e da Imperatriz vem em uníssono, um clímax catártico que parece abalar o próprio tecido da realidade. Seus corpos tremem, as vozes se fundem em um grito que ecoa como um trovão. As velas piscam, o ar vibra, e por um momento, aquela sala parece suspensa no tempo.

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Selmara e Eleonore se beijaram ternamente. A rainha experimentou um prazer que há anos não sentia, propiciado pela feiticeira que usava as cartas de tarô para muito além de ver o futuro. Quando deu por si, Eleonore viu que a Imperatriz tinha voltado a ser só uma carta nas mãos de Selmara.

— É simplesmente inacreditável — disse a rainha, com admiração.

Selmara sorriu. Juntou a carta da Imperatriz junto com as outras, as embalando na caixa.

— É isso o que ofereço, Eleonore — disse Selmara, simplesmente ignorando o termo "majestade". — Há 78 cartas aqui. — Mostrou a caixa à rainha, deixando muito claro o que queria dizer.

— Você tem minha proteção — disse Eleonore, ainda completamente nua, mas em tom majestático. — Pode permanecer no castelo, pelo tempo que precisar.

— Muito obrigada, majestade.

Selmara deu o último e ousado beijo na rainha, antes de deixar a sala.

Encontrou Cassius próximo à porta de seu aposento. Os olhares se cruzaram, ele tentando intimidar, ela retribuindo de um jeito sarcástico e ousado.

Cassius ainda encarava a porta se fechando, quando ouviu, atrás dela, o leve tilintar das cartas sendo embaralhadas. Como se o próximo destino já estivesse sendo traçado.

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