Eu confesso que fiquei muito enciumado.
Depois de ter me dado aquela esfregada de rabo deliciosa no corredor, May havia escolhido um cara mais novo para ficar?
Depois de ter esperado uma semana inteira sem tirá-la da minha cabeça, eu agora a via dando a maior bola para o Lucas, que frequentemente aproximava-se dela para lhe confidenciar segredinhos.
Tanto as aproximações quanto as confidências eram recompensadas com risos e sorrisos, e eu via os dois se conectando cada vez mais enquanto eu, na minha posição de professor, tinha que manter a minha compostura e agir como se nada estivesse ocorrendo.
Eu estava uma pilha por dentro. Eu, um professor experiente, maduro e com muitas mulheres a minha disposição, perder para um meninão como aquele?
Eu tinha que admitir que o Lucas era um cara boa pinta. Cheio de lábia. Que sabia levar os outros na conversa. E ele estava claramente fazendo isso tão bem com a May que parecia estar arrancando doce da mão de uma criança. O meu doce.
Meu coração batia forte a cada investida que Lucas dava, ainda mais quando notei o volume em destaque na sua calça social, deixando claro que ele já estava de pau duro.
Parecendo não perceber, May estava sendo sondada, cheirada e cobiçada por Lucas. Por vezes, eu achava que ela já sabia que ele iria mais adiante, e deixava para ele o caminho todo aberto como se estivesse disposta a se inclinar a ele.
Quando ele começou a pôr uma de suas mãos na coxa dela, eu engoli seco. Ele a pegava com vontade, com a mão cheia. A apertava, e ameaçava ousar ainda mais, sem encontrar qualquer resistência. Ele cheio de tesão e claramente querendo traçar minha May. Ela, totalmente receptiva. Os dois, esquecendo-se que estavam na sala de aula, sob presença do professor.
Sem querer levantar suspeitas de minha obssessão por May, não tive condições de interferir, angustiando-me cada vez mais na possibilidade de minha loirinha querer me trocar por um novinho.
Conforme ia se aproximando o fim da aula, eu sabia que iria acontecer. Fiquei nervoso. Meio atordoado. A ponto de explodir. Era como se Lucas estivesse prestes a roubar de mim a única fêmea com a qual eu seria capaz de procriar. Era como se ele fosse mais capaz do que eu; mais esperto; mais malicioso, mesmo sendo mais novo. E mesmo sendo mais novo e menos experiente que eu, por que May preferia se entregar para ele do que para mim? O que ele tem que eu não tenho?
Cada vez que Lucas fazia um novo avanço velado, mais eu ficava mais desesperado. Era certo dizer que ele já não estava aguentando mais ficar do lado de uma criatura tão angelical e ao mesmo tempo tão gostosa quanto a May. Era certo dizer que a cada proximidade, toque, cheiro que ele dava; para cada palavra que May lhe sussurrava e para cada sorriso de aceitação que ela dava a ele, mais louco ele ficava para fodê-la gostoso.
Eu tinha que arrumar uma forma de trazer May para mim, e tinha que ser antes daquilo acontecer.
Então, o sinal tocou. A aula havia acabado, e sendo a última da grade noturna, todos os alunos preparavam-se para saírem da faculdade. May e Lucas provavelmente preparavam-se para irem ao motel mais próximo. Mas eu tinha que tentar algo.
Enquanto eu guardava meu material, esperei o momento certo para me interpor entre os dois, jogar meu charme para ela e tirá-la das garras de meu concorrente. Eu havia esperado a semana inteira para sentir o sabor daquela loirinha deliciosa, e aquele filho da puta tiraria ela de mim tão fácil?
Eles se levantaram. Caminharam juntos na direção da porta, com Milena, que havia meio que ficado de vela, vindo logo atrás. Confiante e cheio de mim, me preparei para dar o bote.
- Professor, tem um momento?
Mais rápido do que eu, um aluno veio até a mim para tirar uma dúvida qualquer. Para não levantar suspeitas e parecer um desesperado, me vi, contra a minha vontade, dar a devida atenção a ele, ouvindo o que ele tinha a perguntar e tentando respondê-lo da forma mais resumida possível.
Acontece que quanto mais perguntas eu respondia, mais perguntas eu parecia receber. Nervoso e prestes a ter uma taquicardia, eu tentava ser o mais breve nas minhas explicações, vendo em desespero May e Lucas passarem pela porta da sala.
Minha vontade foi a de sair correndo e tomá-la a força de Lucas. Porém, eu sabia que aquilo iria me entregar. Eu sabia que iria parecer um desesperado. Minha cabeça continuava a maquinar uma estratégia para não só alcança-la, mas também convencê-la a vir comigo, e não com o Lucas.
Quando enfim dispensei o aluno, deixei meu material na sala e apertei o passo rumo ao pátio principal. Não avistei May e Lucas em nenhum lugar. Tentei ir para a saída da faculdade, para a cantina e para qualquer outra área em que imaginei em minha cabeça onde ela poderia estar. Porém, sem sucesso. Os dois haviam sumido, e provavelmente o pior já havia acontecido.
- Inferno! - Esbravejei, me negando acreditar que May havia enfim sido levada, e que provavelmente já estaria no carro de Lucas e que o pior aconteceria.
- Estacionamento! - Puto comigo mesmo por não ter lembrado disso antes, me dirigi para lá. Ainda havia chance de encontrá-los. Ainda havia chance de inventar uma desculpa qualquer para ter acesso a May. Eu podia encontrá-los por acaso e chamá-los para beber algo no bar ao lado. Tinha de haver alguma forma.
Corri para o estacionamento, àvido por encontrá-los. Porém, não vi sinal algum dos dois.
Estava acabado. May havia sido levada. Eu a tinha perdido. Não havia mais nada ser feito.
Inconformado, caminhei de volta para o pavilhão, onde eu havia deixado meu material.
Foi então que eu ouvi um barulho estranho vindo de um carro. Apesar do veículo estar estacionado estrategicamente, não conseguiu fugir aos meus ouvidos.
Meu coração gelou. Olhando para o carro, percebi os balançares nervosos que ele fazia insistentemente, bem como o embaçar do vidro que aparentava vir do lado de dentro.
Me aproximando furtivamente do carro, eu me negava a acreditar no que via. Mesmo sabendo que não deveria, caminhei sorrateiramente para mais próximo, e então confirmei o que mais temia.
Os gemidos abafados pelo carro fechado tornaram-se mais audíveis. Os baques perfeitamente sincronizados com o balançar do carro também eram melhor notados. A sinfonia perfeita de uma cópula intensa, obscena e agressiva denunciavam o que o casal estava fazendo lá dentro.
Enquanto o homem bombava, a mulher gemia como uma cadela, pedindo por mais. Pedindo mais pica. Pedindo que fosse fodida com força. Eu sabia que era ela. Eu sabia que ela estava ali. Sabia que eles estavam ali.
- Me fode, Lucas! Mete com força!
Ouvir aquela voz doce chamar pelo nome do meu concorrente foi como uma mão atravessando meu peito e puxando meu coração para fora.
Ouvir o som dos tapas que provavelmente eram dados por Lucas na bunda ou no rosto da minha May foram como uma lança perfurando minha alma.
Ela gemia como se estivesse adorando tudo aquilo, pedindo mais; recompensando com um bom chá de buceta todas as investidas que ele fizera nela ainda na sala de aula, seus gritos ficavam mais altos. Mesmo não sabendo em que posição ela estava sendo fodida, era claro que estava fazendo bom proveito.
Naquele momento, minha cabeça ferveu. Meu pau ficou duro, e minha vontade foi a de arrombar aquele carro, atropelar Lucas na porrada e tirar May dali (ou fodê-la ali mesmo, no lugar dele).
Mesmo sem norte, porém, botei a mão no pouco de consciência que me restava e me retirei dali antes que eu pudesse ser notado.
Os baques, que pareceram balançar o carro ainda mais forte, foram aos poucos sendo abafados pela distância junto aos gemidos que ficavam cada vez mais frenéticos.
Porém, eles só aumentavam de ritmo e volume, como se fossem explodir ou virar o carro a qualquer momento.
May estava sendo fodida por Lucas. Isto era um fato. E estava amando.
Eu a havia perdido.
Atordoado, enfim aceitei a minha derrota, retornando para buscar os meus materiais na sala de aula.
(Continua...)