Três homens parte 4

Da série Três homens
Um conto erótico de Karambolla
Categoria: Gay
Contém 1576 palavras
Data: 10/06/2025 22:42:00
Última revisão: 10/06/2025 23:03:43

Mano... o que rolou, nem Freud explica.

Eu ainda tava com a piroca meia-bomba, grudada de gozo seco, quando escutei a porra da sirene. Viatura. Sirene curta, frenética. Ronda.

— Vai dar merda? — Jeff arregalou os olhos, o pau dele também balançando no ar, com areia até no joelho.

Carlos deu um pulo de mim como se tivesse sentado num braseiro aceso.

— Fodeu! — o desgraçado sussurrou, já catando o cinto e tentando enfiar a arma na cintura sem lambuzar de porra a farda que nem tava mais no corpo.

— Tu disse que era folga, porra! — berrei, abaixado no meio das samambaias, tentando achar minha cueca.

— Era folga, caralho! Mas esses filha da puta tão rodando aqui… que inferno! Deve ter sido aquela criança da pipa, porra! — Carlos cuspiu, se tremendo, tentando fechar o zíper com o pau ainda mole.

Jeff nem pensou. Pegou o chinelo, amarrou no tornozelo e saiu voado, pelado, pulando o muro como quem escapa da Papuda. Mas ainda virou e gritou:

— PAULÃO, TU É LOUCO, MAS TE AMO, VIADO!

Eu botei a mão no coração, travado, com a sirene parando bem ali, na frente de casa.

Toque, toque, toque.

Batida grossa na grade.

— Ô da casa! Polícia! Recebemos denúncia de orgia com menor!

Carlos ficou branco.

— Cês ouviram isso?

— Menor? — minha voz travou. — Jeff tem dezoito, caralho!

Carlos tremia.

— Eles não sabem. Se souberem que eu tava no meio disso, fudeu. Exonerado. Preso. Talvez morto. A corporação não passa pano pra PM pelado com novinho!

— Então vaza, porra! — empurrei ele. — Pula o muro igual o Jeff!

— Eu sou o Estado! — ele retrucou, cheio de orgulho, mas já procurando a rota de fuga. — Eu vou resolver isso. Fica calmo, Paulão. Se perguntarem, diz que tava sozinho. Fala que tava rezando pelado no quintal. Teve um surto místico. Sei lá, caralho!

Antes que eu dissesse qualquer coisa, ele já tinha sumido, rolando debaixo do varal que nem ninja gordo.

A batida aumentou.

— Última vez! Abre essa porra ou a gente arromba!

Respirei fundo, joguei a toalha por cima do pau e fui até o portão. Cara lavada.

Abri.

Dois PMs. Um velho de bigode e outro novinho, bombado, me olhando como quem já sabia o script.

— A denúncia foi de putaria com menor. Cadê o menor?

— Não tem menor aqui não, doutor. Tava rezando. Nus. Igual Adão. O Senhor mandou.

O velho olhou pro parceiro. O novinho riu, de canto de boca.

— Tá com cheiro de leite por aqui, hein...

Abri os braços. A toalha quase caiu do saco.

O velho coçou a cabeça.

— Se a gente voltar e tu tiver pelado de novo, vai preso por atentado ao pudor. Fechou?

Assenti.

Eles foram embora.

Naquela tarde quente, eu aprendi três verdades da vida:

1. Pau que nasce torto pode ser bom se entrar de ladinho.

2. PM também goza.

3. Nada pior do que amor e viatura misturados.

Três anos depois…

O tempo passou, mas meu cu ainda lembrava, porra.

Três anos não foram o bastante pra apagar o som daquela sirene maldita, nem o cheiro de porra com desinfetante que ficou impregnado no quintal aquele dia. Desde ali, nunca mais fui o mesmo.

O cabelo que antes era raspado pelo tio Carlos, na navalha quente e tremelicando, agora cresceu. Enchi o corpo de tatuagem — umas caveiras, uns escritos que nem sei o que significam, mas me davam moral na rua. Só que eu não fui pra vida errada não, quem rodou pra esse lado foi o Jeff. Eu segui um rumo improvável: virei enfermeiro, trampo fixo no Salgado Filho, salvando os outros enquanto lembrava que ninguém nunca salvou meu cu daquele dia.

Mas deixa eu te falar do Jeff.

Jeff virou lenda. Sumiu do mapa como cu em calçada de igreja. Ouvi boato que ele tava em São Gonçalo, depois disseram que virou michê de luxo em Angra. Outro veio com papo que viu ele comendo pastor no altar da igreja, só que pelado, segurando a bíblia com o pau. Nunca acreditei muito… até aquele dia.

Quinta-feira do caralho. Sol tava fritando o cimento. Eu tava na laje, camisa regata grudada de suor, cerveja no isopor do lado, só vendo a quebrada respirar. Quando escuto uma voz:

— E aí, paulada! Vai negar um beijo do passado?

Virei devagar. Bem devagar. Achei que era delírio, que o calor tinha me deixado doido.

Mas era ele.

Jeff.

Com o mesmo sorrisinho de safado que mete e sai andando. Só que agora mais cabuloso. Barba rala, tatuagem invadindo o pescoço, fuzil pendurado nas costas e aquele olhar de quem já matou e mamou na mesma noite.

— Tá vivo, filha da puta? — soltei, largando a lata na laje. — Pensei que tu tinha virado boqueteiro de miliciano!

— E tu? Virou miliciano, foi? Tá cheirando a hipocrisia e álcool 70.

Ficamos nos encarando. Aquele silêncio tenso, igual véspera de rebelião em presídio.

Aí, sem mais nem menos:

— Vem cá, caralho! — gritei, gargalhando. Me joguei no abraço. Suado, bruto, cheio de ódio enterrado embaixo da saudade.

Nos beijamos. Porra, que beijo. Era gosto de cerveja velha e promessa não cumprida. E cê acha que paramos no beijo?

— Tu tá mais gostoso, Paulão... agora sim tá com cara de ex-presidiário chupado de cavalo — ele falou.

— Tu ainda fala merda igual, Jeff… Mas tua pika ainda é minha.

— Vamos ver se tu ainda aguenta, viadão.

Aguentei. E sentei com vontade.

Ali mesmo, no meio da laje, entre antena parabólica e varal de cueca desbotada. Sexo bruto, selvagem, daquele que tem raiva e amor misturado. Eu chupava seu pau como se tivesse jejum de três anos, ele babava inteiro. Ele metia como se cada estocada fosse vingança pela fuga dele.

— Porra... — eu gemi, já de quatro, o cu tremendo. — Tu tá metendo com ódio acumulado, né?

— E tu tá gemendo igual alma penada no Cemitério São João Batista.

— Ahhhhhhhhhh, me faz de marmita de penitenciária, muleque!

Gozamos, caímos, acendi um cigarro amassado que achei dentro da caixa de primeiros socorros que uso no plantão. Mas a porra da paz nunca dura quando a pika é boa.

O rádio apitou.

“Atenção todas as viaturas, temos avistamento do 01 da Zona Norte em confronto com elementos na Rua Evaristo...”

Meu cu fechou.

— É o Carlos...

Jeff se levantou, pau ainda pendurado, meia bomba.

— Ele ainda tá na cola?

— Nunca largou. Desde aquele dia no quintal, ele virou demônio no meu encalço. E agora… é major.

— Major? Porra...

— Tem gente dizendo que ele jurou me matar. E tu também.

Jeff riu com desprezo.

— Matar? Ou comer?

— Os dois, porra. Mas ele quer primeiro a vingança… depois talvez o cu.

Aí veio o barulho.

Passo de bota batendo no chão, forte, marcado, como se o chão fosse dele.

— Paulão…

A voz entrou como agulha na espinha.

Carlos.

Porra, Carlos.

Veio caminhando igual vilão de novela, fardado, mais trincado ainda, ombro largo, cara fechada, com a porra do distintivo reluzindo. Ele me olhou como quem vai matar… ou comer.

— Sabia que ia te achar. Cedo ou tarde.

Fiquei em pé. Jeff também. O ar ficou denso, como se a laje fosse fechar em cima da gente.

— Não pensei que tu ia vir aqui sozinho, Carlos...

— Não vim. Tem viatura no quarteirão inteiro. Mas essa treta é entre a gente.

Carlos me olhou. Depois olhou pro meu pau. Tava suado, ainda meio duro, brilhando na luz do fim de tarde.

— Três anos e tu ainda mete como marginal de novela mexicana.

Jeff gargalhou.

— Tá com saudade, majorzão?

— Tô é com raiva. Mas raiva dá tesão.

Carlos arrancou a camisa da farda. Jogou no chão. Puxou a arma e apontou pra nos dois.

— Quero ver quem geme primeiro.

— Tu tá maluco, porra? Vai meter com a pistola na mão? — Jeff arregalou o olho.

— Cala a boca. Bota esse cu pra cima.

E eu obedeci.

Carlos veio com tudo. Metendo como se o mundo fosse acabar e o cu fosse a última salvação da humanidade. Jeff me colocou pra chupava enquanto dava soco na minha costelas. Era caos. Era fúria sexual. Era testosterona pingando das telhas.

— AHHHHHHHHHHH CARALHO! — gritei, sendo rasgado no meio. — ESSE CU É TEU, MAS ME TRATA COM RESPEITO, PORRA!

— TU É UM FILHO DA PUTA, PAULÃO! — Carlos urrava. — MAS TEU CU É PATRIMÔNIO NACIONAL!

Jeff já gemia que nem freira endemoniada, com a minha boca cheia de porra.

Meteram em mim como se eu fosse a pomba da paz. Era tapa, puxada de cabelo, mordida no mamilo, cuspida no cu e porra voando pra todo lado. A laje virou campo de guerra. Jeff gritando, eu berrando, Carlos grunhindo igual touro reprodutor.

Gozamos de novo. Triplo. Uma sinfonia de gemido, trepada e suor.

Caímos os três, corpo largado, pau mole e alma em paz. Por um segundo.

O rádio ainda falava:

— Todas as viaturas, suspeito foragido ainda em perímetro…

Carlos desligou com raiva.

— Eu devia prender vocês dois.

Com a cara ainda melada de gozo, olhei ele nos olhos:

— Mas vai prender o amor, tio?

Ele bufou.

— Vai se foder, Paulão…

Jeff, pelado, enrolando um baseado:

— Vai nada. Ele vai foder de novo.

Carlos suspirou. Olhou pro céu. E falou:

— Só mais uma vez. Depois eu volto pra patrulha.

Voltou mesmo.

Voltou pra dentro de mim, com vontade. E ainda fez o Jeff ficar chupando minhas tetas enquanto metia. Aquilo não era mais sexo. Era vício. Era religião. Era a porra da terceira guerra do cu declarada na Zona Norte.

E o mundo?

O mundo que se exploda.

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