1x09: Cicatrizes

Da série Desajustados
Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 2000 palavras
Data: 10/06/2025 20:24:26

Pedro era imponente, um ar de badboy realçado pelo boné virado para trás. Seus olhos azuis eram notáveis, contrastando com os cabelos achocolatados, longos e jogados para trás. Ele era, sem dúvida, chamativo.

Ricardo não estendeu a mão, deixando a de Pedro suspensa no ar.

— Fora da minha casa agora! — Ricardo rosnou.

André interveio, confuso. — Rick, o que é isso? Ele é meu amigo, não o trate assim.

— Esse cara é uma péssima companhia, não quero você andando com ele, entendeu? Agora fora da minha casa, seu miserável! — Ricardo deu passos à frente, aproximando-se de Pedro.

Pedro tentou se manter calmo. — Mas o que eu fiz? Por que está me tratando assim, cara?

André, ainda atônito, questionou: — Rick, você nunca foi disso. O que o Pedro fez de mal?

— Sai daqui! — Ricardo ordenou.

— Tudo bem, seu irmão não deve ter ido com a minha cara, entendo. Vou fazê-lo mudar de opinião. Mas por enquanto é melhor eu ir — Pedro disse, olhando fixamente nos olhos de Ricardo, que fervia de raiva. Ao passar, Pedro esbarrou com o ombro em Ricardo, que se virou para vê-lo deixar o quarto.

— Mas, mano, nunca vi você tratar ninguém desse jeito. O Pedro é um cara maneiro — André comentou.

— Quando foi que vocês se conheceram? — Ricardo perguntou, a voz ainda carregada.

— Conheci ele hoje. Ele me ajudou a consertar o meu videogame quebrado — André explicou.

— Você o conheceu hoje e o trouxe para dentro de casa? Cara, você tem doze anos e sabe que não se pode confiar em estranhos, e logo esse cara! Não quero você andando com ele ou conto para a mãe — Ricardo deixou André sem entender nada e entrou em seu quarto.

Ele escreveu no diário, pegou o celular e ligou para Tony.

— Oi — Ricardo disse.

— Oi, como você está? — Tony perguntou.

— Meio nervoso — Ricardo admitiu.

— O que houve? — Tony quis saber.

— O Pedro, agressor do Fernando, esteve aqui em casa, cara. Eu o mandei sair — Ricardo revelou.

— Não acredito! Então ele esteve aí? Acho que agora estamos mesmo envolvidos com a história de Fernando — Tony concluiu.

— É sim — Ricardo concordou.

— Posso passar aí? — Tony perguntou.

— Pode sim — Ricardo respondeu.

— Estou indo então — Tony disse.

— Tá, tchau — Ricardo encerrou a ligação e deitou na cama, pensativo.

Ouviu as vozes de sua mãe e Amanda, que acabavam de chegar do mercado, e resolveu descer.

— Rick, meu filho, eu e Amanda vamos à casa de sua tia Marli. Parece que teve um problema entre a filha e o marido dela, e ele está me pedindo para ir lá — Zélia explicou.

— Problema com Sâmara? — Ricardo perguntou.

— Só pode. Você vai querer ir? — Zélia questionou.

— Não, estou cansado — Ricardo respondeu.

— Eu quero ir, mãe! Nunca mais vi a tia — André se animou.

— Então vá se arrumando que já vamos — Zélia disse.

O garoto seguiu para o quarto para se arrumar.

Hospital

Fernando estava deitado em sua cama quando a enfermeira chegou.

— Oi, como você está? — perguntou a enfermeira.

— Estou me sentindo melhor, ainda bem — Fernando respondeu.

— Trago boas notícias — a enfermeira sorriu.

— Sério? Estou mesmo precisando de boas notícias — Fernando disse, esperançoso.

— Você já pode receber alta — a enfermeira anunciou.

— Ai, que notícia ótima mesmo! — Fernando exclamou.

— Mas vai ter que ficar de repouso ainda em sua casa por uns dias — a enfermeira avisou.

— Eu sei... mas o que importa é que vou poder descansar na minha casa, no meu quarto — Fernando comemorou.

— É sim. E há um amigo seu que veio te visitar, quer que ele entre? — a enfermeira perguntou.

— Quem é? — Fernando questionou.

— É um tal de Theo, eu acho — ela disse.

— Claro! Ele é meu melhor amigo, pode deixá-lo entrar sim — Fernando autorizou.

A enfermeira saiu do quarto, deixando Fernando à espera de seu melhor amigo, Theo.

Residência da Família Brathos

A casa já estava arrumada da festa, mas os pais de Léo haviam descoberto a celebração que o filho dera. Eles tinham acabado de chegar de viagem. O pai, Marcos, era um empresário. Sua mãe, Julia, era aeromoça. Ambos trabalhavam muito fora.

— Léo, já te falei mil vezes sobre essas festas aqui na minha casa! — Marcos esbravejou.

— Ah, pai, umas festas de vez ou outra não faz mal — Léo retrucou.

— Se você ainda fosse igual ao seu irmão, estudasse, não estaria assim — Julia criticou.

— Vocês só sabem me comparar a ele, nunca olham para mim, para as minhas qualidades — Léo disse, a voz embargada.

— Que qualidade? Ter dezenove anos e estar no terceiro ano? Ser festeiro? Irresponsável? Vagabundo? — Marcos questionou, furioso.

Os olhos de Léo se encheram de lágrimas e raiva, e ele acabou cometendo algo que nunca fizera na vida: deu um soco no rosto do pai. Um silêncio pesado se formou. Marcos, voltando a si, não fez nada e retirou-se do local.

— Vá para o seu quarto! — Julia ordenou.

Percebendo o que fizera, Léo se assustou. — Eu... eu não queria...

— Vá... para... o... seu... quarto — Julia repetiu, a voz fria.

Léo subiu para o quarto e trancou a porta.

Residência da Família Matarazzo

Zélia, Amanda e André já estavam saindo de casa para ir à casa da irmã de Zélia. Ricardo ficou sozinho. Ligou a TV e ficou assistindo. Passado um tempo, alguém bateu na porta.

— Já vai! — Ricardo gritou.

Ao abrir, era Tony. Ele vestia bermuda e camiseta, que realçavam seu corpo bem definido. Ricardo abriu um enorme sorriso, que foi correspondido por Tony ao entrar. Ricardo fechou a porta.

— Então, oi — Tony disse, um pouco sem jeito.

— Oi — Ricardo respondeu, a voz suave.

— Então, o maluco doente do Pedro esteve aqui — Tony comentou.

— Sim, ainda se apresentou para mim. Me deu uma raiva dele, o mandei sair da minha casa — Ricardo confirmou.

— Fez bem, não podemos confiar nele aqui — Tony concordou.

— Ele ainda estava no meu quarto — Ricardo acrescentou.

— Sério? E não tinha nada lá, não? — Tony perguntou.

— Tinha meu diário, mas eu deixo bem escondido — Ricardo revelou.

— Você escreve em um diário? — Tony quis saber, surpreso.

— Rsrs, sim — Ricardo riu.

Ambos estavam sentados no sofá. Tony tirou algo do bolso.

— Toma, trouxe para você — ele disse, estendendo uma Serenata de Amor.

— Nosso, meu chocolate preferido, amor! Como você acertou? — Ricardo perguntou, os olhos brilhando.

Tony riu, e Ricardo o olhou, seus olhos se encontrando em um momento de pura conexão. Tony segurou as mãos de Ricardo e o guiou para o quarto. Lá, os beijos recomeçaram, Tony tomando a iniciativa com uma intensidade ardente. O beijo era profundo, suas mãos deslizavam pelos corpos um do outro, cheias de paixão e desejo.

Hospital

Fernando ouviu os passos da enfermeira e de Theo se aproximando. Ele se sentou, um sorriso no rosto, pronto para receber o amigo. A enfermeira deixou o garoto na porta do quarto, que se abriu e revelou...

— Olá, Nando, estava com saudades de você — a voz disse.

— Você é o Pedro! Cadê o Theo? — Fernando exclamou, chocado.

— Acho que deve estar na casa dele. Vim fazer uma visita ao meu amor — Pedro respondeu, com um sorriso distorcido.

— Eu não quero você aqui! Eu te odeio, Pedro, eu te odeio! — Fernando gritou, seu rosto contorcido de repulsa.

— Acho que você me ama, bebê — Pedro murmurou, aproximando-se da cama de Fernando e tocando seu rosto. Ele aproximou a boca e deu um beijo, que Fernando retribuiu à força, mas em seguida o mordeu.

— Ai, amor! A saudade está tanta assim, é? A ponto de querer me comer vivo? Rsrsrs — Pedro riu, sem se abalar.

— Seu idiota! O dia que vou te beijar com vontade vai ser nunca! — Fernando retrucou, a voz cheia de ódio.

— Vai beijar sim. Deixa só você voltar para o nosso ninho de amor — Pedro provocou.

— Você está me dando nojo! O amor que eu sentia por você era pura fantasia, era só para amenizar minha dor — Fernando confessou.

— Sabe, hoje fiz uma visitinha ao seu amigo Ricardo. Me tratou mal, me pôs para fora da casa dele — Pedro contou.

— Deixe ele em paz, ouviu? Sua história é comigo! — Fernando exigiu.

— Ainda bem que você sabe. Se ele se meter na história, vai pagar, e você sabe disso. Agora me beije — Pedro se debruçou sobre Fernando e o beijou novamente.

Residência da Família Amparo.

O carro deixou Zélia e seus filhos na porta da casa de Marli. Eles viram um alvoroço: várias pessoas aglomeradas em volta de uma garota loira de cabelos longos e corpo esguio, apesar da baixa estatura. Da casa de dois andares, no andar de cima, um homem corpulento, de pele escura, estava jogando roupas pela janela.

— Ladra! Não quero mais você nessa casa! Até sua mãe me apoia! Saia daqui, sua ladrona! — gritava o homem.

Dona Zélia correu em direção a Sâmara, que chorava, a abraçou e gritou: — Mas o que está acontecendo aqui?!

Residência dos Matarazzo.

Ricardo e Tony ainda se beijavam loucamente, a paixão crescendo a cada toque. Aos poucos, Ricardo tirou a camisa de Tony, revelando um corpo que, embora não fosse musculoso, era incrivelmente sexy, com poucos pelos. A mão de Ricardo percorria o corpo do amado lentamente, uma descoberta cheia de desejo. Era a primeira vez que sentia um homem colado ao seu corpo, e a sensação era inebriante. Tony também retirou a camisa de Ricardo, e o deitou na cama.

— Você quer? — Tony sussurrou, a voz rouca de desejo.

— Sim, sim, quero! — Ricardo respondeu, mal contendo a ansiedade.

Continuaram a se beijar, a boca de Tony descendo pelo pescoço de Ricardo, provocando arrepios e um prazer intenso. Sua língua traçou um caminho lento e delicioso pelo corpo de Ricardo, parando no peito e na barriga. Desceu ainda mais, retirou a bermuda de Ricardo. O membro de Ricardo estava duro como pedra, assim como o de Tony. Ao retirar a cueca, revelou-se um pênis de aproximadamente vinte centímetros, não muito grosso, mas impressionante. Tony começou a chupá-lo com fervor, deixando Ricardo completamente louco de tesão. Ele sentia a boca quente e macia de Tony babando seu pênis, que vibrava de puro prazer. Por uns dez minutos, Tony se dedicou a levar Ricardo ao êxtase.

— Nossa, quanto tempo eu perdi — Ricardo murmurou, a voz quase um gemido.

— Rsrs — Tony riu, satisfeito.

Ricardo puxou Tony para perto, o beijou e inverteu a posição. Retirou a bermuda de Tony. Ao contrário do seu, o membro de Tony era mais grosso que comprido, com cerca de dezesseis e meio centímetros. Ricardo decidiu colocar em prática o que acabara de aprender, chupando o pênis de Tony loucamente, com uma sede enorme, chupava e chupava até se engasgar com o prazer.

Tony o levantou e tirou todas as roupas de ambos. Nus, peles se roçando, eles se beijavam, os membros excitados colados um ao outro, cheios de excitação.

— É minha primeira vez — Ricardo sussurrou, a respiração ofegante. — Quero sem camisinha, quero senti-lo.

— Você que manda — Tony respondeu, a voz carregada de desejo.

Tony posicionou Ricardo de bruços. Molhou seu próprio membro e a entrada de Ricardo com saliva, forçando a entrada devagar. Ricardo sentiu uma dor inicial, que logo se transformou em prazer. Em pouco tempo, Tony estava completamente dentro dele, debruçado sobre Ricardo, que o desejava mais e mais. Ricardo abraçava Tony fortemente, as respirações ofegantes dos dois aumentavam ainda mais o tesão. O suor começou a escorrer de ambos. Ricardo gemia forte e, sem sequer tocar em seu pênis, gozou, fazendo Tony gozar dentro dele também. Ficaram ali grudados e se beijando, o suor e o calor humano entre os dois homens se misturando. Ricardo se sentia completo, era muito melhor do que com as garotas. Naquele momento, ele viu o que realmente gostava.

Os dois seguiram para o banheiro. Um banhava o outro, os beijos se intercalando em longos intervalos.

— Te amo, Tony — Ricardo sussurrou, a voz embargada pela emoção.

— Também te amo — Tony respondeu.

Enquanto Ricardo o ensaboava, percebeu algo estranho nas costas de Tony: várias marcas, cicatrizes.

— Tony, que cicatrizes são essas em suas costas? — Ricardo perguntou, o sorriso se desfazendo.

Ficaram se encarando, e Ricardo viu o medo estampar o rosto de Tony.

Continua...

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