Pedro era imponente, um ar de badboy realçado pelo boné virado para trás. Seus olhos azuis eram notáveis, contrastando com os cabelos achocolatados, longos e jogados para trás. Ele era, sem dúvida, chamativo.
Ricardo não estendeu a mão, deixando a de Pedro suspensa no ar.
— Fora da minha casa agora! — Ricardo rosnou.
André interveio, confuso. — Rick, o que é isso? Ele é meu amigo, não o trate assim.
— Esse cara é uma péssima companhia, não quero você andando com ele, entendeu? Agora fora da minha casa, seu miserável! — Ricardo deu passos à frente, aproximando-se de Pedro.
Pedro tentou se manter calmo. — Mas o que eu fiz? Por que está me tratando assim, cara?
André, ainda atônito, questionou: — Rick, você nunca foi disso. O que o Pedro fez de mal?
— Sai daqui! — Ricardo ordenou.
— Tudo bem, seu irmão não deve ter ido com a minha cara, entendo. Vou fazê-lo mudar de opinião. Mas por enquanto é melhor eu ir — Pedro disse, olhando fixamente nos olhos de Ricardo, que fervia de raiva. Ao passar, Pedro esbarrou com o ombro em Ricardo, que se virou para vê-lo deixar o quarto.
— Mas, mano, nunca vi você tratar ninguém desse jeito. O Pedro é um cara maneiro — André comentou.
— Quando foi que vocês se conheceram? — Ricardo perguntou, a voz ainda carregada.
— Conheci ele hoje. Ele me ajudou a consertar o meu videogame quebrado — André explicou.
— Você o conheceu hoje e o trouxe para dentro de casa? Cara, você tem doze anos e sabe que não se pode confiar em estranhos, e logo esse cara! Não quero você andando com ele ou conto para a mãe — Ricardo deixou André sem entender nada e entrou em seu quarto.
Ele escreveu no diário, pegou o celular e ligou para Tony.
— Oi — Ricardo disse.
— Oi, como você está? — Tony perguntou.
— Meio nervoso — Ricardo admitiu.
— O que houve? — Tony quis saber.
— O Pedro, agressor do Fernando, esteve aqui em casa, cara. Eu o mandei sair — Ricardo revelou.
— Não acredito! Então ele esteve aí? Acho que agora estamos mesmo envolvidos com a história de Fernando — Tony concluiu.
— É sim — Ricardo concordou.
— Posso passar aí? — Tony perguntou.
— Pode sim — Ricardo respondeu.
— Estou indo então — Tony disse.
— Tá, tchau — Ricardo encerrou a ligação e deitou na cama, pensativo.
Ouviu as vozes de sua mãe e Amanda, que acabavam de chegar do mercado, e resolveu descer.
— Rick, meu filho, eu e Amanda vamos à casa de sua tia Marli. Parece que teve um problema entre a filha e o marido dela, e ele está me pedindo para ir lá — Zélia explicou.
— Problema com Sâmara? — Ricardo perguntou.
— Só pode. Você vai querer ir? — Zélia questionou.
— Não, estou cansado — Ricardo respondeu.
— Eu quero ir, mãe! Nunca mais vi a tia — André se animou.
— Então vá se arrumando que já vamos — Zélia disse.
O garoto seguiu para o quarto para se arrumar.
Hospital
Fernando estava deitado em sua cama quando a enfermeira chegou.
— Oi, como você está? — perguntou a enfermeira.
— Estou me sentindo melhor, ainda bem — Fernando respondeu.
— Trago boas notícias — a enfermeira sorriu.
— Sério? Estou mesmo precisando de boas notícias — Fernando disse, esperançoso.
— Você já pode receber alta — a enfermeira anunciou.
— Ai, que notícia ótima mesmo! — Fernando exclamou.
— Mas vai ter que ficar de repouso ainda em sua casa por uns dias — a enfermeira avisou.
— Eu sei... mas o que importa é que vou poder descansar na minha casa, no meu quarto — Fernando comemorou.
— É sim. E há um amigo seu que veio te visitar, quer que ele entre? — a enfermeira perguntou.
— Quem é? — Fernando questionou.
— É um tal de Theo, eu acho — ela disse.
— Claro! Ele é meu melhor amigo, pode deixá-lo entrar sim — Fernando autorizou.
A enfermeira saiu do quarto, deixando Fernando à espera de seu melhor amigo, Theo.
Residência da Família Brathos
A casa já estava arrumada da festa, mas os pais de Léo haviam descoberto a celebração que o filho dera. Eles tinham acabado de chegar de viagem. O pai, Marcos, era um empresário. Sua mãe, Julia, era aeromoça. Ambos trabalhavam muito fora.
— Léo, já te falei mil vezes sobre essas festas aqui na minha casa! — Marcos esbravejou.
— Ah, pai, umas festas de vez ou outra não faz mal — Léo retrucou.
— Se você ainda fosse igual ao seu irmão, estudasse, não estaria assim — Julia criticou.
— Vocês só sabem me comparar a ele, nunca olham para mim, para as minhas qualidades — Léo disse, a voz embargada.
— Que qualidade? Ter dezenove anos e estar no terceiro ano? Ser festeiro? Irresponsável? Vagabundo? — Marcos questionou, furioso.
Os olhos de Léo se encheram de lágrimas e raiva, e ele acabou cometendo algo que nunca fizera na vida: deu um soco no rosto do pai. Um silêncio pesado se formou. Marcos, voltando a si, não fez nada e retirou-se do local.
— Vá para o seu quarto! — Julia ordenou.
Percebendo o que fizera, Léo se assustou. — Eu... eu não queria...
— Vá... para... o... seu... quarto — Julia repetiu, a voz fria.
Léo subiu para o quarto e trancou a porta.
Residência da Família Matarazzo
Zélia, Amanda e André já estavam saindo de casa para ir à casa da irmã de Zélia. Ricardo ficou sozinho. Ligou a TV e ficou assistindo. Passado um tempo, alguém bateu na porta.
— Já vai! — Ricardo gritou.
Ao abrir, era Tony. Ele vestia bermuda e camiseta, que realçavam seu corpo bem definido. Ricardo abriu um enorme sorriso, que foi correspondido por Tony ao entrar. Ricardo fechou a porta.
— Então, oi — Tony disse, um pouco sem jeito.
— Oi — Ricardo respondeu, a voz suave.
— Então, o maluco doente do Pedro esteve aqui — Tony comentou.
— Sim, ainda se apresentou para mim. Me deu uma raiva dele, o mandei sair da minha casa — Ricardo confirmou.
— Fez bem, não podemos confiar nele aqui — Tony concordou.
— Ele ainda estava no meu quarto — Ricardo acrescentou.
— Sério? E não tinha nada lá, não? — Tony perguntou.
— Tinha meu diário, mas eu deixo bem escondido — Ricardo revelou.
— Você escreve em um diário? — Tony quis saber, surpreso.
— Rsrs, sim — Ricardo riu.
Ambos estavam sentados no sofá. Tony tirou algo do bolso.
— Toma, trouxe para você — ele disse, estendendo uma Serenata de Amor.
— Nosso, meu chocolate preferido, amor! Como você acertou? — Ricardo perguntou, os olhos brilhando.
Tony riu, e Ricardo o olhou, seus olhos se encontrando em um momento de pura conexão. Tony segurou as mãos de Ricardo e o guiou para o quarto. Lá, os beijos recomeçaram, Tony tomando a iniciativa com uma intensidade ardente. O beijo era profundo, suas mãos deslizavam pelos corpos um do outro, cheias de paixão e desejo.
Hospital
Fernando ouviu os passos da enfermeira e de Theo se aproximando. Ele se sentou, um sorriso no rosto, pronto para receber o amigo. A enfermeira deixou o garoto na porta do quarto, que se abriu e revelou...
— Olá, Nando, estava com saudades de você — a voz disse.
— Você é o Pedro! Cadê o Theo? — Fernando exclamou, chocado.
— Acho que deve estar na casa dele. Vim fazer uma visita ao meu amor — Pedro respondeu, com um sorriso distorcido.
— Eu não quero você aqui! Eu te odeio, Pedro, eu te odeio! — Fernando gritou, seu rosto contorcido de repulsa.
— Acho que você me ama, bebê — Pedro murmurou, aproximando-se da cama de Fernando e tocando seu rosto. Ele aproximou a boca e deu um beijo, que Fernando retribuiu à força, mas em seguida o mordeu.
— Ai, amor! A saudade está tanta assim, é? A ponto de querer me comer vivo? Rsrsrs — Pedro riu, sem se abalar.
— Seu idiota! O dia que vou te beijar com vontade vai ser nunca! — Fernando retrucou, a voz cheia de ódio.
— Vai beijar sim. Deixa só você voltar para o nosso ninho de amor — Pedro provocou.
— Você está me dando nojo! O amor que eu sentia por você era pura fantasia, era só para amenizar minha dor — Fernando confessou.
— Sabe, hoje fiz uma visitinha ao seu amigo Ricardo. Me tratou mal, me pôs para fora da casa dele — Pedro contou.
— Deixe ele em paz, ouviu? Sua história é comigo! — Fernando exigiu.
— Ainda bem que você sabe. Se ele se meter na história, vai pagar, e você sabe disso. Agora me beije — Pedro se debruçou sobre Fernando e o beijou novamente.
Residência da Família Amparo.
O carro deixou Zélia e seus filhos na porta da casa de Marli. Eles viram um alvoroço: várias pessoas aglomeradas em volta de uma garota loira de cabelos longos e corpo esguio, apesar da baixa estatura. Da casa de dois andares, no andar de cima, um homem corpulento, de pele escura, estava jogando roupas pela janela.
— Ladra! Não quero mais você nessa casa! Até sua mãe me apoia! Saia daqui, sua ladrona! — gritava o homem.
Dona Zélia correu em direção a Sâmara, que chorava, a abraçou e gritou: — Mas o que está acontecendo aqui?!
Residência dos Matarazzo.
Ricardo e Tony ainda se beijavam loucamente, a paixão crescendo a cada toque. Aos poucos, Ricardo tirou a camisa de Tony, revelando um corpo que, embora não fosse musculoso, era incrivelmente sexy, com poucos pelos. A mão de Ricardo percorria o corpo do amado lentamente, uma descoberta cheia de desejo. Era a primeira vez que sentia um homem colado ao seu corpo, e a sensação era inebriante. Tony também retirou a camisa de Ricardo, e o deitou na cama.
— Você quer? — Tony sussurrou, a voz rouca de desejo.
— Sim, sim, quero! — Ricardo respondeu, mal contendo a ansiedade.
Continuaram a se beijar, a boca de Tony descendo pelo pescoço de Ricardo, provocando arrepios e um prazer intenso. Sua língua traçou um caminho lento e delicioso pelo corpo de Ricardo, parando no peito e na barriga. Desceu ainda mais, retirou a bermuda de Ricardo. O membro de Ricardo estava duro como pedra, assim como o de Tony. Ao retirar a cueca, revelou-se um pênis de aproximadamente vinte centímetros, não muito grosso, mas impressionante. Tony começou a chupá-lo com fervor, deixando Ricardo completamente louco de tesão. Ele sentia a boca quente e macia de Tony babando seu pênis, que vibrava de puro prazer. Por uns dez minutos, Tony se dedicou a levar Ricardo ao êxtase.
— Nossa, quanto tempo eu perdi — Ricardo murmurou, a voz quase um gemido.
— Rsrs — Tony riu, satisfeito.
Ricardo puxou Tony para perto, o beijou e inverteu a posição. Retirou a bermuda de Tony. Ao contrário do seu, o membro de Tony era mais grosso que comprido, com cerca de dezesseis e meio centímetros. Ricardo decidiu colocar em prática o que acabara de aprender, chupando o pênis de Tony loucamente, com uma sede enorme, chupava e chupava até se engasgar com o prazer.
Tony o levantou e tirou todas as roupas de ambos. Nus, peles se roçando, eles se beijavam, os membros excitados colados um ao outro, cheios de excitação.
— É minha primeira vez — Ricardo sussurrou, a respiração ofegante. — Quero sem camisinha, quero senti-lo.
— Você que manda — Tony respondeu, a voz carregada de desejo.
Tony posicionou Ricardo de bruços. Molhou seu próprio membro e a entrada de Ricardo com saliva, forçando a entrada devagar. Ricardo sentiu uma dor inicial, que logo se transformou em prazer. Em pouco tempo, Tony estava completamente dentro dele, debruçado sobre Ricardo, que o desejava mais e mais. Ricardo abraçava Tony fortemente, as respirações ofegantes dos dois aumentavam ainda mais o tesão. O suor começou a escorrer de ambos. Ricardo gemia forte e, sem sequer tocar em seu pênis, gozou, fazendo Tony gozar dentro dele também. Ficaram ali grudados e se beijando, o suor e o calor humano entre os dois homens se misturando. Ricardo se sentia completo, era muito melhor do que com as garotas. Naquele momento, ele viu o que realmente gostava.
Os dois seguiram para o banheiro. Um banhava o outro, os beijos se intercalando em longos intervalos.
— Te amo, Tony — Ricardo sussurrou, a voz embargada pela emoção.
— Também te amo — Tony respondeu.
Enquanto Ricardo o ensaboava, percebeu algo estranho nas costas de Tony: várias marcas, cicatrizes.
— Tony, que cicatrizes são essas em suas costas? — Ricardo perguntou, o sorriso se desfazendo.
Ficaram se encarando, e Ricardo viu o medo estampar o rosto de Tony.
Continua...