Do nosso jeito

Um conto erótico de Samuel (Por Mark da Nanda)
Categoria: Heterossexual
Contém 9965 palavras
Data: 10/06/2025 19:11:23

Baseado no conto "Perdi minha namorada no swing", publicado aqui no CDC empor Eueu. Não consegui contata-lo, mas caso o autor não concorde com esta adaptação, basta me comunicar que excluo este.

Meu nome é Samuel, Samuca para os amigos de infância. Tenho 29 anos, e o que deveria ser uma aventura sensual com minha namorada, Valéria, de 26 anos, virou uma noite que despedaçou nossa relação.

Valéria, ou simplesmente Val para mim, é uma mulher lindíssima que sempre me fascinou: baixinha, pele branca como leite, cabelos tingidos de um ruivo ardente que caem em ondas suaves, uma bunda voluptuosa que rouba olhares e seios médios com mamilos rosados, exalando uma sensualidade única, sem o verniz artificial de academias. Namorávamos há três anos, com uma confiança que eu julgava inabalável. Bem, pelo menos, até aquela fatídica noite....

Tudo começou numa noite despretensiosa, numa conversa íntima, regada a vinho, tira-gostos e insinuações mútuas, onde, já na segunda garrafa, acabamos confessando nossos desejos mais secretos. Entre risos nervosos, descobrimos que ambos tínhamos curiosidade pelo universo do swing. Apesar de tudo, ambos éramos muito tímidos para participar, mas não para observar, sentir o pulsar proibido de outros casais. Decidimos visitar um clube de swing numa cidade não muito próxima e para isso estabelecemos regras claras: seríamos apenas voyeurs e qualquer passo além disso exigiria consentimento mútuo. Queríamos mais do que simplesmente proteger nosso amor, queríamos evitar mágoas, por menores que fossem. Marcamos para uma quarta-feira, imaginando que, por ser no meio da semana, estaria menos movimentado, facilitando a nossa estreia. Ledo engano...

Chegamos ao clube por volta das dez da noite, o coração acelerado por uma mistura de excitação, ansiedade e porque não dizer medo. O lugar era um antro de luxúria disfarçado de sofisticação: luzes neon roxas e vermelhas pareciam dançar nas paredes em formas que invocavam as nuances femininas. A música eletrônica pulsava em um ritmo quase hipnótico e o bar estava lotado de casais e alguns solteiros que se moviam com uma confiança predatória.

Valéria usava um vestido vermelho colado ao corpo, que marcava suas curvas generosas, o decote revelando o contorno de seus seios. Eu sentia os olhares famintos sobre ela, afinal, ela era carne nova no pedaço e isso estranhamente me excitava, tanto quanto me inquietava. Sentamo-nos numa mesa próxima ao bar e pedi dois Mojitos para acalmar os nervos. Nossas mãos viviam entrelaçadas, suando de antecipação de algo que nem mesmo nós ainda sabíamos o que:

- Você está nervosa, né, Val? - Perguntei, tentando soar casual.

- Um pouco... - Ela respondeu, olhando ao redor, com um sorriso tímido nos lábios: - Mas sabe que estou louquinha de curiosidade de ver como funciona isso aí, você não?

- Claro que sim, mas vamos no nosso ritmo, ok? - Reforcei, buscando tranquilizá-la e ganhando um sorriso, seguido de um beijo que transmitia conforto.

Entretanto, notei também uma faísca em seus olhos que eu não consegui decifrar exatamente naquele momento. Talvez fosse coisa da minha cabeça, talvez não...

O local estava, a princípio, bastante vazio, mas logo foi se enchendo. Já passava das onze e estava lotado, bem diferente do que esperávamos. Ali, enquanto bebíamos, um casal se aproximou. Ele era um homem na casa dos trinta e poucos anos, alto, com cabelo curto e barba bem aparada, vestindo uma camisa preta que marcava o peito definido. Ela era uma morena pouco mais alta que a Valéria, curvilínea, com cabelos cacheados e um vestido verde que deixava pouco para a imaginação. Eles se apresentaram como Rafael e Camila:

- Primeira vez de vocês? - Perguntou Camila, com um sorriso acolhedor, mas com um toque de malícia.

- É... - Respondeu Valéria, inclinando-se para frente, o decote atraindo o olhar de Rafael: - Só viemos para… sentir o clima.

- Entendemos perfeitamente! - Disse Rafael, com uma voz grave, enquanto apertava a minha mãos, porém com os olhos fixos em Valéria: - É sempre assim na primeira vez. Mas, olha, se quiserem companhia para algo mais, estamos por aqui, ouviram?

Valéria sorriu, brincando com a borda do copo:

- Quem sabe? Por enquanto, só queremos observar mesmo. - Ela disse, mas o tom já não tão certo, até um pouco provocador demais para o meu gosto, quase desafiador.

Senti uma pontada de ciúmes, lógico! Mas também um calor subindo por todo o meu corpo. Rafael e Camila, talvez sentido uma possibilidade, se sentaram ao nosso lado. A conversa com eles acabou fluindo com uma facilidade desconcertante. Eles contaram que frequentavam o clube há dois anos porque adoravam a liberdade do ambiente. Camila tocou no braço de Valéria, brincando com uma pulseira que a minha namorada usada, mas logo alisando-o, fazendo seus pelinhos se arrepiarem. Ela falava de um jeito calmo, mas sedutor, carregado de intenção:

- Vocês formam um casal lindo, sabia? - Disse Camila, olhando para mim, mas com a mão ainda no braço de Valéria: - Se mudarem de ideia sobre só observar, seria um prazer mostrar para você como realmente as coisas funcionam por aqui.

Valéria riu de um jeito meio nervoso, jogando o cabelo para trás:

- A gente vai pensar, né, amor? Mas não prometo nada, Camila. - Valéria me olhou com um brilho nos olhos que misturava inocência e provocação.

Antes que eu ou qualquer outro pudesse falar algo, um solteiro se aproximou. Era jovem na casa dos vinte e poucos anos, negro, alto, com um corpo atlético esculpido em academia e um sorriso confiante. Apresentou-se como Thiago:

- Desculpa me meter, casal, mas não pude deixar de notar você. - Disse, olhando diretamente para Valéria e praticamente me ignorando: - Se quiser dançar, ou só conversar, tô à disposição.

Valéria, inesperadamente, olhou-o de cima a baixo, avaliando-o mesmo, descaradamente. Depois, sorriu quando sua visão parecia estar na frente de sua calça e disse:

- Valeu, Thiago, mas hoje eu e meu namorado só viemos conhecer a casa, tá? - O tom era mais convidativo do que deveria.

Thiago sorriu, mas sem se intimidar, insistiu:

- Entendo. Mas dançar ou conversar não tira pedaço e é até bom para a gente se conhecer melhor. Sabe como é, quebrar o gelo, né? - Ele piscou e antes de se afastar, deixou um cartão com seu número, beijou a mão da Valéria e disse: - Se quiser um extra na brincadeira, é só chamar.

Assim que ele saiu, inconformado, falei para todos os presentes:

- Que cara mais atrevido!...

Todos deram uma risada do meu comentário e a própria Valéria falou:

- Relaxa, amor, é só uma paquera. Faz parte da brincadeira, né? - Disse Valéria, mas havia algo em sua voz, um prazer sutil em saber que estava sendo desejada.

A conversa com Rafael e Camila continuou, mas a energia no ar mudava. Outros casais e solteiros passavam, alguns lançando olhares, outros tentando iniciar conversas. Um casal de meia idade se aproximou, cumprimentando ao Rafael e Camila. Depois, elogiaram a “energia jovem” do casal de novatos. Valéria ria, respondia com charme, e eu sentia o ambiente nos envolver, como se estivéssemos sendo puxados para um jogo que não controlávamos.

À meia-noite, após dois shows com strippers profissionais, um feminino protagonizado por uma loira lindíssima, perfeita em todos os detalhes, e um masculino que me deixou tenso, afinal, o cara tinha um pau que eu pensava só existir em filmes pornôs, os quartos foram liberados.

Vimos casais subindo as escadas em direção à área privativa, alguns com olhares conspiratórios, outros já se tocando nos corredores, além de solteiros que seguiam tentando interagir com eles. Decidimos explorar, mas não sem antes Valéria trocar olhares com Thiago, que agora estava do outro lado do bar, conversando com um conhecido, mas ainda assim, brindando o seu interesse com o copo:

- Ele não desiste, né? - Comentei, tentando soar leve.

- Deixa ele sonhar, amor. Afinal, quando um não quer, dois não fazem, né? - Respondeu Valéria, mas com um meio sorriso e um olhar de soslaio na direção dele que me deixou inquieto.

Subimos as escadas de mãos dadas. Quanto mais nos aproximávamos, mais o som abafado de gemidos e risadas aumentava, guiando-nos pelos corredores intencionalmente mal iluminados. As portas entreabertas revelavam cenas que aceleravam o pulso: corpos entrelaçados, gemidos altos, o cheiro de sexo misturado a perfumes caros, outros nem tanto. Entramos num quarto coletivo com uma imensa cama redonda, gigantesca mesmo, onde uma suruba com vários casais, parecendo uma imagem de Sodoma se desenrolava.

Quando dois homens imensos e nus se aproximaram, querendo se apresentar, decidi que seria melhor partirmos para algo mais discreto. Agradecemos o interesse, mas saímos. Entramos então num quarto coletivo menor, com uma cama “king size” coberta por lençóis pretos e dois sofás laterais de material sintético laterais de cada lado. Um casal já estava lá, em plena ação. Ele era um moreno na casa dos quarenta anos, alto, com um corpo forte mas sem exageros de academia, o peito coberto por pelos escuros; ela, uma loira esguia talvez um pouco mais nova que ele, com longos cabelos lisos até a cintura, vestindo uma lingerie preta de renda que mal cobria sua buceta, já que seus seios pequenos e firmes já estavam aparentes. Apresentaram-se como Márcio e Vanessa, esta já falando:

- Podem ficar, queridos. - Disse, com uma voz aveludada que parecia um pouco forçada para mim, enquanto Márcio seguia lambendo seu pescoço e apertando seus seios: - Somos meio exibicionistas. Gostamos de olhares.

Sentamo-nos num dos sofás laterais e eles continuaram. Márcio arrancou de vez a lingerie de Vanessa, fazendo questão de girá-la a sua frente, mas exibindo-a sem medo algum para nós. Depois, começou a chupar seus seios, enquanto apertava sua bunda, fazendo ela gemer baixinho, além de arranhar sua nuca, numa cena bastante sensual. Logo, ela ficou de joelhos e passou a chupar o pau dele, diga-se de passagem um membro bastante impressionante, longo e grosso, com veias salientes que pulsavam a cada movimento de sua boca. Valéria apertou minha mão com força. Eu quase podia sentir o calor emanando do seu corpo. Meu pau já estava duro há tempos, a tensão e o tesão eram quase insuportáveis:

- Tá gostando, Val? - Sussurrei em seu ouvido, a voz rouca de tesão.

- Nossa! Muito... - Ela respondeu, os olhos fixos na cena, os lábios entreabertos, a respiração acelerada.

O clima no quarto era elétrico. Valéria se virou para mim, seus olhos brilhando com desejo, e me beijou com uma urgência que me pegou desprevenido. Suas mãos abriram meu cinto, descendo minha calça com pressa. Antes que eu percebesse, ela já estava de joelhos e chupando o meu pau, sua língua dançando em círculos, os gemidos abafados vibrando contra minha pele. Inadvertidamente, olhei para o lado e vi que havia pessoas na porta, sombras que nos observavam, e isso só intensificava tudo. Meu pau, grosso e pulsante, parecia pequeno comparado ao de Márcio, mas Valéria o engolia com uma fome que me deixava zonzo:

- Amor, me fode? - Pediu ela, quase implorando, deitando-se na cama e puxando o vestido para exibir uma micro calcinha de renda transparente, abrindo as pernas com uma ousadia que eu nunca tinha visto.

Tirei seu vestido e a pequena calcinha, revelando seu corpo nu para o casal de exibicionistas. Sua pele branca contrastava com o vermelho dos seus cabelos. Nem tive tempo de chupar sua buceta, pois ela me puxou para si, numa urgência assustadora. Entrei nela lentamente, sentindo sua buceta quente e molhada me envolver, apertando, sugando, clamando... Comecei um papai e mamãe, minhas estocadas ganhando ritmo enquanto ela gemia alto e cravava suas unhas em minhas costas. Márcio e Vanessa pararam para nos assistir, e percebi que Valéria começou a gozar, seus gritos ecoando, atraindo mais olhares e interesses. Notei que havia homens na porta, se masturbando, seus paus duros apontados em nossa direção, mas respeitando o espaço do nosso quarto.

Vanessa se aproximou sem que eu notasse, sentando-se na cama ao nosso lado. Ela assistia a tudo com um interesse genuíno, mas logo perguntou, demonstrando sua verdadeira intenção:

- Podemos participar? - Um sorriso brotou em seus lábios que era ao mesmo tempo gentil e predatório.

Olhei para Valéria, deixando claro que a decisão era dela. Ela hesitou, mordendo o lábio inferior e murmurou:

- Não sei… Acho melhor não, né?

- Tudo bem, querida. - Disse Vanessa, mas insistindo sutilmente: - Mas será que podemos ficar só assistindo? É que está uma delícia...

- Podem! Uiiiiii!... - Respondeu Valéria, com um tom que misturava timidez e excitação, os olhos fechados com um novo e inesperado orgasmo.

Quando seu corpo relaxou e ela me encarou, havia um novo e inesperado brilho em seu olhar, algo que eu não conseguia decifrar. Continuei metendo nela, sentindo os olhares ao nosso redor como súplicas não confessadas. Márcio se masturbava lentamente, seu pau a poucos centímetros de Valéria, enquanto Vanessa se tocava, os dedos deslizando entre as pernas, os olhos ora fixados nos seios da Valéria, ora no meu pau. Notei que Valéria olhava para o pau dele, fascinada, mas também tensa, como se lutasse contra o impulso de ceder. O ciúme me apertou, mas o tesão era mais forte. Sussurrei em seu ouvido:

- Amor, sei que não combinamos, mas... se você quiser, eu deixo. Não tenha vergonha. Eu também tô curioso.

- Tem certeza, amor? - Perguntou ela, os olhos brilhando com uma mistura de desejo e incredulidade.

- Tenho, Val. Eu te amo e sei que isso não mudará nada, afinal, será de comum acordo. - Respondi, tentando me fazer acreditar nas minhas próprias palavras.

Foi como acender um fósforo numa poça de gasolina. Márcio, atento a tudo, se aproximou, e Valéria, hesitante, segurou o pau dele, masturbando-o com movimentos lentos, como se ainda medisse a minha reação. Eu continuava dentro dela, sentindo sua buceta apertar o meu pau como se pedisse para eu não deixá-la só. Vanessa também se aproximou de vez, passando a chupar os mamilos de Valéria que agora já gemia mais alto, dividida entre mim e o pau que agora chupava de uma forma meio desengonçada, pela posição e pelo inesperado da situação. O pau de Márcio, agora visto bem de perto, era ainda maior do que parecia, e Valéria parecia numa luta decisiva, decidida a derrotar aquela anaconda. Vendo que a posição não a ajudava, Vanessa instruiu:

- Pega ela de quatro, querido. Será mais fácil para ela chupar o meu marido.

Mudamos de posição e penetrei Valéria novamente, sua buceta agasalhando o meu pau como uma necessidade quase vital. Passei a estoca-la com velocidade e notei que agora ela dava tudo de si, lambendo, chupando, babando, parecendo que aquele seria o seu último momento na Terra.

Vanessa desceu beijando as costas da Valéria até chegar à sua bunda. Olhou para mim, pedindo permissão para me chupar, e Valéria ouviu e, mesmo com o pau do Márcio na boca, fez um sinal de positivo. Tirei o meu pau e Vanessa começou a chupá-lo, sua boca quente e habilidosa quase me levando ao êxtase. Nem sei como aconteceu, mas quando me dei conta, eu estava sentado num dos sofás com aquela loira ajoelhada à minha frente, sugando-me como se sua vida dependesse daquilo, fazendo-me gemer alto. Fechei os olhos, perdido no prazer, mas tentando não gozar, até que um grito de Valéria me trouxe de volta.

Olhei na sua direção e vi que ela seguia de quatro, mas agora com Márcio metendo forte por trás, puxando seus cabelos ruivos com força. O som dos corpos colidindo era violento e Valéria gemia como se estivesse possuída, olhando para mim e gritando:

- Eu te amo, Bruuuuuunooooo!

A cena me excitava, mas também me incomodava. Minhas pernas tremiam e não era de um orgasmo eminente. Vanessa percebeu. Ela subiu, sentando no meu colo, e guiou meu pau para dentro da sua buceta, quente e lisa, segurando o meu rosto entre seus seios enquanto dizia:

- Calma, querido, relaxa... - Sussurrou, com um tom provocador: - Vocês estão juntos nisso. É só prazer.

Tentei me concentrar nela e me perdi no tempo. Aliás, aquela loira espetacular, movia-se de uma forma que fazia tudo girar em torno de si. Ainda assim me lembrei da Valéria. Mas quando olhei para ela, vi que já estava cercada por mais quatro homens, todos de pau de fora, alguns esfregando os paus em sua boca, suplicando sua vez, enquanto Márcio continuava a penetrá-la. Seus gemidos eram altos, quase desesperados, e eu não sabia se eram de prazer ou angústia. Levantei-me, afastando gentilmente a Vanessa, e me aproximei da Valéria, tendo que empurrar dois daqueles estranhos:

- Amor, tá tudo bem? - Perguntei com o coração na garganta.

Ela, ainda de quatro, com Márcio metendo mais devagar, respondeu ofegante, os lábios tremendo:

- Tô... Tô... Tô bem, amor. Fica aqui! Quero que você participe.

- Mas quem são esses caras? - Perguntei, olhando os desconhecidos que não pareciam dispostos a sair.

- Não sei. Eles chegaram do nada. Só fica aqui. - Ela disse novamente, me encarando com olhos semicerrados

Nesse momento, a acariciei e notei que o seu rosto estava meio pegajoso. Imaginei de imediato que alguém havia gozado nela, e aquilo me chocou. Disse que ia pegar um papel para limpá-la, mas ela pediu que eu não saísse. Insisti que iria rápido e saí.

Não demorei dois minutos, mas quando voltei, a porta estava trancada. Meu coração disparou. Tentei abrir uma, duas vezes, mas foi em vão, o pânico já tomando conta de mim. “Por que eu saí?”, pensei, imaginando o pior.

Uma janelinha, usada para “glory holes”, se abriu, e o rosto da Vanessa apareceu, com um sorriso que parecia esconder um sarcasmo sutil, uma crueldade:

- Calma, querido. Trancamos pra não entrar mais ninguém.

- Ah tá... Fizeram bem. Então abre para eu poder entrar.

- Entrar? Mas... Acho que não vai dar não. - Ela falou, sorrindo novamente: - Se quiser colocar o seu pau aqui, eu te faço um boquete, quer?

Querer o boquete, eu até queria, mas não ali de fora, não naquela situação. Insisti:

- Como assim, Vanessa? Eu quero entrar! - Bati na porta com força.

- Querido, ela pediu pra você só assistir. Abaixa e fica olhando aqui pela janelinha. - Ela retrucou, com um tom que me fez estremecer.

Fiquei furioso, quase fora de mim, sentindo a raiva e uma humilhação inesperada me consumirem. Gritei:

- Abre essa porta agora!

Vanessa saiu e Valéria apareceu na janelinha, o rosto suado, os olhos meio vermelhos e brilhando com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes:

- Amor, me desculpa… É que... é um fetiche meu! Eu queria ser comida enquanto você assiste. Vi num filme e achei interessante. Daí... Daí... Me perdoa. Faz isso por mim, faz?

- Valéria, a gente pode até fazer numa outra vez, mas hoje eu quero participar! - Falei num tom mais alto, até mais do que eu pretendia.

Ela me olhou de uma forma estranha, quase como se me desafiasse e antes que pudesse responder, um estranho a puxou pela cintura. Uma rápida discussão que não entendi aconteceu, mas logo eu a ouvi gemendo alto e sendo jogada na cama. Voltei a insistir para que abrissem, mas ninguém parecia me ouvir. Talvez até não conseguissem mesmo, imersos naquele ambiente de gemidos e sexo.

Pela janelinha, contei sete homens dentro quarto, Márcio e mais seis, todos com paus enormes, dois deles grossos como latas de cerveja, outros longos e curvados, dois deles normais para os meus padrões. Um negro enorme, talvez o maior e mais grosso deles, venceu a disputa sobre quem a comeria primeiro. Valéria chegou a resmungar algo, mas foi ignorada, ignorada e penetrada pelo negão. Ela deu um grito que eu não sabia se de surpresa ou de dor, mas rapidamente passou a gemer ao ritmo das penetrações dele, aliás, o cara parecia uma britadeira, socando o pau na minha mulher como se ela fosse dele, ou pior, como se ela fosse simplesmente uma puta descartável.

Após um urro que parecia o de um urso faminto, ele gozou, saindo de trás dela. Outros o sucederam então. Eles passaram a penetrá-la com uma brutalidade que fazia o ar vibrar. Um deles metia tão fundo e forte que o som dos corpos colidindo ecoava como chicotadas. Outro enfiava o pau em sua garganta, fazendo-a engasgar, a saliva escorrendo enquanto ela lutava para respirar. Mas o que parecia uma cena típica de um estupro, era para Valéria o ápice da feminilidade. Ela gozava sem parar, o corpo tremendo, os olhos revirando. Ela foi usada e abusada em posições que eu sequer imaginava existir. Em vários momentos, vi ela olhar na direção da janelinha, seus olhos diretos em mim, no seu rosto um sorriso tímido, às vezes meio cruel, quase sádico, como se estivesse se deleitando com minha impotência:

- Amor, eles vão me arregaçaaaaar... Me ajuda! - Ela gritou num certo momento, e quando eu pensava em como derrubar a porta, ela já emendava: - Mete mais forte, seu preto safado, filho da puta... Me rasga!

- Que boquinha mais suja, ruivinha... Acho que vou ser obrigado a te ensinar a não ser racista. - Disse um outro preto bem forte, mas não tão alto.

Entretanto, esse safado passou a foder a sua boca como se fosse uma segunda buceta. Os outros homens riam, incentivando-a, com tapas em sua bunda que, a esta altura, já estava vermelha, marcada por mãos e dedos. Um deles, o mesmo negão que a comeu no início do meu martírio com aquele pau descomunal, talvez também incomodado com o jeito da Valéria falar, anunciou:

- Hora desse cuzinho dar tchau para o mundo, ruiva.

- Oi!? - Ela perguntou, assustada.

- Isso aí! Hora de perder o cabaço de novo, safada! - Ele insistiu.

- Não! O meu cuzinho, não! - Valéria protestou, já tentando se levantar.

Entretanto, parece que todos entenderam a deixa e a seguraram na mesma posição. O cara que estava metendo em sua buceta se afastou enquanto o negão enorme lubrificava o pau. Ele meteu dois dedos no rabo dela, fazendo com que desse um grito assustador. Então, outro que também a segurava, abriu a bunda dela, não que precisasse, exibindo ainda mais o seu cu para o negão. Este enfiou rapidamente em sua buceta, apenas para fazê-la dar uma gemida rouca e talvez antecipar o que viria, e encostou a cabeça no seu cu. Valéria tentou gritar, mas outro enfiou o pau em sua boca novamente. Estranhei porque, conhecendo a Valéria, já imaginei que ela iria morder o pau do cara, até acabei comentando isso com a Vanessa que estava sentada próxima a janelinha por onde eu assistia:

- É tudo brincadeira, querido. A safada já sabia que ia dar nisso. É só charminho. - Ela disse.

Valéria deu um grito, um misto de surpresa e dor, e assim ficou gemendo e arfando, mas agora sem tentar sair do lugar, apenas abaixando a cabeça e mordendo os lençóis da cama. Aliás, esse gemido mais sofrido foi logo substituído por um que eu conhecia bem e sabia o que significava: prazer. Logo, ela já delirava, gritando que nunca imaginou que viveria aquilo:

- Ainda tem mais, ruiva. - Disse o negão, dando um sinal para um dos estranhos.

Um magrelo esquisito, brancão, mas senhor de um pau bem grande, mas não tão grosso, entendeu a deixa e se deitou na cama, se embrenhando para baixo da Valéria. Entendi de imediato o que queria fazer e foi rápido, enfiando em sua buceta, dando para a minha namorada, sua primeira dupla penetração.

Eles agora metiam de maneira implacável, os dois paus entrando e saindo em um ritmo sincronizado, fazendo a Valéria gritar até a voz falhar. Ela gozava repetidamente, o corpo convulsionando, e em cada orgasmo, olhava para eles de uma forma deslumbrada, mas também para mim, com um sorriso que beirava o sadismo, como se estivesse me desafiando, talvez a suportar a minha própria humilhação:

- Assiste, amor... Assiste! Ai! Eles vão me matar, Samuel. Me ajuda! - Gritava, clamando, mas ao mesmo tempo mudava: - Que delícia! Vou viciar. Já tô viciada. Fode! Fode! Fodeeeeee!

- Assiste, amor... Assiste! - Zombou o negão que fodia o seu cu.

- Isso aí! Assiste, corno! - Gritou outro que não identifiquei quem, fazendo todos rirem ao mesmo tempo.

- Tá gostando, ruiva? - Perguntou o magrelo.

- Tô... Muito! Tô gostando, amor… Olha! Olha pra mim. - Ela dizia, sua voz entrecortada pelos solavancos das estocadas que recebia.

Nesse momento, um dos estranhos enfiou o pau em sua boca, aproveitando o movimento do seu corpo e rapidamente gozou, esporrando em sua boca, rosto e cabelos, a porra escorrendo pelo queixo, enquanto ela me encarava novamente, sorrindo, antes de ter novamente a boca fodida por outro.

Aquilo era uma facada. Era como se ela estivesse me torturando, sabendo que eu estava incapaz de intervir. A noite seguiu, com eles se revezando. As posições seguiam variando, mas agora em duplas penetrações: ela de quatro com um por baixo e outro atrás; ela deitada de costas com o pau de um no cu, enquanto outro fodia sua buceta, abraçado as suas pernas; até de pé eles chegaram a comê-la em dois, suas pernas balançando no ar, enquanto seu corpo era seguidamente golpeada. Valéria parecia estar fora de si, insaciável, sempre pedindo por mais, mesmo exausta, sempre olhando para mim, me torturando... No final, eles a colocaram de joelhos no chão e três deles gozaram em cima dela, na boca, rosto, cabelo, nos seios, no corpo todo praticamente.

Finalmente, a porta foi aberta, e entrei ao mesmo tempo em que os caras começaram a sair, rindo da minha preocupação. Valéria estava ainda no chão, o corpo apoiado na lateral da cama, e ainda assim terminando de chupar um outro negão, de pau pouco maior que o meu e que ainda não havia gozado. Ao me ver, ela sorriu e avisou:

- Amor, só vou tomar o leite do Maurício, e aí podemos ir pra casa, tá? - Disse com uma voz doce que contrastava com tudo o que havia feito até agora.

- Olha o seu estado, Val… - Murmurei, atônito.

O negão não demorou e começou a gozar, segurando o pau na boca da Valéria, fazendo ela ter ânsia de vômito. Quando parecia descambar para aquilo, ele surpreendeu a todos, dando um tapa no rosto dela, não leve, mas também não muito agressivo, dizendo:

- Engole, putinha. Essa a última dose de hoje. Aproveita até a última gota.

Valéria fez uma cara estranha, fechou os olhos e engoliu. Ele abriu a boca dela, enfiando um dedo dentro para se certificar e esfregou o pau em seu cabelo para limpar o restante da porra e saliva. Depois, me encarou:

- Cara... Cê é louco de namorar um piranha dessas.

Eu, atônito, nem sabia o que dizer e me calei. Quando entendi e quis reclamar, ele já estava saindo e desisti. Márcio então se aproximou de nós, mas sequer me olhou, apenas dizendo que queria comer o cu dela de novo. Ela, parecendo um robô, se posicionou de quatro, olhou para mim e disse:

- Vem, amor. Vou deixar o Má terminar no meu cuzinho, enquanto eu te chupo. Assim você fica feliz, não fica?

Não respondi, nem me movi enquanto via o Márcio a penetrar novamente. Vanessa surgiu sei lá de onde e me levou até a cama, deitando-me à frente da Valéria que passou a me chupar, enquanto o Márcio passava a estoca-la como uma animal selvagem, metendo com força, fazendo-a gemer contra meu pau. Um último cara, um alemão alto com cara de poucos amigos que assistia tudo com o pau na mão ao lado de outros três que ainda estavam ali, ao ver o Márcio gozar e sair de trás da Valéria, ainda insatisfeito, disse:

- Quero gozar uma última, safada. Vou comer o seu rabo também.

- Não! Eu não aguento mais. - Valéria disse, se deitando com a bunda para baixo e apontando para mim, disse: - Pega ele!

- O quê!? Tá louca? - Gritei, tentando me levantar.

Mas os outros homens me seguraram, rindo, e Valéria, para meu horror, insistiu:

- Foi assim também comigo, amor. Assusta no começo, mas depois fica gostoso. Relaxa. Você vai gostar. É... É um fetiche meu.

- Você só pode estar louca, Valéria?! - Berrei, me debatendo.

Se não fosse por um segurança que entrou, gritando e pondo ordem no pardieiro, expulsando todos, eu teria sido violentado. Vesti-me rapidamente, sem trocar uma única palavra com Valéria, sequer olhando na sua direção e saí. Estava muito bravo, com o coração em pedaços e decidido a ir sem ela.

Saí do clube com a visão turva, o som dos gemidos de Valéria ecoando como uma maldição. Não me lembro se ela chegou a me pedir que a esperasse, mas se tivesse pedido, eu certamente a teria ignorado. Dirigi até o nosso apartamento em silêncio, a mente repassando cada momento daquela noite. Valéria havia ultrapassado todas as nossas regras e com louvor; mas pior, havia se deleitado com minha dor, com a minha humilhação.

Cheguei em casa, tomei um banho longo, tentando lavar a traição. Ouvi meu celular tocar várias vezes. Quando saí do banho, novamente ele tocou e era um número desconhecido. Atendi e para surpresa de ninguém era a Valéria:

- Amor, onde você está?

Encerrei a chamada e desliguei o aparelho. Fui até a cozinha, pegando uma cerveja na geladeira e me senti no sofá, encarando o vazio. Valéria chegou quase duas horas depois. Ela parecia ter tomado um bom banho. Embora o cabelo não estivesse bem penteado, não estava o mesmo caos do clube. A maquiagem não existia mais e o seu vestido estava amarrotado e meio sujo. Ela entrou calada e da porta ficou me olhando por um instante, em silêncio, parecendo pensar no que dizer. Enfim, ela veio em minha direção, aproximando a sua boca da minha, mas a imagem dela chupando e recebendo gozadas de vários me veio como um soco, virando meu rosto na direção contrária e seus lábios encontraram somente a minha bochecha. Ainda assim senti seu hálito, cheirava a bala de menta. Ouvi um suspiro resignado, mas a vi arremessando sua bolsa no canto do sofá. Ela então se sentou ao meu lado e sem me encarar, sem mais rodeios, disse, com uma voz rouca, titubeante, quase um sussurro:

- Samuel, a gente precisa conversar…

- Conversar!? - Retruquei sarcasticamente, a voz saindo gélida, cortante: - Você me trancou do lado de fora da porra daquele quartinho, Valéria, praticamente me obrigou a te assistir enquanto sete caras te fodiam como se você fosse um brinquedo e o pior, você gostou. Gostou de fazer, gostou de me sacanear, de me humilhar. Eu vi! Vi nos seus olhos. Você sabia muito bem o que estava fazendo, que estava me destruindo. E você ainda quer conversar depois disso? Tá bom… Começa!

Ela abaixou a cabeça, as lágrimas escorrendo por sua face. Sua postura estava ereta, tensa, como se estivesse lutando contra a culpa e algo mais que talvez nem mesmo ela soubesse:

- Eu sei que fui longe demais, Samuel, me perdoa. Eu… Eu me perdi lá no clube, mas… mas eu te amo. Só me dá uma chance e eu vou consertar tudo. Eu sei que a gente pode superar isso.

- Superar… - Minha voz subiu, tremendo de raiva: - Você gostou de me ver preso, humilhado, batendo na porta como um idiota enquanto você gozava com aqueles caras. Tudo bem! Gozar, ter prazer, seria algo aceitável, mas se a gente estivesse de acordo, os dois, lembra? Porra, Valéria, você sorriu… você riu de mim. Ria, enquanto eu pedia para entrar. Como você explica isso?

Ela respirou fundo, enxugando as lágrimas, e olhou para mim com uma culpa estampada no rosto:

- Deixa eu te contar o que aconteceu comigo lá dentro, tá? Talvez você entenda…

Suspirei, exausto, mas me calei. Queria ouvir, nem que fosse para tentar compreender como nossa relação desmoronou. Valéria começou a falar, sua voz carregada de tensão:

- Quando você saiu pra pegar o papel, amor, eu estava de quatro, com o Márcio metendo em mim e alguns na frente. Você lembra, né? Eu já estava bem cansada, mas o tesão ainda me dominava, por isso acabei chupando alguns. Aí, do nada, mais homens entraram no quarto, nem sei quantos, mas eram muitos, todos com os paus duros, me encarando como se eu fosse uma presa. Eu fiquei com medo, mas… também senti um fogo que nunca havia sentido antes. Sei lá… Parece que uma parte de mim que eu não conhecia acordou.

Ela fez uma pausa, enxugando as lágrimas, sempre olhando para a frente:

- O Márcio perguntou se eu queria que eles participassem ou que saíssem. Eu olhei para porta, esperando você, mas você não estava lá e como você já tinha visto eu chupando alguns e não reclamou, pensei que podia deixá-los ali. Naquele momento, eu não pensava em transar com eles, talvez apenas chupar alguns, punhetar outros… sei lá. Acabou que eu fiz a besteira de dizer “pode” para o Márcio e esse foi o meu erro. Foi como se eu tivesse soltado uma matilha de lobos. Eles começaram a se revezar, na minha boca, na minha buceta… Um deles metia tão fundo que eu sentia ele me rasgar por dentro e eu, ao invés de pedir que parasse ou diminuíssem, só gozava, gritando coisas que nunca imaginei dizer. Eu parecia uma louca, uma desvairada, uma puta sem limites. Eu estava fora de mim, amor. Desculpa…

- Isso não justifica nada, Valéria. - Resmunguei, também olhando para a frente, para um vazio que parecia prestes a nos engolir.

- Eu sei, mas estou tentando ser sincera… Daí, quando a Vanessa trancou a porta, eu continuei lá sendo usada e quando vi você pela janelinha, pedi que parassem para eu falar com você, mas um deles me falou baixinho: “Ele é o seu corno, ruivinha, só seu. Você manda, ele obedece. Experimenta deixar ele trancado lá fora para você ver. Ele vai ficar louco de tesão e vai te comer de uma forma como você nunca foi comida.” - Parou para respirar, dando uma rápida olhada na minha direção e continuou: - Eu… Eu senti algo novo… uma curiosidade, um… prazer doentio. Decidi aceitar o conselho e fui lá apenas para pedir que você aceitasse. Até vi que você não gostou e pensei em desistir, mas alguém me puxou e voltei a ser comida como uma puta de rua. Eu não sei explicar, mas eu gozava mais forte sabendo que você estava lá, preso, sofrendo. Eu não sabia que tinha isso em mim, mas naquela hora, eu quis e gostei de te ver ali.

Levantei-me com a mão na cintura, irado com as explicações que, a meu ver, só pioravam toda a situação. Por um momento, andei de um lado para o outro na sala até ela me pedir para sentar novamente. Assim que me sentei, ela voltou a falar:

- Eles me fodiam sem parar. Um cara, com um pau grosso, me segurava pelos quadris e metia com tanta força que eu sentia minha buceta arder. Outro enfiava o pau na minha garganta, me fazendo engasgar, e o pior é que eu gostava, porque era como se eu estivesse entregando tudo. Quando aquele negão enorme falou que ia comer meu cu, eu fiquei com medo e protestei, mas no fundo, eu queria. Acho que me debati mais por charme, para que eles me segurassem e vou te dizer, adorei ser dominada daquele jeito. Ele então entrou devagar em mim e a dor era insuportável, pensei que ele fosse me partir ao meio, mas logo o que doía virou prazer. Depois passei a ser fodida por dois caras ao mesmo tempo e cada orgasmo que vinha era mais forte do que o outro, porque eu sabia que você estava olhando, impotente, transtornado. Eu via, amor, e vou ser honesta: eu sorria porque gostei de te ver ali, mesmo transtornado, aguardando, preocupado comigo. Era como se eu estivesse no comando. Eu… não sei explicar ao certo.

Comecei a balançar a cabeça em negativa e ela colocou uma mão sobre a minha perna. Olhei para a mão dela e vi marcas em seus braços, trazendo-me ainda mais para aquele horror:

- Sobre aquele último cara lá querer te comer… Eu sei que foi um erro terrível. Eu estava tão perdida no meu próprio prazer que achei que você podia ter, sei lá, uma fantasia escondida, que talvez quisesse experimentar aquilo, participar daquela loucura como eu participei. Quando você gritou e o segurança apareceu, eu caí na realidade e entendi o quanto estava errada, e me odiei por isso. Eu… fiquei um pouco refletindo sobre como agir e quando notei, você já não estava mais lá, tinha sumido. Aí te procurei por lá um tempão, até encontrar a Vanessa que me emprestou o celular e te liguei, mas… acho que você não queria falar comigo.

Fiquei em silêncio, processando a confissão. Era crua, honesta, mas devastadora. Ela não só havia quebrado nossas regras, como havia se alimentado da minha dor. Levantei-me e voltei a andar pela sala, tentando conter uma raiva que, se transbordasse, poderia afogar de vez nosso relacionamento:

- Valéria, olha só… Você não só me excluiu, você se divertiu com isso. - Falei, a voz tremendo devido ao nervosismo: - Você gostou de me ver lá fora, humilhado, preocupado, enquanto aqueles caras te fodiam. Aquele sorriso que você me deu… Eu vejo ele toda vez que fecho os olhos. Como você acha que eu me senti, batendo na porta, implorando, enquanto você gozava, olhando pra mim como se fosse um… nada?

Ela chorou, cobrindo o rosto, mas havia uma tensão que me incomodava em sua voz, como se algo que ela tivesse contado, mesmo sendo verdadeiro, não fosse dela:

- Samuel, por favor, eu te amo. Eu não sabia que tinha isso em mim. Foi como se uma parte minha, que eu nunca conheci, tomasse o controle. Eu estava perdida, amor. Mas a gente pode tentar de novo, ir devagar, reconstruir.

- Reconstruir!? - Gritei, surpreso com sua audácia, quase perdendo o controle: - Você me destruiu, Valéria. Me trancou do lado de fora e me fez assistir aquele circo de horrores enquanto você se entregava para estranhos, enquanto eles te usavam de todas as formas possíveis. E você sorria, me olhando, sabendo que estava me destruindo. Porra!... Era para ter sido a “nossa” noite, a “nossa” primeira vez, “nós” é que deveríamos ter aproveitado, “juntos”, para aprender, para curtir, eu e você. Mas agora… Ah, porra! Como eu vou confiar em você de novo? Como eu vou te olhar sem lembrar daquele sorriso sádico seu para mim?

Ela se levantou, tentando se aproximar, mas eu recuei e levantei uma mão, impondo distância:

- Samuel, por favor… - Implorou ela com as mãos juntas como se orasse, a voz embargada de emoção: - Eu sei que errei feio, mas eu te amo. Me dá uma chance de consertar isso. A gente pode buscar ajuda, terapia, qualquer coisa. Eu não quero te perder.

Olhei nos olhos dela e, por um instante, vi a Valéria que eu amava, a mulher com quem planejei passar todos os dias da minha vida. Entretanto, também vi a Valéria da janelinha, sorrindo enquanto eu sofria e isso pesou demais:

- Valéria, eu também te amo, mas amor não apaga o que você fez. Falei tentando controlar lágrimas que já estavam prestes a cair: - Você não só quebrou a confiança que eu tinha em você… Você… Você gostou de me humilhar, de me destruir. Eu não sei mais quem é você, talvez nem você mesma saiba e… talvez você precise descobrir quem é essa pessoa que apareceu hoje, antes de decidir o que quer da sua vida.

Ela caiu no sofá, chorando alto, o corpo tremendo enquanto soluçava. Após um breve tempo chorando, olhou-me com o rosto banhado em lágrimas e implorou:

- Samuel, por favor, não me deixa. Eu não quero te perder. Só me dá uma chance de…

- Eu também não queria te perder. - Eu a interrompi, mesmo com a voz embargada: - Mas você me perdeu quando fechou a porta e me obrigou a te assistir naquela janelinha.

Ela escondeu o rosto nas mãos e voltou a chorar forte, mas não me compadeci. Fui até o quarto, peguei uma mochila, joguei algumas roupas dentro e saí rapidamente para não correr o risco de me arrepender. Ela ainda tentou me segurar, mas fui duro com ela pela primeira vez, dando-lhe um solavanco para que me soltasse o braço. O som da porta fechando ecoou como o fim de algo que eu acreditava ser eterno. Talvez um dia eu pudesse perdoá-la, mas naquele momento, a ferida estava aberta, em carne viva e era dolorosa demais. Valéria ficou na sala, chorando, enquanto eu caminhava para a noite, sem saber para onde ia, mas certo de que precisava me encontrar antes de decidir se havia espaço para ela em minha vida novamente.

Aquela noite no clube de swing ainda ecoava em mim como um pesadelo que eu não conseguia apagar. O som dos gemidos dela, o sorriso cruel que ela me lançou pela janelinha, as risadas dos homens, tudo isso me perseguia. Passei semanas tentando esquecer, mas a verdade é que o amor que eu sentia por ela, mesmo ferido, era mais forte do que eu imaginava e tornava tudo ainda mais difícil.

Depois de um mês evitando Valéria, ignorando suas mensagens e ligações, recebi um telefonema de um número desconhecido, mas que já constava de meu histórico de chamadas. Hesitei, achando que pudesse ser ela com outro celular, mas atendi. Era Vanessa, a loira do clube, com aquela voz aveludada que trouxe de volta imagens que eu lutava para enterrar:

- Samuel? Aqui é a Vanessa, do clube. Lembra de mim? - Perguntou, calma, mas com um tom urgente.

- Não exatamente...

- A loira do clube de swing. Nós chegamos a ficar num quartinho...

- Ah! Lembro, lembro... - Respondi, seco, o coração já disparando: - Em que posso te ajudar, Vanessa?

- Sei que você não deve estar querendo falar sobre aquela noite, mas eu... eu tenho algumas para te contar e acho seria importante você ouvir, para tentar entender melhor o que pode ter acontecido, entende.

- Sei... - Resmunguei e já fui tentando encerrar a conversa: - Olha, Vanessa, se a Valéria te procurou para inventar alguma historinha, eu...

- Não! Ela não me procurou. - Ela me interrompeu: - Desculpa te cortar. Entretanto, é sobre a Valéria sim, mas não sobre defende-la. Eu só queria te contar algumas coisas e... Será que a gente não poderia conversar pessoalmente? Eu tô na cidade, te encontro onde você quiser.

A menção ao nome de Valéria acendeu uma incômoda faísca de curiosidade. Apesar da raiva, concordei em encontrá-la numa lanchonete discreta, longe do agito, onde poderíamos falar sem interrupções.

Na hora marcada, Vanessa chegou, pontual. Sem a maquiagem pesada do clube, com jeans e uma blusa preta simples, os cabelos loiros presos num coque frouxo, ela parecia menos predatória, mas ainda exalava uma sensualidade natural que eu tentei ignorar. Sentamos numa mesa ao fundo, pedi café para nós e ela foi direta:

- Samuel, sei que você tá magoado. Aquela noite foi… intensa, pra dizer o mínimo. Mas pensei muito sobre o que vi e depois de conversar com o Márcio... bem, tem coisas que não encaixam. Vou ser bem sincera, acho que a Valéria pode ter sido drogada.

Minha primeira reação foi instantânea, de raiva, depois substituída por uma genuína surpresa. “Como assim drogada?”, pensei e eu mesmo me contestei: “Ela estava lúcida o suficiente pra me trancar do lado de fora e sorrir enquanto eu batia na porta como um idiota.”. Suspirei profundamente, olhando para Vanessa e disse:

- Drogada, Vanessa, sério!? Ela me olhou nos olhos, sorrindo, enquanto… - Minha voz falhou, a lembrança ainda cortante.

Vanessa ergueu a mão e a pousou sobre a minha, pedindo paciência:

- Eu sei o que pareceu, mas escuta... Eu e o Márcio frequentamos clubes de swing há anos. Já vi de tudo: casais que se libertam, outros que se destroem, ménages, surubas, orgias, mas eu te digo, eu, mesmo sendo experiente, nunca tive coragem de enfrentar uma suruba como a que a Valéria se submeteu. Sério, Samuel, aquilo não foi normal, mesmo pra quem tá acostumado. Ela estava… fora de si, de um jeito que não parecia só tesão.

Eu cruzei os braços, cético, mas deixei ela continuar:

- Vi coisas naquela noite que só juntei depois. Tinha um cara, não sei se você reparou, um magrelo esquisito, chamado Diego, conhecido no meio como “Vareta”. Ele é um traficantezinho de merda, vende ecstasy, MDMA, essas porcarias químicas... Vi ele beijando a Valéria na boca quando entrou no quarto, rápido o suficiente pra ele ter passado algo pra ela. Não vi ele dando nada diretamente, mas sei como esses caras operam: um comprimido na bebida, uma bala passada de boca em boca como se fosse inofensiva… É comum nesse meio.

Um frio subiu pela minha espinha. A ideia de Valéria ter sido drogada explicava ela ter perdido qualquer senso moral de limite, mas não apagava a traição:

- Além disso, vi dois caras fumando um baseado lá dentro do quartinho e eu vi a Valéria dando uns tragos também, entre um pau e outro. Não sei o que tinha naquele baseado, mas certamente não era cigarro comum. Isso pode ter amplificado tudo. - Ela explicava, parecendo mesmo muito preocupada: - E, Samuel, ela estava fora de si, isso você não pode negar. Vi quando passou a chupar vários caras ao mesmo tempo com o Márcio ainda engatado nela por trás, ela não parecia no controle, era como se estivesse possuída. Até eu que gosto de uma safadeza bem intensa, fiquei assustada.

Eu esfreguei os olhos, tentando processar. A imagem de Valéria, entregue a estranhos, gozando com aquele sorriso sádico, ainda queimava, mas a possibilidade de que ela não estivesse no controle abria uma fresta de dúvida:

- Vanessa, mesmo que ela estivesse drogada, isso não explica ela me trancar do lado de fora. Ela me olhou, sorrindo, como se estivesse gostando de me ver sofrer. Como explica isso?

Vanessa suspirou, encarando o café intocado:

- Não vou mentir, o que ela fez foi foda, mas vou te contar o que vi. Quando você saiu pra pegar o papel, ela estava de quatro, com o Márcio metendo nela. O Magrelo estava lá, falando coisas no ouvido dela. Não ouvi tudo, mas ele estava instigando, dizendo que ela era a rainha da noite, que podia fazer o que quisesse. Acho que ele plantou a ideia de te deixar do lado de fora e, sim, ela pediu pra eu trancar a porta. Só que quando ela te viu pela janelinha, notei que ela hesitou. Ela foi lá conversar com você, não foi? Me diga se ela não parecia estar num transe, Samuel? Você viu, eu vi, ela gritava coisas, pedia por mais, mas às vezes parecia perdida, como se não soubesse o que estava acontecendo. Aquele sorriso… pode ter sido prazer, mas também pode ter sido pelas drogas ou pela adrenalina, ou sei lá, algo mais pessoal que ela nem entende. Não sei...

Ela se inclinou, os olhos fixos nos meus:

- Sobre o sexo… vi tudo, Samuel. Ela foi usada de todas as formas. O Magrelo e aquele negão enorme, o “Urso”, foram os piores. Metiam nela com uma força que até eu achei que ela sairia machucada. Ela estava de quatro, com o Magrelo na buceta e o Urso no cu, numa dupla penetração que parecia que ia destruí-la. Ela gritava, às vezes de prazer, às vezes de… sei lá, parecia dor, mas ela não parava. E tinha outros caras, se revezando na boca dela, gozando no rosto, no cabelo. Ela estava fora de si. Já vi mulheres no meio liberal se entregarem, mas o que ela fez não foi normal, não para uma iniciante. Quando o Urso anunciou que ia comer o cu dela, ela protestou, mas logo cedeu. Parecia que estava lutando contra algo, mas se entregando ao mesmo tempo.

Eu ouvia, o estômago revirando. Cada palavra parecia ser um golpe que ora amenizava, ora amplificava a dor, mas também uma peça de um quebra-cabeça que eu não conseguia montar:

- E o lance de ela tentar me envolver com aquele cara no final? - Perguntei, a voz rouca: - Ela disse que era um fetiche dela, que eu ia gostar. Como explica isso?

Vanessa balançou a cabeça, desconfortável:

- Isso foi foda, admito. Quando ela disse aquilo, vi o desespero no seu rosto. Acho que ela estava tão imersa naquele caos do momento que perdeu a noção do que era certo ou errado. Talvez tenha pensado que, se você participasse, mesmo à força, vocês estariam “juntos” naquilo. Ou talvez o Magrelo ou outro cara tenha sugerido. Esses caras sabem manipular, especialmente quando alguém tá vulnerável. Quando o segurança entrou, ela caiu na real. Vi o rosto dela, Samuel, assustada, quase em pânico, como se tivesse acordado de um pesadelo.

Eu fiquei em silêncio, encarando a mesa. A raiva ainda queimava, mas agora misturada com uma confusão que eu não esperava. Vanessa continuou, mais suave:

- Não tô aqui pra defender a Valéria. O que ela fez foi errado, e ponto. Mas sei quando alguém tá agindo por vontade própria e quando alguém tá sendo levado por algo estranho. A Valéria estava fora de si e acho que ela mesma não entende o que aconteceu. Talvez ela precise de terapia pra processar isso, talvez você também precise. Agora, se você ainda sente algo por ela, talvez valha ouvir a versão dela, agora que ela teve tempo para pensar um pouco.

Agradeci, mas não prometi nada. Saí do café e caminhei pelas ruas, a mente em turbilhão. As palavras de Vanessa ecoavam: drogada, fora de si, manipulada. Mas e o sorriso? E a porta trancada? E o prazer que ela sentia enquanto me humilhava?

Passei semanas pesando os prós e contras de voltar a falar com a Valéria. Fiz uma lista mental, tentando racionalizar algo que parecia impossível.

Certamente havia prós: Primeiro, eu ainda a amava, afinal, três anos juntos, risadas, planos, a intimidade, isso não sumia fácil. Segundo, a possibilidade dela ter sido drogada aliviava um pouco sua culpa. Se não estava no controle, talvez não fosse inteiramente responsável. Terceiro, ela parecia realmente arrependida. As mensagens que li depois eram cheias de súplicas, promessas de mudança.

Talvez, com terapia, pudéssemos entender o que aconteceu e reconstruir algo, mesmo que levasse tempo.

Mas também havia os contras: Primeiro, a traição e a humilhação. Ela quebrou nossas regras e pareceu se deleitar com minha dor. Aquele sorriso pela janelinha era uma facada. Segundo, a confiança estava destruída. Como confiar em alguém que me excluiu tão cruelmente? Mesmo drogada, ela tomou decisões que me feriram que quem ama, não toma. Terceiro, eu não conseguia olhar para ela sem lembrar do clube. A Valéria que eu amava agora era também a mulher que gritava de prazer com outros.

E se ela, tendo descoberto esse lado “selvagem”, quisesse explorá-lo de novo? Eu não sabia se suportaria passar por tudo aquilo novamente.

As palavras de Vanessa sobre o prazer de Valéria em me ver preso pesavam. Podia ser um traço dela, algo que nem ela conhecia, ou algo sugerido por terceiros, amplificado pelas drogas. Mas isso importava? Ela agiu e eu sofri.

Decidi encontrar Valéria. Precisava de respostas, mesmo que doesse. Marquei um encontro num parque, num sábado ensolarado, um lugar neutro. Ela chegou com olheiras, pálida, os cabelos ruivos num rabo de cavalo. Parecia menor, mais frágil, mas mantive a guarda alta:

- Samuel, obrigada por me encontrar. - Disse ela, a voz tremendo: - Sei que não mereço, mas… fico feliz que queira conversar.

Assenti, frio, e deixei ela falar. Valéria repetiu o que já havia dito: que se perdeu no clube, que uma parte desconhecida dela tomou o controle, que se arrependia. Com a conversa com Vanessa na mente, fiz perguntas específicas:

- Valéria, você lembra de um cara chamado Diego, o Vareta, um magrelo? Ou de ter fumado um baseado?

Ela franziu o cenho, confusa:

- Não lembro de nome, mas lembro de um magrelo sim, por quê? Acho que… que falou comigo no bar. Ele me ofereceu uma bebida, mas não aceitei. Depois, no quarto, ele estava lá, falando coisas no meu ouvido. Não lembro direito o que disse, mas… parecia que me conhecia.

- Você chegou a beijá-lo?

- Beijo!? Você está preocupado se eu o beijei depois de tudo o que eu fiz?

- Só me responde, beijou ou não? - Insisti.

- Ah, Samuel, não lembro direito, talvez sim. Acho que sim. Não peraí... Beijei sim, ele até me passou uma balinha docinha no beijo.

As peças começavam a se encaixar. Ela continuou:

- Sobre o baseado… lembro de dar uns tapinhas, mas não achei que fosse algo demais, a gente mesmo já fez isso antes, mas... por quê?

Contei o que Vanessa disse, sobre a possibilidade de ela ter sido drogada. Valéria arregalou os olhos, cobrindo a boca:

- Meu Deus, Samuel! Eu... Eu não… não sabia. Estava me sentindo estranha, como se estivesse flutuando, mas achei que era o tesão, o ambiente... Você acha que…?

- Não sei, Valéria. Mas mesmo que tenha sido isso, você me trancou lá fora e riu de mim enquanto eu batia na porta. Como explica isso?

Ela baixou a cabeça, as lágrimas surgindo em seus olhos e caindo rapidamente:

- Eu não sei, Samuel. Juro que não sei. Quando te vi pela janelinha, senti um… poder, sei lá. Era como se eu fosse outra pessoa. Não queria te machucar, mas… mas alguém me falou que você iria gostar e eu, naquela hora, gostei de te ver ali, e me odeio por isso. Não sei quem era aquela mulher, mas não sou eu. Eu não sou daquele jeito, não quero ser ela.

Fiquei em silêncio, o coração dividido. Queria acreditar, mas a dor ainda era maior. Ela chorou, mas não tentou se aproximar. Assentiu, aceitando que talvez ambos tivéssemos sido vítimas de uma emboscada de predadores sexuais. Após chorar um pouco, se controlou, olhou para um ponto qualquer à sua frente e disse:

- Eu vou respeitar o que você decidir, amor. Mas, se um dia quiser tentar, estarei aqui. Eu comecei a fazer terapia, para tentar entender o que aconteceu comigo. Porque te amo e o que mais me dói é saber que te perdi por algo que nem sei explicar como aconteceu.

Não voltei com Valéria imediatamente, mas algo mudou. Começamos a nos falar, primeiro por mensagens, depois por ligações. Ela seguia com a terapia e eu comecei a fazer também, tentando lidar com a raiva e a confusão. Aos poucos, marcamos encontros casuais: um café, um passeio, um jantar. Era estranho, mas familiar. A Valéria que eu conhecia estava ali, mas agora com uma sombra que eu não conseguia ignorar. Ainda assim, o amor que eu sentia por ela, mesmo machucado, me puxava de volta.

Depois de meses, começamos a nos curtir novamente. Não éramos namorados, mas estávamos nos redescobrindo. Havia momentos em que eu via a Valéria de antes: o sorriso tímido, a forma como ela jogava o cabelo ruivo, o jeito como me tocava, mas também havia a Valéria do clube e essa eu precisava aprender a conviver.

Uma noite, estávamos no meu novo apartamento temporário. Um assado de pernil aguçava nossos sentidos, deixando o clima leve, regado a vinho e risadas. Valéria estava linda, com um leve vestido floral que abraçava suas curvas com graciosidade, os cabelos soltos esvoaçavam conforme balançava sua cabeça ao rir, e os olhos brilhavam com uma ternura que poucas vezes eu vira. Após o jantar, sentamos no sofá da sala com nossas taças de vinho em mãos, e ela se aproximou, a mão deslizando pela minha coxa:

- Samuel, eu… - Sussurrou timidamente, a voz rouca: - Eu tô com saudade de você, da gente...

Eu senti um calor subindo, o corpo reagindo antes da mente. Puxei-a para mim e a beijei com uma urgência contra a qual vinha lutando há meses. Seus lábios macios, adocicados pelo vinho e talvez algo mais, juntaram-se aos meus balbuciando sentimentos em silêncio. Minhas mãos subiram pelas suas costas, levando consigo o vestido para cima, revelando a pele branca e macia que eu conhecia tão bem. Ela gemeu baixo contra minha boca, se encaixando no meu colo, as pernas abertas e um desejo crescendo:

- Quero você, amor. - Murmurou, mordendo meu lábio inferior, os olhos semicerrados.

Desci as mãos até sua bunda, apertando com força, sentindo a carne ceder sob meus dedos. Ela arqueou o corpo, a calcinha de renda preta já úmida contra meu jeans. Seus seios estavam enrijecidos, os mamilos rosados duros, implorando por atenção. Chupei um deles, minha língua girando em círculos, enquanto minha mão deslizava entre suas pernas, sentindo o calor da sua buceta através da renda. Ela gemeu alto, cravando as unhas em meus ombros:

- Samuel… ai... não me tortura. Me fode, por favor. - Pediu, com a voz tremendo de desejo.

Arranquei sua calcinha e a joguei no chão, deitando-a no sofá. Minha boca desceu pelo seu corpo, beijando sua barriga, suas coxas, até chegar à sua buceta, já molhada, brilhando sob a luz fraca. Lambi devagar, mordi suavemente, chupei com força, sentindo o gosto dela, doce e salgado, enquanto ela se contorcia, os quadris subindo para encontrar minha boca. Meus dedos entraram nela, dois de uma vez, e a senti, quente e escorregadia, apertando-me com um desespero gentil. Ela gritava meu nome, o corpo tremendo, e eu sabia que ela estava perto do clímax:

- Goza pra mim, Val. - Sussurrei, acelerando os movimentos da língua, chupando seu clitóris com dedicação.

Ela gozou com um grito, o corpo convulsionando, as pernas tremendo ao meu redor. Peguei-a no meu colo e a levei até o meu quarto, colocando-a gentilmente sobre a cama. Tirando a roupa com pressa, meu pau surgiu duro, pulsante, pronto para ela. Entrei devagar, sentindo sua buceta me envolver, quente e apertada, como se fosse feita pra mim. Comecei a meter, primeiro lento, depois mais rápido, os corpos colidindo com um som que enchia o quarto. Ela cravou as unhas nas minhas costas, gemendo alto, pedindo mais:

- Mais forte, amor… Me fode com força. - Implorou, os olhos brilhando com um desejo que era só meu.

Aumentei o ritmo, metendo fundo, e a senti gozar novamente, a buceta apertando meu pau como se quisesse me sugar. Gozei pouco depois com um grunhido, enchendo-a com a minha porra, meu corpo tremendo enquanto nos abraçávamos, suados, ofegantes.

Deitados ali, ainda ofegantes, com ela aninhada no meu peito, uma ideia me veio. Talvez fosse o momento, talvez fosse o tesão, mas senti que era hora de tentar novamente, mas agora do nosso jeito:

- Val… - Comecei timidamente, o ar ainda me faltando: - E se a gente voltasse a um clube de swing? Mas só nós dois. Nada de outras pessoas, só eu e você, curtindo juntos, no nosso ritmo, sem ninguém mais.

Ela levantou o rosto, surpresa, mas com um brilho curioso nos olhos:

- Tem certeza, amor? Eu... Eu tenho medo.

- Só temos que ser sinceros e honestos um com o outro, e seguir as regras, Val. Eu não acredito que dê errado se a gente se proteger.

Ela se calou por um instante, suspirando profundamente:

- Só nós dois? - Ela perguntou então, mordendo o lábio: - Tipo… aproveitar o clima do lugar, mas só entre a gente, né?

- Exato! Quero te ver, te sentir, mas sem dividir. Só você e eu, explorando juntos as possibilidades do lugar.

Ela sorriu, um sorriso tímido, até meio assustado, mas verdadeiro, sem a sombra daquela maldita janelinha:

- Acho que… pode ser legal, amor. Podemos tentar, mas com uma condição...

- Que condição? - Perguntei, olhando em seus olhos.

- Não me deixa sozinha nunca mais, por favor.

- Prometo.

A noite ainda era uma criança, não dormiríamos cedo. O certo é que ainda não éramos namorados novamente, mas estávamos no caminho e talvez aquela nova tentativa seria o que nos faltava para termos certeza de voltar plenamente um para o outro, um recomeço, onde tudo quase acabou. Não apagaria o passado, é verdade, mas abria uma porta para um futuro que, talvez, pudesse ser nosso, do nosso jeito.

OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO SÃO FICTÍCIOS, E OS FATOS MENCIONADOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL SÃO MERA COINCIDÊNCIA.

FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DOS AUTORES, SOB AS PENAS DA LEI.

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Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 289Seguidores: 675Seguindo: 26Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

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Excelente texto! Uma realidade que muitos casais desavisados estão sujeitos. Relato cheio de detalhes, e rico em erotismo, tiveram uma noite cheia,mas a melhor parte é a compreensão do parceiro, que conseguiu se superar,e vão continuar curtindo juntos. Votado e merece continuação. Esse

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💋 😈 🥵 Veja cada detalhe do corpo de qualquer uma, sem roupa ➤ Afpo.eu/ekuza

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Acho que depois de ler relatos e histórias do Autor, essa não chega ao nível dessas...

Li todos os contos publicados por Mark e os que ficaram em outro perfil, da Nanda...

E por ter gostado tanto das que li essa me decepcionou um pouco!!!

Ainda espero a continuação de Clair de Lune e de Marmita, essas com excelente enredo e sem final!!!

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O nome do personagem é Samuel ou Bruno???

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Nada mais chato que um leitor que questiona as premissas da história, do tipo que acha um absurdo Harry Potter voar em uma vassoura, pois vassouras não voam...

Contudo, um texto de ficção que se apresenta como um "relato" tem como característica o envolvimento do leitor pela verossimilhança. Escrevo isso por conta de uma passagem da história: Quando Samuel se vê preso do lado de fora do quarto ele surta e grita para abrirem a porta. Pela minha experiência ele seria abordado por um segurança - o que aconteceu mais tarde quando a esposa pede para os amantes comerem seu cu - e, ao saberem que foi trancado para fora e a esposa ficou do lado de dentro eles abririam a porta para, no mínimo, ver se era verdade sua alegação ( As cabines podem ser abertas por fora com uma chave mestra, é uma questão de segurança para esse tipo de estabelecimento). Entretanto ele ficou por um bom tempo esperando sem ser abordado...

Quanto ao suposto uso de drogas para justificar o comportamento da namorada, é conversa para boi dormir.

Ela já demostrava um "fogo" diferente do combinado antes de irem para cabine e, sinceramente, Samuel se ausentou por alguns minutos, não dava tempo de nenhuma droga agir e muito menos dela ser influenciada por terceiros. Ela fez o que tinha vontade e agora, junto com a amiga de putaria, criou uma "realidade paralela" onde foi vítima. Samuel, como um trouxa, caiu.

Cada texto que leio fico mais fã do Mark, escreve muito bem e constrói história fantásticas. Parabéns.

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Não lembro da versão original,mas essa aqui deve ter ficado muito melhor. O que achei estranho foi Vanessa ter ligado. Era como se ela soubesse que os dois estavam separados. Soou bem esquisito ela retornar depois de tanto tempo. Fora isso,a trama ficou factível. Ter sido drogada num ambiente erótico pode acontecer sim. Estranho foi um retorno ao swing. Era pros dois jamais voltarem sequer a pronunciar essa palavra depois de tudo.

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Excelente conto mas acho que falta experiência ao casal

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A definição de loucura é fazer as mesmas coisas esperando resultados diferentes...

Parece que alguém não entendeu alguma parte dessa frase 😝

Ficou muito bom Mark.

Nem vou falar de uma certa pessoa que parou uma certa atividade pelo caminho porque não adiantou no outro conto e eu não sou louco... 🤣🤣🤣

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Eu me lembro de já ter lido a história original e achei essa versão muito boa pois terminou de maneira justa para ambos que vão tentar se reencontrar novamente e quem sabe reatar o relacionamento em definitivo.Agora eu se eu fosse o Samuel não iria novamente a uma casa de Swing pois por mais que ele esteja junto vai que uma hora acontece novamente a mesma coisa ou pior ?

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