Eu sei, parece errado. E talvez seja mesmo. Mas não dá pra fingir que não aconteceu. E, se você me perguntar, eu diria que valeu cada segundo.
Tudo começou em casa. Minha família é bem comum, daquelas de classe média que se orgulham de pagar as contas em dia e manter a geladeira cheia. Meu pai é engenheiro civil, rígido, metódico, homem de palavra e de poucos abraços. Minha mãe, mais suave, religiosa até demais, finge não ver nada do que não quer enxergar. E eu... bom, eu sempre fui o filho obediente, o que não causava problema, o que fingia tão bem que às vezes acreditava na própria mentira.
Eduardo sempre esteve por perto. Ele e meu pai são amigos desde a faculdade. Daqueles laços que resistem ao tempo, à distância, a tudo. Ele vinha nos churrascos, nas festas de fim de ano, nos aniversários. Tio Edu, era como eu chamava quando era menor. E ele sempre foi aquele cara... sabe? Imponente, voz grave, sorriso lento. Corpo de quem nunca deixou a academia, mesmo com quase cinquenta. Braços fortes, barba bem feita, mãos grandes demais. Sempre bem vestido, até pra tomar cerveja no quintal.
Com o tempo, fui crescendo. E comecei a olhar diferente. Foi estranho no começo. Me sentia culpado. Como se tivesse feito algo feio. Só que não dava pra evitar. Às vezes, quando ele chegava, eu ia pro quarto e me trancava só pra poder respirar. Ou ia pro banheiro, punha a mão pra dentro da cueca e ficava pensando nas mãos dele, nos olhos dele, no jeito como ele me encarava quando achava que ninguém tava vendo.
E ele via. Claro que via.
Eduardo nunca fez nada — no início. Mas tinha algo no jeito como ele me olhava. Como falava comigo. Como deixava a mão pousar no meu ombro por um segundo a mais. Como me chamava de “garoto” com aquela voz que fazia meu cu apertar mesmo sem ninguém ter encostado em mim.
Era errado. Porra, era o melhor amigo do meu pai. E eu ainda morava com eles. Mas é isso que torna tudo tão mais gostoso, não é? O proibido. O que não pode. O que, se alguém descobrir, destrói tudo. Só que no fundo... lá no fundo... é isso que faz a gente querer mais.
Acho que você precisa entender melhor quem eu sou — ou, pelo menos, quem eu era antes de tudo acontecer.
Eu tenho 19, como já te falei. Magro, mas não mirrado. Tenho o tipo de corpo que as pessoas chamam de "definido natural", sabe? Um pouco de músculo aqui e ali, uma barriga reta, coxas que chamam atenção quando uso bermuda. Pele clara, mas bronzeada de leve por causa das idas à piscina. Cabelos castanhos escuros, lisos, meio rebeldes quando crescem. Rosto de garoto — eu odeio isso às vezes. Me dá essa aparência de inocente que engana, porque minha cabeça vive cheia de pensamento sujo.
Meu pau tem 17 centímetros. Já medi mais de uma vez, claro. Fino no começo, mais grosso no meio. Eu gosto dele, principalmente quando ele lateja sozinho só por lembrar de uma cena, de um olhar... ou de uma mão. A bunda é uma das partes que mais gosto em mim. Não sei explicar, mas sempre tive essa noção de que ela atrai atenção. Redonda, firme, e sensível demais pra quem encosta com intenção.
Sempre fui discreto sobre meu desejo por homens. Não era segredo, mas também não era bandeira. Meu pai nunca perguntou, minha mãe sempre evitou o assunto. Então ficou por isso mesmo. E talvez tenha sido por isso que Eduardo me pareceu tão perigoso — e tão perfeito.
Eduardo é o tipo de homem que ocupa o ambiente sem precisar falar alto. Ele entra na sala e parece que o tempo desacelera. Tem aquele corpo largo nos ombros, costas fortes, barriga que não é tanquinho, mas firme. Usa sempre calças que marcam bem o volume — e eu sempre notava, claro. Um pau grosso, pesado, isso eu já sabia só de olhar. Deve ter mais de 20cm. Às vezes, ele se sentava no sofá com as pernas abertas e um volume entre elas que parecia me provocar sem fazer esforço.
Ele é advogado. Já viajou o mundo a trabalho. E tem aquele ar de homem vivido, de quem sabe muito mais do que diz. Olhos escuros, intensos, barba bem aparada, sempre com perfume marcante — não doce, não forte demais, mas daquele tipo amadeirado que gruda na roupa e na pele.
E mesmo com tudo isso, o que mais me deixava duro era o jeito como ele me olhava.
Tinha vezes que meu pai estava contando alguma coisa no churrasco, rindo alto, e Eduardo ficava em silêncio, com o copo na mão, me encarando por cima do vidro. Me olhando como se soubesse que eu estava de pau duro sob a bermuda. Como se soubesse que depois, no banho, eu ia fechar os olhos e me masturbar pensando nele. Pensando em como seria ajoelhar na frente dele. Pensando em como seria ouvir ele dizendo “abre mais pra mim, garoto”.
E era isso que ele dizia às vezes, com outras palavras. Pequenos comandos, escondidos dentro de frases comuns.
“Vem aqui ajudar o tio a carregar isso.”
“Pega pra mim ali embaixo da pia.”
“Levanta um pouco essa camisa, deixa eu ver se tá treinando mesmo.”
Eu sorria. Obedecia. Sentia o pau endurecer só por estar sendo mandado por ele.
E o pior — ou o melhor — é que aquilo me dava prazer. O tipo de prazer que não tem nome. Uma mistura de vergonha e excitação, medo e vontade. Como se eu estivesse sendo moldado, aos poucos, pra alguma coisa que ainda nem entendia direito.
E eu acho que era exatamente isso.
Aconteceu num sábado.
Meu pai me chamou pra jogar uma pelada com ele e os amigos. Eu quase disse não, mas quando soube que o Eduardo ia, engoli a preguiça e fui. Era num clube daqueles mais antigos, com quadra de society, churrasqueira e um vestiário simples, mas funcional.
Eu joguei no time do meu pai. Eduardo no time oposto. E, por mais que eu quisesse manter o foco na bola, minha cabeça não ajudava. Eduardo com a camisa colada no corpo suado, gritando instruções, ajeitando os calções a cada jogada... era uma tortura. E o pior era ver o suor escorrendo pelas coxas dele, o volume balançando solto sob o pano fino da bermuda. Eu fingia olhar pro placar. Mas era pro pau dele que meus olhos corriam.
No fim do jogo, fui um dos primeiros a sair da quadra. Precisava de um banho. Meu pau tava semi-duro só de lembrar das imagens durante a partida. Fui pro vestiário ainda meio ofegante, pendurei a camisa suada e fui direto pro chuveiro, nu, com o corpo quente, pulsando.
Fiquei ali um tempo, deixando a água cair, pensando nele. Fechando os olhos, imaginando ele entrando ali, me encostando na parede, dizendo pra eu calar a boca. Meu pau foi crescendo na mão sem que eu percebesse. E eu comecei a me tocar, de leve. Nem era pra gozar — era só pra aliviar a pressão, dar um jeito na tensão.
E aí ouvi a porta ranger.
— Tá sozinho? — era a voz dele.
Meu coração bateu mais forte na hora. Abri os olhos devagar, tentando disfarçar, mesmo com o pau meio ereto ainda, pingando.
— Por enquanto, tô. — respondi, voltando à realidade. Virei de lado pra esconder. Só que era inútil. Ele já tinha visto.
Eduardo pendurou a toalha num gancho e tirou a camisa, como se nada tivesse acontecido. O corpo dele era ainda mais delicioso de perto. Peito peludo, braços torneados, aquela barriga firme. Ele olhou pra mim uma vez, rápido. E sorriu. Um sorriso lento, quase provocativo.
— Jogou bem, garoto. Tô vendo que cresceu não foi só de idade, hein? — disse, tirando o short.
Eu quase perdi o fôlego quando vi.
O pau dele era grosso. Mesmo mole, era mais grosso que o meu duro. A base pesada, o saco cheio, os pentelhos escuros bem aparados. Ele entrou debaixo do chuveiro ao lado do meu, e ficou ali, deixando a água cair no pescoço, nos ombros largos. Eu fingia que olhava pra frente. Mas a visão do canto do olho era melhor que qualquer pornô que eu já tivesse assistido.
— Ficou calado por quê? — ele disse. — Tá com vergonha agora?
— Tô de boa. — respondi, tentando soar natural. Mas minha voz saiu falha.
Ele deu uma risada baixa. Daquelas que mexem com o corpo inteiro da gente. E então completou:
— Já te vi olhando, Lucas. E não é de hoje.
Aquilo me gelou e esquentou ao mesmo tempo. Tentei responder, mas as palavras travaram na garganta. Só consegui encarar ele por alguns segundos. E o jeito que ele me olhou de volta… porra… era como se me tivesse nas mãos sem nem tocar.
Ele desligou o chuveiro, pegou a toalha com calma, passou pelo meu lado, tão perto que o calor do corpo dele tocou minha pele molhada. E antes de sair, disse baixinho, quase no meu ouvido:
— Quando quiser parar de só olhar... você sabe onde me achar.
E foi embora.
Me deixei escorregar pela parede do box, ainda com a água escorrendo, o pau pulsando, o coração batendo no ouvido. Meu cu parecia querer abrir sozinho.
Aquela foi a primeira vez que ele disse, com todas as letras, que sabia.
Mas eu ainda não sabia o que fazer com aquilo.
epois daquele dia no vestiário, tudo mudou.
Não que ele tenha me tocado ali. Não precisava. A forma como ele falou no meu ouvido foi pior do que qualquer mão. Eu fui embora do clube com a cueca grudada, encharcada de tanto tesão. Gozei antes mesmo de deitar na cama, só lembrando do cheiro dele, da pele molhada, do pau grosso balançando do lado do meu rosto.
A partir dali, Eduardo passou a me tratar diferente. Sempre com aquele tom entre o casual e o provocante. Começou a me mandar mensagem de vez em quando. Nada explícito demais. Mas eu sabia o que ele queria dizer.
Ele me mandou mensagem numa quinta.
“Topa uma cerveja amanhã? A gente se encontra num bar tranquilo, perto do campo.”
Respondi rápido. Mais do que devia.
“Claro. Que horas?”
“Umas 7. Só nós dois.”
Aquela última frase ficou ecoando na minha cabeça o resto do dia.
No dia seguinte, tomei banho duas vezes. Vesti uma camiseta preta colada, jeans escuro, cueca justa — só pra me lembrar do que estava escondendo ali. Quando cheguei, ele já estava sentado, cerveja pela metade, olhando pro celular.
Eduardo usava uma camisa polo branca, justa no peito, com os botões de cima abertos. Os pelos do peito apareciam, e eu juro que o cheiro de homem chegou antes de mim.
— E aí, garoto — ele disse, com aquele sorriso de canto.
Sentei de frente. A mesa era pequena. As pernas se tocaram logo de cara.
— Tava ocupado? — perguntei.
— Só esperando você. — respondeu, sem disfarçar o olhar que desceu do meu rosto pro meu pescoço e depois pra minha boca.
A gente começou leve. Futebol, trabalho, meu curso, assuntos pra preencher o tempo. Mas a tensão tava ali. Nas pausas longas, nos olhares demorados. No jeito como ele lambia o lábio entre um gole e outro.
Até que, depois da terceira cerveja, ele se inclinou pra frente.
— Sabe o que mais me dá tesão, Lucas?
Eu parei de respirar.
— É ver um garoto se fazendo de inocente. Fingindo que não sabe o efeito que tem.
— Eu não tô fingindo. — menti.
Ele sorriu.
— Não? Então por que veio com essa calça colada, essa cuequinha marcando? Acha que não vi o volume?
Eu engoli seco. A cerveja já tinha me deixado mais solto, mas a fala dele me deixou duro. Com vontade de levantar, puxar ele pro banheiro e dar tudo ali mesmo.
Ele continuou, olhando direto nos meus olhos:
— Aposto que se eu botar a mão entre tuas pernas agora, teu pau tá duro. E aposto que teu cu tá quente, esperando o que tu ainda finge que não quer.
Minhas pernas ficaram bambas na cadeira.
— Sabe o que eu quero, Lucas? Quero ver tua cara quando eu te fuder pela primeira vez. Quero ver teu olho revirar quando minha rola estiver até o talo no teu cu. E quero ver tu implorar pra eu não parar.
Ele disse tudo isso com a voz baixa, controlada. Como se estivesse pedindo outra cerveja. Mas as palavras queimaram no meu corpo inteiro.
Eu tava suando. O pau pulsando. E aí ele jogou mais uma:
— A gente vai sair daqui agora. Mas ainda não vai ser hoje. Só quero te ver tremendo. Sentindo.
Ele chegou mais perto. A mão dele pousou na minha coxa, sob a mesa. Apertou.
— Quando você estiver pronto... vai se ajoelhar. Nem precisa falar nada. Só ajoelha. E abre a boca.
Ele se levantou. Pagou a conta. Me deu um tapa leve no ombro e saiu.
E eu fiquei ali, duro, suado, com o cu latejando e o pau querendo rasgar o jeans.
Sabendo que a próxima vez não teria volta.
Cheguei em casa como um zumbi.
Nem lembro direito do caminho. A cabeça girando por causa da cerveja, mas era mais que isso. Era ele. Eduardo. O cheiro da pele dele ainda preso na minha camisa. A voz dele na minha nuca, me dizendo com a maior naturalidade do mundo que ia meter até o talo no meu cu. Como se aquilo já estivesse decidido. E o pior — tava.
Fechei a porta do quarto e travei.
O pau já tava duro no carro, latejando contra o jeans, mas quando fiquei sozinho, ali no escuro, explodiu. Tirei a camiseta devagar. Me olhei no espelho. Suado. Bêbado de tesão. O pescoço marcado de leve pela barba dele quando se aproximou. Eu tremia.
Deitei na cama. Liguei o som, bem baixo. Como se o barulho me desse alguma desculpa pra me perder.
Pensei no toque dele por baixo da mesa. Na mão firme na minha coxa, no jeito como ele olhou pra mim, como se meu corpo fosse dele.
Comecei a me tocar devagar. Sem tirar a calça ainda. Queria sentir o atrito, o aperto. Me imaginei ajoelhando de frente pra ele. Implorei na cabeça pra ele gozar na minha boca. E gozei sem conseguir tirar o jeans.
Gozei forte. Rápido. Molhando tudo.
Mas não bastou.
Tirei a calça, respirei fundo, e fui até a gaveta.
Peguei um lubrificante antigo. Nunca tinha usado com coragem. Só tinha passado o dedo às vezes. Mas agora parecia inevitável.
Molhei o dedo. Deitei de lado. Encostei na entrada, com o coração batendo no pescoço. Entrei só com a pontinha. Ardia. Apertava. Mas me fazia sentir vivo. E sujo. E dele.
A cada movimento, pensava no que ele faria comigo. Em como ele ia me abrir com a língua, com os dedos. Em como ia me fazer pedir.
Coloquei dois dedos. Arqueei as costas. Quase gemi alto. Gozei de novo. Sem encostar no pau. Só com a pressão lá dentro.
Chorei um pouco depois. Não sei por quê. Talvez fosse o medo, talvez fosse o prazer de saber que eu ia mesmo fazer aquilo. Que tava me preparando. Que já não era mais só imaginação. Eu queria me ajoelhar. Eu queria pertencer a ele.
E o Eduardo sabia disso desde o começo.
A pelada acabou às nove em ponto. Eu saí do campo pingando, o corpo cansado mas com a cabeça elétrica. Fui direto pro vestiário, como sempre. Tomei banho, lavei o cabelo, passei desodorante, perfume. Vesti uma camisa justa, calça jeans leve e limpa. Nem parecia que eu tinha jogado bola. Me olhei no espelho antes de sair e pensei: se ele me olhar hoje… vai notar.
Eduardo não entrou no vestiário. Nem passou perto. Saiu direto pro estacionamento, como sempre fazia — suado, com a camisa do time grudada no corpo, o rosto sujo de poeira, e aquele cheiro dele...
Quando eu cheguei no carro, ele já estava me esperando do lado de fora. Encostado na porta do passageiro, tomando uma cerveja. A garrafa gelada brilhando sob a luz dos postes, e ele com aquele olhar de quem sabe tudo antes de você dizer qualquer coisa.
— Bora tomar uma? — ele perguntou, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Bora. — tentei parecer tranquilo, mas por dentro meu estômago revirava.
Ele entrou no carro. Sentei do lado do motorista e dei a partida. Fomos em silêncio por uns minutos, só o som do motor e as ruas vazias da cidade pequena passando devagar.
O cheiro dele começou a preencher o carro. Aquele suor seco, forte, masculino, quente. Eu tava limpo, cheiroso, mas parecia que ele contaminava o ambiente. Não de um jeito ruim. De um jeito que fazia meu pau pulsar dentro da calça.
— Você passou perfume? — ele perguntou, quebrando o silêncio, rindo de leve.
— Tomei banho, ué. — tentei dar um tom normal, mas a voz saiu meio engasgada.
— É... dá pra sentir. Tá todo ajeitadinho. — ele virou o rosto pra mim, e mesmo no escuro eu senti o olhar dele descendo pelo meu corpo. — Tava se arrumando pra alguém?
— Pra mim mesmo. — menti.
Ele não respondeu. Deu só um risinho e tomou mais um gole da cerveja.
— Vira à direita aqui. — apontou.
— Ué, não tem bar por esse lado.
— Eu sei — disse, e ficou quieto.
Dirigi por mais dois minutos até que ele mandou eu parar. Uma rua sem saída, sem iluminação, entre dois terrenos baldios. Tudo escuro, isolado, silencioso.
Desliguei o carro. Ele não falou nada por um tempo. Só respirava. Dava pra ouvir. Forte, profunda. O cheiro dele parecia mais denso ali, preso no espaço fechado.
— Desce aí.
— Quê? — franzi a testa.
— Vem aqui do meu lado. — disse, com a voz baixa, firme.
Desci devagar. Dei a volta no carro e entrei no banco do carona. Ele não me olhou. Só abriu as pernas, largado, e disse:
— Abre o zíper.
A ordem veio seca, mas não era uma questão de mandar. Era de desejo. Eu sabia. Ele também queria.
Meu pau endureceu na hora. Minhas mãos tremiam. Levei os dedos até o botão da calça e abri, devagar. Depois puxei o zíper, sentindo o ar frio da noite bater na pele quente por dentro da cueca.
Ele virou o rosto, finalmente me encarando. Aquele olhar. Não era de dono. Era de quem tá faminto.
— Eu sabia — ele murmurou. — Que porra de vontade é essa que tu me dá, moleque?
Ele se aproximou, o rosto suado quase encostando no meu. A respiração dele quente batendo na minha boca. O cheiro, o calor, o espaço minúsculo entre nós...
— Se tu não me beijar agora, eu vou te comer com os olhos até tu não aguentar mais.
E eu fui.
Nem pensei. Só fui.
A boca dele era dura, áspera, quente. O beijo veio forte, direto, com língua, com dente. Peguei no ombro suado dele, o corpo dele fervendo, e deixei meu quadril encostar no dele, sentindo o pau dele duro ali, pressionando.
A boca dele grudada na minha foi como morder um choque. Língua, dente, respiração pesada — tudo junto, sem aviso. Meu corpo reagiu como se tivesse sido chamado de volta à vida. Agarrei o ombro dele, senti o tecido da camisa suada, quente, grudada na pele. Aquele cheiro forte, masculino, de quem acabou de jogar bola e não tomou banho, bateu direto no meu nariz.
E eu não recuei.
Pelo contrário.
Me aproximei mais, sentindo o gosto salgado da pele dele, o suor acumulado no pescoço, aquela mistura de desodorante vencido com testosterona pura. Um cheiro que entrava no meu nariz, na minha garganta, no meu cérebro — como se me reprogramasse inteiro.
Eduardo afastou o rosto devagar, os olhos cravados nos meus.
— Tira ele pra fora.
A voz saiu rouca, suja, sem hesitação.
Minha mão tremia, mas eu fui.
Meti a mão dentro da cueca e tirei meu pau pra fora, já duro, latejando. A cabeça brilhando, melada. Eduardo olhou como quem admira uma arma carregada.
— Isso.
Ele se abaixou devagar, o banco estalando com o movimento. Me olhou uma última vez, como se perguntasse em silêncio se era isso mesmo que eu queria.
Eu só respirei fundo e abri mais as pernas.
O primeiro toque foi com o nariz. Ele passou bem devagar pela base, depois pelas bolas, respirando fundo.
— Puta que pariu, tu tá cheiroso demais, moleque... — murmurou, quase num gemido. — Dá vontade de te lamber até o cu.
Eu ri, nervoso.
— Então começa.
Ele não respondeu. Só engoliu.
A boca quente, úmida, sugando com vontade, indo até a metade e depois voltando com a língua circulando. Meu corpo inteiro se contraiu. Segurei na borda do banco com força. A cabeça encostou no vidro da porta.
— Caralho, Eduardo...
Ele chupava como se quisesse provar tudo de mim. Como se meu pau fosse a resposta de uma fome que ele guardava fazia tempo. A mão dele apertava minha coxa, firme, como se quisesse me manter ali, imóvel, pra poder usar a boca do jeito que quisesse.
O som da sucção enchia o carro, abafado, sujo.
Meu cheiro se misturando ao dele. Meu gosto na boca dele.
Não era romance. Não era carinho. Era vontade. Era dois corpos explodindo depois de dias, semanas, talvez meses de olhar demais.
A boca dele subia e descia com precisão. Ele já sabia o ponto certo, o movimento que me deixava tremendo.
— Para... — pedi de repente, quase sem ar. — Se tu continuar, eu vou gozar agora.
Ele levantou o rosto devagar, a boca brilhando. Respirava fundo, como quem saiu debaixo d’água.
— Ainda não.
— Ainda?
Ele sorriu.
— Isso aqui foi só o começo.
E encostou de novo no banco, abriu outra cerveja, e ficou ali. Como se nada demais tivesse acontecido. Mas o cheiro dele ainda tava em mim. A boca dele ainda tava em mim.
E eu sabia: não ia dar pra voltar atrás.
Ele jogou a cabeça pra trás no banco, pernas abertas, a cerveja na mão, suando e respirando pesado. A camisa do time colada no corpo, manchada de suor. A bermuda de jogo frouxa, caída um pouco, deixando o elástico da cueca aparecendo — aquela cueca simples, velha, tingida de uso.
— Tu quer provar, né? — ele perguntou sem olhar pra mim.
— Quero.
Meu corpo respondeu antes de qualquer pensamento. Eu me virei de lado no banco, me ajoelhei no assoalho do carro, entre as pernas dele. Ali embaixo, o cheiro era ainda mais forte. Suor de homem que correu, que não tomou banho. Cueca colada nas bolas, morna, marcada. Um cheiro que batia no nariz e descia reto pro pau.
Minha mão tremeu quando puxei a bermuda e a cueca ao mesmo tempo. Ele levantou o quadril só um pouco, como quem diz “toma, é teu”. E eu tomei.
O pau dele caiu pra fora grosso, pesado, com a cabeça já melada de vontade. O saco todo suado, grudado. Aquele cheiro quente e vivo que sai de quem não se limpa depois da pelada — azedo, masculino, insuportavelmente excitante.
Eu enfiei o rosto ali sem pensar. Respirei fundo. A base dele encostando na minha bochecha. Passei a língua devagar, desde a raiz até a cabeça, só pra sentir o gosto inteiro. Suor, pele, gozo acumulado. Tudo misturado.
— Caralho... — murmurei, baixo, como se tivesse provando o que mais queria na vida.
— Vai, moleque... me chupa. Mostra o que tu sabe.
Eu obedeci. Sem teatro. Abri a boca e chupei com vontade. Deixei ele entrar quente, pesado, arranhando o céu da minha boca. A cabeça batendo lá no fundo da garganta. Ele gemeu, a mão veio na minha nuca e não era mais só guia — era posse.
Chupei mais forte, com ritmo. Sentia cada veia dele pulsando, o gosto ficando mais forte, o cheiro impregnando na minha pele. Desci até o saco, lambi tudo, suguei, enfiei o nariz e respirei como se estivesse me drogando daquele cheiro.
Eduardo tava roncando de prazer, gemendo baixo, as pernas abertas, os dedos apertando minha cabeça.
— Tu nasceu pra isso, porra... — ele disse entre os dentes. — Pra chupar meu pau depois da pelada, todo sujo. Olha o estado que tu tá. Olha quem tu virou.
E eu tava ali, suando, de joelhos, de boca cheia, duro como uma rocha, completamente entregue.
Não tinha volta.
Ele já tava quase tremendo no banco, a mão apertando minha cabeça com mais força, o quadril começando a reagir, querendo foder minha boca.
— Continua... continua assim... porra, moleque...
Eu chupei mais fundo, gemendo baixo com a boca cheia, os olhos fechados, completamente entregue ao gosto dele, ao calor, ao cheiro. Sentia o pau dele pulsando, mais duro, mais quente. E então ele avisou:
— Vai engolir... tô avisando...
Eu não respondi. Só afundei ainda mais, a cabeça encostando na barriga suada dele. E foi ali que ele gozou. Forte. Quente. Em jatos que bateram direto na minha garganta.
Gozo grosso, salgado, com gosto de homem que guardou por muito tempo.
Eu engoli tudo. Sem pensar, sem pestanejar. Só deixei escorrer e passei a língua pra limpar cada gota da cabeça dele.
Ele respirava fundo, ainda com a mão na minha nuca. Depois, soltou um riso curto.
— Caralho, Lucas... tu é foda.
Eu voltei pro banco do carona, o rosto queimando, a respiração descompassada, o pau ainda duro, latejando.
— Agora tu tá fudido. — ele disse, puxando a bermuda de volta, mas deixando o pau pra fora por alguns segundos, ainda brilhando de saliva. — Porque isso aqui não vai parar.
Fiquei em silêncio, olhando pra frente, sem saber o que falar. Até que ele ligou o carro.
— Bora.
— Pra onde?
— Motel.
— Eduardo...
— Sem drama, porra. Já foi metade, né? Agora tu vai ter que terminar o serviço.
Eu hesitei. O certo seria dizer não. Voltar pra casa. Me limpar. Fingir que nada aconteceu.
Mas meu pau latejava. E meu peito parecia que ia explodir. O gosto dele ainda tava na minha língua. E o cheiro... o cheiro tava entranhado em mim. No meu nariz, na minha pele, no meu cérebro.
— Vai ficar aí calado ou vai entrar no quarto comigo? — ele perguntou, já virando a próxima esquina.
Eu virei o rosto devagar. Encarei ele.
— Leva.
Ele sorriu. Daqueles sorrisos safados, sacanas, de quem já sabia que ia me ter de novo.
E pisou fundo no acelerador.
O carro entrou no motel e parou direto na garagem coberta. Eduardo desligou o motor e virou o rosto, me olhando de cima a baixo.
— Desce.
Obedeci, calado. As pernas meio bambas, o pau ainda duro. Entrei no quarto, o ar-condicionado batendo gelado no meu rosto quente.
Eduardo entrou logo atrás e já foi tirando a camisa, que caiu no chão com o suor grudado. O corpo dele era de homem vivido: ombros largos, braços fortes, peito peludo e úmido.
— Só vou tomar um banho — ele avisou, já indo pro banheiro. — Aproveita e tira a roupa, quero te ver pronto quando eu sair.
Fiquei parado por uns segundos. O som da água caindo começou a encher o quarto. A porta do banheiro ficou entreaberta, e por ela dava pra ver o vapor subindo, o vulto do corpo dele sob a luz amarelada.
Tirei a camiseta, a bermuda, a cueca. Meu pau tava pulsando. Deitei na cama e fiquei ali, só esperando. O som da água, o cheiro do sabonete, o barulho do vidro do box abrindo e fechando. E então ele saiu.
Pelado. O corpo ainda úmido, com gotas escorrendo no peito, pelos molhados, e o pau já meio duro, balançando. A pele dele brilhava, e agora o cheiro era outro — limpo, forte, com aquele fundo de desodorante masculino e sabão neutro.
— Caralho, olha isso... — ele murmurou, me olhando na cama, nu, de pernas abertas. — Tu tá mesmo me esperando desse jeito?
— Desde o carro — falei baixo, quase sem voz.
Ele veio andando devagar, como predador. Subiu na cama, de joelhos. Passou a mão pelo meu peito, pelo meu rosto, me beijou com vontade. A língua dele era quente, faminta, o beijo já veio com gemido.
— Agora sim. Vou te foder limpo, como tu merece.
E foi assim que ele me virou de barriga pra baixo, beijou minha nuca, minha costas, foi descendo com a boca até o meio da bunda. A língua dele me abriu com gosto, me lambeu inteiro.
— Que cu gostoso da porra... tá lisinho, quente... — ele falava com a cara enterrada em mim.
Eu gemia baixo, mordia o travesseiro. Cada lambida era uma fisgada no meu pau, que latejava encostado no colchão.
Depois ele subiu, cuspiu na mão, passou no pau, depois em mim. E começou a forçar.
— Relaxa... deixa eu entrar... só sentir...
A cabeça entrou. Eu arqueei o corpo, sentindo a pressão. Mas o corpo cedia, abria. E quando ele deslizou inteiro pra dentro, eu tremi.
O cheiro dele agora era de homem limpo, quente, suado do vapor do banho. Os gemidos saíam roucos, a foda era firme, lenta no começo, depois bruta.
E o resto, meu irmão... foi entrega.
Eduardo começou devagar, o pau enterrado todo dentro de mim, me preenchendo até o fim. A mão firme na minha cintura, me segurando como se meu corpo fosse só dele. A respiração pesada batia nas minhas costas, quente, cheia de desejo contido.
— Isso... olha como tu abre pra mim — ele murmurava. — Esse cu foi feito pra ser meu, Lucas. Só meu.
Ele saiu quase todo e meteu de novo, com força. A cama rangia, meu corpo se esticava, e eu gemia sem vergonha. A dor e o prazer se misturavam num calor que me deixava mole, entregue. Eduardo me montava como um macho monta fêmea — sem piedade, sem dúvida, com domínio.
— Tu gosta assim, né? Gosta de ser fodido... de sentir um homem de verdade te quebrando por dentro.
— Gosto... — eu gemi, a boca colada no travesseiro. — Me fode... me fode forte...
Ele me puxou pelos cabelos, me fazendo erguer a cabeça, e mordeu minha orelha.
— Então vira. Quero ver tua cara enquanto eu destruo tua alma.
Me virou com força, me deixou de barriga pra cima. Subiu sobre mim, ajoelhado entre minhas pernas. O pau brilhava com minha lubrificação, latejando, grosso, firme. Ele apontou e entrou de novo, sem pressa, mas fundo. Nossos olhos se cruzaram. O dele era fome, vontade, domínio.
Começou a meter com mais ritmo, mais intensidade. Cada estocada fazia meu corpo vibrar. Ele me segurava pelos punhos, me prendia na cama com o peso dele, com o quadril batendo no meu com força.
— Tu é meu agora, entendeu?
— Sou... — quase chorei de tesão. — Porra... eu sou teu...
Ele sorriu com canto da boca e soltou meus braços. Se inclinou e me beijou, forte, babado, com a barba raspando minha pele. Depois mordeu meu pescoço, desceu a boca até meu peito e mordeu o mamilo esquerdo.
— Vai lembrar de mim toda vez que tocar nesse peito — sussurrou.
Mudei de posição, puxado por ele. Fiquei de quatro de novo, mas dessa vez com a cabeça pressionada no colchão e a bunda empinada. Ele veio por trás e me meteu de uma vez só.
— Agora aguenta.
E me comeu com força. Ritmo bruto, estocadas secas, palma batendo na minha bunda, palavras sujas.
— Isso... olha essa bunda balançando... que delícia... tu nasceu pra isso, porra...
Eu tava fora de mim. O mundo era só o som da cama batendo, os gemidos dele, o meu corpo sendo invadido. Meu pau latejava embaixo, encostando no lençol, duro, babando.
Até que ele me puxou pelos braços e me colocou sentado no colo dele, de frente. O pau ainda dentro. Me fez cavalgar.
— Quero que tu sente no meu pau e rebola. Mostra como tu sabe usar esse cuzinho.
Segurei nos ombros dele e comecei a subir e descer, rebolando, sentindo tudo por dentro. Ele apertava minha cintura, gemia baixo, suava.
Até que explodiu.
— Porra... não dá... vem cá...
Me deitou de novo, voltou a foder com força, o corpo dele pesando sobre o meu, o suor escorrendo, o pau mais duro do que nunca.
E então ele gemeu forte, travou o quadril e gozou fundo. Eu senti a porra quente enchendo meu cu, pulsando dentro.
Gozei junto. Nem precisei tocar. Meu corpo inteiro se contraiu e eu jorrei no abdômen dele, sujando nossos peitos, nossas peles.
Ficamos ali. Ofegantes. O cheiro do sexo no ar. O quarto silencioso, só nossos corações batendo rápido e a respiração voltando devagar.
Edu me olhou, sorriu cansado, passou a mão na minha cara e disse, rindo:
— Agora tu é meu.
E eu... não consegui dizer nada. Só sorri de volta. E me aninhei no peito dele, sentindo o cheiro do sabonete e do sexo misturado. Me sentindo completo.
O carro tava silencioso. Só o som da ventoinha do ar-condicionado e os pneus na rua molhada. A cidade parecia dormindo, enquanto eu ali, no banco do carona, sentia meu corpo ainda mole, saciado, mas com a cabeça girando.
Eduardo dirigia como se nada tivesse acontecido. Camisa aberta, cabelo molhado do banho, barba meio desfeita. A mão firme no volante, o antebraço grosso à mostra. E eu... com a bunda doendo gostoso, o cu ainda melado da gozada dele, a pele quente, o peito acelerado.
— Tá tudo bem? — ele perguntou, sem tirar os olhos da rua.
Assenti com a cabeça. Nem consegui falar. Só soltei um “uhum” baixo, quase engolido.
Encostei a testa no vidro da janela. A rua passava devagar. Cada poste de luz parecia mais longe que o outro. A cidade tava igual a mim: quieta, vazia, sem saber o que fazer com o que sentia.
Na minha cabeça, uma frase martelava: eu transei com o amigo do meu pai.
Eduardo. O cara que frequentava minha casa desde que eu era moleque. Que me dava tapa nas costas nas festas, que dividia cerveja com meu velho no quintal. Que me zoava por causa das notas na escola, perguntava da faculdade. Que viu meu primeiro bigode nascer.
E agora ele tinha me fodido. Forte. Como homem. Como dono.
Eu deveria estar me sentindo sujo? Errado? Arrependido?
Mas a verdade é que... eu tava leve. Eu queria de novo.
O carro parou na frente do meu prédio. Ele desligou o motor e ficou me olhando.
— Não vai dizer nada? — ele perguntou, a voz rouca.
— Não sei o que dizer.
— Vai fingir que não aconteceu?
— Não dá pra fingir. Meu corpo ainda tá... — pausei. — Sentindo.
Ele riu baixo, com aquele sorriso torto de canto de boca.
— Não precisa responder agora. Vai pensando. Mas uma coisa eu já sei — ele se inclinou um pouco, o olhar sério. — Tu não vai conseguir voltar atrás. Isso aqui... — ele apontou entre nós. — Já começou.
Eu só balancei a cabeça. Desci do carro com as pernas meio bambas e a cabeça cheia. Subi devagar pro meu apartamento. Entrei e fui direto pro chuveiro. Mas a água não levou o que eu sentia.
Fechei os olhos debaixo da água quente, e tudo voltou em flashes: a pegada firme, o cheiro dele, o gosto, o jeito como ele me montou, as palavras no meu ouvido.
E aquele pensamento teimando:
O que meu pai pensaria?
Mas, porra... e o que eu penso? O que eu sinto?
Senti o pau endurecendo de novo só de lembrar. Bati uma punheta rápida, suja, envergonhada, imaginando Eduardo de novo. Gozei forte, grudado no azulejo. E quando terminei, ainda sem forças, encostado no box, entendi:
Eu podia até estar com medo.
Mas arrependido... eu não tava.