1x04: Confissões e Descobertas

Da série Desajustados
Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 826 palavras
Data: 09/06/2025 16:13:52

Os corações de ambos estavam acelerados. Ricardo e Tonny estavam muito próximos, a tensão quase palpável, mas disfarçavam. Tonny então recuou discretamente, saindo da frente de Ricardo. O silêncio entre eles se prolongou, carregado de significado, até que Amanda entrou no quarto, com seus longos cabelos negros e o rosto impecável.

— Os rapazes aí vão me acompanhar? — perguntou ela, animada.

— Por quê? O namorado te chutou, mana? — provocou Ricardo, rindo.

— Haha, muito engraçado. Ele já está me esperando na festa — respondeu Amanda com um sorriso debochado.

— E onde é essa festa? — perguntou Tonny.

— É aqui perto — respondeu Ricardo. — Vamos.

Saíram de casa juntos. Ricardo sentia-se encantado com a presença de Tonny ao seu lado. Era um sentimento forte e inesperado, algo novo que mexia com ele. Enquanto caminhavam, Ricardo olhou para o céu e notou como as estrelas brilhavam intensamente naquela noite.

Ao se aproximarem da casa de Léo, que era grande, o som alto da música já podia ser ouvido à distância. A lembrança de um sonho antigo passou pela mente de Ricardo. Quando estavam quase chegando, um rapaz moreno, alto, com cerca de 1,85 m, sorriso branco e olhos negros, aproximou-se e beijou Amanda apaixonadamente.

— Oi, amor — disse Amanda, sorrindo.

— Oi, Bruno — cumprimentou Ricardo, com um olhar desconfiado.

— Fala, cunhadinho. Como vai essa força? — respondeu Bruno, descontraído.

— Bem, bem... Ainda não entendi o que você viu nessa menina. Eu já teria mandado vazar faz tempo.

— Acho que vou fazer isso já — brincou Bruno, dando risada.

Amanda deu um tapa de leve nas costas de Ricardo e entrou na festa com o namorado, deixando Ricardo e Tonny a sós.

— Vamos entrar — disse Ricardo. — Vou te apresentar à Marilian, à Carol e ao dono da casa — e da festa — meu melhor amigo, Léo.

Tonny apenas assentiu com a cabeça. Ao entrarem, foram imediatamente envolvidos pela vibração da festa. Pessoas dançavam, se beijavam, riam alto e aproveitavam a noite intensamente. Dentro da casa, encontraram o grupo de Ricardo reunido.

— Fala, galera! — cumprimentou ele.

— Oi, lindo — respondeu Carol, sorrindo.

— Lindo como sempre, hein, Rick — disse Marilian, com um olhar tímido.

— Você é que está uma formosura, Mara — retribuiu Ricardo.

A garota corou, e Léo não perdeu a chance de brincar:

— Ih, a Mara ficou vermelha! — disse, rindo.

Todos riram, até mesmo Tonny, mais contido.

— Galera, esse é o Tonny. O carinha novo da escola — anunciou Ricardo.

— Olá — disse Tonny, meio sem graça.

Todos o cumprimentaram, e Carol, mais afoita, o abraçou com entusiasmo. Tonny ficou vermelho, claramente desconcertado com o gesto.

— Carol, já se oferecendo pro cara? — brincou Léo.

Ao ver os dois se abraçando, Ricardo sentiu algo estranho dentro de si. Um incômodo silencioso cresceu em seu peito. Sem pensar muito, chamou Carol.

— Vamos ali comigo pegar algo pra beber?

— Vamos. Tenho mesmo uma coisa pra te dizer — respondeu Carol, trocando um olhar cúmplice com Marilian, que abaixou a cabeça discretamente. Eles se afastaram, deixando Tonny com o restante do grupo.

Léo então se aproximou de Tonny.

— E aí, cara? Por que não falou comigo mais cedo, quando fui até você?

— Nada pessoal, cara. É que eu tava com uns problemas e não tava no clima de conversar com ninguém — respondeu Tonny com sinceridade.

— Ah, entendo. Mas agora você já é nosso amigo. Pode contar com a gente pra tudo, beleza?

— Valeu, cara — respondeu Tonny.

De repente, Léo empalideceu. Seu rosto suava, os olhos fixos na porta. Tonny notou sua mudança repentina de expressão e seguiu seu olhar: dois homens sérios, desconhecidos e nitidamente mais velhos, haviam acabado de entrar. Eles não pareciam fazer parte da escola. Os dois olharam diretamente para Léo e seguiram caminhando em sua direção.

— Cara, você tá bem? — perguntou Tonny, preocupado.

— Léo, você tá branco. Que houve? — questionou Marilian, também notando o comportamento estranho do amigo.

— Nada não, gente... Já volto — murmurou Léo, tentando disfarçar.

Marilian segurou o braço dele.

— Você não está bem, Léo. Fala o que está acontecendo.

— Me solta! — gritou ele de repente, puxando o braço com força e quase fazendo Marilian cair. Tonny a amparou no reflexo, observando atentamente a reação de Léo, que seguiu apressado para o mesmo corredor por onde os homens haviam passado.

— Ele é sempre assim? — perguntou Tonny, intrigado.

— Não... É a primeira vez que ele grita comigo desse jeito — respondeu Marilian, ainda assustada.

Tonny então olhou na direção de Ricardo e Carol, que estavam na área das bebidas, com copos na mão. O clima entre eles parecia sério.

— Então, Carol... O que você tem pra me falar? — perguntou Ricardo, curioso.

— Rick, é sobre a Mara... — começou ela, hesitante.

— O que tem ela?

— Nada... Quer dizer... Ela tá apaixonada.

— Apaixonada? Mas por quem?

— Por você, Rick.

Ricardo ficou em choque. Aquilo não podia ser verdade. Marilian não podia gostar dele. Virou-se instintivamente para olhar na direção dela — e viu Tonny ao lado dela. Os dois juntos. A garota que o amava... e o garoto por quem ele estava começando a se apaixonar.

Continua...

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