Nunca achei que minha bunda fosse parar na internet.
Sempre fui o discreto. O tímido. O que escondia os nudes com senha no celular. Aos 20, eu morava sozinho, depois de meu pai me expulsar de casa e contava moeda pra pagar o arroz da semana. Foi quando o Caio apareceu de novo.
Já tínhamos nos pegado algumas vezes. Da última vez, eu meti nele. Ele gemia com gosto, e me chamou de "novinho gostoso" no ouvido. Ele tinha uns 30 anos, baixinho, moreno, cheio de tatuagens — e produtor de pornô.
— Tu tem o perfil perfeito, Paulo. Se topar dar o cu na frente da câmera, eu te coloco numa cena foda. Vai bombar.
Pensei por dias. No fundo, sabia que era arriscado. Mas o aluguel tava atrasado. E Caio era convincente. A proposta: ser passivo numa cena com um ator experiente. Eu topei — mesmo sem saber quem seria o ativo.
Cheguei no tal “estúdio”, que na real era um apartamento alugado só pra gravação. Luzes improvisadas, uma pia desmontada no banheiro, cabos por todos os cantos. Dois caras da equipe já estavam montando tudo — câmera e microfone direcional. Tentei disfarçar o nervosismo. Caio me recebeu com um sorriso rápido e me deu o roteiro impresso.
Eu faria o papel de um jovem que acabou de sair do banho, só de toalha, quando o mecânico chega pra consertar a pia. E acaba dando ali mesmo, no banheiro.
A proposta era clichê, mas o público curtia. E o dinheiro tava certo.
Caio me olhou nos olhos.
— O ator é profissional. Vai saber conduzir. Tu só precisa estar entregue.
Rafael chegou 15 minutos depois. Alto, moreno, corpo trincado. Ombros largos, braço tatuado, cara séria. Não parecia simpático, mas parecia focado. Cumprimentou com um “salve” e foi direto pro banheiro ver o set.
Corri pro quarto, peguei o celular escondido e busquei pelos vídeos do Rafael no perfil da produtora.
O primeiro vídeo já começou com ele socando outro cara. Violento. Implacável. A rola dele era absurda — grossa, escura, pulsante. Eu engoli seco. Assisti outro. E outro. Fiquei paralisado. Como eu ia dar pra esse cara?
Voltei tremendo. Chamei Caio na cozinha.
— Não sei se consigo. Vi os vídeos dele… É demais. Nunca levei uma rola assim.
— Vai conseguir sim. Confia. A gente vai te guiar.
— Mas ele mete pesado. Não é o meu ritmo…
— O público ama isso. E tu vai receber mais do que qualquer iniciante.
Pensei no dinheiro. Na minha geladeira vazia. Nas contas atrasadas.
— Tá. Vamos.
A gravação começou.
Eu apareci na câmera saindo do banheiro, só de toalha. Corpo molhado. Tentando parecer natural. Vergonha nos olhos — vergonha mesmo. Porque atrás da câmera tinha dois caras com microfone e lente apontada direto pro meu rosto. Eu estava ali… pra dar o cu na frente deles. E pra um cara que mal tinha falado comigo.
Rafael, o “mecânico”, estava abaixado debaixo da pia. No roteiro, ele se sujaria com a água. E aconteceu. Água respingou, manchou a camiseta.
Ele tirou. O peito dele era largo, com pelos finos, tanquinho esculpido. Veias no braço saltavam. Eu fiquei olhando, de verdade. Tesão misturado com medo.
Ele me olhou. A câmera capturava tudo.
Chegou perto. Encostou no meu peito. Pegou meu queixo e me puxou pro beijo. Dominante. Língua quente. Sem cerimônia. A mão dele puxou minha toalha.
— Vai, mama — ele disse, já tirando o pau da cueca.
E eu mamei.
De joelhos, os joelhos tremendo, boca aberta, tentando lidar com aquela rola impossível. Veias, cheiro forte, gosto de homem suado. Comecei devagar, mas ele empurrou. Pegou meu cabelo, guiou minha boca até a garganta travar. Os olhos da equipe ali, fixos.
Logo ele me virou. De quatro. Em frente à pia.
Lubrificante gelado. Dedo entrando. Logo o pau.
A dor foi absurda. Ele empurrou devagar, mas com firmeza. Eu arregalei os olhos.
E aí aconteceu.
Meus olhos encontraram os de Caio. Ele estava atrás da câmera. Me encarando.
Era como se eu implorasse com o olhar: "Manda parar."
Mas ele não mandou. A câmera seguiu rodando.
Eu chorei.
O rosto contorcido. Dentes cerrados. Lágrimas escorrendo. A rola dele me abrindo inteiro. E o Rafael não aliviava. Estocava com força. Ritmo bruto. Mãos na minha cintura, quadris batendo sem piedade.
A câmera pegou tudo.
Feições de dor. As lágrimas escorrendo. O tremor do corpo. Eu estava sendo usado do jeito que o público gosta.
Continuamos no quarto. Mudamos de posição. Me pôs de lado, depois me levantou e me botou sentado no colo dele. Eu cavalgava devagar, com o cu latejando.
A equipe fazia o trabalho frio deles. Um filmava, o outro captava gemido e barulho de pele batendo. Era trabalho. Eu era produto.
Quando Rafael gozou, foi fundo, enterrado até o final. Gozou gemendo, suando, rosnando no meu ouvido. E eu tremia.
Fim da cena.
Silêncio.
Meu cu pulsava. Sentia o corpo mole. Exausto. Devastado.
Rafael me deu um tapa na bunda e falou, sério:
— Mandou bem. Aguentou mais que muito veterano.
Saiu. Pegou as coisas e foi embora como quem encerra o expediente. O câmera e o o parceiro dele começaram a guardar o equipamento.
Caio veio até mim com uma toalha e água.
— Quer carona?
Assenti. Já nem falava. Tomei um banho e desci com o Caio.
No carro, silêncio por uns minutos. Depois ele soltou:
— Foi foda, Paulo. A cena vai viralizar.
— Eu até chorei.
— Eu vi.
— Tu não pensou em mim.
— Claro que pensei! Esse vídeo vai ser um sucesso!
Quando chegamos na porta do meu prédio, Caio me entregou o envelope com meu pagamento. Meu cu ainda quente, pulsando. Sabia que aquilo ia pra internet. Que iam ver meu rosto. Meus gemidos. Meu choro.
Sabia também que o dinheiro ia me salvar.
— Sobe? — perguntei, olhando no fundo dos olhos dele.