A mangueira ainda jorrava água, fazendo aquele barulhinho irritante de pressão perdida, e eu ali, de quatro, arfando, com o corpo mole e a mente fritando igual pastel em óleo velho. Jeff — o desgraçado de 18 anos mais sem-vergonha da favela— ainda tava atrás de mim, com a pica melada e um sorrisinho de quem tinha acabado de vencer um campeonato clandestino de punheta. A água fria batia nas nossas pernas, mas o calor do crime ainda tava subindo feito vapor de panela de pressão.
— viadão... — ele disse, puxando meu cabelo com aquela ousadia juvenil de quem nunca levou tapa na cara de verdade. — Tu é gostoso demais, cara. Dá vontade de te comer até cair morto.
— Vai se foder, moleque. — respondi, sem muita convicção, porque meu cu ainda latejava de prazer.
Ele riu, ainda dentro de mim.
Tava tudo indo no ritmo de um pornô gravado com celular, quando ouvimos aquele som
CLAC!
Uma porta batendo.
— Paulão? — a voz era grave. Masculina. Autoritária.
Eu gelei. Jeff arregalou os olhos. E foi só então que percebi: a porra do portão da frente tava destrancado. E a porra da minha vida também.
— Puta que pariu...
— É... — eu respondi. — Isso foi... uma bela invasão de domicílio.
Ele saiu devagar, com o pau murcho e satisfeito, e puxou a bermuda de volta.
— Acho que perdi a pipa de novo — disse, rindo.
— Se for pular o muro mais uma vez, avisa. Pra eu já deixar o cu pronto.
Mas aí ouvimos. Um barulho seco, do lado de fora. Passos. Vozes abafadas.
— Ei, ô Paulão! TÁ AÍ, PORRA?! TÁ FAZENDO O QUÊ?
— Merda... — ele sussurrou, os olhos arregalados.
— Quem é?
— É meu tio.
— Tio?!?
— E ele... ele é PM.
A gente se encarou, suados, nus, cheirando a gozo e mangueira. E então... a maçaneta do portão girou.
O homem entrou já tirando os óculos escuros, com aquela aura de autoridade que fazia até pitbull sentar e chorar. Alto, corpo trincado, cabelo raspado na régua e um rosto que parecia ter sido desenhado por alguém com tesão. Parecia o Kuan Reymond, só que com menos filtro e mais testosterona. Tava de farda aberta, sem o colete, só com a camisa colada no peito largo e o distintivo pendurado como se dissesse "aqui quem manda sou eu".
— Que porra é essa? — ele disse.
Eu congelei. Jeff só conseguiu grunhir um “vish”.
— Cês tão pelados no quintal... em plena segunda-feira? — Carlos olhou em volta, viu a mangueira caindo no chão, minha bunda toda vermelha, e Jeff com a vara ainda meia dura, brilhando sob o sol. — Isso aqui é o novo OnlyFans dos favelado e eu não fui avisado?
— Tio, eu posso explicar... — comecei, completamente sem roupa, coberto só pela minha própria vergonha (e nem isso muito bem).
— Explicar o quê? Que tá levando rola de um moleque que parece entregador de iFood? — Carlos cruzou os braços, mas os olhos dele passeavam. E não era de raiva. Era... curiosidade?
— Ei, qual é, mano! — Jeff se meteu, ainda tentando cobrir o pau com uma mão. — Não sou entregador não, sou estudante! E tenho 18, tá legal?
— Ah, ótimo. Menor de idade seria o fim. — Carlos suspirou e tirou a camisa, revelando o tanquinho que parecia ter sido esculpido por um motoboy em dia de greve. — Que nojo... isso tudo molhado aí tá me dando calor.
— Tira mais então — Jeff murmurou, safado, com aquele sorriso de quem tá pronto pra comer a família inteira.
Eu ia responder alguma coisa, talvez um xingamento ou um pedido desesperado por salvação, mas Carlos deu dois passos e já tava na nossa frente.
— Paulão, tu me deve explicação. Isso aqui é o quê? Circo de piroca?
— Eu... tava só me refrescando, tio. Aí o moleque apareceu. Pipa, sabe?
— Sei. E tua bunda apareceu junto. Que coincidência, né?
Carlos se abaixou, pegou a mangueira, e sem dizer mais nada, começou a molhar as pernas. A água escorria pelos pelos da canela, subia pelo joelho musculoso, e eu juro por tudo que vi o Jeff engolir em seco.
— Tio... — falei, com a boca seca. — Cê não devia tá aqui.
— E tu devia tá no Faustão, dançando pelado na geladeira? Vai te foder, Paulão.
A mangueira subiu, molhando o abdômen do homem, e agora era oficial: o PM tava gostoso. Gostoso e molhado. E pelo volume da calça, ele não parecia incomodado com a situação.
— Cês dois tão na merda. — ele disse. — Mas já que tá tudo perdido mesmo... vamo conversar.
Carlos desabotoou a calça com uma calma assassina. A fivela fez um barulho metálico, e a cueca branca já veio marcada com uma racha de rola.
— Paulão teve que se segurar na beirada da pia do quintal.
— Tio, porra...
— Shhh... — ele interrompeu. — Tu já tá todo comido. Agora quem manda aqui sou eu.
Jeff olhou pra mim com aquele olhar de "é hoje que a gente morre feliz".
Carlos tirou tudo. Ficou pelado ali, no meio do quintal, com o pau apontando pra liberdade. Era grosso, pesado e com veias que pareciam mapa rodoviário. Ele deu dois passos pra frente e segurou meu queixo.
— Levanta, viado. Não vai ficar no chão parecendo lombriga, não.
Levantei. Me tremendo.
— Tu sempre gostou de brincar com fogo, né?
— Depende do fósforo... — tentei brincar, mas a boca tremia.
Carlos encostou o pau na minha coxa.
— Vamo ver se cê aguenta o jato da PM.
Jeff caiu na risada, e eu também, nervoso. Mas o pau dele não tava brincando. Veio roçando, subindo, até encostar ali. No buraco já lambido pelo inferno.
— Tu tá preparado pra isso?
— Preparado não tô, mas se for pra morrer... que seja com honra.
Carlos cuspiu na mão, melou a pica e veio entrando. Devagar, mas com firmeza. Jeff assistia como se fosse Netflix com pipoca, batendo uma punheta discreta.
— Porra, Paulão... tu ainda tá quente. Moleque deixou a churrasqueira acesa.
— Fala baixo, porra! — gemi, sem vergonha.
Carlos riu. Começou a meter. Forte. Com ritmo de viatura descendo a favela. Cada estocada era uma denúncia contra minha moral. O som da água, o barulho das peladas se chocando, tudo fazia parecer que eu tava transando dentro de um lava a jato.
Jeff se aproximou, beijou minha boca, depois passou a língua na bunda enquanto Carlos comia. Era um revezamento digno de medalha olímpica.
— Isso aqui tá parecendo a suruba do pós-apocalipse — disse Jeff.
— Cala essa boca e mete também — Carlos ordenou.
E ele meteu. Na boca. Enquanto eu gemia com o pau do meu tio enterrado e o do moleque entupindo minha garganta. E tudo isso no quintal, ao som dos passarinhos e de um vizinho gritando que o gás tava acabando.
O ritmo ficou intenso. Um socava, outro gofava. Era pica na boca, pica no cu, e eu ali, desidratado e feliz. Tive um orgasmo que quase me apagou. Gozei nas pernas, no chão, sei lá onde. Jeff gozou na minha cara. Carlos no meu cu. E todos, por um segundo, ficaram em silêncio.
Até que ouvimos.
— Ei! Ô, Paulão! Minha pipa caiu aí de novo!
A voz de uma criança. Pequena. Inocente. Cheia de esperança.
Carlos pegou a mangueira e mirou no portão.
— Caiu foi porra nenhuma! Aqui só tem rola, moleque!
E Jeff? Jeff já ria, pelado, se estirando na grama como se tivesse ganhado a vida.
Mas então... o som de um carro parando. De sirene. Uma viatura?
Carlos ficou sério. Vestiu a calça correndo.
— Paulão... acho que eu tô encrencado. Isso aí... não era patrulha minha.
Jeff olhou assustado.
— Vai dar merda?
Carlos olhou pro portão e murmurou:
— Só se for merda em três turnos... Porque a PM veio mesmo.
Continua...