A água já não refrescava — só deixava tudo mais escorregadio, mais excitado. Eu empurrei ele contra a parede encardida do quintal, a mão espalmada no peito molhado dele, sentindo o coração bater no ritmo de um funk proibidão. A pica dele já tava dura, latejando, como se tivesse esperando essa treta desde o momento que ele botou o pé no muro. E eu? Eu tava com o cu piscando igual pisca-pisca de Natal.
— Vai ficar só me olhando ou vai dar essa porra logo? — ele provocou, com aquele sorrisinho canalha.
— Tu fala demais, moleque.
Eu virei de costas, baixando o short de vez. O elástico estalou na bunda, e eu senti o ar quente do quintal tocar minhas nádegas molhadas. Escutei ele bufar — um misto de tesão e urgência — e então senti a mão dele abrindo minhas bandas com a delicadeza de um ladrão tentando arrombar um cofre.
— Que bunda, hein... parece até que foi feita pra sentar no meu pau.
— E o teu pau foi feito pra ficar calado. Enfia logo essa merda.
Ele não perdeu tempo. Cuspiu na mão, esfregou na cabeça do pau e passou na minha entrada. Aquela cusparada quente virou um convite mal-educado — e eu aceitei sem pensar duas vezes. Ele começou empurrando devagar, gemendo baixinho, e eu segurei na borda da pia velha que tava ali encostada, quase caindo.
— Caralho... — ele sussurrou. — Que cu apertado do caralho...
— Vai devagar, porra! Tu não tá abrindo um portão enferrujado!
Mas era mentira. Eu queria era que ele me arregaçasse todo. Queria sentir até o fundo da alma. E ele foi fundo. Com uma força que me fez grunhir alto e morder os lábios pra não gritar e acordar os vizinhos.
O moleque começou num ritmo insano. A água da mangueira ainda escorria pelas pernas, misturada agora com cuspe e suor. O som era indecente: ploc ploc ploc, como se estivéssemos batendo bife contra azulejo. E ele falava, porra como falava:
— Tá gostando, né, safado? Fica pagando de brabo, mas tá gemendo igual puta.
— Cala a boca e mete!
Ele segurou minha cintura com força, puxou meu corpo contra o dele e começou a me foder com tanta vontade que meus joelhos quase desistiram de mim. A cada estocada, era como se ele cavasse um pedaço da minha dignidade e jogasse fora.
— Isso... abre esse cu pra mim... isso...
— Vai se foder, moleque...
— Tô indo, porra!
A porra do moleque era quente, rude, meio selvagem. Me pegava com a gana de quem tava tentando resolver todos os traumas na base da pirocada. E eu deixava. Me entregava inteiro, rebolava, gemia, provocava:
— É só isso? Essa pica toda pra meter igual um entregador cansado?
— Ah, é? Então toma, desgraçado.
Ele me virou de frente, me jogou contra o tanque velho e levantou uma das minhas pernas, tipo cena de novela pornô. Enfiou de novo, com força, com gosto, e me beijou. Um beijo suado, quente, cheio de saliva e safadeza. As línguas se enrolando como se estivessem brigando pela liderança do crime.
— Tu beija bem, hein... — ele disse, com a respiração falhando.
— E tu fode como se tivesse dívida com a vida.
Ele meteu mais fundo. Eu quase gritei. Senti meu corpo todo vibrar, o pau dele batendo lá no fundo, raspando onde só quem merece chega. Os gemidos saíam abafados, urgentes, e minha mão já tremia quando segurei no pescoço dele pra não cair.
— Tô quase... — ele avisou.
— Segura... mais um pouco... vem junto comigo...
A gente gozou quase junto. Eu primeiro, jorrando no meu próprio peito, sentindo aquele calor subir das entranhas como um trovão. Ele veio logo depois, enterrando até o fundo, me apertando como se fosse explodir. Senti a porra quente lá dentro, me enchendo todo, escorrendo, lambuzando.
Ficamos ofegantes. Encostados um no outro, os corpos molhados, as pernas bambas. O silêncio do quintal era quebrado só pela mangueira ainda ligada, cuspindo água no chão com um som ridículo de pshhhhh — como se estivesse aplaudindo o sexo hardcore que acabara de presenciar.
Ele riu, ainda dentro de mim.
— Puta que pariu...
— É... — eu respondi. — Isso foi... uma bela invasão de domicílio.
Ele saiu devagar, com o pau murcho e satisfeito, e puxou a bermuda de volta.
— Acho que perdi a pipa de novo — disse, rindo.
— Se for pular o muro mais uma vez, avisa. Pra eu já deixar o cu pronto.
Mas aí ouvimos. Um barulho seco, do lado de fora. Passos. Vozes abafadas.
— Ei, ô Paulão! TÁ AÍ, PORRA?! TÁ FAZENDO O QUÊ?
— Merda... — ele sussurrou, os olhos arregalados.
— Quem é?
— É meu tio.
— Tio?!?
— E ele... ele é PM.
A gente se encarou, suados, nus, cheirando a gozo e mangueira. E então... a maçaneta do portão girou.
❖
Continua...