O tempo passou, eu, Helen e o caçula viemos parar em Aracaju; o mais velho mora em Brasília desde que se formou na UnB, e lá constitui família. O mais novo, já disse, está na barra da saia da nossa mãe e Helen se casou e está morando em Esplanada, no litoral norte da Bahia. Ela sempre foi estudiosa e desde novinha trabalha bastante. Começou como estoquista numa rede de lojas famosa no Nordeste e foi subindo de cargo, se tornando gerente e tendo que mudar de cidade de vez em quando, sempre que inauguram uma filial nova. Permaneceu firme na igreja, mas deixou de ser rígida nos usos e costumes: é vaidosa, usa maquiagem, calça comprida, corta seus belos cabelos loiros quando dá vontade… Só deu ruim quanto ao casamento: se juntou com um boyzinho folgado, ruim pra trabalho; todo mundo a aconselhou a não dar trela pro sujeito, mas já viu né. Ela trabalha bastante e basicamente sustenta o animal, que vive desperdiçando o dinheiro que ela ganha em negócios furados: já faliu num lava-car, uma lanchonete, uma barbearia…
Agora inventou de chamar uns motoboy amigos dele pra montar uma empresa de delivery. Acho que Helen só está casada ainda por conta do divórcio ser mau visto em nossa congregação, exceto em caso de adultério. Certeza que o vagabundo bota galha nela, mas ninguém conseguiu provar ainda.
Helen é linda, devo dizer: catarinense de cabelos loiros, olhos esverdeados, alta e magra, mas com quadril bem marcado, e seios médios. Eu jamais teria coragem de descrevê-la assim até uns meses atrás, mas a safadeza que estou vivendo me faz perder a noção de respeito e pudor.
Esplanada fica umas 2h e 30min de carro de Aracaju, então é comum a gente se reunir quando tem algum feriado prolongado, momento esse em que meus pais matam a saudade das netinhas (Helen tem 2 filhas). Eu e minha irmã temos uma boa relação, mas é meio protocolar, quero dizer, não ficamos nos abraçando com ela me chamando de “maninho” ou eu lhe dizendo “irmãzona”. Somos adultos e nos comportamos como tal. Rute Suzana não vai muito com a cara dela, acho que é pela diferença de biotipos (Rute baixinha e gordinha, Helen alta e esguia: é inveja mesmo, pra ser bem sincero).
De tanto pensar em Helen nesses dias, principalmente “naqueles dias” da nossa adolescência, somada à luxuria incestuosa que me atormenta, decido viajar para a Bahia, logo ali, visitar minha irmã. Convidei Rute já sabendo que ela recusaria, o que é ótimo. Obviamente não tenho nenhum pensamento impuro com relação a Helen nessa viagem: eu só quero ver ela, ver se está bem, se meu cunhado inútil não está dilapidando seu patrimônio, ver minhas sobrinhas. É saudade mesmo, amor fraternal que sempre tive dificuldade em demonstrar. Helen me recebe muito bem, como sempre, com uma mesa farta já colocada. Levei presentes para as meninas e pra ela também: um colar com pingente que sei que ela gosta de colecionar. Ela me pede pra ajudar ela a provar, ficando de costas para mim e pedindo para ajudar a fechar o negocinho. Ela afasta os cabelos enquanto ajusto o colar, tocando levemente em seu pescoço, nada demais:
- Fiquei bonita?
- Oxi, tu sempre foi…
- Brigada, Ingo! Acho que a única vez que tu disse que sou bonita foi no meu casamento, quando me viu vestida de noiva…
- Pois se tu casar de novo, vai ficar mais bonita ainda!
- Já vai começar a implicar com meu marido, é?
- Tô brincando, mana, se arrete não…
- Sei…
- Cadê ele?
- Por aí, cuidando da “empresa”…
Ela diz revirando os olhos e nós dois rimos. Sentamos pra lanchar e conversamos sobre a vida, trabalho, família, igreja… Eu me arrependo de não ter tratado ela com mais carinho durante esses anos. De repente, recebo um zap da minha amante do trabalho, guardo o celular no bolso, mas Helen viu a foto da sujeita, e não resiste em perguntar:
- Quem era?
- É lá do trabalho, perguntou se eu estaria na escala desse final de semana; deve ter esquecido que eu avisei que viria pra Bahia…
Como sou tímido, dou uma gaguejada enquanto conto essa lorota pra Helen, e ela me conhecendo bem, lança um olhar sério:
- Ingo, Ingo… por que se enrolou todo pra falar? Tá de conversinha aí, hein…
- Agora pronto!
- Tô brincando, mano! Sei que tu é sério, até demais pro meu gosto…
- Como assim? “Sério demais”? Me explique…
- Sempre certinho, bancando o bom moço…
- Igualzinho a você, fomos criados assim!
- Às vezes penso que me faltou coragem, de fazer igual nosso irmão, sabe? Ser independente, buscar o próprio rumo. Hoje sou mãe e entendo toda o cuidado que nossos pais tiveram com a gente, mas houve um tempo que me sentia oprimida. E tu sempre foi mais retraído ainda…
- Pois é, teve um tempo que eu vivia apavorado, com medo do mundo, das pessoas, principalmente no início da adolescência.
- Eu morria de dó de você, principalmente naquela época após mãe ter te entregado pro pai…
- Nem me fale, me sentia um criminoso…
- Imagina se eles descobrissem que tu trouxe revista de mulher pelada pra dentro de casa, tu tava lascado!
- Oxe, como tu sabe?
- E eu não achei ela escondida naquele armário velho onde pai arquivava um monte de papel? Tinha ido procurar uns jornal velho pra recortar e tava lá bem mocadinha…
- Menina! E tu folheasse ela?
- Sim, mas só tinha biscate nua…
- Tu tinha nojo de mim nessa época, né? Lembro da tua cara naquele dia que fui “descoberto”…
- Nojo não é a palavra correta; sei lá, eu também tinha curiosidade e ninguém pra conversar. Só não entendia seu interesse em espiar nossa mãe; ela nunca foi lá essas coisas em matéria de beleza…
- Mas era a única mulher próxima de mim, não tinha outra opção…
- E eu, não contava não?
- Tu era menina moça, ela mulher já formada. Entende? Quero dizer, nem peito você tinha direito!
- Aff, não tô valendo é nada mesmo! Eu me senti tão mal aquela vez, sabia? Eu já tinha baixa autoestima, e tu achar nossa mãe coroa mais bonita que eu, fez me sentir a menina mais feia da cidade…
- Poxa, Helen, se você soubesse o quanto eu me arrependi de não ter conversado contigo. Mas a gente era muito novo, eu não sabia como expressar. Percebi que tu se afastou bastante de mim. Mas sempre lhe achei linda, sinto não ter demonstrado isso pra você!
- Me chamando de bonita duas vezes no mesmo dia? Olha, que vou começar a acreditar! E rimos gostoso depois dessa conversa descontraída e cheia de memórias não necessariamente tão boas.
A tarde foi passando, meu cunhado chegou da rua e conversamos um pouco até ele sair no início da noite pra começar as entregas. Sugeri levar as minhas sobrinhas pra tomar um sorvete e Helen topou na hora. Jogamos mais um pouco de conversa fora e quando anuncio a intenção de ir embora ele pede pra passar a noite lá, pois já estava tarde pra pegar a estrada para Aracaju. Questiono que seu marido pode achar ruim mas ela diz que tá tudo bem, ele chega de madrugada e nem tem nada que desautorizar na casa dela. Aviso Rute que vou ficar em Esplanada até amanhã e ela também diz que tá tarde pra viajar, me fazendo pensar que será uma ótima oportunidade pra ela passar a noite com seu pai, por isso concordou rapidinho. Me ajeito no quarto de hóspedes e relembro a tarde agradável ao lado de minha irmã, a conversa franca que nunca tivemos antes e a coincidência dela ter tocado naquele “assunto”. Fico me revirando na cama com dificuldade pra dormir e levanto indo até a cozinha tomar um pouca d’água, nesse momento Helen aparece me perguntado se está tudo bem. Respondo que sim e reparo no seu pijama, curtinho e colado em seu corpo. Ela não usa sutiã e seus biquinhos ficam bem evidentes no tecido fino, me fazendo desviar o olhar para o chão para não a deixar constrangida. Minha irmã se aproxima e pede pra encher o copo d’água pra ela, toma de minha mão e começa a beber devagar, nossos olhares se cruzam por um breve momento. Tento não secar o corpo dela mas é impossível: Helen é linda demais, e a roupa de dormir dela não me ajuda, o short atoladinho no capô de fusca e os peitos durinhos e salientes. Digo boa noite e me dirijo ao meu quarto, mas ela vem ao me encontro, me abraça e dá um beijo no meu rosto, tudo muito breve.
- Que bom que você veio hoje aqui mano, uma pena que eu more longe de vocês todos!
- Também queria te ver mais vezes, mana…
Poderia ficar um bom tempo ali abraçado com ela sentindo o calor do seu corpo, mas me preocupo com a possibilidade de seu marido chegar e aos poucos vamos nos afastando. Volto pra cama e a imagem dela não sai da minha mente; seria uma noite longa sem conseguir dormir…
Acordei tarde e exausto, Helen e seu marido me convidam pra almoçar com eles e passo o resto da manhã limpando a grelha e churrasqueira escutando o papo furado do meu cunhado e quase nem vejo minha irmã. Durante a refeição ela usa o pingente que a presentei e de vez em quando trocamos uns olhares que não estamos habituados, parece que a conversa de ontem desbloqueou um tipo de cumplicidade diferente, não sei explicar.
Ajudo a limpar a louça e por algum tempo ficamos a sós na cozinha e não resisto em reparar melhor em seu corpo: veste uma calça legging verde e camiseta branca que não cobre sua bunda nem o capozinho; enquanto fico admirando a beleza de minha irmã por trás dela percebo que ela me vê pelo reflexo da porta espelhada do micro-ondas! Agora lascou, penso comigo, pois vai me taxar de pervertido igual àquela vez quando tinha 10+2 anos, mas ela olha pra trás e dá um sorrisinho nem um pouco incomodada, me deixando aliviado. Depois de tudo limpo vamos ao terraço onde tem redes de balanço e conversamos mais um pouco, onde ela me pede pra mostrar a foto da mulher que me mandou mensagem no dia anterior. Faço o que ela pediu, e Helen acha minha amante bonita, perguntando se ela é apenas colega de trabalho mesmo. Digo que sim, obviamente, e ela dá uma risadinha como quem não acredita muito. Me sento numa cadeira ao lado da rede dela e não resisto em admirar sua beleza, seus olhos, sua boca, seu quadril, suas coxas e o pacotinho de buceta bem apertadinho na legging. Não fui nem um pouco discreto e ela percebeu, mas novamente não pareceu se incomodar. Nunca a tinha olhado assim e me perguntava o que se passava na cabeça dela. Eu precisava voltar pra Aracaju e estendi as mãos pra ajudá-la a se levantar da rede pra me despedir. Outra vez nos abraçamos e agora ficamos por um bom tempo assim, o calor do corpo dela colado no meu! Beijei seu rosto, encarei seus olhos e desci meu olhar até o pingente. Perguntei se ela tinha gostado e ela respondeu que sim, puxando a camiseta um pouco para baixo e estufando o peito, exibindo boa parte de seu decote. Não creio que tenha sido intencional da parte dela, mas o efeito foi imediato no meu cacete, que começou a querer ficar meia bomba ali! Me apressei em dar tchau pras crianças e meu cunhado que estava deitado em outro cômodo e ao entrar no carro minha irmã joga um beijo de longe e faz aquele sinal de coração com as mãos, retribuo e saio dirigindo apressado rumo o Sergipe, com respiração acelerada em um monte de impurezas na mente!