Adriana acordou com o coração disparado, o corpo quente sob o lençol fino, o suor grudando na pele morena clara. Ela não sentia mais o tesão que a definira, mas naquela noite um sonho a puxou de volta ao passado. Era Zé, o coroa forte que pagara por sua virgindade anos atrás, o primeiro a marcá-la com um misto de dor e prazer. No sonho, ele estava nu, os músculos definidos brilhando de suor, os cabelos grisalhos curtos colados na testa enquanto a agarrava na cama do quartinho da mãe dela. “Você gosta, menina,” dizia ele, a voz rouca no ouvido dela, o pau grosso rasgando a buceta melíflua enquanto ela gemia alto, as coxas tremendo contra os quadris dele. Ele a virou de bruços, metendo por trás com estocadas brutas, a bunda redonda quicando enquanto ela gritava, esguichando no colchão velho, o prazer explodindo como um raio. Acordou antes de ele gozar, o grelo latejando por um segundo antes que os remédios fizessem o desejo sumir de novo, deixando só o eco de Zé na mente.
Ela ficou deitada, os olhos castanhos fixos no teto, o cabelo preto ondulado espalhado no travesseiro. Arnaldo dormia ao lado, o peito largo subindo e descendo, alheio ao que se passava na cabeça dela. O sonho a jogou num mar de pensamentos, lembranças do passado que ela tentava enterrar, mas que teimavam em voltar. Aos 14 anos, Zé pagara uma quantia boa à mãe dela, Vera, uma prostituta cansada que via na filha uma moeda de troca. A primeira vez foi num quarto abafado, a cortina puída separando o mundo, o cheiro de cachaça e tabaco no ar enquanto ele a despia com mãos firmes, o pau duro entrando nela sem ternura, mas com uma força que a fez gozar apesar da vergonha. Depois disso, ela aprendera a usar o corpo, aos 16, já fazia programas no bairro, homens mais velhos pagando por uma chupada ou uma foda rápida nos becos, o dinheiro guardado num pote pra fugir daquela vida. Cada transa era um grito abafado de controle e derrota, o tesão misturado à culpa, o corpo dela um mapa de sobrevivência que agora, casada, parecia inútil.
O dia passou em câmera lenta. Adriana levantou, tomou os comprimidos com um gole d’água, o gosto amargo na língua como um lembrete do que perdera. Fez café, varreu o chão do apartamento, sentou no sofá com o olhar perdido. Pensou na mãe, morta cedo, vítima da vida que levara, e na irmã, Lúcia, que escolhera Celso, um cafajeste que ela evitava lembrar. Pensou nos homens que a foderam, o chefe Roberto, gozando na cara dela na entrevista, o motorista do caminhão, metendo no pátio, os clientes anônimos dos motéis baratos. Cada memória trazia um flash de calor que os remédios apagavam rápido, mas naquele dia algo mudou. Talvez fosse o sonho com Zé, talvez o vazio que já durava mais de um ano, mas ao fim da tarde, enquanto o sol caía laranja pela janela, ela se sentiu um pouco mais animada, uma faísca, mínima, mas viva.
Arnaldo chegou do trabalho, a camisa desabotoada, o cabelo penteado pra trás com fios grisalhos nas têmporas. “Oi, amor,” disse ele, a voz grave carregando um tom de rotina, e ela olhou pra ele, o homem que amava, o marido que traía com outras porque ela não o satisfazia mais. “Oi,” respondeu ela, levantando-se do sofá, o vestido leve subindo pelas coxas grossas. “Quero você hoje,” disse, as palavras saindo quase mecânicas, mas com um esforço que ele não viu.
Ele ergueu uma sobrancelha, surpreso, o pau endurecendo na calça só com a ideia. “Tá bem,” respondeu, seguindo-a pro quarto sem hesitar. Não havia fogo como antes, nem o beijo faminto, nem as mãos puxando as roupas, mas uma dança protocolar, como se seguissem um roteiro. Ela tirou o vestido, os seios grandes caindo livres, os mamilos escuros sem vida, e deitou na cama, abrindo as coxas enquanto ele despia a calça, o pau grosso apontando pra ela. “Vem,” disse ela, a voz rouca mas sem chama, e ele subiu em cima, esfregando a cabeça do pau na buceta seca dela, forçando um pouco pra entrar.
Ele meteu devagar, as estocadas firmes mas sem urgência, os quadris batendo nos dela enquanto ela gemia baixo, mais por hábito que prazer. “Tá gostoso?” perguntou ele, o suor pingando da testa, e ela assentiu, os olhos fechados, tentando sentir algo além do vazio. Ele agarrou os seios dela, apertando a carne macia, e acelerou, o pau deslizando mais fácil com o pouco mel que ela ainda produzia. Ela não gozou, não esguichou como antes, não tremeu, mas fingiu um gemido alto quando ele anunciou: “Vou gozar.” Ele saiu rápido, gozando na barriga dela, o leite quente escorrendo até o umbigo enquanto arfava, o rosto vermelho de esforço.
“Foi bom,” disse ela, mentindo, limpando-se com o lençol enquanto ele caía ao lado, ofegante. “Pra mim também,” respondeu ele, a voz carregada de uma satisfação que ela sabia que não era completa. Viraram de lado, cada um pro seu canto da cama, e o silêncio voltou, pesado como sempre. Adriana fechou os olhos, o corpo exausto mas a mente acordada, e o sono a levou de novo pros sonhos.
Dessa vez, não era só Zé. Era um carrossel de homens do passado, rostos que ela lembrava e outros que o tempo apagara. Primeiro veio Roberto, o chefe, na sala do escritório, ela de joelhos, chupando o pau dele enquanto ele gemia, gozando na cara dela, o leite pingando nos seios enquanto ria: “A vaga é tua.” Depois o motorista do caminhão, na cabine suja, metendo por trás com força, o pau grosso rasgando a buceta melada enquanto ela gritava, esguichando no banco, as coxas tremendo contra o couro rasgado. Um cliente sem nome apareceu, num motel de beira de estrada, fodendo o cu dela pela primeira vez antes de Arnaldo, o pau pequeno mas cruel enquanto ela chorava e gozava, o prazer misturado à dor. Cada homem a tomava de um jeito, os corpos nus se misturando numa dança que ela não controlava, o tesão voltando com força nos sonhos, o grelo pulsando, a buceta molhada jorrando como nunca mais fizera acordada.
Ela acordou no meio da noite, o lençol úmido entre as coxas, o coração disparado de novo. Arnaldo roncava ao lado, alheio, e ela ficou ali, olhando o teto, o eco dos sonhos queimando na mente. Não sabia se era saudade ou medo, só sabia que o passado ainda vivia nela, mesmo que o presente a matasse aos poucos.