Segunda-feira partimos bem cedo para a fazenda “Jóia da Princesa” pois Dário, o piloto do avião, já nos esperava com tudo preparado. O voo foi tranquilo, um carro nos esperava para nos levar até a sede, mas Teodoro avisou o motorista, um de seus homens de confiança, para nos levar antes até a cidade, onde conhecemos o delegado, que demonstrou um grande respeito pelo Teodoro. Simão aproveitou a oportunidade para pedir uma “parceria” para os primeiros dias e ele já tinha algo em mente:
— Provavelmente, irei precisar de uma ou duas casas pequenas para alugar rapidamente! Você sabe como eu posso fazer isso? — Silva, o delegado falou:
— com o aval do “seu“ Teodoro, consigo isto para você em dois ou três dias. — Simão ficou contente com a resposta e agradeceu:
— Espero não precisar, mas se for preciso eu conto com, pelo menos, uma dessas casas antes do final de semana. Mas te mantenho informado! — Teodoro confirmou seu aval:
— Faça o que for preciso, Silva! Eu darei todo o apoio necessário, fique tranquilo... — Então tomamos um cafezinho oferecida pelo delegado que deu seu telefone para o Simão e partimos para a fazenda. Simão foi no banco da frente conversando com o motorista, que descobri se chamar Tunico. Chegamos e os funcionários estavam todos reunidos em frente à casa sede. Teodoro, antes de descer do carro, falou com o motorista:
— Tunico, ajude o piloto com o que ele precisar para preparar o avião para o retorno e volte para nos buscar e avise que ele deve ficar no avião, pois iremos voltar em breve. — Tunico fez um sinal afirmativo com a cabeça e nem desceu do veículo.
A casa da fazenda estava um tanto quanto abandonada, bem como o terreno em frente à mesma. Nós passamos entre os peões que conversavam em tom alto e fomos até a varanda onde as mulheres que trabalham na casa, elas estavam juntas enquanto os homens estavam espalhados sendo que dois ou três deles estavam educadamente próximos e em frente aos degraus que davam acesso à varanda, eles estavam aguardando o “patrão” Teodoro para dar-lhe a mão. O patrão os cumprimentou e ficou no alto da escada e me posicionou ao seu lado direito, mantendo Simão à sua esquerda. Teodoro pediu para que todos se aproximassem mas a conversa estava tão alta que muitos não ouviram. Então Simão pegou seu revólver e, inesperadamente, deu um tiro para o alto, algumas mulheres se assustaram e gritaram mas, então, todos fizeram silêncio e Simão falou:
— Para quem não ouviu. Venham até aqui pois o patrão vai falar. Todos se aproximaram rapidamente. — Pensei comigo mesmo: “acabou de ganhar respeito e alguns inimigos também… Mas acho que é assim que funciona pois Teodoro aprovou a atitude…”. Então Teodoro começou seu seu discurso:
— É muito bom vê-los novamente, vim para explicar que estou fazendo mudanças para que esta fazenda seja produtiva novamente. Agradeço o esforço de vocês até o momento e estou trazendo dois homens para lhes ajudar. Para quem não conhece, este aqui é o Simão, que era o braço direito do Luiz, dono da “Novo Horizonte”, um exemplo de fazenda e meu compadre pois seu filho acabou de se casar com a minha filha. — Algumas mulheres soltaram palavras carinhosas e ele continuou.
— Simão será o responsável pela fazenda, meu braço direito aqui. Além dele, apresento o Pedro, que é o novo administrador geral das minhas fazendas. Neste momento, um grupinho de três homens trocaram palavras baixinho e riram entre eles. Teodoro fez que não ouviu mas eu me manifestei:
— Porque vocês não contam a piada para todos? Para rirmos também! — Dois deles abaixaram a cabeça mas o que estava no meio olhou para mim com uma expressão desafiadora e falou:
— Eu até entendo o patrão trazer este tal de Simão, apesar de que, na minha opinião, tem homem competente aqui para ser aproveitado. Mas você é praticamente um garoto e quer ser administrador de fazenda? Que experiência você tem? — Eu não Me deixei abalar e, antes do Teodoro interferir, eu continuei em tom ríspido:
— Eu sou neto do mesmo Luiz que é o compadre do seu patrão, meus três tios administram as fazendas da família, todas produtivas e eu convivo com isto desde criança. Tenho boa formação estou muito preparado para o papel. Além disto, eu vou cuidar das questões administrativas e não vou interferir no trabalho do Simão, que eu já conheço e sei que é de primeira! — O peão fez uma cara de que não gostou de mim e quis continuar a discussão:
— Desde que você não venha até aqui para atrapalhar nosso trabalho, está tudo bem para mim. — Então foi a vez de Simão interferir:
— Pois ele vai interferir sempre que precisar e virá aqui todas as semanas. Mas não se preocupe, pois você não o verá já que você está demitido e tem três dias para arrumar as suas coisas e partir. — Todos levaram um susto mas antes que começasse a se manifestar, Simão olhou para todos e falou em voz alta:
— Ninguém aqui vai desafiar o patrão Teodoro que nos colocou neste papel. Quem não quiser trabalhar nessas condições, pode trabalhar em outra fazenda. — Neste momento uma das mulheres, quase chorando ao ver o peão sair da reunião “pisando duro”, falou:
— Mas pra onde ele vai? Ele tem família… — Então Simão, que já tinha preparado tudo, explicou:
— Ele terá três dias para organizar suas coisas. Depois o mandarei para a cidade onde ele poderá ficar em uma casa do patrão por três meses com salário garantido, tempo que ele deve usar para arrumar outro trabalho. Nós não queremos o mal dele mas, também, não queremos pessoas com esse tipo de comportamento trabalhando conosco. — Teodoro, que ouviu tudo calado, finalizou a reunião de forma séria:
— Eu falei para vocês que estou fazendo mudanças. Espero que vocês entendam isso e colaborem. Não gostei da reação para com o Pedro e não quero mais ver esse tipo de comportamento entre vocês. Vou embora agora e peço ao Simão que entreviste cada um de vocês para conhece-los. Será uma boa oportunidade para vocês discutirem se querem ou não continuar a trabalhar aqui. — Depois disso, Teodoro ergueu um dedo apontando para cima e falou em um tom muito sério:
— Se, em um ano, esta fazenda se tornar lucrativa todos ganharão um prêmio e eu irei comprar uma terceira fazenda, onde haverá oportunidade pra quem quiser. Mas, Se isso não acontecer, eu vou vender essa fazenda e todos nós teremos que procurar outra ocupação. Obrigado pela atenção de vocês e vamos trabalhar! — E foi saindo em direção ao carro do Tunico que já estava nos aguardando. Eu sentei no banco da frente, ao lado do motorista e lhe perguntei:
— Até que parte você conseguiu ouvir…? — O homem olhou para mim e falou:
— Eu ouvi da sua bronca para frente e o senhor fez muito bem de falar o que falou para aquele sujeito, ele é o maior causador de encrenca aqui. Eu já tinha avisado o Simão. — Me senti mais aliviado pois o malandro do Simão já sabia que aquele era o problema e aproveitou a minha irritação para resolver a questão de forma “Salomônica”. Chegamos no avião e Dário nos esperava em pé, ao lado da porta.
— Eu ouvi um tiro! Está tudo bem? — Eu dei uma risada e falei:
— Foi só o Simão sendo o Simão, não se preocupe. — O homem também riu e eu notei que ele era uma pessoa muito agradável, além de atraente... Entramos, nos acomodamos no avião e partimos. Teodoro pegou na minha mão e falou:
— Você foi incrível, fiquei orgulhoso da sua postura. — Eu me justifiquei:
— Eu sabia que estavam falando de mim, talvez de nós... E eu nunca não vou deixar que alguém te ofenda, te garanto! — O homem deu um sorriso carinhoso e falou:
— Eu não estou preocupado com isso, nesta altura da vida agradeço a Deus por ter alguém ao meu lado. Mas o que eu gostei foi sua atitude de tomar a frente e falar por mim. Pois você falará por mim muitas e muitas vezes... Eu fiquei com uma vontade enorme de beija-lo mas me contive por causa do piloto mas ele se aproximou e me deu um gostoso beijo. Eu não resisti mas, ao terminarmos, falei:
— Não devemos fazer essas coisas na frente dos outros! — O homem, com uma cara leviana respondeu:
— Não, não devemos. Mas desta vez fizemos! — E deu uma gostosa risada. Então, inesperadamente, falou alto para o piloto:
— Dário! Se não for te atrapalhar, deixa o Pedrinho conhecer um pouco os comandos do avião pois eu já notei que ele gosta dessas coisas... — O homem respondeu:
— Claro! O melhor momento agora que já estamos estabilizados… — Teodoro fez um sinal com a cabeça como quem diz: “vai lá“ e se encostou na poltrona para cochilar. Eu me sentei na cadeira ao lado do piloto e comecei a fazer perguntas, ele muito prestativo respondia tudo. Depois de um tempo o assunto “avião“ acabou mas o Teodoro estava cochilando e eu fiquei por ali observando as nuvens e as terras cultivadas lá embaixo. Até que depois de um momento em silêncio, Dário falou:
— você está fazendo muito bem ao patrão. Percebe-se que ele está feliz e é graças a você! — Já que ele abriu espaço para o assunto, eu perguntei:
— E você? Não tem nada contra a minha relação com seu patrão?
— Claro que não! Eu já vi de tudo na minha vida e se duas pessoas se gostam, elas devem ficar juntas para serem felizes. Eu sou casado, amo muito minha esposa e ela me faz muito feliz, portanto me considero um homem de sorte.
— E você nunca a traiu? — Homem riu e falou:
— Olha, “seu” Pedro, já traí sim... Eu acho que a maioria dos homens traem pois nós separamos sexo de amor. Eu já fiz sexo com outras mulheres para saciar meu tesão mas, no final do dia, eu volto para minha casa e durmo com a minha mulher. E o senhor? Já traiu o “seu” Teodoro? — Perguntou indo.
— Oh, Dário! Eu estou em lua-de-mel, nem passa pela minha cabeça transar com outro homem. Mas, como você mesmo diz, transar com outro homem não é trair desde que no final do dia eu durma com meu Teodoro, não é isto? — O homem deu uma gargalhada e, agora com mais intimidade, de uma apertada no saco involuntariamente:
— É, senhor Pedro, nesta o senhor me pegou... — Eu aproveitei para pedir algo:
— E, por favor, não me chama de senhor Pedro, me chama de Pedrinho! — O homem fez um sinal negativo com a cabeça e justificou:
— Não consigo! Posso até te chamar de Pedro pois você é mais novo que eu… ou de “patrãozinho”, que eu acho que cabe, mas Pedrinho é muito íntimo. Definitivamente, não consigo.
— Bom, que seja Pedro então! — Então ficamos em silêncio mais um pouco, Mas eu não resisti:
— Você deu a entender que já traiu sua mulher porque estava com tesão. Mas você a traiu com outras mulheres ou com outros homens também? — O homem deu mais uma risada e falou:
— Sabe o que é, Pedro, meu tesão é uma bunda grande, redonda e macia e, às vezes, eu encontro isso em alguns homens... Como você, por exemplo. — Falou mas não olhou pra mim.
— Ah! Quer dizer que o senhor Dário tem tesão pela minha bunda...
— Ah, Pedro, você tem uma bunda muito gostosa. Mas eu nunca pediria para você dá-la para mim, pois respeito muito o patrão!
— Mas você também tem uma bunda muito gostosa também! Será que a daria para mim? — O homem fez um sinal negativo com a cabeça sem olhar para mim, atento ao tráfego aéreo mas explicou:
— Nunca, Pedro! Nunca tive vontade… Agora, aviso o patrão para apertar o cinto e por favor, sente-se ao lado dele e coloque o seu cinto também. Vamos descer em breve... — Gostei muito de conversar com o homem, quem sabe um dia eu o deixasse me possuir e, quiçá, eu o convenço a dar sua bundinha para mim pela primeira vez, pensei enquanto segurava mão do meu companheiro.
Descemos e nos despedimos do Dário que ficou organizando o avião, fomos até a casa e o almoço estava quase pronto, mas dava tempo de tomarmos um banho e brincar um pouco, acho que umas preliminares antes do almoço seriam um bom incentivo para o cochilo da tarde. Levei Teodoro até o banheiro e o beijei embaixo da ducha, ele retribuiu carinhoso, enquanto acariciava o meu traseiro e buscava meu anel com seu dedo. Então me ajoelhei e mamei seu cacete gostoso mas não o deixei gozar, me levantei e lhe beijei novamente, o virei de costas e brinquei com meu pau no seu rego, dando pequenas cutucadas em seu anel, ele gemeu gostoso e ficou louco, me agarrou com força, me virou de costas e quis me comer, eu o deixei entrar um pouquinho mas parei pois não queria consumar o ato antes do almoço. Me virei de frente para ele e sou olhar era de pura tara. Ele falou: “Você me deixa louco!” e eu respondi “Que bom!”, e fui saindo do chuveiro. Quando entrei no quarto, ele gritou lá do banheiro:
— Gostei de te ouvir dizer ao Dário que ainda estamos em “lua-de-mel“. — Eu respondi:
— E o que mais você ouviu, seu velho safado? — O homem entrou no quarto com sorriso malicioso no rosto e falou:
— Eu ouvi tudo! Principalmente que, haja o que houver, você sempre voltará para minha cama à noite. E isso me deixou muito feliz! — Eu não aguentei e corri até seus braços e o beijei novamente, dizendo:
— eu te amo, Teodoro! Eu te amo muito...
Nossa história continuou por décadas, até que meu querido Teodoro partiu, construimos, com meu avô e meus tios, um verdadeiro império, centralizando a administração das fazendas de forma a permitir a aquisição de outras, além de inaugurarmos fábricas para processamento de grãos e carnes, Hoje sou presidente deste grupo e me dedico 100% ao trabalho, pois nunca mais quis um novo companheiro.