A Segunda Esposa .Capítulo 8

Um conto erótico de Emilly sissy
Categoria: Crossdresser
Contém 2170 palavras
Data: 29/06/2025 12:33:18
Última revisão: 29/06/2025 21:11:56

✦ Parte 1

O restante daquele dia passou como um borrão. Luiz voltou à sua mesa com os passos contidos, a mente distante e o corpo ainda marcado pela presença de Roberto. Evitou olhar em direção à sala dele, mas foi impossível não notar quando Roberto deixou o escritório momentos depois, caminhando com tranquilidade pelos corredores. Trocaram um último olhar. Rápido, silencioso. Mas profundo o suficiente para reafirmar tudo o que havia acontecido e tudo o que ainda viria.

O expediente correu sem grandes incidentes, mas Luiz não estava realmente ali. O corpo presente, as mãos digitando, os olhos na tela... mas a mente vagava. Vagava por lembranças recentes, sensações novas e antigas perguntas que nunca tiveram coragem de se tornar respostas. Em um momento breve, pensou em Sofia. Lembrou de sua postura, da feminilidade absoluta e da certeza com que caminhava. Como seria ser vista assim? Como seria sentir-se daquela forma?

Mas nada, absolutamente nada, o deixava mais inquieto do que o que havia vivido nos braços de Roberto.

O peso do olhar dele. A firmeza da mão em sua cintura. O beijo. O convite. A promessa.

Naquela noite, em casa, o silêncio foi seu único confidente. Dormiu pouco, sonhou muito. Nada concreto, apenas sensações. Peles se tocando, mãos firmes, roupas caindo, respirações ofegantes. E um nome que parecia cada vez mais próximo: Luiza.

Na manhã seguinte, Luiz acordou antes do despertador. O céu ainda estava cinzento, e a luz que atravessava a janela era suave. Foi direto ao banheiro e, como se tivesse se preparado a vida inteira, fez a chuca em silêncio. Não por curiosidade. Nem por capricho. Mas por algo novo, que agora ele entendia:

“Se for acontecer, quero estar pronta.”

Depois do banho, escolheu a calcinha branca de tule. Cavada, delicada, com as laterais finas. Ao vesti-la, sentiu-se quase pura. Como se aquele pequeno pedaço de tecido o conectasse com algo que sempre esteve escondido sob a pele. Ajustou a calça social, respirou fundo e tentou ignorar o leve roçar do tecido.

Saiu de casa apressado. O tempo passara mais rápido do que imaginava.

Chegou à empresa em cima da hora. Nem teve tempo de passar no banheiro ou conferir o espelho. Entrou direto, apressado, o coração acelerado.

E foi no corredor principal que deu de cara com ela.

Aline.

Já estava ali, impecável como sempre, uma pasta em mãos e um leve sorriso nos lábios.

— Olha quem resolveu chegar — disse em tom leve, quase brincalhão.

Luiz abriu a boca para responder, mas Aline foi mais rápida.

— Hoje no almoço... a gente almoça juntas, tá?

Ele hesitou. Sorriu sem saber como reagir. E então ouviu, baixo, como quem acaricia com a voz:

— Vai se acostumando... Luiza.

E seguiu seu caminho, deixando Luiz parado, imóvel, com a respiração presa no peito e o coração batendo como se algo tivesse acabado de nascer.

✦ Parte 2

Luiz já estava em sua estação quando viu Roberto passar pelo corredor, chegando para mais um dia de trabalho. Não trocavam palavras ali, diante dos outros, mas o olhar... ah, o olhar dizia tudo. Um cruzar breve de olhares, com a intensidade de quem guarda um segredo. Luiz desviou rapidamente, mas o calor ficou. Era impossível esquecer o que sentira sentado no colo daquele homem — ou o que ouvira sussurrado tão perto do ouvido.

Alguns minutos depois, Luiz viu Aline cruzar o corredor com sua pasta justa ao corpo. O salto ecoava de forma ritmada, segura, como sempre. Ao chegar diante da sala de Roberto, ela bateu duas vezes. Antes de entrar, ajeitou o cabelo e lançou um olhar rápido para os lados, como se tivesse certeza de que alguém observava. Luiz observava.

Ela entrou com um leve sorriso nos lábios.

Mas quando saiu, mais de uma hora depois, o semblante era outro. A expressão estava fechada, séria, quase sombria. Não parou na mesa de Luiz, como costumava fazer. Mas antes de sumir pelo corredor, lançou um último olhar para ele. Um olhar carregado. Luiz sentiu a espinha gelar.

“Tem algo acontecendo. E tem a ver comigo.”

Pouco antes do horário de almoço, o celular de Luiz vibrou. Uma mensagem de Aline:

“Te espero do lado de fora, na saída lateral. Não no restaurante de sempre. Hoje a conversa é outra.”

O coração de Luiz disparou.

---

☕ Dentro da sala de Roberto – uma hora antes

Aline cruzou a porta como quem já sabia o que viria. Roberto estava de pé, atrás da mesa, mangas dobradas, a expressão séria como sempre. Mas seus olhos a observavam com um toque diferente — havia tensão, desejo e estratégia naquele olhar.

— Ela está cedendo — disse Aline, sem esperar perguntas. — Mas você já sabe disso, não é?

Roberto manteve o silêncio por um momento, depois contornou a mesa e encostou na beirada, braços cruzados.

— Quero mais. Não quero apenas que ela use uma calcinha. Quero que ela se entregue.

— Vai acontecer — garantiu Aline. — Ela está no limite. Já sente, mas ainda não sabe como aceitar. O problema não é o corpo... é o nome. Luiz ainda grita dentro dela.

— Quero que esse nome morra — disse Roberto com calma. — E que Luiza nasça pelas suas mãos.

Aline sorriu de leve, inclinando a cabeça.

— Quer que eu seja a madrinha da transformação?

— E a mentora. Ela vai morar no apartamento do oitavo, no seu prédio. Já tá tudo certo. Vai ser a mulher que eu escolhi... e vocês vão moldar.

— Você tem certeza?

Roberto se aproximou dela com um passo lento e firme.

— Quero que ela saiba andar, falar, sentar como uma mulher. Mas também quero que saiba chupar, gemer e rebolar como uma vadia. Quero ela inteira. Frágil no olhar, indecente na cama.

Aline não hesitou.

— Eu posso fazer isso. E meu marido vai adorar ajudar. Ela já tem o nome certo.

— Júlia.

— Sim. E agora Luiza. A próxima. Mas... — Aline se aproximou — isso tem um preço.

Roberto arqueou a sobrancelha, curioso.

— Quero um bônus. Quero um mês extra na filial com meu marido. E quero autonomia pra decidir o que ensinar e quando ensinar. Sem precisar te consultar. Confiança total.

— Feito — disse ele sem piscar.

Aline assentiu, satisfeita.

— Então já sabe: amanhã embarco com ela. Vai conhecer seu novo mundo... e nunca mais vai querer voltar.

✦ Parte 3

Aline saiu da sala de Roberto com passos firmes e silenciosos. Assim que chegou à área externa reservada da empresa, tirou o celular da bolsa e discou rapidamente.

— Oi, amor... — disse a voz doce e feminina do outro lado, carregada de carinho e saudade.

Aline sorriu levemente.

— Oi, bonequinha... como você tá?

— Com saudade... — respondeu Júlia. — Tô aqui no sofá enrolada numa manta, pensando quando você vai voltar pra mim.

— Logo, meu bem. Mas agora preciso da sua ajuda. Coisa séria.

Júlia endireitou o tom, atenta.

— Claro, diga.

— Lembra do apartamento do oitavo andar? Aquele que tá desocupado desde dezembro?

— O do lado da dona Vera? Lembro sim. O que tem?

— Vai ser da Luiza.

Houve um breve silêncio do outro lado. Júlia então sorriu, e o sorriso podia ser sentido na voz.

— Luiza? Então é esse o nome dela... Ai, amor... ela vai morar aqui? No nosso prédio?

— Vai. E eu quero ele pronto. Hoje ainda. Não precisa mobiliar do zero — já tem o básico — mas quero tudo com cheiro de mulher. Jeito de mulher. Dá seu toque. Organiza os armários, limpa bem tudo. Um apartamento de menina. Nada de neutro. Feminino mesmo.

— Pode deixar, meu amor. Já tô com mil ideias na cabeça. Vou passar aquele amaciante que você gosta e comprar umas flores pra mesa da cozinha. Vai ficar um charme.

— Ótimo. E deixa espaço pra um guarda-roupa novo. A gente vai montar um enxoval pra ela em breve. Calcinha, vestido, salto, maquiagem. Tudo.

— Ai, amor... mal posso esperar pra conhecer ela. Ela já sabe?

— Ainda não. Mas vai saber em breve. E quando souber... vai precisar de mim. E de você.

— Vai ser minha vizinha e minha amiguinha... adorei.

— E vai ser tudo que o Roberto quer. Dama em público, putinha em casa. E eu vou moldar isso com as minhas mãos.

— Ai... me arrepio só de imaginar.

— Então bora. Liga pro zelador, pega a chave e me avisa quando tiver terminado.

— Pode deixar, meu amor. Tô saindo agora.

— Beijo, bonequinha.

— Beijo. Te amo.

Aline desligou, ajeitou a blusa e a bolsa no ombro e virou o rosto em direção à saída lateral. Luiz já a esperava. Estava com a expressão um pouco tensa, como quem havia lido e relido a mensagem no celular mais de dez vezes.

Ela se aproximou com um sorriso discreto, o olhar firme e doce.

— Vamos, Luiza? — disse em voz baixa, mas clara o suficiente para que só ele — ou ela — ouvisse.

E saíram caminhando lado a lado, deixando o prédio rumo a um restaurante onde a conversa deixaria de ser fantasia... e passaria a ser destino.

✦ Parte 4

O restaurante era moderno, elegante e bem iluminado. Luiz já o conhecia — havia estado ali uma ou duas vezes em eventos da empresa — mas estar ali com Aline, daquela forma, fazia tudo parecer mais íntimo, mais sério. Sentaram-se perto da janela, uma mesa bem posicionada, com vista discreta da rua. O ambiente era calmo, o cardápio requintado.

Aline pediu um suco de frutas vermelhas e indicou a Luiz algo leve. Ele assentiu, ainda tentando entender por que sentia o estômago tão apertado.

Durante os primeiros minutos, trocaram amenidades. Falaram brevemente de trabalho, do clima. Aline parecia relaxada, mas havia uma tensão implícita no ar. Luiz sentia. E ela também.

— Eu sei o que você tá sentindo, Luiza — disse Aline, rompendo o silêncio com suavidade. — E sei que você tá tentando disfarçar. Mas a verdade é que o seu corpo já entendeu tudo. Só falta sua cabeça acompanhar.

Luiz baixou os olhos, desconfortável. O uso do nome feminino o arrepiava por dentro. Não era ofensa. Era algo mais... mais íntimo.

— Aline... e se eu quiser parar depois? — perguntou ele, tentando manter a voz firme.

— Não vai querer. — Ela sorriu, sem arrogância, apenas com convicção. — Mas se quiser, pode. Por enquanto. Ainda é você quem decide. Mas não por muito tempo.

— Vocês vão me obrigar?

— Quem disse que alguém tá te obrigando? Olha pra você. Faz quanto tempo que usa calcinha por baixo da calça? Você acha mesmo que ainda é Luiz?

Ele ficou em silêncio. A culpa começava a se misturar com uma inquietação que o corroía. Um desejo que ele não queria admitir. Mas sentia.

— Por que eu? — soltou, quase sem pensar.

Aline se recostou levemente na cadeira.

— Porque você foi escolhido. Porque Roberto viu em você o que nem você via. Ele quer você. E não como funcionário. Ele quer te possuir. Quer Luiza. E se você negar... ele vai se decepcionar. Não comigo. Com você.

Luiz mordeu o lábio inferior, sentindo o peito apertar.

— E se eu não for bom o bastante pra ele?

— Você já é. Mas ainda não sabe. — Aline se inclinou levemente. — Quer saber um segredo? Meu marido também era assim. Júlia. Ele chorava no início. Me pedia pra parar. Hoje... ele tem mais calcinhas do que eu. E ama. Ama me servir. Ama ser minha. Ama o que virou. E você vai amar também.

Luiz sentiu um arrepio. Não sabia se era medo, vergonha... ou desejo. Mas algo dentro dele vibrava. Algo que ele não podia negar.

— Você acha que eu sou mesmo... uma mulher?

— Eu acho que você é Luiza. Só falta parar de lutar contra.

Aline então tirou da bolsa um envelope discreto. Empurrou pela mesa.

— Roberto mandou isso pra você.

Luiz hesitou. Abriu. Leu em silêncio:

“Ontem te beijei. Hoje te observo. Em breve, te possuirei. Você já sabe que não será mais Luiz. E vai adorar ser Luiza.”

Ele respirou fundo. Tentou disfarçar, mas sua pele havia mudado de cor. Seus olhos brilhavam. Suor nas mãos. Aline percebeu.

— Você quer dizer que não, né? Mas seu corpo já respondeu.

Ele tentou argumentar, mas tudo parecia pequeno perto daquilo. Então Aline sorriu, ajeitou o guardanapo e disse, como se fosse apenas mais um comentário:

— Sabe o que ele quer ver? Você de salto. Cruzando as pernas, usando saia. Ele quer isso. E você também quer. Vai fingir mais quanto tempo?

A comida chegou. Comeram pouco. O silêncio entre as frases era mais revelador do que as palavras. Quando a conta veio, Luiz tentou se mexer, mas Aline foi mais rápida.

— Já tá pago. Roberto pediu que eu trouxesse você aqui. — Ela levantou a bolsa e piscou. — Você tem sorte, viu? Achar um macho riquíssimo pra te bancar... isso que é fêmea de ouro.

Luiz corou, mas não reagiu.

— Preciso da sua resposta hoje. Ainda tenho que arrumar as malas. A gente viaja amanhã pra Curitiba.

Ela se levantou, ajeitou a bolsa no ombro, e antes de sair da mesa, inclinou-se e sussurrou:

— Vai ser sua última chance de fugir. Ou sua primeira chance de ser quem você é.

[ continua ]

Obrigada aos comentários. Peço que comentem a história. Isso me motiva a continuar a escrever. Beijos

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